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Trabalho Módulo 3

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM PATRIMÔNIO, DIREITOS CULTURAIS E CIDADANIA
 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Docentes:   Francisco Humberto Cunha Filho
 Vânia de Oliveira
                               
Discentes: Ana Paula Rodrigues Campos
Mayke Anderson Lima 
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O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 O patrimônio se relaciona diretamente à idéia de propriedade. A propriedade é noção universal da cultura humana, pois todos os povos conhecem alguma forma de propriedade, seja ela individual ou coletiva. Assim, todos os objetos materiais que podem ser encontrados no cotidiano das sociedades são considerados propriedade. A propriedade é um tipo de criação social. Não é suficiente a existência de um objeto em si para que ele seja relevante para o grupo social, deve ser a ele atribuído um valor, socialmente construído, e devem existir normas que regulem sua circulação e permanência dentro do grupo, estabelecendo uma rede de relações entre pessoas . 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 O termo patrimônio traz em sua essência uma relação estreita com a idéia de herança: algo a ser deixado ou transmitido para as futuras gerações. A continuidade de um grupo social, ou mesmo de uma família ou tradição exige que haja a transmissão da propriedade considerada como patrimônio desse grupo ou família, e do status relativo a tal propriedade, de uma geração para a seguinte.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 Nos últimos anos, o conceito “patrimônio cultural” adquiriu um peso significativo no mundo ocidental. De um discurso patrimonial referido aos grandes monumentos artísticos do passado, interpretados como fatos destacados de uma civilização, se avançou para uma concepção do patrimônio entendido como o conjunto dos bens culturais, referente às identidades coletivas. Desta maneira, múltiplas paisagens, arquiteturas, tradições, gastronomias, expressões de arte, documentos e sítios arqueológicos passaram a ser reconhecidos e valorizados pelas comunidades e organismos governamentais na esfera local, estadual, nacional ou internacional.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 O patrimônio histórico e cultural pode ser definido como o conjunto das manifestações que emanam da sociedade num determinado local ao longo do tempo, abrangendo diversos campos, desde as artes, edificações e praças até o próprio modo de viver, o paisagismo, os saberes e celebrações. Desta forma, tornam-se referência simbólica dos cidadãos em relação ao espaço no qual habitam e constituem a própria identidade da cidade.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 Preservar o patrimônio histórico e cultural faz com que as marcas de sua história se perpetuem no tempo, assegurando sua diversidade cultural.
 As primeiras manifestações efetivas em prol da preservação do patrimônio histórico e cultural ocorreram no século XIX, após a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, inicialmente criada para restaurar os monumentos e edifícios históricos destruídos no decorrer da guerra.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 A proteção do patrimônio histórico e cultural, no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro, encontra respaldo em leis específicas, como o Decreto-Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, na  Constituição Federal e em tratados internacionais.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Fonte: Wikipédia - Lei brasileira de preservação do patrimônio histórico e cultural
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 A importância da promulgação do Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, reside no fato de que organizou a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e instituiu o instrumento do tombamento. Na realidade, a política preservacionista brasileira data do início desse século, com a criação da Inspetoria de Monumentos Nacionais, em 1934, iniciativa pioneira do poder público no sentido de institucionalizar uma ação de proteção do patrimônio cultural brasileiro. Organiza-se aí o Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), que define o patrimônio como sendo: “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”. Transformado posteriormente em Iphan, este órgão divide hoje a tarefa de identificação e tombamento do patrimônio histórico, cultural e artístico com estados e municípios. 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 O tombamento dos bens imóveis pode ser realizado em qualquer uma das instâncias da federação, e em cada uma delas obedece-se à mesma legislação. Tombamento é o reconhecimento oficial de um bem junto aos órgãos de registro patrimonial. O decreto-lei no 25, de 30 de novembro de 1937, regulamenta a proteção dos bens culturais no Brasil. De acordo com a legislação, um bem tombado deve ser preservado e suas características originais devem ser mantidas pelo proprietário do imóvel. 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 A Constituição de 1988 coloca a competência dos entes políticos, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios a proteção de documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, na medida em que inclui os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos, inclusive devendo ser impedidas as destruições e descaracterizações de tais objetos, conforme o art. 23, III e IV. 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 A Constituição estabelece no art. 216 que o Patrimônio Histórico Cultural brasileiro constitui em bens da natureza, que venham a ter algum significado para algum grupo dentro da sociedade brasileira. Tais bens incluem, segundo a mesma, modos de criar, fazer, viver, criações artísticas e tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Ou seja, tudo o que represente a identidade de um povo ou grupo dentro da sociedade, deve ser considerado um patrimônio histórico-cultural.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Fonte: Google imagens , Patrimônio Cultural Brasileiro. 
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O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 Assim, podemos afirmar que “Patrimônio Cultural” compreende três categorias de elementos significativos da memória social de um povo ou de uma nação. A primeira categoria engloba os elementos da natureza; do meio ambiente. A segunda representa o produto intelectual, a acumulação do conhecimento, do saber, pelo homem no decorrer da história. A terceira abarca os bens culturais enquanto produtos concretos do homem, resultantes da sua capacidade de sobrevivência ao meio ambiente .
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 A Constituição Federal de 1988 amplia a legislação relativa ao patrimônio cultural, e define as competências de promoção, regulamentação e fiscalização das práticas de preservação, atribuindo um papel mais significativo para o âmbito da administração municipal, e a participação popular nos processos.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 Qualquer pessoa física ou jurídica poderá solicitar o tombamento de qualquer bem ao Iphan, bastando, para tanto, encaminhar correspondência à Superitêndencia do Iphan em seu Estado, à Presidência do Iphan, ou ao Ministério da Cultura. Para ser tombado, o bem passa por um processo administrativo que analisa sua importância em âmbito nacional e, posteriormente, o bem é inscrito em um ou mais Livros do Tombo.
Os bens tombados estão sujeitos à fiscalização realizada pelo Instituto para verificar suas condições de conservação, e qualquer intervenção nesses bens deve ser previamente autorizada .
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 Livros do Tombo
1-Livro do Tombo Arqueológico , Etnográfico e Paisagístico: Destinado ás “coisas pertencentes ás categorias de arte arqueológica , etnográfica , ameríndia e popular ”, bem como os monumentos naturais , sítios e paisagens; 
Fonte: Iphan – Livros do Tombo 
 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Livros do Tombo
2-Livro do Tombo Histórico: “as coisas de interesse histórico e as obras de arte histórica”
Fonte: Iphan – Livros do Tombo 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Livros do Tombo
3-Livro do Tombo das Belas Artes: para “as coisas de arte erudita nacional ou estrangeira”;
Fonte: Iphan – Livros do Tombo 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Livros do Tombo
4-Livro do Tombo das Artes Aplicadas: para “as obras que se incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras” (Sphan/Pró Memória, 1980, p. 74-75).
Fonte: Iphan – Livros do Tombo 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
 O patrimônio cultural brasileiro se compõe de “bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. 
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Conclusão:
 Concluí-se assim , que o patrimônio histórico cultural pode ser constituído tanto por bens materiais como bens imateriais. Deste modo, tanto um imóvel ou obra de arte, como um modo de se expressar ou de viver, podem tornar-se um patrimônio histórico cultural do Brasil. Tais bens deverão estar sob a proteção do Poder Público, em consonância com nosso ordenamento jurídico, o qual prevê a tutela dos bens culturais através de órgãos competentes.
O Patrimônio Cultural na Constituição Brasileira
Referências :
 
 BATISTA, Vanessa; MACEDO, Carmen.O Patrimônio Cultural na Legislação Brasileira. Disponível em:<file:///D:/Minas/Downloads/11797-17411-1-PB%20(2).pdf> . Acesso em 08 de novembro de 2017.
 
 Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados, Legislação Sobre Patrimônio Cultural. Disponível em:<https://www.mpma.mp.br/arquivos/COCOM/arquivos/centros_de_apoio/cao_meio_ambiente/manuais/Noticia5575A4733.pdf> . Acesso em 08 de novembro de 2017.
 
 IPHAN,Livros do Tombo. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608/>. Acesso em 09 de novembro de 2017. 
 
 KIAPINE, Gabriela. Proteção do Patrimônio Histórico e Cultural.Disponível em: <https://gabkiapine.jusbrasil.com.br/artigos/199082620/protecao-do-patrimonio-historico-e-cultural> . Acesso em 10 de novembro de 2017.

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