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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Juliane Cristina Vignoli TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Análise de custos de medicamentos manipulados na empresa Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação Ltda. Administração Financeira ITAJAÍ (SC) 2008. JULIANE CRISTINA VIGNOLI TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Análise de custos de medicamentos manipulados na empresa Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ - SC, 2008 2 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus razão de minha existência, aos meus pais pelo amor e incentivo constante, ao meu orientador André Graff pela dedicação nas orientações dadas no decorrer do projeto, colocando sua experiência ao meu dispor. A Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação pelo apoio no desenvolvimento do projeto de pesquisa, em especial a minha gerente Adriana Rauber pela dedicação, paciência e comprometimento para que este trabalho fosse realizado, e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho de conclusão de curso. 3 EPÍGRAFE Transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. Descobrir como é bom chegar quando se tem paciência. E para chegar onde quer que seja não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso antes de mais nada, QUERER”. (Almir Klink, 2005). 4 EQUIPE TÉCNICA a) Nome do Estagiário Juliane Cristina Vignoli b) Área de Estágio Administração Financeira c) Supervisor de Campo Adriana Rauber d) Orientador de Estágio Professor André Graf de Almeida e) Responsável pelos Estágios em Administração Professor Eduardo Krieger da Silva. 5 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão Social Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação - Ltda. b) Endereço Rua: Mauricio Garcia, 64 – sala 02. Camboriú – SC c) Setor de desenvolvimento Administração Financeira d) Duração do Estágio 300 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Adriana Rauber f) Carimbo e visto da Empresa. 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA ITAJAÍ, 03 de novembro de 2008. A Empresa Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação Ltda., pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de Estágio, executado durante o Estágio Supervisionado, pelo (a) acadêmico (a) JULIANE CRISTINA VIGNOLI. __________________________________ Patrícia Rauber Werner. 7 RESUMO A análise de custos é importante em qualquer tipo de organização. Nas farmácias de manipulação essa atividade torna-se imprescindível em função das mesmas fabricarem e venderem medicamentos e demais produtos. A presente pesquisa teve por objetivo geral apurar os custos e o lucro do período com a venda dos medicamentos e demais produtos fabricados pela Farmácia de Manipulação Oficina de Misturas Ltda., no ano de 2007. Considerando o objetivo geral, ainda têm-se os objetivos específicos: levantar as receitas do período, identificar os custos e despesas variáveis de cada produto, calcular a margem de contribuição por produto e total da empresa, levantar os custos e despesas fixas no período, calcular o ponto de equilíbrio da empresa, calcular o custo unitário de cada produto, apurar o lucro por produto e total da empresa. Trata-se de uma pesquisa diagnostico de caráter qualitativo com aporte quantitativo. Foram obtidas informações em documentos contábeis e no software da empresa e realizada análise de conteúdo. O trabalho foi enriquecido bibliograficamente por conceitos, definições e assuntos pertinentes às áreas da Administração, contabilidade de custos, e farmácia de manipulação. O objetivo geral foi alcançado uma vez que foram encontrados os custos dos produtos fabricados e o lucro no período. PALAVRAS-CHAVE: Farmácia de Manipulação, custos, medicamentos. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Receita................................................................................................ 46 Tabela 2 – Custos com matéria-prima.................................................................. 48 Tabela 3 – Custos variáveis.................................................................................. 49 Tabela 4 - Custos fixos......................................................................................... 50 Tabela 5 – Despesas Fixas................................................................................... 52 Tabela 6 - Análise da margem de contribuição total............................................. 54 Tabela 7 – Análise da margem de contribuição unitária....................................... 56 Tabela 8 – Custos totais e unitários...................................................................... 57 Tabela 9 – Lucro................................................................................................... 59 Tabela 10 – Demonstração do resultado do exercício......................................... 60 Tabela 11 – Demonstração do resultado do exercício gerencial.......................... 61 Tabela 12 – Ponto de Equilíbrio........................................................................... 61 9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico1 – Receita................................................................................................ 47 Gráfico 2 – Custos com matéria-prima................................................................. 48 Gráfico 3 – Custos variáveis................................................................................. 50 Gráfico 4 - Custos fixos......................................................................................... 51 Gráfico 5 – Despesas Fixas.................................................................................. 54 Gráfico 6 - Análise da margem de contribuição total............................................ 55 Gráfico 7 – Análise da margem de contribuição unitária...................................... 57 Gráfico 8 – Custos totais e unitários..................................................................... 58 Gráfico 9 – Lucro................................................................................................... 60 10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 12 1.1. Justificativa...................................................................................................13 1.2 Objetivo geral e específicos........................................................................... 14 1.2.1 Objetivo geral.............................................................................................. 14 1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................. 14 1.3 Aspectos Metodológicos................................................................................ 15 1.3.1Delineamento da pesquisa.......................................................................... 15 1.3.2 Contexto e Participantes da Pesquisa........................................................ 15 1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados.................................. 16 1.3.4 Tratamento e análise dos dados................................................................ 16 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................... 17 2.1 Administração................................................................................................ 17 2.1.1 Contextualização e aspectos conceituais das áreas da Administração...................................................................................................... 17 2.1.1.1 Administração de Recursos Humanos.................................................... 18 2.1.1.2 Administração de Produção..................................................................... 19 2.1.1.3 Administração de Marketing.................................................................... 20 2.1.2 Administração Financeira........................................................................... 21 2.2 Contabilidade de Custos............................................................................... 21 2.2.1 Custos........................................................................................................ 22 2.2.2 Classificação dos custos............................................................................ 22 2.2.3 Sistemas de custeio................................................................................... 24 2.2.4 Termos utilizados....................................................................................... 25 2.2.5 Análise Custo/Volume/ Lucro..................................................................... 27 2.2.6 Mão-de-obra.............................................................................................. 29 2.2.6.1 Composição do custo da mão-de-obra................................................... 29 2.3 Formação no Preço de Venda....................................................................... 32 2.4 Impostos........................................................................................................ 33 2.4.1 Simples Nacional........................................................................................ 33 2.5 Farmácia de Manipulação............................................................................. 35 11 2.6 Empresa Familiar........................................................................................... 37 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO........................................ 39 3.1 Caracterização da Empresa ou da Organização.......................................... 39 3.1.1 Descrição do Processo de Manipulação.................................................... 41 3.1.2 Processo de Limpeza e Sanitização dos Laboratórios............................... 43 3.1.3 Estrutura Funcional.................................................................................... 43 3.1.4 Layout......................................................................................................... 44 3.1.4.1 Planta Baixa............................................................................................ 45 3.2 Resultados da Pesquisa................................................................................ 46 3.3 Sugestões...................................................................................................... 62 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 64 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 66 APÊNDICES........................................................................................................ 68 DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTAGIO ........................................... 120 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS.............................................................. 121 12 1 INTRODUÇÃO A globalização, a abertura dos mercados e a estabilidade da economia brasileira, fatos marcantes da atual conjuntura econômica, passaram a exigir das empresas ações rápidas e efetivas buscas pelas melhores decisões. As decisões empresariais associadas à gestão financeira devem sempre preocupar-se com custos incorridos e preços praticados. Somente desta forma a empresa conseguirá prosperar e continuar existindo. As questões referentes aos custos estão relacionadas às condições de mercado, às características da concorrência em formar preços, ao nível de atividade e a remuneração do capital investido (lucro). A importância de determinar corretamente os custos fica cada vez mais evidente, especialmente em períodos recessivos ou de poucas vendas. Outro momento em que a importância se manifesta é quando se praticam preços demasiadamente justos para determinados produtos, incorporando-se apenas uma margem reduzida sobre os custos de promoções. Nesse contexto atua a Administração financeira que trata as informações de custos e preços, responsáveis pelo dimensionamento das melhores condições para a obtenção dos resultados, proporcionando o diferencial necessário para melhor posicionar a empresa no mercado. A Farmácia Magistral existe desde os primórdios da medicina. Com os avanços da ciência esta prática tornou-se especialidade e responsabilidade daqueles que sabem fabricar medicamentos, os farmacêuticos. Na década de 40, a indústria farmacêutica é implantada no Brasil e os medicamentos começam a ser fabricados em série, as drogarias passam a se disseminar, servindo apenas como “revendedoras” de medicamentos. A manipulação no Brasil poderia ser apenas um capítulo da história, encerrado na década de 50, auge de sua crise, não fosse a determinação e o trabalho de alguns profissionais abnegados, que anteviam a possibilidade do desenvolvimento do setor, não por questões comerciais, mas, sobretudo pela valorização do profissional farmacêutico e os ganhos para a saúde pública. 13 Deve-se lembrar que, devido aos avanços das pesquisas e o desenvolvimento científico, os produtos têm vida mais curta e são substituídos com maior freqüência. Logo, manter os olhos abertos no e para o mercado e escutar o que o cliente tem a dizer são regras importantes para qualquer empresa. Na Farmácia Magistral, a prestação de serviços reveste-se de grande valor para a diferenciação no mercado. Inserida neste contexto a empresa Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação Ltda., busca analisar custos dos produtos para ajudar na formação de preços mais rentáveis para que a mesma possa continuar a ter o mesmo volume de vendas dos produtos manipulados. 1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa Como os sócios da empresa têm formação em Farmácia e não possuem conhecimentos em Administração torna-se importante realizar estudos na área da Administração financeira, em especial a contabilidade de custos, uma vez que na organização estudada não existe nenhum estudo neste sentido. Pensando nisso esta pesquisa tem como objetivo responder a seguinte questão: Quais os custos dos produtos fabricados pela Farmácia de Manipulação Oficina de Misturas Ltda.no ano de 2007. A realização desta pesquisa foi de grande importância para a empresa, pois buscou novos conhecimentos em uma área pouco explorada e com muitas fragilidades, dispondo de informações da própria organização, que tem sólido interesse que se realize um trabalho consistente. Também foi viável devido à acadêmica ser funcionária da empresa o que vem a facilitar a coleta de dados. O trabalho foi importante tanto para a organização que pode conhecer os custos dos seus produtos, para a acadêmica que pode aprimorar os conhecimentos na área e para a universidade como fonte de novos estudos. Esse estudo é original, pois ainda não houve nenhum trabalho realizado na empresa, com o intuito de conhecer e avaliar os custos e os preços de venda dos seus medicamentos, podendo traçar metas e estratégias para um melhor resultado, 14 trazendo assim benefícios como, por exemplo, menores custos, um melhor uso de recursos existentes e um aumento na lucratividade. 1.2 Objetivo Geral e Específicos Esta seção apresenta o objetivo geral e específico que irão delinear o desenvolvimento do estudo em questão. 1.2.1 Objetivo Geral O presente projeto de estágio tem como objetivo geral apurar os custos e o lucro do período com a venda dos medicamentos e demais produtos fabricados pela Farmácia de Manipulação Oficina de Misturas Ltda., no ano de 2007. 1.2.2 Objetivos específicos Considerando o objetivo geral apresentado, definem-se os seguintes objetivos específicos: � Levantar as receitas do período; � Identificar os custos e despesas variáveis de cada produto; � Calcular a margem de contribuição por produto e total da empresa; � Levantar os custos e despesas fixas no período; � Calcular o ponto de equilíbrio da empresa; � Calcular o custo unitário de cada produto; � Apurar o lucro por produto e total da empresa; 15 1.3 Aspectos Metodológicos Esta seção apresenta a metodologia a ser utilizada no decorrer do presente trabalho. 1.3.1 Delineamento da pesquisa O estudo deste projeto será realizado em caráter de pesquisa-diagnóstico, apresentando um conjunto de técnicas e instrumentos de análise que permitem não só o diagnóstico, como também a racionalização do sistema organizacional. Segundo Roesch (1996, p.65) “A pesquisa-diagnóstico é explorar o ambiente; levantar e definir problemas”. Será realizada uma pesquisa qualitativa que, segundo Roesch (1996) “é apropriada quando se trata de melhorar a afetividade de um programa, ou plano, ou mesmo quando se trata de selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção”; com aporte quantitativo, é apropriada quando se quer utilizar o melhor meio possível de controlar o delineamento da pesquisa para garantir uma boa interpretação dos resultados. 1.3.2 Contexto e Participantes da Pesquisa O trabalho de estágio será realizado nas dependências da empresa, com diagnósticos do ano de 2007, e envolverá toda a estrutura administrativa financeira da empresa que abrange aproximadamente seis pessoas, incluindo os sócios- gerentes e os demais funcionários, indo da verificação de documentos ao contato das pessoas. 16 1.3.3 Procedimentos e Instrumentos de Coleta de Dados Serão utilizadas fontes primárias que segundo Roesch (1996, p.132) são dados primários colhidos diretamente pelo pesquisado. São fontes primárias: a observação participante que para Roesch (1996, p.152) é realizada de forma aberta e ocorre quando o pesquisador tem permissão para realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho. Também serão utilizados dados secundários, estes não são “criados” pelo pesquisador, são dados existentes na forma de arquivos, banco de dados, índices ou relatórios. (Roesch, 1996); Fontes de dados secundários são: análise documental; O pesquisador, ao encerrar sua coleta de dados, depara com uma quantidade imensa de nota de pesquisa ou de depoimentos, que se materializam na forma de textos, os quais terão de organizar para depois interpretar. Os pesquisadores vêm a muitos anos tentando descobrir maneiras de analisar textos, seja aqueles levantados através da transcrição de depoimentos gravados, seja através da análise de documentos existentes (dados secundários), ou mesmo de técnicas projetivas. (ROESCH, 1996, P.156). As informações serão coletadas através do contato com pessoas relacionadas à área e pesquisa em notas fiscais, arquivos da empresa, sistema de registro dos medicamentos, documentos relacionados aos custos de matérias primas, embalagens e outros itens que compõem o custo dos produtos fabricados. 1.3.4 Tratamento e análise dos dados Será utilizada a analise de conteúdo, onde os dados serão analisados de acordo com as técnicas de contabilidade de custo apresentadas na fundamentação teórica. Os resultados serão apresentados em forma de tabelas com os respectivos comentários. 17 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta as informações referentes ao desenvolvimento da fundamentação teórica deste projeto. 2.1 Administração A realidade das empresas de hoje é muito diferente das empresas administradas no passado, pois, com o surgimento de varias inovações tecnológicas e com o próprio desenvolvimento intelectual do homem é necessário muito mais do que intuição e percepção das oportunidades. Para Drucker (1998, p. 2) “administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar”. A administração necessita de um amplo conhecimento e a aplicação correta dos princípios técnicos até agora formulados, a necessidade de combinar os meios e objetivos com eficiência e eficácia. Lacombe e Heilborn (2003, p.4) diz que “a essência do trabalho do administrador é obter resultados por meio das pessoas que ele coordena”. A administração e as organizações estão sofrendo grandes transformações, as empresas operam dentro de um contexto extremamente competitivo e precisam aprimorar continuamente sua eficiência. De acordo com Chiavenato (2000, p.06) “a tarefa da administração é de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle”. 2.1.1 Contextualização e aspectos conceituais das áreas da administração. Nesta seção serão descritas algumas áreas da administração. 18 2.1.1.1 Administração de Recursos Humanos Quando se fala em Administração de Recursos Humanos, estamos falando a respeito da administração das pessoas que participam das organizações e nelas prestam seus serviços. A administração de recursos humanos é uma especialidade relativamente nova, que surgiu a partir do crescimento e do alto grau de complexidade das tarefas organizacionais. Suas origens remontam ao início do século XX, após o forte impacto da Revolução Industrial, com a denominação relações industriais, atuando com a principal finalidade de buscar o equilíbrio entre o capital e o trabalho (organização e pessoas), evitando-se ou diminuindo-se desta forma, os conflitos entre os interesses das organizações e os interesses individuais das pessoas que trabalham nestas organizações, interesses estes até então considerados totalmente incompatíveis e impossíveis de serem conciliados pelas partes. (VIEIRA, 2007) Assim, segundo Vieira (2007) surgiu o conceito de administração de recursos humanos, porém ainda sofrendo da velha miopia de enxergar as pessoas apenas como recursos produtivos ou simplesmente agentes passivos cujas atividades devem ser planejadas e controladas a partir das necessidades unilaterais dasorganizações. Na área de Recursos Humanos é marcante a influência pelas suposições reinantes na organização a respeito da natureza humana, igualmente as organizações são desenhadas e administradas de acordo com as teorias que prevalecem, utilizando vários princípios e pressuposições que delineiam as maneiras pelas quais as organizações e seus recursos serão administrados. Não há organização sem pessoas, porém, as organizações não existem simplesmente para ter pessoas, essas são meios, recursos para a organização alcançar seus objetivos. Uma organização pode ser definida como um arranjo de componentes projetados para cumprir um particular objetivo de acordo com um plano, em primeiro lugar sempre há um propósito ou objetivo, para o qual o sistema é projetado para alcançar, segundo há um projeto estabelecido de componentes e finalmente entradas de energias e materiais podem ser alocados. Em qualquer momento, a organização fará aquilo que for compelida a fazer pelas pressões transitórias da situação, suas atitudes serão determinadas não pelo que ela decidiu, mas pelo que os outros decidiram. 19 Santos (1994) definem os objetivos com “Se a organização é um meio de alcançar fins por capacidades dos indivíduos, os objetivos são fins coletivos transladados em termos socialmente significantes”. Portanto a administração de recursos humanos também é um processo de dirigir os esforços das pessoas, motivá-las, controlar as suas ações e modificar o seu comportamento para atender as necessidades da organização. Para Chiavenato (1997, p.79) “as pessoas são os únicos recursos vivos capazes de processar os outros recursos inertes, além do mais constituem os recursos mais complexos de uma organização”. Segundo Roesch (2007, p.34) “a área de recursos humanos busca basicamente compatibilizar as necessidades de curto prazo das pessoas com os objetivos de longo prazo das organizações”. 2.1.1.2 Administração de Produção Administração da produção ou de operações é a função administrativa responsável pela produção de bens e serviços. O processo produtivo consiste na transformação de entradas (de materiais e serviços) em saídas (de outros materiais e serviços). Segundo Slack (2002, p.34) “A produção é a função central das organizações já que é aquela que vai se incumbir de alcançar o objetivo principal da empresa, o seja, sua razão de existir”. A função da produção é central para a organização porque produzir os bens e serviços é a razão da sua existência podendo limitar-se a produção em massa de produtos comerciais em grandes fabricas. Qualquer organização produz bens ou serviços ou ambos, e faz isso por meio de um processo de transformação, que diz respeito ao uso de recursos para mudar o estado ou condição de algo a fim de produzir ou transformar alguma coisa, em algo de maior utilidade. A administração da produção irá lidar com uma área sensível para qualquer empresa industrial, que são as decisões sobre o quê, como e quanto produzir; essas são as questões fundamentais também sob o ponto de vista econômico-financeiro. Novo método de administração da produção tem exigido integração entre as áreas, principalmente mercado e manufatura. 20 Um paradigma atual dos novos sistemas de produção é o ajustamento da manufatura às necessidades dos mercados. (COSTA 2008), A produção deve apoiar a estratégia desenvolvendo objetivos e políticas apropriadas aos recursos que administra, fazendo a estratégia acontecer, transformando decisões estratégicas em realidade operacional e devendo fornecer os meios para a obtenção de vantagem competitiva. Administração de produção e sistemas, em sua versão quantitativa, trabalha com modelos de planejamento de produção, modelos de previsão e com a aplicação de redes PERT/CPM, bem como com sistemas de informação gerencial e sistemas de apoio à decisão. (ROESCH 2007, p.36). 2.1.1.3 Administração de Marketing A administração de marketing como a análise, planejamento, implementação e controle de programas destinados a criar, desenvolver e manter trocas com o mercado-alvo, como o propósito de atingir os objetivos da organização. (KOTLER, 1999, p.05). Para Richers (1986) “são as atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos”. No marketing é que são efetuadas pesquisas para se determinar as ameaças e oportunidades de mercado, o comportamento do cliente consumidor, à qualidade do produto, criando um desejo no consumidor de adquirir um produto, onde sua propaganda faz com que as pessoas criem uma imagem favorável da empresa. Originou-se para atender as necessidades de mercado, mas não está limitado aos bens de consumo, é também amplamente usado para "vender" idéias e programas sociais. Técnicas de marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspectos da vida. Segundo Kotler e Keller (2006) “Marketing é um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. 21 2.1.2 Administração Financeira A área de finanças da empresa concentra-se na questão do gerenciamento financeiro da organização. (ROESCH, 2007, p.37). A boa administração financeira propõe que todo investimento ou uso de capital merece uma rigorosa análise de viabilidade, buscando avaliar as alternativas perante o custo do capital. Como as alternativas existentes para o financiamento do ciclo operacional e ou capital de giro são diversas, é de extrema importância que o administrador financeiro busque conhecer o custo efetivo de cada uma destas fontes, através dos instrumentos de análise competentes, para posterior tomada de decisão. (KUSTER E NOGACZ, 2007). O preço de venda deve ser justo para o consumidor e adequado para garantir a sobrevivência da empresa. “O custo do produto e/ou serviço, os custos fixos, os impostos, as comissões e a margem de lucro devem formar o valor final, de tal maneira que ofereça no resultado final o lucro líquido almejado pela empresa em seu plano estratégico”. (Revista FAE Bussines 2004). Sendo preciso circular constantemente possibilita a realização das atividades necessárias objetivando o lucro e a maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros, podendo ser em forma de investimentos, empréstimos, entre outros. 2.2 Contabilidade de Custos Segundo Ribeiro (1997, p.17) “A contabilidade de custos ou contabilidade industrial é um ramo da contabilidade aplicado às empresas industriais”. A contabilidade de custos nasce da contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo. Seus princípios derivam dessa finalidade, primeira, e por isso, nem sempre conseguem atender completamente as outras duas mais recentes e provavelmente mais importantes tarefas: controle e decisão. (MARTINS 2003). Ainda segundo o autor esses novos campos deram nova vida a essa área que, por sua vez, apesar de já ter criado técnicas e métodos específicos para tal missão, não conseguiu ainda explorar todo o seu potencial. 22 2.2.1 Custos Esta seção apresenta as informações referentes à classificação e conceituação dos custos deste projeto. Segundo Dutra (2003, p. 33) “Custo é a parcela do gasto que é aplicado na produção ou em qualquer outra função de custo, gasto esse desembolsado ou não”. Já para Dubois (2006, p. 16) “é todo gasto que representa a aquisição de um ou mais bens ou serviçosusados na produção de outros bens e/ou serviços”. Desta forma, é fundamental que se tenha em mente que os gastos que não se relacionam com a produção nunca poderão ser considerados como custos, devendo incluir apenas no custo dos produtos os insumos necessários para sua elaboração. (DUBOIS, 2006, p. 16). 2.2.2 Classificação dos custos Nesta seção será descrita a classificação dos custos. Custos Indiretos: Para Dubois (2006, p. 27) “São todos os custos que necessitam de alguns cálculos para serem distribuídos aos diferentes produtos fabricados pela empresa”. Segundo Bruni (2004, p.31). “Custos indiretos necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem atribuídos aos produtos”. Já para Beulke (2006, p. 23) “Os custos indiretos dão sustentação ao funcionamento das atividades apresentando como características a impossibilidade de ser medidos, identificados, qualificados diretamente em cada unidade comercializada”. Estes, porém causam a maior parte das dificuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios. 23 Custos Diretos: Segundo Dutra (2003, p. 42) “É o custo que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem ou órgão no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo”. Os custos diretos são incluídos diretamente no cálculo dos produtos, consistindo nos materiais diretos utilizados na fabricação do produto e mão-de-obra. Estes custos estão facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processos, setores, clientes, etc.). A alocação e a análise desses custos são relativamente simples. (BORNIA, 2002). Já para Dubois (2006, p. 26) “Conforme indica o próprio nome, estes custos podem ser apropriados de maneira objetiva aos produtos elaborados, porque há uma forma de medição clara de seu consumo durante a fabricação”. Custos Fixos: Para Dutra (2003, p. 47) “São os custos de estruturas que ocorrem período após período sem variações ou cujas variações não são conseqüência de variações do volume de atividade em períodos iguais”. Normalmente os custos fixos são atribuídos aos produtos elaborados por meio de cálculos. Segundo Bruni (2004, p.31) “Os custos fixos estão associados ao volume produzido e não ao tempo, sendo variáveis quando calculados unitariamente em função das economias de escala”. Conforme Beulke (2006, p. 23). “Quanto maior for o montante físico, menor é a parcela de custos fixos em relação a cada unidade, e vice-versa”. Custos Variáveis: Segundo Padoveze (2006, p.329) “São assim chamados os custos e despesas cujo montante em unidade monetária variam na proporção direta das variações do nível de atividade”. Definem-se como os custos que variam em função da variação do volume de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no período. Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável e, ao contrario, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável. (DUTRA, 2003, P. 47). Quando um custo tem uma relação direta e proporcional com o volume de produção, de venda ou de outra atividade, denomina-se esse custo como custo variável, e estão intimamente relacionados com a produção, isto é, crescem com aumento do nível de atividade da empresa, como os custos de matéria-prima. 24 2.2.3 Sistemas de custeio Nesta seção serão descritos os sistemas de custeio referentes aos custos para elaboração do projeto. Para Beulke (2006). Os sistemas de custeio referem-se aos itens de custos a serem apropriados aos produtos, mercadorias e serviços. Nesse sentido, existem dois sistemas mais tradicionais, que são o sistema de custeio integral (ou absorção) e o sistema do custeio marginal (ou direto), e também existe um sistema mais recente, denominado sistema do custeio por atividade (ou ABC). Custeio integral (ou por absorção): Caracteriza-se pela apropriação de todos os custos aos produtos (tanto variáveis como fixos, ou então tanto diretos como indiretos) (BEULKE 2006). É o mais utilizado quando se trata de apuração de resultado e consiste em associar aos produtos e serviços os custos que ocorrem na área de elaboração, ou seja, os gastos referentes às atividades de execução de bens e serviços. (Dutra 2003, p.226). Esse método, não considera as despesas como integrantes dos estoques dos bens e serviços, mas todos os custos aplicados em sua obtenção. Segundo Beulke (2006, p.32) “Os custos e as despesas fixas assumiram proporções bem mais significativas dentro da estrutura do custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços”. Com o crescimento da participação nos custos fixos, rateios por critérios genéricos podem determinar erros consideráveis em termos de sub ou supercusteamento de produto, mercadorias e serviços. Custeio marginal (ou variável): Parte do principio de que um produto, uma mercadoria ou um serviço são responsáveis apenas pelos custos e pelas despesas variáveis que geram (BEULKE 2006). Ainda de acordo com esse autor são custos e despesas que surgem com o produto e desaparecem com ele. Já para Dubois (2006, p.129) “Pode ser definido como aquele na quais os custos fixos são alocados aos resultados como se fossem despesas, enquanto os custos e despesas variáveis são elementos fundamentais para a obtenção da margem de contribuição”. Nesse sistema, tais custos e despesas constituem uma efetiva responsabilidade de um produto, uma mercadoria ou um serviço, logo não existem 25 conceitos de custo total e resultado do produto, existe apenas um custo variável e uma margem de contribuição do produto, da mercadoria, ou do serviço. Custeio por atividade (ABC): Originou-se da tentativa de melhorar a qualidade de informação contábil para a tomada de decisão, principalmente com relação à produtividade da força de trabalho e à definição do mix ideal de produção. (DUTRA, 2003). Para Dutra (2003, p.234) “Esse método atribui aos objetos de custeio – produtos, serviços, clientes, etc. – todos os custos e despesas, sendo os diretos por apropriação e os indiretos rastreados por direcionadores de custos”. Já para Dubois (2006, p.154) “É um método de custeio que descarta as distorções provocadas pelo rateio indiscriminado dos custos indiretos de fabricação”. 2.2.4 Termos utilizados Nesta seção serão descritos os termos utilizados para a elaboração do projeto. Despesas: Para Gonçalves (2004, p. 88) “São gastos não correspondidos nos custos, consumidos direta ou indiretamente no esforço da entidade de auferir receitas”. As despesas não são sinônimos de custos, uma vez que este último é relacionado com o processo produtivo de bens ou serviços, enquanto que despesa diz respeito (de uma forma genérica) aos gastos com a manutenção das atividades da entidade. De acordo com Dutra (2003, p. 33) “é a parcela do gasto que ocorre desligada das atividades de elaboração dos bens e serviços. São gastos incorridos durante as operações de comercialização”. Há gastos que não são nem nunca serão custos, porque não preenche a condição básica de estarem vinculados ao processo de produção de bens ou serviços ou à atividade de aquisição de mercadorias para revenda. 26 Para Bruni (2006, p.82) “Correspondem ao bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, não são associados à produção de um produto ou serviço”. Investimentos: É o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão ser empregados em períodos futuros. (BORNIA, 2002). Segundo Dubois (2006, p.15) “É todo gasto ocorrido na aquisição de bensque serão estocados pela empresa até o momento da sua utilização, isto é, do seu consumo”. Também são considerados investimentos os valores que a empresa gasta na aquisição de bens patrimoniais, como máquinas, equipamentos, instalações etc. (DUBOIS, 2006, p. 15). Receita: Constitui a recuperação do custo por parte da empresa, como produto de sua atividade econômica. (FRANCO, 1990). É decorrente das operações normais e habituais da empresa. Numa indústria, a receita operacional decorre das vendas dos produtos que a empresa fabrica, numa empresa comercial, decorre das vendas de mercadorias, nas empresas privadas a receita corresponde normalmente ao produto de venda de bens ou serviços (chamado no Brasil de faturamento), já nas empresas de prestação de serviços, logicamente, decorrerá dos serviços prestados. (SILVA 2006). A receita operacional liquida é efetivamente a parte que ficará para a empresa cobrir seus custos e despesas e para gerar lucro. Já a receita operacional bruta, muitas vezes aparece também como a denominação vendas bruta, representando, portanto, o faturamento bruto da empresa. Receita é a entrada monetária que ocorre em uma empresa ou patrimônio, em geral sob a forma de dinheiro ou de créditos representativos de direitos. Receitas não-operacionais: Os valores relativos às receitas decorrentes de transações eventuais, isto é, algo que não é recorrente, que não se repete habitualmente. (SILVA, 2006). Custos: Custos são classificados como os gastos efetuados para fabricar produtos os prestar serviços ocorrendo durante todo o processo produtivo até a etapa em que estará disponível ao cliente. Wernke (2005). Segundo Bornia (2002, p.36) “No que se referem ao controle, os custos podem, por exemplo, indicar onde podem estar ocorrendo problemas ou situações não-previstas, por meio de comparações com padrão e orçamentos”. 27 Já para Beulke (2006, p. 19). “Custo constitui a expressão monetária dos insumos e consumos ocorridos para a produção e venda de um determinado produto ou serviço”. Os sistemas de custos podem ajudar a gerência da empresa basicamente em duas maneiras: auxiliando o controle e as tomadas de decisão. Depreciação: Conceitua-se depreciação como sendo a diminuição do valor dos bens corpóreos que integram o ativo permanente, em decorrência de desgaste ou perda de utilidade pelo uso, ação da natureza ou obsolescência. (www.ccsa.ufpb.br). Os itens classificados como ativo imobilizado tangível estão sujeitos ao processo de depreciação, em decorrência da perda de funcionalidade desses ativos mediante o desgaste físico pelo uso, ação da natureza, obsolescência ou defasagem tecnológica. (SOUZA, 2002) Segundo Souza (2002, p.137) “A depreciação é aplicada em ativos adquiridos ou melhorias realizadas, com vida útil superior a um exercício social”. Exemplo: Depreciação em função do tempo. Aquisição de maquinário R$ 15.000,00, com vida útil estimada de 05 anos, o valor da quota de depreciação representa 20% do valor do bem. Cálculo: R$ 15.000,00 x 20% = R$ 3.000,00. Exemplo: Depreciação em função da produção. Valor a ser depreciado em função da capacidade de produção do bem a ser depreciado. Percentual de depreciação = Quantidade produzida no período Quantidade estimada a ser produzida durante a vida útil do ativo. 2.2.5 Análise Custo/Volume/ Lucro Os conceitos de custos fixos e variáveis permitem uma expansão das possíveis habilidades de análise dos gastos da empresa, em relação aos volumes produzidos ou vendidos, determinando pontos importantes para fundamentar futuras decisões. “Um conjunto de procedimentos, denominados análise de custos-volume- lucro, determina a influência no lucro provocado por alterações nas 28 quantidades vendidas e nos custos por alterações nas quantidades vendidas”. (BORNIA, 2002, p.71) A análise de custo/volume/lucro conduz a importantes conceitos como: margem de contribuição e ponto de equilíbrio. Margem de contribuição: A margem de contribuição é o montante das vendas diminuídas dos custos variáveis, (BORNIA 2002). Já para Hoji (2007, p.352) “ Margem de contribuição (MC) é o valor resultante das vendas (líquidas de impostos) deduzidas dos custos e despesas variáveis (CDVS)”. Uma vez apurada a margem de contribuição unitária (MCU), que é a margem de contribuição relativa a uma unidade do produto, basta multiplicá-la pela quantidade total de vendas para se conhecer a margem de contribuição total (MCT). Segundo Bruni (2006) “a margem de contribuição representa um dos mais importantes conceitos em gestão de custo, corresponde à folga das receitas sobre os gastos variáveis, sejam custos ou despesas”. Os efeitos práticos de sua utilização são evidentes, como a margem analisa apenas a relação entre receitas e gastos variáveis, geralmente diretos, foge da polêmica questão do rateio dos gastos indiretos. Exemplo: Preço unitário de venda (liquido de impostos): $ 10,00 (-) Custos variáveis unitários: $ 4,30 (-) Despesas variáveis unitárias: $ 0,90 (=) Margem de contribuição unitária (MCU): $ 4,80. Ponto de Equilíbrio: “Denomina-se ponto de equilíbrio o ponto em que o total da margem de contribuição da quantidade vendida/ produzida se iguala aos custos e despesas fixas”. (PADOVEZE, 2006, p.381). No ponto de equilíbrio (PE), a empresa está produzindo (e vendendo) a quantidade de produtos suficiente para cobrir, além dos custos e despesas variáveis, os custo e despesas fixas, ou seja, os custos e despesas totais. (HOJI, 2007). Exemplo: CV+ CF = ZERO. CV (custo variável) = 0,72 de RT (receita total) CF (custo fixo) = $ 5.600,00 Lucro = zero, condições para o ponto de equilíbrio. 29 Aplicando-se a fórmula da equação da receita, tem-se: RT= 0,72 RT + $ 5.600,00 = zero. 2.2.6 Mão-de-obra Consiste no segundo grande componente de custos contábeis. Corresponde aos esforços produtivos das equipes relacionadas à produção dos bens comercializados ou dos serviços prestados. (BRUNI 2006). Para Duboi (2006, p. 63) “Corresponde aos gastos que a empresa tem com o pessoal que estiver diretamente envolvido no manuseio da maquinaria ou na manipulação dos materiais durante a fase da produção de bens”. Poderia ser sempre subclassificada como aquela que pode com menor grau de erro e arbitrariedade ser alocada ao produto. (MARTINS, 1987). Segundo o autor é como a de um operador de um grupo de máquinas, aquela que só é apropriada por meio de fatores de rateio, de alto grau de arbitrariedade, como o das chefias de departamentos etc. 2.2.6.1 Composição do custo da mão-de-obra O custo da mão-de-obra compreende: � Remunerações; � Encargos trabalhistas e sociais; � Assistência medica; � Seguros e outros gastos decorrentes do vinculo empregatício. Segundo Dubois (2006, p. 62) “deve-se entender como custo da mão-de- obra o tempo efetivamente empregado na produção, apurado mediante apontamento, ponto eletrônico ou ainda qualquer outro meio”. 30 Os gastos adicionais à remuneração contratual agregam-se ao salário básico do empregado para compor o que deve ser entendido por custo de mão-de- obra. Exemplo: Cálculo da MOD – Base anual Suponha-se que um trabalhador tenha um salário de $ 4,50/hora. Tempo de trabalho: 220 horas/30 dias= 7,333333 horas/dia Ou 44 horas da semana de 6 dias = 7,333333 horas/ dia ( Lei trabalhista). 1° passo: Determinação do número de dias à disposição da empresa no ano: N° total de dias do Ano(-) DSR* (52 dias- 4 dias incluídos nas férias) (-) Férias (-) Feriados oficiais (em media) (=) n° de dias à disposição da empresa (NDD) 365 (48) (30) (12) 275 *DSR=Descanso semanal remunerado. 2° passo: Determinação do número de horas à disposição da empresa (NHD): 3° passo: Cálculo do custo/hora: Salários 2.016,67 horas x $ 4,50 9.075,02 DSR 48 dias x 7,333333 x $ 4,50 1.584,00 Férias 220 horas x $ 4,50 990,00 Adicional de férias 1/3 de $ 990,00 330,00 Feriados 12 dias x 7,333333 x $ 4,50 396,00 13° salário 220 horas x 4,50 990,00 Soma das remunerações 13.365,02 Encargos sociais (mínimo exigido por lei): 1.069,20 Custo total 18.149,69 Custo horas: $ 18.149,69/2.016,67 horas 9,00 Exemplo: Cálculo da MOD – Base mensal No caso da base mensal, o procedimento consta em determinar o custo mensal dividido pelo número de horas disponíveis no mês. NDD X Jornada = NHD 275 dias x 7,333333 = 2.016,67 horas/ano. 31 1° passo: Determinação do número de dias à disposição da empresa no mês: N° total de dias do mês (-) DSR (-) Feriados oficiais (estimativas) (=) n° de dias à disposição da empresa (NDD) 30 (4) (1) 25 2° passo: Determinação do numero de horas à disposição da empresa (NHD/mês): NDD x Jornada = NHD 25 dias x 7, 333333 = 1, 83,33 horas. A seguir, está demonstrado o custo mensal com base nos elementos que participam ativamente desta formulação, conforme itens ilustrativos, sempre tomando como base o salário de $ 4,50/ hora. Itens Salários 13° Salário Provisão de Férias Adicional de Férias Previdência Social s/ salários Previdência social s/ 13° salário Previdência s/ provisão de férias Previdência sobre adicional de férias FGTS s/ salários FTGS s/ provisão de férias FGTS s/ adicional de férias FGTS s/ 13° salário Cálculo 220 horas x $ 4,50 1/12 do salário 1/12 do salário 0,333333 x provisão de férias 27,8% s/ $990,00 27,8% s/ $82,50 27,8% s/ $ 82,50 27,8% s/ $ 27,50 8% s/ $ 990,00 8% s/$ 82,50 8 s/ $ 27,50 8% s/$ 82,50 $ 990,00 82,50 82,50 27,50 275,22 22,94 22,94 7,65 79,20 6,60 2,20 6,60 Custo mensal 1.605,85 Custo-hora: $ 1.605,85 / 183,33 horas no mês 8,76 32 2.3 Formação no Preço de Venda A formação no preço de venda vem sendo apontada como a decisão mais importante que as empresas devem tomar, mas saber, com certeza, se isto é verdade é uma questão aberta ao debate. A Ciência Econômica determina que a formação de preços dos bens e serviços ocorre a partir das leis da oferta e da procura. (DUBOIS, 2006, p. 216). Ainda segundo esse autor, enquanto a oferta tentará vender certo bem praticando o maior preço de venda, a demanda optará por adquirir o mesmo produto ao menor preço possível. O problema da formação do preço esta ligada às condições de mercado, às exigências governamentais, aos custos, ao nível de atividade e a remuneração do capital investido. Segundo Santos (1995, p.165) “A tarefa de determinar preços de venda é influenciada por múltiplos fatores, relativos aos custos ou aos valores percebidos”. Uma das tarefas mais importante do administrador financeiro na decisão sobre preço de venda é prestar informações, a própria decisão sobre preços geralmente envolve considerações de dados tanto qualitativos quanto quantitativos. Segundo Lere (1979, p.3) “Quem fixa preço também tem de fazer estimativas sobre o que os consumidores esperam e farão numa determinada situação”. Num mercado competitivo, os preços são formados pela lei da oferta e procura, então, dado um determinado nível de preço no mercado para seu produto ou serviço, a empresa avalia se seu preço ideal de venda é compatível com aquele vigente no mercado. Preço: Para Santos (1995) “O preço estabelecido por uma empresa pode ser influenciado por fatores econômicos e de custos”. Segundo Lere (1979) “O preço de venda de um produto qualquer é formado pelos seus custos marginais e pela sua margem de contribuição, composta dos custos estruturais fixos e do lucro”. Markup: é uma taxa predeterminada que se adiciona sobre a base, que pode ser custo total, custo variável, custos e despesas variáveis, custo de matéria- prima, etc., com o objetivo de determinar o preço de venda. (HOJI, 2007). 33 Já para Santos (1995, p.134) “Genericamente o markup pode ser empregado de diferentes formas, aplicando sobre os gastos de determinado bem ou serviço, permitindo a obtenção do preço de venda”. Segundo Hoji (2007, p.372). ”Pela sua simplicidade, é um método amplamente utilizado, principalmente em empresas de pequeno e médio porte”. 2.4 Impostos ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação). Segundo Ribeiro (1997, p.67) “é um imposto de competência estadual incidente sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços como o fornecimento de energia elétrica, transportes e comunicações”. De acordo com o autor o ICMS é calculado mediante a aplicação de uma alíquota (porcentagem) sobre o valor das mercadorias e dos serviços, podendo variar de acordo com o tipo da mercadoria ou do serviço, sua origem e destinação. IPI (Imposto sobre produtos Industrializados). Para Ribeiro (1997, p.71) “é um imposto de competência federal exigido principalmente das empresas industriais”. Segundo o mesmo não incide sobre todos os produtos e é considerado não- cumulativo: o valor do imposto pago na compra de matérias-primas ou de outros materiais aplicados na produção é compensado do imposto a pagar das operações subseqüentes de vendas de materiais ou de produtos. 2.4.1 Simples Nacional O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido previsto na Lei Complementar nº. 123, de 14.12.2006, aplicável às 34 Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007. (www.receita.fazenda.gov.br). (apêndice). Consideram-se ME, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00. Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos: � Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); � Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); � Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); � Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); � Contribuição para o PIS/PASEP; � Contribuição para a Seguridade Social (cota patronal); � Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); � Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). O Simples Nacional possui as seguintes características: 1. Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 2. É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. 3. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: � Enquadrar-se na definição de microempresaou de empresa de pequeno porte; � Cumprir os requisitos previstos na legislação; e � Formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: � Ser facultativo; � Ser irretratável para todo o ano-calendário; 35 � Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, COFINS, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica; � Apuração e recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação; � Disponibilização às ME e às EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido; � Apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; � Vencimento no último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao do período de apuração; � Possibilidade de os Estados adotarem sublime de EPP em função da respectiva participação no PIB. 2.5 Farmácia de Manipulação Farmácia é uma ciência antiga cujos antecedentes se perdem no tempo, intrinsecamente ligada à medicina, foi ganhando terreno à medida que o homem foi necessitando de soluções para os males que o acometiam. Segundo vários pesquisadores, a origem da palavra farmácia advém do vocabulário grego pharmakon, que significa remédio, outros sugerem uma conexão com o termo egípcio phar-maki “que proporciona segurança”. Porém, a farmácia como ciência começou a existir muito antes que a própria denominação, tornando-se impossível saber sua origem exata, porque desde épocas remotas o homem já manipulava ervas como meio de aliviar suas dores. (www.homeopatiaalmeidaprado.com.br). No Brasil, antes de 1500, os índios já curavam as doenças com as ervas naturais. Os primeiros boticários oficiais que aportaram no país, vindos de Portugal, eram os padres jesuítas. Sugiram assim as primeiras boticas, onde se podia encontrar desde drogas e medicamentos das grandes metrópoles até plantas medicinais indígenas da terapêutica dos pajés. (www.sebrae.com.br) Os boticários foram desaparecendo por força de lei, que atribui somente aos farmacêuticos formados o direito de exercer a profissão. A lei n° 3.820, de 11 de 36 novembro de 1960, criou os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia, concretizando ideais de classe e reconhecendo a profissão de farmacêutico. As farmácias magistrais, mais conhecidas como farmácias de manipulação são aquelas que oferecem atendimento personalizado, a quantidade e a concentração exata do medicamento prescrito pelo médico estão ganhando cada vez mais espaço no mercado, o que tem incomodado a indústria farmacêutica, que recentemente começou uma campanha para limitar a atuação das farmácias magistrais, querendo dentre as mudanças, que muitos princípios ativos não possam ser manipulados, o que acarretaria prejuízos para a população. (www.homeopatiaalmeidaprado.com.br). De acordo com a Associação dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), no Brasil hoje mais de quarenta milhões de pessoas não tem acesso a medicamentos e este número tende a aumentar se a população perder a opção pelas fórmulas manipuladas, já que o medicamento é personalizado e preparado exclusivamente para as necessidades de cada indivíduo. Um processo semelhante ao fracionamento de medicamentos. Existem hoje mais de cinco mil estabelecimentos que geram sessenta mil empregos diretos. Catorze mil e quinhentos farmacêuticos trabalham com manipulação, segundo a Anfarmag. O segmento é um dos últimos redutos de tecnologia nacional na produção de remédios e as farmácias de manipulação representam um papel preponderante nas micro-economias, cerca de 90% dos estabelecimentos caracterizam-se por pequenas empresas de capital exclusivamente nacional. (www.necnet.net). O mecanismo de manipulação consiste na junção de substâncias, que além de analisadas e controladas são ajustáveis ao paciente, diferente dos medicamentos industriais, produzidos em larga escala, um diferencial que agrada ao usuário tanto quanto o custo reduzido. O medicamento manipulado é mais barato que o industrial por conta da dosagem do medicamento, que é receitada conforme a necessidade do paciente, evitando, assim, gastos desnecessários com o excesso de medicamento. Quanto ao controle de qualidade dos medicamentos das farmácias de manipulação, é feito pela ANVISA, na instância federal, e pelas vigilâncias sanitárias municipais e estaduais, na instância regional. A cada três meses as farmácias enviam mapas de entrada e saída das substâncias utilizadas à vigilância sanitária, regra esta, determinada pela Portaria n° 344 da ANVISA. (www.anvisa.gov.br). 37 2.6 Empresa Familiar Apesar de muitos acreditarem que família e empresa,quando reunidas, tendem a reduzir reciprocamente a sua eficiência, a história das empresas familiares bem sucedidas mostra que isso não precisa acontecer necessariamente. Não é a família em si que atrapalha a empresa, ou vice-versa, mas a ignorância dos problemas desse relacionamento e a falta de um código de relações. (Lodi, 1987). Segundo Bernhoef (1989, p.35) “Uma empresa familiar é aquela que tem sua origem e sua história vinculadas a uma família; ou ainda, aquela que mantém membros da família na administração dos negócios”. Ainda de acordo com esse autor, o conceito de empresa familiar nasce geralmente com a segunda geração de dirigentes, ou porque o fundador pretende abrir caminho para ele entre os seus antigos colaboradores, ou porque os futuros sucessores precisam criar uma ideologia que justifique a sua sucessão ao poder. Para Lodi (1987, p.7) “A sucessão é determinada ao longo prazo pela maneira como os pais constituíram e educaram a família, preparando-a para o poder e a riqueza”. A importância de se encaminhar o processo da sucessão pode ser avaliada pelos inúmeros casos traumáticos que nos últimos anos, foi possível observar e quando não é tratado no seu devido tempo, acarreta sérios problemas posteriores. A sucessão quando não resolvida de forma adequada, pode vir a ser matéria de conflitos jurídicos, que vão parar nas barras dos tribunais. Portanto esta deve ser encaminhada como um processo, engajando as várias partes interessadas. (BERNHOEFT, 1989). A utilização da palavra “processo” tenta caracterizar a necessidade de atividades programadas, onde cada segmento envolvido tenha uma responsabilidade e um papel a desempenhar na continuidade do negócio. A falta de uma solução para o encaminhamento do processo da sucessão pela via familiar pode ocorrer por vários motivos, entre eles: divergências entre sócios; número excessivo de sucessores (filhos, genros, noras, etc.); falta de liderança; insegurança dos funcionários quanto ao seu futuro; etc. Existem alguns empresários que preferem adora a filosofia do: “deixa como está para ver como é que fica”, acreditando que o tempo é a melhor solução. Segundo Bernhoeft (1989, p.165) “É uma alternativa, mas quem a escolher precisará estar preparado para arcar com todas as conseqüências disso”. 38 As crenças são determinantes no sucesso de qualquer empreendimento e não poderia ser diferente no caso das empresas familiares. É fundamental que os responsáveis pela gerência das empresas pesquisem e conheçam os valores que permeiam suas organizações, muito da imagem e do sucesso contínuo no mundo dos negócios depende de uma “cultura organizacional” transparente para os gerentes e funcionários. 39 3.DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO Esta seção é reservada para a demonstração dos resultados do trabalho, iniciando pela caracterização da empresa, apresentação dos resultados e conclusões, respondendo os objetivos propostos neste trabalho. 3.1 Caracterizaçãoda Empresa ou da Organização A Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação iniciou suas atividades em 11 de setembro de 2001, na cidade de Camboriú (SC). Contava com a farmacêutica / proprietária e mais duas funcionárias. A proprietária não possuía nenhuma experiência na área administrativa e não realizou nenhum levantamento sobre o mercado consumidor. A intenção inicial da proprietária era abrir a farmácia no município de Balneário Camboriú, mas como estava com dificuldades para encontrar uma sala comercial com boa localização, optou por abri-la em Camboriú, baseada simplesmente no fato de que não havia nenhuma farmácia magistral no município. No início a formação do preço dos medicamentos era feita com base em listagem de preços fornecidos por farmácias magistrais de pessoas conhecidas da proprietária. Logo esta forma mostrou-se muito ineficaz, pois as farmácias que cederam as listagens estavam localizadas em municípios distantes e os preços praticados pelas farmácias da região – Balneário Camboriú e Itajaí – eram muito diferentes. Surgiu então a necessidade de buscar informações em algumas áreas específicas, como por exemplo, administração e marketing. Por isso formaram-se dois setores distintos dentro da empresa: administrativo e farmacêutico. O farmacêutico ficou sob a responsabilidade da farmacêutica e o administrativo sob a responsabilidade de uma sócia. Desde sua fundação, a Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação assumiu um compromisso com a qualidade no desenvolvimento de suas 40 formulações, conquistando confiança e credibilidade junto aos médicos e seus pacientes. O cliente é quem determina os caminhos a serem percorrido, portanto ouvi- los e saber de suas expectativas é sempre o mais importante. Atualmente a empresa conta com a farmacêutica / proprietária, uma gerente administrativa, duas atendentes e duas técnicas especializadas na manipulação de fórmulas. O trabalho da empresa é baseado no atendimento, na ética e na relação de parceria com os clientes para estabelecer uma relação duradoura e de credibilidade em que todos agreguem valor superior como benefícios adicionais. Missão: Promover a manutenção da saúde e da qualidade de vida, através da manipulação de fórmulas magistrais e oficinais. Visão: Ser reconhecida pela competência na manipulação de formulações que assegurem eficiência e segurança no tratamento e na manutenção da saúde dos clientes. Valores e Crenças: � Ética; � Honestidade; � Conhecimento científico; � Parceria qualificada e alinhada com a missão e a visão da empresa; � Valorização dos colaboradores e responsabilidade publica; � Qualidade do produto; � Assistência ao cliente; � Nossa imagem como símbolo da eficiência e segurança; � Lucro como sinônimo de desenvolvimento da empresa. A Oficina de Misturas tem por objetivo atuar como uma extensão do trabalho médico, produzindo medicamentos, cosmecêuticos, produtos odontológicos e veterinários a um preço justo e em tempo adequado, por entender que a saúde é o comprometimento maior. Neste processo, cada receita é tratada de maneira única e é produzida artesanalmente para atender as necessidades individuais de cada cliente. Os medicamentos produzidos pela farmácia de manipulação apresentam algumas vantagens em relação aos medicamentos industrializados: � Manipulação de ativos não comercializados pela Indústria; 41 � Flexibilidade na posologia e concentração; � Associação de fármacos, melhorando efeito terapêutico; � Adaptação da forma farmacêutica, caso seja conveniente; � Escolha do veículo apropriado; � Minimiza superdosagens e a automedicação; � Disponibiliza medicamentos mediante receita médica e na quantidade adequada, proporcionando personalização; � Segurança clínica ao prescritor a ao paciente; � Prestação da assistência farmacêutica. Para garantir a qualidade do medicamento produzido na Oficina de Misturas, todos os pedidos são informatizados, sendo possível rastreá-lo desde o registro da fórmula, todas as etapas da produção, até o momento da dispensação do produto pronto. A empresa conta com cinco laboratórios: Controle de Qualidade, Manipulação de Líquidos e Semi Sólidos, Manipulação de Sólidos, Manipulação de Hormônios e Manipulação de Antibióticos. Os clientes que compram na Oficina de Misturas distinguem-se claramente em dois grupos: pessoas que utilizam medicamento de “uso contínuo” e buscam um menor preço e outros que fazem tratamentos médicos especializados e têm a necessidade de produtos em dosagens individualizadas. A Farmácia de Manipulação utiliza fornecedores de matérias-primas, embalagens para produtos farmacêuticos, sacolas plásticas e de papel, rótulos, suprimentos de informática, produtos químicos, material de laboratório e produtos farmacêuticos prontos. A Oficina de Misturas é a única farmácia de manipulação do município de Camboriú, suas concorrentes situam-se em municípios próximos. 3.1.1 Descrição do Processo de Manipulação Depois de conferida e assinada pelo farmacêutico, a Ordem de Produção passa para a Área de Laboratórios e é encaminhada para o Laboratório onde será 42 manipulada: Laboratório de Sólidos, Laboratório de Líquidos e Semi Sólidos, Laboratórios de Hormônios, Laboratório de Antibióticos. O farmacêutico ou o responsável pela pesagem da fórmula irá separar as matérias-primas e materiais necessários para a manipulação da fórmula. Em seguida efetuará a pesagem e procederá a tamisação ou homogeneização da fórmula. Em seguida identificará a fórmula e irá armazená-la em local adequado. Procederá então à higienização da área de Pesagem, guarda das matérias-primas utilizadas e iniciará nova pesagem. Esta fórmula, devidamente identificada, passará para o manipulador que, após escolha da cápsula e embalagem adequada, irá encapsular e embalar as fórmulas de Sólidos ou apenas embalar os Líquidos e Semi Sólidos. Identificará cada formulação que passará então para o Setor de Rotulagem. O responsável pela Rotulagem irá imprimir cada rótulo, fará a conferência do medicamento, procederá à Rotulagem e à colocação das etiquetas informativas e finalizará o processo de manipulação, enviando o medicamento para a área de Dispensação. Fonte: Adaptado por estagiaria Tempo médio para a manipulação de uma fórmula desde a pesagem até a rotulagem, independente do número de cápsulas ou volume do produto: 15 minutos. ORDEM DE PRODUÇÃO PESAGEM MANIPULAÇÃO ROTULAGEM DISPENSAÇÃO 43 3.1.2 Processo de Limpeza e Sanitização dos Laboratórios Após a manipulação de cada fórmula, os materiais utilizados são encaminhados para o local específico para Lavação de Materiais. As bancadas são limpas com pano úmido, após com pano embebido em álcool 96° e pano embebido em álcool 70°. Nos horários pré-determinados, os materiais são lavados com água corrente e detergente neutro, passados no álcool 96° e colocados na estufa para esterilização. No final das atividades de manipulação o ambiente é borrifado com uma Solução Sanitizante de Clorhexidine. O procedimento de limpeza é realizado diariamente antes do horário de funcionamento dos Laboratórios. O piso é limpo com pano úmido e após com pano embebido em álcool 70°. Todas as superfícies expostas – bancadas, lixeiros, estufas, prateleiras, etc. – são limpas com pano embebido em álcool 96° e depois álcool 70°. Semanalmente são limpos: teto, paredes internas, portas, vidros, ralos, filtros de ar condicionado e sistema de exaustão, rodapés e armários, utilizando pano úmido e pano embebido em álcool 70º. Mensalmente é realizada a limpeza dos equipamentos: balanças, estufas,ar condicionado, etc. 3.1.3 Estrutura Funcional Fonte: Elaboração própria. PROPRIETÁRIO / SÓCIO GERENTE CONTABILIDADE ADMINISTRATIVO LABORATÓRIO DISPENSAÇÃO MANIPULAÇÃO 44 Proprietário e Sócio – gerente: Responsáveis pela administração da empresa. Administrativo: Responsável por todas as atividades administrativas. Contabilidade: Serviço terceirizado, responsável por toda a parte contábil da empresa. Laboratório: Área onde ocorre todo o processo de manipulação. Manipulação: Responsável pela elaboração dos medicamentos. Dispensação: Responsável pela venda dos medicamentos manipulados. 3.1.4 Layout Por se tratar de uma farmácia, é fundamental ter um layout adequado, com um ambiente bem iluminado, parede, piso, vidros e fachada limpos e visíveis. A fachada possui placa luminosa e “ploter” que permitem uma identificação visual adequada tanto durante o dia, quanto durante a noite. Além disso, possui vitrines externas e porta de blindex que permitem a visualização do interior do estabelecimento. A planta interna está dividida em duas áreas: Área “Suja” e Área “Limpa”. Da Área Suja – onde não há necessidade de usar paramentação específica – fazem parte à Área de Dispensação, Área de Atividades Administrativas, Refeitório, Depósito, Almoxarifado, Depósito de Materiais de Limpeza, Sanitário e Vestiário. A Área de Dispensação possui estantes apenas próximas às paredes, de forma a privilegiar o acesso ao balcão de atendimento, onde é realizada a encomenda e entrega de todos os medicamentos. Na Área “Limpa” é necessário utilizar paramentação completa (calça, camiseta, avental, touca, propé, tênis, meias, máscara e luvas). Esta área compreende a Sala de Paramentação, a Área de Armazenamento de Matérias – Primas e Embalagens, a Área de Lavação de Materiais e os Laboratórios de Controle de Qualidade, Laboratório de Hormônios, Laboratórios de Antibióticos, Laboratório de Sólidos e Laboratório de Líquidos e Semi-Sólidos. 45 3.1.4.1 Planta Baixa Fonte: Elaboração própria. SANITÁRIO CONTROLE QUALIDADE ESTOQUE DE EMBALAGENS E MATÉRIAS PRIMAS LABORATÓRIO HORMÔNIOS LABORATÓRIO DE SÓLIDOS LABORATÓRIO LÍQUIDOS E SEMI - SÓLIDOS ÁREA ADMINISTRATIVA REFEITÓRIO DISPENSAÇÃO LABORATÓRIO ANTIBIÓTICO VESTIÁRI0 SALA DE PARAMENTAÇÃO 46 3.2 Resultados da Pesquisa A seguir apresentam-se na tabela 1 as receitas relacionadas ao ano de 2007 da Oficina de Misturas Farmácia de Manipulação Ltda. Tabela 1 – Receita. Receitas ano 2007 QTD Valor Total Cápsula 11931 305.312,80 Creme 706 16.741,20 Solução 505 6.816,80 Sache 293 14.699,80 Shampoo 185 4.159,30 Gel 175 4.771,80 Loção 92 2.854,00 Sabonete 69 1.140,10 Xarope 69 1.441,90 Floral 68 748,50 Gel-Creme 64 1.715,30 Matéria-prima 47 1.071,50 Esmalte 28 387,00 Pomada 17 245,50 Óleo 16 284,20 Condicionador 7 56,10 Pó 4 61,20 Talco 3 57,50 TOTAL 14279 R$ 362.564,50 Fonte: Dados adquiridos software da empresa “Farma Fácil”. Podem-se verificar na tabela anterior todos os produtos manipulados, sua quantidade e os valores totais das receitas durante o ano de 2007. Esses dados foram coletados no software “Farma Fácil” que se refere ao sistema de vendas da empresa, sendo que o mesmo calcula os preços de vendas atribuídos aos produtos, com base na matéria prima e embalagens e em mais um percentual cadastrado. Cápsulas: refere-se à veiculação de medicamentos diversos de consistência sólida e representa o maior valor de receitas da empresa; Creme: refere-se a óleos emulsionados de modo a formar um liquido espesso ou um sólido mole; e também tem grande representação nas receitas; Solução: refere-se às misturas homogêneas de líquidos em sólidos; Sachet: refere-se à veiculação dos fármacos de consistência sólida e líquida; 47 Shampoo: refere-se a uma solução especifica para a limpeza dos cabelos; Gel: refere-se a misturas semi-solidas que se liquefazem quando aplicadas na pele; Loção: refere-se às suspensões de um pó insolúvel em água ou substâncias dissolvidas num líquido espesso; Sabonete: refere-se a uma solução líquida utilizada para higiene pessoal; Xarope: refere-se a fármacos dissolvidos numa solução concentrada de açúcar; Floral: refere-se a um preparo natural farmacêutico, semi-homeopático elaborado a partir de extratos de flores; Gel – creme: refere-se a uma mistura aquosa com consistência mais leve; Matéria – prima: refere-se ao material utilizado no sistema de produção de propriedade farmacológica; Esmalte: refere-se a um liquido aplicado nas unhas para proteção; Pomada: refere-se às preparações semi-solidas numa base untuosa, completa ou moderadamente absorvida pela pele; Óleo: refere-se a um fármaco liquido e viscoso utilizados nas formas farmacêuticas; Condicionador: refere-se a uma solução para melhorar a textura e o aspecto dos cabelos; Pó: refere-se a medicamentos sólidos que são misturados ou não a líquidos antes de sua administração; Talco: refere-se a partículas sólidas de um fármaco, com a pouca produtividade desse produto o mesmo não tem grandes representações na receita total da empresa. RECEITAS CAPSULAS CREMES SOLUÇOES SACHES SHAMPOO GEL LOÇÃO SABONETES XAROPE FLORAL GEL - CREME MATERIA - PRIMA ESMALTE POMADA OLEO CONDICIONADOR PÓS TALCO 48 Na tabela 2 apresenta-se o custo com matéria – prima dos medicamentos manipulados da Oficina de Mistura Farmácia Manipulação referente ao ano de 2007. Tabela 2 – Custos com matéria-prima. Custos variáveis QTD Matéria-prima Cápsula 11931 28.284,12 Creme 706 3.401,02 Solução 505 4.316,44 Sache 293 2.263,73 Shampoo 185 1.243,90 Gel 175 883,46 Loção 92 314,54 Sabonete 69 161,41 Xarope 69 93,33 Floral 68 100,00 Gel-Creme 64 234,47 Matéria-prima 47 154,60 Esmalte 28 25,09 Pomada 17 10,11 Óleo 16 18,69 Condicionador 7 8,61 Pó 4 2,27 Talco 3 2,72 TOTAL 14279 41.418,50 Fonte: Dados adquiridos software da empresa “Farma Fácil”. Na tabela acima percebe-se os custos com matéria-prima apurado pela empresa em todo ano de 2007. Esses valores representam a aquisição de matérias primas para a manipulação dos medicamentos, nota-se que as quantidades adquiridas são relevantes à demanda dos produtos manipulados pela empresa. CUSTOS COM MATERIA- PRIMA CAPSULAS CREMES SOLUÇOES SACHES SHAMPOO GEL LOÇÃO SABONETES XAROPE FLORAL GEL - CREME MATERIA - PRIMA ESMALTE POMADA OLEO CONDICIONADOR PÓ TALCO 49 Na tabela 3 apresentam-se os custos variáveis da empresa Oficina de Mistura Farmácia Manipulação referente ao ano de 2007. Tabela 3 – Custos variáveis Custos variáveis QTD Matéria Prima Embalagens Custo Variável Cápsula 11931 28.284,12 7.820,87 36.104,99 Creme 706 3.401,02 462,79 3.863,81 Solução 505 4.316,44 331,03 4.647,47 Sache 293 2.263,73 192,06 2.455,79 Shampoo 185 1.243,90 121,27 1.365,17
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