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Aula 03 Curso: Noções de Arquivologia p/ MTE - Agente Administrativo Professor: Felipe Petrachini Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 63 AULA 03 – 3 Tipologias documentais e suportes físicos. 3.1 Microfilmagem. 3.2 Automação. 3.3 Preservação, conservação e restauração de documentos. SUMÁRIO PÁGINA �� Tipologias Documentais e Suportes Físicos .................................................... 2� 3. Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos ......................................... 2� 3.1. A automação aplicada aos arquivos: políticas, planejamento e técnicas ................................................................................................................................ 2� 4. A preservação, a conservação e a restauração de documentos arquivísticos: política, planejamento e técnicas. ........................................................ 4� 4.1 Agentes Físicos, Químicos e Biológicos ................................................ 5� 4.2. Técnicas de Conservação Preventiva e Restauração ........................ 11� 4.3 Potencial de Hidrogênio (pH) ............................................................... 16� 5. A microfilmagem aplicada aos arquivos: políticas, planejamento e técnicas ................................................................................................................................. 17� 5.1 Sinalética ............................................................................................. 23� Questões Comentadas .................................................................................. 25� Questões sem Comentários .......................................................................... 56� 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 63 Tipologias Documentais e Suportes Físicos 3. Gestão Arquivística de Documentos Eletrônicos 3.1. A automação aplicada aos arquivos: políticas, planejamento e técnicas Mais informática meu caro, informática em todo lugar... Este tópico é bastante curto. Não por não ser importante, mas por não haver muito que falar sobre ele. A finalidade da Automação é otimizar os trabalhos da gestão documental. E até onde se conhece, isto é feito através de hardwares (máquinas) e softwares (programas de computador) direcionados especialmente aos arquivos, atendendo a alguma de suas dificuldades. E o maior orgulho da Arquivologia, em termos de automação, é o GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos). Mas, no que consiste? O GED é, antes de tudo, um processo de digitalização de documentos. Assim o sendo, sua primeira etapa é justamente a conversão dos documentos em papel ou microfilme para um formato eletrônico, através de um aparelho com o qual acredito todos estejam familiarizados: o scanner. Mas se fosse só isso, não teria graça. A palavra “gerenciamento” está ali por um motivo. E aí é que está a maravilha do negócio. Acabada a digitalização do documento, podemos nomeá-lo e indexá-lo com suas próprias informações. Data de criação, nome do arquivo, usuário criador, basicamente de tudo (e qualquer semelhança com as pastas do Windows, NÃO É mera coincidência). A partir do momento que estes metadados são incluídos no arquivo digitalizado, torna-se muito mais fácil localizá-lo dentro do arquivo digital. De novo, remeto você ao Windows: quando lembra o nome de um arquivo, mas não sabe onde o guardou, acredito que utilizem a ferramenta de pesquisa disponibilizada gentilmente pelo tio Gates. Aliás, pensar no Windows e nas tarefas que você realiza através dele será muito útil quando tiver de responder questões sobre GED. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 63 Os documentos digitalizados não passam de meras imagens dos papéis que serviram para sua formação. Dessa forma, não é possível pesquisar palavras dentro do próprio documento (a princípio). Entretanto, ainda é possível utilizar um OCR (programa dedicado ao reconhecimento de caracteres em uma imagem) para tornar o próprio conteúdo do documento pesquisável. Simplesmente incrível. Mas, para que tudo isto seja possível, existem ainda outras tecnologias associadas ao GED: - Gerenciamento de Documentos (Document Management): trouxe grandes avanços para o setor de protocolo. Esta tecnologia permite o gerenciamento da produção, revisão, aprovação e eliminação de documentos eletrônicos, tal como o setor de protocolo o faria quando recebesse os documentos em papel (por favor, a eliminação aqui corresponderia ao não recebimento do documento pelo setor, e não pela destruição física do mesmo). - Gerenciamento da Imagem do Documento (DocumentImaging): é a nossa digitalização, já explicada. Ou quase :P. Existem duas definições de digitalização, ambas passíveis de cobrança em prova. Embora não sejam excludentes, elas mostram enfoques diferentes do termo: “Reprodução por varredura eletrônica em disco ou outro suporte de alta densidade permitindo a visualização do documento em terminal ou sua impressão em papel.” Essa definição já foi cobrada em prova, como veremos na parte de exercícios. “Processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de dispositivo apropriado, como um escâner.” Essa é a definição do Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, do qual saem a maior parte das questões sobre terminologias arquivísticas. - Record and Information Management – Esta tecnologia está associada ao gerenciamento do ciclo vital do documento. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 63 - Gestão do Fluxo de Trabalho (Workflow): Tecnologia diretamente ligada ao controle e gerenciamento de processos (esta palavra processo significa atividade, e não documento) garantindo que as tarefas sejam executadas dentro do prazo previsto, e corretamente. E para finalizar o tópico, vejamos as vantagens e desvantagens dos documentos digitais: Vantagens: - Economia de espaço físico - Ganho de produtividade (uma máquina é capaz de realizar as tarefas de modo muito mais rápido do que o homem) - Facilidade de acesso aos documentos (eles estão todos à disposição do usuário, em frente ao seu nariz, por mais numerosos que sejam). Desvantagens: - O documento eletrônico ainda é muito sensível à manipulação de suas informações e está sujeito à obsolescência. - Esta forma de conversão de suporte (digitalização) ainda não é regulada por lei, o que significa que, em caso de repartições públicas, os originais ainda precisam ser preservados (por enquanto). 4. A preservação, a conservação e a restauração de documentos arquivísticos: política, planejamento e técnicas. Este tópico é um desdobramento das atividades típicas do Arquivo Permanente, visto na aula passada. E é perfeitamente natural, já que são os documentos do Arquivo Permanente aquelesque normalmente já sofreram ação prolongada de diversos agentes deteriorantes (justamente pelo seu tempo de existência), demandando maiores cuidados. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 63 As atividades de um arquivo não compreendem tão somente a guarda e acumulação de documentos. Muito embora a informação, enquanto bem intangível, não seja passível de perecimento, o suporte em que se encontra gravada a informação não segue a mesma sorte :P. E todas as coisas, enquanto dotadas de existência material, tendem a se deteriorar. O seu arquivo não será diferente, e uma vez deteriorado o suporte, a informação “se perde”. Assim sendo, o arquivo deve se preocupar com a preservação e conservação dos documentos, estendendo a vida útil dos mesmos e procurando mantê-los o mais próximo possível de seu estado físico original (ou seja, tanto quanto possível, do mesmo jeito em que estavam quando foram criados). Para tanto, é necessário que a entidade desenvolva ações desde o momento da Produção e Utilização destes documentos, independentemente do suporte utilizado por eles. Também é necessário preocupar-se com o armazenamento e acondicionamento destes documentos, a fim de que suas características sejam preservadas ao longo dos próximos séculos :P. Aliás, você sabe o que significa cada um dos termos? Acondicionamento diz respeito à embalagem que guarda os documentos, a fim de preservá-los. O armazenamento refere-se à guarda do próprio documento. É a colocação do documento no arquivo. Com os dois conceitos acima em mente, vamos conhecer agora as nossas dificuldades, na conservação de um arquivo. 4.1 Agentes Físicos, Químicos e Biológicos Agora, porque é tão difícil conservar os documentos? Por conta da existência de agentes físicos, químicos e biológicos, que comprometem a integridade dos documentos. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 63 Vamos conhecer os principais problemas com os quais teremos de lidar: Agentes Físicos: - Luminosidade: A luminosidade é um dos fatores mais agrava o processo de degradação dos documentos, em especial, os que se encontrem em suporte em papel, pois é uma das principais responsáveis pelo envelhecimento deste material. Não me refiro tão somente à luz solar, mas também à luz da fotocopiadora (quando vamos reproduzir um documento, a máquina emite luz para captar a própria luz refletida pelo documento, o que permite a obtenção da cópia). - Temperatura: Temperaturas muito altas ou muito baixas também contribuem para a degradação do papel, acelerando o envelhecimento. Os corpos físicos se expandem à medida que a temperatura aumenta, e se contraem à medida que a temperatura diminui, o que provoca desgaste inevitável no papel. - Umidade: Umidade é a concentração de vapor d’água presente no ar atmosférico, por fatores diretamente relacionados à temperatura do ambiente. Devo lembrá-lo que o papel é um material higroscópico (tenso hein? :P). Isto significa dizer que o papel absorve água e perde água de acordo com a concentração da umidade no ambiente em que se encontre (tendendo a manter a mesma concentração de vapor d’agua que o ambiente externo apresente). E adivinha: isto provoca dilatação e contração das fibras, do mesmo jeito que ocorreria se a temperatura subisse ou descesse. Já viu o desastre né? Quanto aos agentes químicos, os mais estudados são os seguintes: - Poluição Atmosférica: Costuma-se referir aqui à fumaça dos grandes centros urbanos e à poeira igualmente inevitável por se morar na cidade grande. Os componentes da poluição podem reagir com o papel, gerando reações que aceleram a degradação do suporte. - Tintas: Este aqui é o ápice da ironia. A tinta impressa no papel colabora para a deterioração do mesmo (assim como o seu sangue é o principal agente causador do envelhecimento das células :P). Não que haja muita defesa, mas você 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 63 precisa saber que a tinta também é um problema. Tintas à base de óxido de ferro, por exemplo, aumentam a acidez do papel, acelerando sua deterioração. - Gordura (oleosidade): Que Deus o perdoe por entrar com aquele sanduba de banha de porco com molho rosê dentro do arquivo. Contudo, não é essa a oleosidade imaginada pelos doutrinadores. Fala-se aqui do manuseio dos documentos pelas suas mãozinhas, que são, naturalmente, oleosas. Documentos mais sensíveis a este fator (como negativos e fotografias) normalmente requerem o manuseio com luvas de algodão, para impedir o contato direto da pele. - Objetos Metálicos: Que atire a primeira pedra aquele que nunca utilizou clipes de metal para marcar páginas e depois retomar os estudos. Todavia, os processos que vão ser arquivados devem se encontrar livres deste material, e tanto quanto possível, deve se evitar o contato do papel com objetos metálicos de qualquer natureza, optando-se por clipes de plástico. Não que você precise saber disso, mas os metais de aplicação comercial mais comuns (ferro, cobre, estanho, entre outros) encontram-se na forma de íons positivos na natureza, tendendo a se unir a átomos de oxigênio para adquirir estabilidade molecular. Isto se chama oxidação (e se fosse ferro, falaríamos de ferrugem :P), que embora gere um composto estável, em nada colabora para manutenção do seu arquivo. E para terminar esta parte introdutória, faltou falar dos agentes biológicos, que são representados pelos organismos vivos que atacam o papel. Traças, fungos, ratos e insetos são bons exemplos, embora o sujeito lá em cima com o sanduíche de banha de porco com molho rosê também seja um fator biológico que merecia ser exterminado :P; Brincadeiras a parte, o ser humano por vezes é incluído como fator biológico de degradação dos documentos, e as vezes é incluído em categoria separada, como “fator humano”. Pois bem, levando em conta os diversos fatores ambientais que podem colaborar para a degradação dos documentos, o CONARQ (sim, o nosso grande CONARQ!) relacionou uma série de recomendações quanto ao armazenamento dos documentos, as quais, se cumpridas, colaboram para a conservação dos documentos. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 63 O link é este aqui: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/Media/publicacoes/recomendaes_para_a_ produo.pdf Veja só: - armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental; - monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente definida; - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabilizados namédia, evitando variações súbitas; - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em funcionamento sem interrupção; - proteger os documentos e suas embalagens da incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas; - monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radiações ultravioleta; - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminárias; - promover regularmente a limpeza e o controle de insetos rasteiros nas áreas de armazenamento; - manter um programa integrado de higienização do acervo e de prevenção de insetos; 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 63 - monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a abertura controlada de janelas; - armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade dessas condições, a saber: - Fotografias em preto e branco: T 12ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% - Fotografias em cor: T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% - Filmes e registros magnéticos: T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5% E a publicação é tão completa que não para por aí :P. Ela não só fala de armazenamento, como ainda trata sobre o acondicionamento dos documentos, em mais uma pilha de recomendações:. Embora muitas delas sejam intuitivas, não custa nada reforçar: - Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua preservação. - O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. - Os documentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. Os documentos de valor permanente que apresentam grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados horizontalmente, em 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 63 mapotecas adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acondicionados em armários ou gavetas. - As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de computador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito antiestático. - As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre. - As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos. - As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre superiores às dos documentos que irão abrigar. - Todos os materiais usados para o armazenamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos. - Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de preservação dos documentos. - No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, recomenda- se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis. Ufa! Agora terminou. Foi meio chatinho (e eu tenho ciência disto :P), mas a banca normalmente pega uma questão diretamente dessas recomendações, então, creio ser prudente conhecê-las. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 63 4.2. Técnicas de Conservação Preventiva e Restauração Já conhecemos os fatores que degradam os documentos. Pequenos cuidados são suficientes para mantê-lo a salvo (mencionarei uma série deles para cada tipo de suporte), mas o que seu examinador realmente deseja aqui é que você conheça as técnicas de conservação preventiva dos documentos (não é restauração!!!). Conservação preventiva diz respeito a ações diretas, com a finalidade de resguardar o objeto (especialmente os documentos), consistindo assim em ações de prevenção contra possíveis danos ao referido objeto. Repare que o dano ainda não ocorreu, e assim, buscamos evitá-lo. Restauração, como veremos mais à frente, é procedimento com objetivo de reverter o dano já existente ou fazer cessar seu avanço. Vou mencionar as técnicas de conservação preventiva mais solicitadas em prova, e, logo na sequência explicar a você no que consiste cada uma: - Desinfestação - Limpeza (ou Higienização) - Alisamento A Desinfestação é um processo que busca atacar especialmente os insetos que degradam os documentos. O mais exigido em provas é a fumigação. Consiste em colocar os documentos em uma câmara própria, produzindo-se logo em seguida vácuo, com a retirada de todo o ar da câmara (consequentemente, o oxigênio também, promovendo aquilo que se conhece por “anoxia”). Passa-se então à aplicação de produtos químicos (timol, DDT, fluoreto de sódio entre outros possíveis) e deixamos o documento sob a ação deste produto por aproximadamente 72 horas. Após, devolvemos o ar à câmara e retiramos os documentos. Qualquer inseto, em qualquer fase de desenvolvimento, não é capaz de suportar estas condições, sendo completamente destruídos. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 63 E se não tivermos câmaras de fumigação, podemos simplesmente calafetar o próprio local onde os documentos estão acondicionados e introduzir gás no ambiente através de mangueiras (usando máscaras para proteção). Limpeza: Consiste na remoção de partículas de poeira e outros resíduos estranhos ao documento. Tenha em mente que a limpeza é uma operação física. Significa que há necessidade de contato de objetos com o suporte do documento. Desta forma, é um procedimento que deve ser efetuado de maneira delicada. O uso de pano macio, escova ou aspirador de pó é recomendável. O termo limpeza também pode ser utilizado para designar a fase posterior à fumigação. Alisamento: Consiste em colocar os documentos em bandejas de aço inoxidável, e submetê-los à ação do ar com grande percentual de umidade (algo entre 90% e 95%, por aproximadamente uma hora, em câmara própria. Depois, cada uma das folhas será passada a ferro, por meio de máquinas elétricas.Estas são as principais técnicas. Falemos um pouquinho sobre a preservação. Preservação são cuidados de natureza mais simples, que buscam evitar a degradação dos documentos. Veja alguns exemplos, retirados tanto das recomendações do CONARQ quanto da doutrina (para você ter uma ideia): Objetos em papel Não dobrar canto da página. Não umedecer os dedos com saliva. Não usar objetos metálicos, como grampos ou clipes. Recomenda-se o uso de materiais de plástico ao invés de metálicos. Evite a reprodução dos documentos. A fotocopiadora também é um emissor de luz, que acelera o envelhecimento do papel. Cuidado ao retirar documentos de dentro das pastas e caixas. Manuseie os documentos com as mãos limpas. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 63 Não use fitas adesivas ou cola. Além de haver a possibilidade de um pedaço do documento ficar colado no material, a acidez da fita durex mancha o papel. Ao fazer observações no papel, prefira o uso de lápis Fotografias Manusear com luvas de algodão, para evitar a oleosidade das mãos Não forçar a separação de uma fotografia da outra Caso seja necessário fazer anotações, utilize um lápis Slides (diapositivos) Produzir duplicatas para projeções frequentes Utilizar materiais de acondicionamento próprios Microfilmes Armazená-los em cofres ou armários à prova de fogo (o material que chamamos de “filme” é altamente inflamável) Caso seja necessário efetuar limpeza, recomenda-se o uso de um pano limpo Caixas Arquivo Utilizar caixas de papelão ao invés de caixas de plástico. Em caso de elevação da temperatura, as caixas de papelão tendem a “transpirar” mais, facilitando a perda de parte deste calor, que poderia danificar os documentos. Ademais, recomenda-se que sejam previstos espaços separados para o armazenamento dos diversos suportes documentais com os quais a entidade lida, afinal de contas, cada suporte tem sua peculiaridade, requerendo cuidados específicos na sua conservação e preservação. Se os documentos em papel, por exemplo, podem muito bem ser armazenados próximos de campos eletromagnéticos (que em nada afetam suas propriedades), mídias digitas jamais 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 63 poderiam ser armazenadas nestes locais, sob pena de se tornarem lixo instantaneamente. Passamos agora aos tópicos de Restauração de Documentos. Neste ponto, os documentos já sofreram os efeitos de alguns dos agentes listados anteriormente, encontrando-se deteriorados. Doutrinariamente falando, a restauração é o conjunto de métodos que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Logo, o objetivo da restauração é reverter os danos ou evitar que avancem ainda mais, mas sem que com isso desnaturemos o documento. Banho de Gelatina: O documento será mergulhado em uma espécie de gelatina, ou mesmo em cola, o que, ao final, aumentará sua resistência e flexibilidade, além de não prejudicar a visibilidade. Mas tem uma pegadinha: o documento ficará suscetível ao ataque de insetos e fungos, fora o fato de demandar uma habilidade tremenda do restaurador, para que o documento não se perca definitivamente. Tecido: Nesta técnica, serão utilizadas folhas de tecido bastante fino, aplicadas com pasta de amido (pegue um pouco de farinha e misture com água, e você terá uma ideia do que estou falando). Embora a durabilidade do papel vá aumentar sensivelmente, novamente, insetos e fungos se sentirão convidados a atacar o documento (tal como a gelatina, essa mistura fornece nutrientes aos visitantes indesejados), e ainda por cima, reduzirá a legibilidade e flexibilidade do documento. Silking: É basicamente o método anterior, mas o tecido é específico: crepeline ou musseline de seda. Este tecido apresenta durabilidade excelente, mas a maldita pasta de amido afetará as propriedades permanentes do documento (de novo). A matéria prima utilizada é de alto custo também. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 63 Laminação: vou explicar do jeito fácil e do jeito certo :P. O jeito fácil de entender a laminação é pensar no processo de plastificação de documento. Nos bons tempos em que isso era autorizado por lei (meu RG ainda é plastificado), pegamos o documento, e colocamos entre duas tiras de plástico. Utilizamos uma máquina que prensa tudo isso, ao mesmo tempo em que aquece as bordas, “prendendo o documento” no meio do plástico. Agora que você entendeu a ideia, vamos explicar bonitinho: O documento será envolvido de um lado em uma folha de papel seda e do outro lado, em um material chamado acetato de celulose. Esse sanduiche será colocado em uma prensa hidráulica sob uma temperatura de em torno de 150ºC. O acetato de celulose é um material, quando aquecido e prensado, vai aderir ao documento e à folha de papel seda, vedando completamente o documento. Agora a durabilidade do papel e suas qualidades permanentes ficam asseguradas, tudo isso sem perda da legibilidade e flexibilidade do documento. E ainda ficará imune à ação de insetos e fungos. Embora o peso do documento duplique, seu volume ficará reduzido. A matéria prima aplicada ao processo é de fácil obtenção e o próprio processo é de rápida execução. Por todos estes motivos, a laminação é tida como o processo de restauração mais próximo do ideal. Laminação manual: A mesma ideia do processo anterior, mas sem a utilização de calor ou pressão. Ao invés disso, utilizaremos acetona, que ao entrar em contato com o acetato de celulose, formarão uma camada semiplástica. Quando essa camada secar, terá aderido ao documento e ao papel de seda. É também conhecida como laminação com solvente. Encapsulação: Novamente, colocaremos o documento no meio de duas coisas :P. Desta vez, utilizaremos películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento (dupla face). O documento será colocado entre as lâminas, usando-se a fita adesiva para fixar as duas faces. Mas preste atenção: deve haver um espaço entre o documento 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 63 e a fita adesiva de aproximadamente 3mm, o que significa que o documento ficará solto dentro das duas lâminas. Este é um dos pontos fracos da técnica, mas não fica por aí :P. As películas de poliéster, quando ficam em contato com o documento por muito tempo, podem acabar absorvendo parte da tinta que está no documento, que ficará no poliéster ao invés de ficar no nosso suporte :P. Reenfibragem: Vamos olhar bem próximos de uma folha de papel. Ela pode parecer fina, mas em verdade, é bastante espessa ("grossa", se preferirem). Utilizem a imaginação e finjam que a folha de papel é um enorme sanduíche:P. Pois bem, a medida em que o tempo passa, parte do recheio do papel começa a desaparecer, deixando falhas, que por sua vez, tornarão o papel quebradiço. A reenfibragem consiste em preencher estas falhas com polpa de papel, de maneira a recompor a estrutura da folha. Velatura: Aqui a ideia é aplicar um reforço de papel ou tecido em qualquer um dos lados da folha de papel, dando-lhe maior resistência. 4.3 Potencial de Hidrogênio (pH) Pode parecer uma revisão de química do colegial, mas o assunto é cobrado incidentalmente nas provas dos últimos anos, razão pela qual acredito que devemos falar um pouco sobre isso. A concentração e íons de hidrogênio em determinada substância é representada por “pH”, sigla que significa “potencial de hidrogênio”. Funciona como uma escala de acidez, sendo o pH 0 representa um composto cuja acidez é a maior possível, e o pH 14 um composto cuja acidez é a menor possível (básico ou alcalino). O nível 7 é o nosso pH neutro, por acaso, o mesmo nível de concentração de íons de hidrogênio da água. A escala funciona assim: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 63 Os processo de conservação e restauração de documentos em papel buscam manter o pH do ambiente sempre em patamares iguais ou superiores a 7, evitando processos de acidificação do suporte. Contudo, recomenda-se o pH neutro na maior parte dos casos, e o enunciado dá pistas quando a situação desejada é um pH básico ou alcalino (mormente quando refere-se a “papéis alcalinos”). 5. A microfilmagem aplicada aos arquivos: políticas, planejamento e técnicas Vamos começar com a tabela que vimos na aula 01: Documentos Definição Escritos ou textuais São documentos no qual a informação se manifesta na forma escrita ou textual. É o tipo de documento mais comum atualmente, cujos exemplos compreendem os contratos, relatórios, certidões e o que mais você conseguir imaginar :P Iconográficos Esta palavra tem o mesmo radical grego da palavra "ícone" e ambos remetem à ideia de "imagem". Desta forma, estão compreendidos aqui os documentos cuja informação se manifeste através de uma imagem estática. Slides e Fotografias são excelentes exemplos. Sonoros Tranquilo :P, são documentos cujas informações estão armazenadas na forma de áudio. São raros os exemplos ultimamente de documentos puramente sonoros, mas pense naquelas fitas K-7 de outrora. Filmográficos Falamos de documentos na forma de "imagem em movimento", independentemente de apresentarem áudio. A filmagem é um exemplo perfeito deste tipo de documento. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 63 Digitais Gravados em meio digital, demandando, em função desta característica, equipamentos eletrônicos para sua consulta. Esta aula é um exemplo de documento digital :P Cartográficos Aqui é melhor começar pelo exemplo: mapas e plantas arquitetônicas são documentos cartográficos. Através do uso de escala, representam grandes áreas através de imagens reduzidas. Micrográficos Este aqui você só vai conhecer no seu novo emprego. A microfilmagem é um processo que será visto posteriormente no curso, sendo o microfilme e a microficha exemplos deste tipo. Como vimos em nosso curso, o suporte é o meio físico através do qual a informação se manifesta. Esta aula, por exemplo, compõe um conjunto de informações (que espero sejam informações úteis). Entretanto, como a informação em si é apenas uma ideia, ela precisa de algo material para ser fixada. Pois bem, qualquer meio utilizado para se gravar uma informação pode ser chamado de suporte. Na tabela acima, enquanto eu explicava os tipos de documentos existentes atualmente, acabei por dar exemplos justamente dos suportes nos quais a informação é fixada. O que significa que você já viu toda a introdução sobre o assunto já na Aula 01. Maravilhoso, não? Quase. Seu examinador está atrás de um tipo de suporte bastante específico neste tópico: o microfilme. Mas porque este suporte é tão especial? Comecemos pela definição de microfilme. E como vocês sabem, adoro recorrer à legislação para definir as coisas: Art. 3° Entende-se por microfilme, para fins deste Decreto, o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos, dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 63 Este é o artigo 3º do Decreto 1.799 de janeiro de 1996, o qual regulamenta a utilização do processo de microfilmagem em todo o território nacional, para todos os poderes da República. E o próprio artigo 3º nos dá uma pista do primeiro objetivo da utilização damicrofilmagem: a redução dos espaços utilizados pelos documentos ("diferentes graus de redução"). Não sei se você já chegou a ver um microfilme na vida (são objetos que, até hoje, só encontro em repartições públicas), mas sou capaz de apostar que você, por mais novo que seja, já tenha visto um filme de câmera fotográfica 35 mm. Preste atenção no tamanho no filme e na fotografia que pode ser feita a partir dele. O filme é até 100 vezes menor do que a maior fotografia que pode ser feita a partir dele. Mas de nada adiantaria o microfilme ser tão reduzido, se ainda nos víssemos forçados a armazenar o original da documentação (aquele calhamaço de papel ocupando espaço). Não estaríamos reduzindo volume de documentos ocupados no arquivo, e sim aumentando (agora teremos de guardar o microfilme e o original do documento). Por conta desta indagação, chamo a atenção ao artigo 1º, parágrafo 1º da Lei 5.433 de 1968: Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e municipais. § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dêle. Segundo ponto importantíssimo da aula: os microfilmes apresentam o mesmo valor legal dos documentos dos quais foram convertidos. A microfilmagem é processo reprográfico autorizado por lei (lembro a vocês que a digitalização de documentos não possui a mesma autorização). Desta forma, as informações contidas na microfilmagem se reputam tão autênticas quanto aquelas constantes do original do documento. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 63 Assim o sendo, com a devida autorização da unidade interessada, uma vez microfilmados os documentos, os originais podem, em tese, ser destruídos. Neste caso, estamos diante da Microfilmagem de Substituição. A microfilmagem de substituição é utilizada em documentos sem valor permanente (secundário), por razões óbvias: economia de espaço. Preservamosas informações (que talvez possam ser úteis em um momento posterior), mas o documento em si não apresenta qualquer valor secundário que justifique a manutenção do próprio suporte (normalmente papel). Por outro lado, a microfilmagem também pode ser utilizada em documentos que a unidade não pretende destruir. Usemos a imaginação por um minuto: pense em um documento de valor histórico inestimável, que já conte com aproximadamente 500 anos de existência. Embora seja um documento do arquivo permanente, com interesse histórico do qual dezenas de pesquisadores gostariam de tomar conhecimento na íntegra de suas informações, o manuseio do referido documento terminará por destruí-lo. Por outro lado, já dissemos que os documentos do arquivo permanente não sofrem a imposição de sigilo, já que a informação neles constante é de interesse geral. Como conciliar a difusão da informação com a preservação do documento? Microfilmagem nele. Este documento inestimável pode ser microfilmado, de maneira que suas informações seja preservadas, reproduzindo na íntegra o seu conteúdo. Pesquisadores interessados nas informações constantes no documento poderão acessar o microfilme, enquanto o original fica distante de dedos gordurosos :P. Nestes casos, estaremos diante da Microfilmagem de Preservação. O documento com valor permanente nunca será eliminado, servindo o microfilme respectivo como forma de consulta. Feitas estas considerações de caráter específico, iremos listar agora as vantagens e desvantagens do uso da microfilmagem: - Validade legal (o documento do microfilme possui o mesmo valor legal que seu original); 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 63 - Economia de espaço, com a consequente redução do volume documental; - Durabilidade do suporte (os microfilmes tem expectativa de vida de aproximadamente de 500 anos, mas podem atingir um período indeterminado de existência, desde que respeitadas as regras de conservação e acondicionamento); - Facilidade no acesso à informação: as dimensões reduzidas do microfilme permitem seu manuseio, catalogação e indexação mais eficiente. Imagine-se organizando 5000 documentos em papel e a mesma quantidade de microfilmes e pense no que seria mais fácil :P; - Segurança na conservação do suporte: o tamanho reduzido do microfilme permite que o coloquemos, por exemplo, em um cofre de segurança, à salvo de toda sorte de sinistros; - Segurança na preservação do sigilo do documento: é simplesmente impossível visualizar um microfilme sem o auxílio de equipamento próprio, dada a redução da própria imagem gerada do original. Quem quiser acessar a informação precisará retirar o microfilme de seu local de acondicionamento e levá-lo até a máquina própria, o que dificulta bastante o acesso não autorizado às informações; Reforço que, por mais vantajoso que seja o processo de microfilmagem, cada instituição é que deve decidir pela pertinência ou não de realizar o procedimento em seus documentos. Marilena é bastante enfática neste aspecto: a instituição não deve se basear somente na análise de custos decorrentes da implementação do sistema (por sinal, o alto custo do processo de microfilmagem é sua desvantagem mais apontada na doutrina), mas deve ter em mente as vantagens a que adoção dos microfilmes pode trazer à mesma. Se tais vantagens, no contexto da instituição, compensarem os custos de implementação, maravilha. Se não, paciência :P. Espero não estar cansando vocês com a estrutura da aula em degraus (cada parágrafo apresenta a premissa do parágrafo seguinte). Embora percamos um pouco de fluidez, ganhamos em questões :P. Sugestões são sempre bem vindas. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 63 Pois bem, você já sabe porque e para que serve a microfilmagem. Aqui vai uma breve abordagem do como :P. A microfilmagem compreende quatro etapas principais, a saber: - Preparo: queremos microfilmar apenas o documento, não os grampos que o seguram, nem as dobras das folhas, nem aquele "post it" com anotações de trabalho. Só o documento. Desta forma, a fase de preparo compreende a retirada de grampos, clipes, desamassar o papel entre outras atividades mundanas, por assim dizer. Também será nesta fase que definiremos o arranjo da documentação. - Microfilmagem: é o processo de conversão do suporte em microfilme. As especificações técnicas do procedimento fogem à exigência do edital. Entretanto, tenha em mente que a escolha do equipamento para microfilmagem deverá levar em consideração os tipos de documentos existentes, seu tamanho e o estado de conservação do mesmo. - Processamento: eu sou fotógrafo nos fins de semana (to falando sério :D). Quando iniciei minhas atividades, a máquina digital já era razoavelmente popular, mas os filmes ainda eram utilizados. A película do filme, embora sensível a luz, precisa de um tratamento químico (revelação) para que a imagem nela gravada se torna visível. Mesma ideia aqui. O processamento do microfilme permitirá que a imagem nele gravada se torne visível ao olho humano. - Duplicação: Faremos duas cópias de cada documento. A microforma original será acondicionada em local diferente, com finalidade de segurança. A cópia, por outro lado, poderá ser acessada por quem quer que tenha interesse (e autorização, nos casos de sigilo) nas informações ali constantes. E as tipologias documentais professor? Aqui confesso a vocês que temos um pequeno problema :P. Como já disse a vocês, utilizo livros de doutrina para fazer o curso. E cada um deles opta por abordar o tema "tipologia documental" de um desses dois jeitos: - "Tipologia Documental" diria respeito às diferentes classificações em que um documento pode ser enquadrado. Por exemplo: documento do gênero textual, documento de instituição pública, documento em suporte em papel. Todas estas 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 63 classificações foram vistas na Aula 01 e dada a estrutura do edital, parece ser o desejado pelo seu estimado avaliador; - "Tipologia Documental" é utilizado como sinônimo de "tipo", e assim, estaríamos fazendo referência às diversas subclassificações das espécies de documentos, tais como certidões, contratos, atas, editais. Este assunto foi tratado quando falamos das correspondências na Aula 01. 5.1 Sinalética Até aqui estava tudo indo bem. Mas não falei ainda da Resolução 10 do CONARQ. Pelo amor de Deus, não se desespere. Primeiro passo: http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/media/legisla/anexos_da_resoluo_n_10.pdf Este link direcionará você à resolução. Estou apontando por curiosidade apenas, e caso você tenha tempo de ler, poderá passar o olho por lá. O que você deve memorizar: desenhos :P. Veja aqui: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 63 Estes “desenhos” sãoo que chamamos de “sinaléticas”. Consistem em símbolos de significado padronizado. Quem vê estes desenhos sabe, de pronto, o que eles significam, razão pela qual seu conhecimento é necessário em algumas questões sobre microfilmagem. Meu caro, aqui não tem segredo. Essa imagem saiu direto da resolução. Você terá de aprender a fazer relações entre o desenho e o significado (Aliás, os desenhos foram criados justamente para facilitar essa assimilação). 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 63 Questões Comentadas CESPE – ABIN - 2010 Em relação à microfilmagem, automação, preservação e conservação de documentos, julgue o item subsequente. 1. Os originais de documentos públicos permanentes, uma vez digitalizados ou microfilmados, poderão ser eliminados, mediante autorização da direção do órgão. Comentário: Questão traiçoeira. Ainda bem que você está aqui comigo :P. Pois bem, a microfilmagem de documentos possui validade legal, tendo sido regulamentada através do Decreto 1.799/1996, que inclusive teve a bondade de definir o termo: "Microfilme é o resultado do processo de reprodução em filme, de documentos dados e imagens, por meios fotográficos ou eletrônicos, em diferentes graus de redução". Assim sendo, um documento microfilmado poderia ser destruído, já que seu correspondente microfilme possui o mesmo valor do documento original. O problema está nos documentos digitalizados. Estes ainda não possuem o reconhecimento merecido pelas leis de nosso país, havendo a necessidade de manter os originais em papel até o fim do decurso de seu prazo prescricional, ou ainda pior, caso possuam valor secundário quando esgotado seu valor primário (administrativo), devem ser armazenados para sempre, mesmo que digitalizados. Quer um detalhe ainda pior: nunca, mas nunca mesmo, devemos destruir documentos permanentes, ainda que microfilmados (digitalizados nem se fale :P). Conforme estudamos em aula, existe a microfilmagem de preservação, justamente para os casos de documentos permanentes. O documento será microfilmado para facilitar seu acesso e consulta, mas dado o valor histórico (principalmente) do documento, seu original não pode ser eliminado. Item Errado 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 63 CESPE - ANATEL – 2009 - Os documentos chegam, em determinado órgão público instalado em Brasília, de forma variada. Uns são registrados e, em seguida, enviados ao destinatário, outros entram sem nenhum tipo de anotação. Além disso, há aqueles que, atualmente, entram no órgão por meio das tecnologias da informação (fax, correio eletrônico). Cada setor de trabalho organiza seus documentos de maneira independente, sem nenhum tipo de orientação e, depois, por falta de espaço físico ou devido ao final do ano civil, esses documentos são transferidos para outro lugar, conhecido, geralmente, como arquivo morto. Considerando a situação hipotética acima, julgue o item subsequente, acerca das técnicas de arquivamento e dos procedimentos administrativos no âmbito do setor público. 2. As mensagens e documentos resultantes de transmissão por meio de aparelho de fac-símile (fax) podem constituir peças de processo. Comentário: Questão anulada. Vejamos a justificativa da banca: ITEM 65 (Alfa)/66 (Beta)/67 (Gama) – anulado. Diante da situação hipotética apresentada, a redação do item permite mais de uma interpretação. E não vai mais longe que isso :P. Vamos desenvolver a ideia. Para constituir uma peça de um processo, o documento precisa ser original (autêntico). Quando o Sr. servidor público permite que nós apresentemos cópias para ser juntadas a um processo, isso só é possível porque o nobre servidor (ou então o cartório, dotado de fé pública) atesta que aquele documento confere com o original. Pois bem, desde que o documento encaminhado por fax seja autenticável (que seja possível verificar que corresponde a outro documento original, ou que possamos nos assegurar de sua origem), não há problema algum em que constitua uma peça em um processo. Talvez seja esta a ambiguidade que guiou à anulação da questão. Veja: segundo a justificativa da banca, foi a situação hipotética quem gerou a dupla interpretação. Documentos de fax podem sim, constituir peças de um processo, mas os documentos de fax DA SITUAÇÃO HIPOTÉTICA, por padecerem de um critério mínimo de organização (olha a zona que é aquele órgão público) 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 63 provavelmente não poderiam compor o dito processo, vez que, aparentemente, ninguém se ocupou de autenticá-los. Questão Anulada 3. CESPE - ANATEL - 2004 No que se refere à arquivologia, julgue o item seguinte. Digitalização pode ser definida como a reprodução por varredura eletrônica em disco ou outro suporte de alta densidade, permitindo a visualização do documento em terminal ou sua impressão em papel. Comentário: A questão está correta, mas a curiosidade fica em saber de onde o CESPE tirou este conceito (reforço que a banca não é criativa :P). Veja o que diz o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística sobre o verbete: "Processo de conversão de um documento para o formato digital por meio de dispositivo apropriado, como um escâner”. Entretanto, quando consultamos os manuais dos arquivos públicos dos estados, a definição dada pelo enunciado aparece com mais frequência. Em todo caso, ambas as definições de digitalização estão corretas, razão pela qual eu sugeriria a você que conhecesse as duas. Item Certo. 4. CESPE - ABIN - 2010 Em relação à microfilmagem, automação, preservação e conservação de documentos, julgue o item subsequente. Embora a microfilmagem constitua importante tecnologia para a redução das massas documentais acumuladas nos arquivos, a cópia microfilmada de um documento oficial não é reconhecida legalmente. Comentário: Questão que exige o conhecimento da Lei 5.433/1968 e de seu Decreto regulamentador 1.799/1996. Pois bem, vamos desmascarar a questão, reproduzindo o artigo 1º, parágrafo 1º da Lei 5.433/1968: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 63 Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e municipais. § 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos legais dos documentos originais em juízo ou fora dêle. (grifo nosso) Não precisa mais nada né? :P Item errado 5. CESPE - ABIN - 2010 Julgue o seguinte item, que trata de políticas, planejamento e técnicas de microfilmagem aplicadas aos arquivos. A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro localé vedada por lei. Comentário: Mais uma questão que exige do aluno apenas o conhecimento da Lei 5.433/1968. Desta vez, podemos ir direto ao artigo 1º, parágrafo 3º: Art 1º É autorizada, em todo o território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e oficiais arquivados, êstes de órgãos federais, estaduais e municipais. [...] § 3º A incineração dos documentos microfilmados ou sua transferência para outro local far-se-á mediante lavratura de têrmo, por autoridade competente, em livro próprio. Se a lei autoriza, e indo mais longe, especifica a maneira através da qual o documento poderá ser incinerado, é porque o procedimento é possível, não é mesmo? :P Item errado. 6. CESPE - ABIN - 2010 - Julgue o item, referente a preservação, conservação e restauração de documentos arquivísticos. Partículas magnéticas, aglutinante e suporte são fontes potenciais de falha para um meio de fita magnética. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 63 Comentário: Você talvez queira falar mal seu professor agora. A melhor maneira de aprender sobre os suportes é resolvendo questões, razão pela qual sugiro que preste bastante atenção nas questões com este tema. Fitas magnéticas (igualzinho àquele VHS da sua festa de aniversário ou casamento de dez anos atrás) são compostas de três elementos: as partículas magnéticas, o aglutinante e o suporte. Qualquer destas partes, se não estiver operando adequadamente, propiciarão a falha deste suporte. E o que raios são estas partes? A fita magnética é uma camada fina de filme montada sobre uma mais espessa. Esta camada mais fina é formada por um pigmento magnético que fica suspenso em um aglutinante de polímero. Abstraindo toda a parte química do negócio, o aglutinante é o responsável por manter as partículas magnéticas unidas entre si e presas ao suporte da fita. E a informação é gravada conforme o sinal magnético é emitido. Item certo. 7. CESPE - TRE RJ - 2012 No que concerne à preservação e conservação de documentos de arquivo, julgue o próximo item. O amarelecimento do papel é sinal de que o documento está em processo de deterioração. Comentário: Esta talvez seja a maior ironia dentro da arquivologia: a luz enquanto fator de deterioração. É irônico, pois só podemos visualizar o que está escrito no documento fazendo uso de luz (pelo menos é assim que o olho humano trabalha :P) mas a exposição à luz provoca deterioração do papel. Vencidas as questões de cunho filosófico, vamos à matéria: o amarelamento do papel é um dos primeiros sintomas de envelhecimento do papel. Você já deve ter visto publicações mais antigas na vida (bibliotecas costumam estar assoberbadas de volumes com esta característica), e com certeza notou que o papel, além de encontrar-se quebradiço, também apresenta coloração levemente amarelada. Isto é sinal de que o suporte está em processo de deterioração. Item certo 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 63 8. CESPE - TRE RJ - 2012 As condições de armazenamento de documentos em papel distinguem-se das de documentos fotográficos, como o eslaide, o negativo e o papel fotográfico, dadas as diferenças de suporte, em especial as relativas às propriedades físicas dos materiais. Comentário: Você provavelmente sabia a resposta deste item instintivamente. Ora, cada suporte, por possuir propriedades físicas diferentes das de outros suportes, demanda cuidados específicos para sua preservação. Como vimos em aula, cada suporte encontra-se suscetível a determinados tipos de agentes químicos, físicos e biológicos de acordo com a sua própria composição. Com papéis (compostos essencialmente de fibras de celulose) e negativos (normalmente de triacetato de celulose) não seria diferente. Item certo. 9. CESPE - TRE RJ - 2012 A acidez do papel, condição que pode danificá-lo, decorre da presença de elementos metálicos no documento, como grampos, bailarinas e clipes. Comentário: Pegadinha meu filho. Só sendo estudante de química para não cair sem ter visto a aula. Como falamos lá na aula, a acidez do papel tem como seus principais colaboradores a tinta nele impressa e o uso de fitas durex. Não nos esqueçamos também da saliva que você usa para virar a página quando molha o dedo. A doutrina costuma relacionar a acidez do papel também ao processo de fabricação e pela combinação de dióxido de enxofre existente no ar com outras moléculas formando nosso querido ácido sulfúrico. Os metais, por sua vez, são responsáveis por manchas no papel, decorrentes do processo de oxidação de metais de transição (quando este processo ocorre com o ferro, você costuma chamar isto de "ferrugem", mas este processo também é verificado em outros metais). Item errado. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 63 10. CESPE - ANATEL - 2012 O banho de gelatina, um componente da restauração de documentos, é um processo de reparação em que se utilizam folhas de tecido muito fino, aplicadas com pasta de amido. Comentário: Vamos revisitar os dois processos vistos em aula Banho de Gelatina: O documento será mergulhado em uma espécie de gelatina, ou mesmo em cola, o que, ao final, aumentará sua resistência e flexibilidade, além de não prejudicar a visibilidade. Mas tem uma pegadinha: o documento ficará suscetível ao ataque de insetos e fungos, fora o fato de demandar uma habilidade tremenda do restaurador, para que o documento não se perca definitivamente. Tecido: Nesta técnica, serão utilizadas folhas de tecido bastante fino, aplicadas com pasta de amido (pegue um pouco de farinha e misture com água, e você terá uma ideia do que estou falando). Embora a durabilidade do papel vá aumentar sensivelmente, novamente, insetos e fungos se sentirão convidados a atacar o documento (tal como a gelatina, essa mistura fornece nutrientes aos visitantes indesejados), e ainda por cima, reduzirá a legibilidade e flexibilidade do documento. O enunciado embaralhou os dois processos de restauração, então, tome cuidado. Item errado. 11. CESPE - ABIN - 2010 Definir e utilizar formatos padronizados na elaboração de documentos digitais facilita a definição de técnicas de preservação digital e reduz custos, embora esses padrões não sejam perenes. Comentário: Vamos lá caro aluno, pensemos um pouquinho de novo. Lembra-se daquela sua cópia do Windows 95 que você ainda tem na estante? Aposto que ela ainda funciona. Ou deve funcionar, se você instalar naquele seu computador cinza com HD de 2GB de espaço total, que, sejamos sinceros, esta totalmente funcional. Esqueça o tablet meu filho :P. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 63 Veja que, embora os suportes, formatos e padrões que utilizávamos em 1995 para desempenhar nossas tarefas, e, mais importante para esta questão, as informaçõesque gerávamos e armazenávamos neles fossem invulneráveis ao tempo (está tudo funcionando perfeitamente), nem por isso esses suportes são eternos. Perene quer dizer exatamente isto: qualidade daquilo que permanece no tempo. Utilizar formatos padronizados facilita bastante nossa vida, conforme afirmado pelo enunciado, e realmente há redução de custo, uma vez que podemos integrar diversos sistemas através de uma única plataforma, mas os padrões utilizados provavelmente não durarão para sempre, face à modernização tecnológica. Item Certo. 12. CESPE - PF - 2012 A organização de documentos, atividade cada vez mais importante nas instituições, possibilita a tomada de decisão segura e o atendimento rápido das demandas dos usuários. Considerando essa informação, julgue o próximo item, referente a arquivologia. O aconGLFLRQDPHQWR�í�TXH�FRQVLVWH�QD�JXDUGD�GRV�GRFXPHQWRV�QRV�ORFDLV�D� HOHV�GHVLJQDGRV�í�H�R�DUPD]HQDPHQWR�í�TXH�VH�UHIHUH�j�HPEDODJHP�GR�GRFXPHQWR� com vistas a protegê-OR� H� D� IDFLOLWDU� VHX� PDQXVHLR� í� VmR� SURFHGLPHQWRV� fundamentais para a conservação e preservação dos documentos de arquivo. Comentário: Outra questão que inverte conceitos. Você deveria ter memorizado? NÃO! Você deve compreender e associar os conceitos com as palavras que melhor definem os termos. Acondicionamento diz respeito à embalagem que guarda os documentos, a fim de preservá-los. Armazenamento refere-se à guarda do próprio documento. É a colocação do documento no arquivo. Item errado. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 63 13. CESPE - TRE ES - 2012 - Os documentos, nas áreas de depósito, devem ser armazenados de maneira a utilizar melhor o espaço, sem a preocupação de separá-los de acordo com o seu suporte. Comentário: Questão dada de graça. O armazenamento sem qualquer consideração a respeito da conservação dos documentos é impensável. Como já dissemos, cada suporte possui sua peculiaridade, e se isto não for levado em consideração por ocasião da guarda dos documentos, provavelmente colaborará para sua deterioração acelerada. Item errado. 14. CESPE - TRE ES - 2012 Os mapas devem ser mantidos em gavetas horizontais, acondicionados em envelopes de papel neutro ou poliéster. Comentário: Tive a oportunidade de ver algumas destas na Prefeitura, servindo para guarda das plantas que utilizamos para a cobrança do IPTU. A gaveta horizontal permite que o mapa seja guardado aberto, sem a necessidade de o enrolarmos (o que acabaria deformando o suporte do mapa). Os envelopes de papel neutro ou poliéster evitam o contato da superfície do mapa com o ambiente, colaborando para sua conservação. Item Certo. 15. CESGRANRIO – BNDES - 2011 Uma das medidas que se destaca como sendo de excelência na conservação preventiva de documentos de arquivos é: a) restauração b) higienização c) laminação d) laminação manual e) encapsulação 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 63 Comentário: Variando um pouquinho de banca. Nós já vimos na aula que a laminação, a laminação manual e a encapsulação são processos de restauração de documento, logo, não podem ser considerados métodos de conservação preventiva. A restauração é o conjunto de métodos que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu caráter histórico. Restauração é gênero do qual a laminação, a laminação natural e a encapsulação são espécies. Só nos restou a alternativa correta. A higienização é a simples limpeza do documento do arquivo, conforme visto em aula. Letra b) 16. CESPE - ANATEL - 2012 Acerca de documentos de arquivo, julgue o item que se segue. A conservação e a manutenção de documentos de arquivo ocorrem, em um primeiro momento, para resguardar a memória da instituição. Comentário: Esta questão envolve os conhecimentos adquiridos na Aula 01 do curso. É também a prova de que a matéria está toda interligada. Pois bem, alguém se lembra dos valores primários e secundários dos arquivos? Em primeiro lugar, os documentos que formam os arquivos buscam servir de fonte de informação para tomada de decisões. Ou seja, estão diretamente relacionados às atividades da instituição que os produziu ou recebeu. Logo, a conservação e a manutenção destes documentos possuem justamente a mesma finalidade (manter a informação disponível): atender a um critério funcional ou administrativo. Item errado. 17. CESPE - ABIN - 2010 A encapsulação é um método de restauração que consiste em envolver com uma folha de papel de seda e outra de acetato de 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 63 celulose as duas faces do documento, e colocá-lo em uma prensa hidráulica, sob pressão média de 7 kg/cm a 8 kg/cm e temperatura de 145 ºC a 155 ºC. Comentário: Explicação perfeita... Para o processo de laminação :P. A riqueza de detalhes pode assustar um pouco, mas você não precisa ficar preocupado com os índices de pressão aplicada ou a temperatura exata da prensa. Apenas tenha em mente o método. Item errado. 18. FCC – MPU - 2007 Dentre as técnicas de restauração, a reenfibragem é a que a) preenche as falhas dos documentos com polpa de papel. b) emite raios ultravioletas para facilitar a leitura de documentos danificados. c) reforça os bordos do documento por meio de papel ou material similar. d) elimina as manchas marrons que aparecem no papel pela ação da umidade e da ferrugem. e) aplica reforço, por meio de velatura, a qualquer face de uma folha de papel. Comentário: Conforme visto em aula, a reenfibragem é o processo de preenchimento das falhas dos documentos com polpa de papel, recuperando sua estrutura. Item a) 19. FCC – MPU - 2007 No método dígito-terminal, a) as unidades de arquivamento são divididas em grande classes temáticas numeradas consecutivamente, podendo subdividir-se em classes subordinadas mediante o uso de números justapostos aos dos assuntos principais. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 63 b) cada documento recebe um número de ordem crescente, de acordo com sua entrada no arquivo, reproduzido em tantas fichas quantos forem os descritores ou palavras-chave a ele relacionados. c) os assuntos secundários ficam subordinados aos assuntos principais, distribuídos ambos conforme a sequência das letras do alfabeto. d) cada número de ordem atribuído aos documentos é decomposto em pequenos grupos de dois ou três dígitos que, lidos da direita para a esquerda, passam a constituir chaves para sua localização física. e) as letras correspondem às classes principais dos documentos, reservando- se os números às suas subdivisões temáticas. Comentário: Sem segredo né? Como dito naaula, o método dígito-terminal consiste justamente na decomposição do número atribuído ao documento, de maneira a facilitar sua localização. Por consequência, ao decompormos o número, cada grupo passa a consistir em uma chave de pesquisa para consulta do documento. Letra d) 20. FCC - TJ TRE SP - 2012 A fim de facilitar sua consulta, os prontuários dos servidores de um órgão público são armazenados em pastas suspensas e ordenados pelo método alfabético. Considere os nomes dos funcionários abaixo relacionados e indique a sequência em que devem ficar seus respectivos prontuários. I. Jair de Moraes Neto II. Odair de Morais III. José de Morais Filho IV. Antônio de Moraes Carvalho V. Joaquim da Silva Moreira VI. Carlos Moura 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 63 VII. Beatriz Moreira VIII. Ana Beatriz Moreira de Morais a - VIII, VII, VI, I, II, IV, III, V. b - IV, I, VIII, III, II, VII, V, VI. c - VI, IV, III, VIII, I, VII, V, II. d - II, I, IV, III, VI, V, VIII, VII. e - I, III, V, II, VIII, VII, VI, IV. Comentário: Hora de testar tudo que vimos sobre regras de alfabetação. Vamos procurar o primeiro nome de nossa lista. Como vimos em aula, a organização é feita primeiramente através do último sobrenome. Assim, é melhor nós escreveremos os nomes na ordem em que iremos organizá-los: I. Moraes Neto, Jair de II. Morais, Odair de III. Morais Filho, José de IV. Carvalho, Antônio de Moraes V. Moreira, Joaquim da Silva VI. Moura, Carlos VII. Moreira, Beatriz VIII. Morais, Ana Beatriz Moreira de Lembrando sempre que os sobrenomes que indicarem parentesco são considerados parte integrante dos nomes, mas não são considerados pela alfabetação. Pois bem, aquele Sr. Carvalho (IV) está implorando para ser colocado em primeiro na lista: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 63 Carvalho, Antônio de Moraes Só isso já nos dá a resposta correta da questão: letra b). Mas como não estamos no dia da prova ainda, vamos acabar de resolver tudo. Os sobrenomes restantes são Moraes, Morais, Moreira e Moura. Moraes Morais Moreira Moura Olha que legal. Moraes vem antes de todos, seguido de Morais, e, por fim, Moreira. Tudo isso pela ordem alfabética que você já conhece desde o prézinho. Vamos organizar: IV Carvalho, Antônio de Moraes I Moraes Neto, Jair de Com isso, encerramos o Moraes. O sobrenome seguinte na lista é o Morais. Destes, nós temos vários. Devemos, então, organizá-los pelo prenome, e, se ainda assim os nomes forem iguais, utilizaremos o sobrenome indicativo de parentesco (tudo isso conforme visto em aula): IV Carvalho, Antônio de Moraes I Moraes Neto, Jair de VIII. Morais, Ana Beatriz Moreira de III. Morais Filho, José de II. Morais, Odair de Passando aos Moreira, e já vamos arrematar com o último Moura: 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 63 IV Carvalho, Antônio de Moraes I Moraes Neto, Jair de VIII. Morais, Ana Beatriz Moreira de III. Morais Filho, José de II. Morais, Odair de VII. Moreira, Beatriz V. Moreira, Joaquim da Silva VI. Moura, Carlos Resposta b) 21. CESGRANRIO – BNDES - 2011 O Banco Sudeste Brasil necessitava urgentemente organizar as pastas funcionais, que se encontravam localizadas no Departamento de Pessoal. Dentre as formas de arquivamento, optou pelo método alfabético. O arquivamento das pastas dos funcionários: (1) Ana Barbosa Pereira, (2) Gustavo Guimarães Alves Neto, (3) Helena Campos de Lima, (4) Professor Marcos Abreu Silva, (5) Lucas Villa-Lobos, seguindo as regras de alfabetação, deve ser na ordem: a) 1 ; 3 ; 2 ; 5 ; 4 b) 2 ; 3 ; 1 ; 4 ; 5 c) 2 ; 5 ; 3 ; 4 ; 1 d) 4 ; 2 ; 5 ; 3 ; 1 e) 5 ; 4 ; 3 ; 1 ; 2 Comentário: Escrevamos como iremos organizá-los: (1) Pereira, Ana Barbosa 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 63 (2) Alves Neto, Gustavo Guimarães (3) Lima, Helena Campos de (4) Silva, Marcos Abreu (Professor) (5) Villa-Lobos Lucas Lembrai-vos dos sobrenomes indicativos de parentesco, dos títulos (no caso da questão, Professor) e dos sobrenomes ligados por hífen. Quando escrevemos da maneira correta, fica extremamente simples organizar os nomes: (2) Alves Neto, Gustavo Guimarães (3) Lima, Helena Campos de (1) Pereira, Ana Barbosa (4) Silva, Marcos Abreu (Professor) (5) Villa-Lobos, Lucas Letra b) 22. CESPE - ANAC - 2012 Silking é o método de combate a insetos mais recomendado para a conservação e a preservação de documentos. Comentário: A técnica de silking é muito semelhante à técnica de utilização de tecido na restauração. Vejamos as duas. Tecido: Nesta técnica, serão utilizadas folhas de tecido bastante fino, aplicadas com pasta de amido (pegue um pouco de farinha e misture com água, e você terá uma ideia do que estou falando). Embora a durabilidade do papel vá aumentar sensivelmente, novamente, insetos e fungos se sentirão convidados a atacar o documento (tal como a gelatina, essa mistura fornece nutrientes aos visitantes indesejados), e ainda por cima, reduzirá a legibilidade e flexibilidade do documento. 21111228310 Noções de Arquivologia para Agente Administrativo Ministério do Trabalho e Emprego Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini – Aula 03 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 63 Silking: É basicamente o método anterior, mas o tecido é específico: crepeline ou musseline de seda. Este tecido apresenta durabilidade excelente, mas a maldita pasta de amido afetará as propriedades permanentes do documento (de novo). A matéria prima utilizada é de alto custo também. Como você pode ver, a utilização da pasta de amido fornece nutrientes a insetos e fungos, não sendo a melhor escolha para combater insetos. Item Errado 23. CESPE - ANAC - 2012 Uma medida de conservação e de preservação documental consiste na elaboração de documentos identificados como de guarda permanente em papel de pH neutro. Comentário: Na verdade, a orientação serve tanto para documentos de guarda permanente como quaisquer outros que tiverem de ser armazenados. Vamos ver um pouco de química agora. O tal pH é uma sigla que significa “potencial de hidrogênio”. Funciona como uma escala de acidez, sendo que um pH de 0 representa um ambiente com maior acidez possível, e o pH 14 o ambiente com menos acidez possível (básico ou alcalino). O nível 7 é o nosso pH neutro, por acaso, o mesmo nível de acidez da água. Agora que você sabe o básico (o resto da aula de química seria muito longa), saiba que o papel neutro se degrada mais devagar, sendo ideal para conservação
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