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Direito Processual Penal Militar para MPU

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Direito Processual Penal Militar para MPU (Analista ± Direito) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães ± Aula 03 
 
 
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1. DO JUIZ E SEUS AUXILIARES 
 
1.1. Do Juiz 
 
FUNÇÃO DO JUIZ 
Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da 
lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal 
fim, requisitar a força militar. 
§1º Sempre que este Código se refere a juiz abrange, nesta 
denominação, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou 
colegiadas, no exercício das respectivas competências atributivas ou 
processuais. 
 
INDEPENDÊNCIA DA FUNÇÃO 
§2º No exercício das suas atribuições, o juiz não deverá obediência 
senão, nos termos legais, à autoridade judiciária que lhe é superior. 
 
O §1º trata da tríplice competência no âmbito da primeira 
instância da Justiça Militar da União: a do Juiz-Auditor, que atua, de forma 
monocrática, essencialmente nas fases inquisitorial e de execução; a 
do Conselho de Justiça, que atua em regra após a instauração do 
processo e até o julgamento; e a do Presidente do Conselho, que se 
restringe à atividade administrativa durante as sessões. 
Preparei o quadro abaixo com um exemplo acerca das 
atribuições do Juiz-Auditor e do Conselho de Justiça, contendo dispositivos 
da Lei nº 8.457/1992 (Lei de Organização da Justiça Militar da União). Este 
quadro serve apenas para ajudar você a lembrar de que o Juiz-Auditor tem 
sua atuação relacionada com a fase inquisitorial, enquanto o Conselho de 
Justiça atua na fase processual. 
 
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INEXISTÊNCIA DE ATOS 
Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados 
por juiz impedido, nos termos deste artigo. 
 
O impedimento se dá em razão do vínculo do juiz com o 
processo. São incompatibilidades objetivas e vedam ao juiz o exercício da 
competência no caso específico. 
O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que atuou 
a qualquer título, seja como advogado, representante do Ministério 
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça, perito, ou ainda como 
testemunha. A mesma regra se aplica a processos em que essas funções 
foram desempenhadas por cônjuge ou parente do juiz, em até terceiro 
grau. 
Atenção para a exceção! Se o cônjuge ou parente do juiz tiver 
atuado apenas na condição de testemunha, não há impedimento. 
Se o próprio juiz já tiver atuado como magistrado no mesmo 
processo, também estará impedido, assim como quando ele mesmo, seu 
cônjuge ou parente até terceiro grau for parte ou tiver interesse direto na 
causa 
A LOJMU traz ainda um caso de incompatibilidade, 
determinando, em seu art. 61, que não podem servir, conjuntamente, os 
magistrados, membros do Ministério Público e advogados que sejam entre 
si cônjuges, parentes consanguíneos ou afins em linha reta, bem como em 
linha colateral, até o terceiro grau, e os que tenham vínculo de adoção. 
Lembre-se de que os atos praticados por juiz impedido são 
considerados inexistentes, e não apenas anuláveis, e por isso precisam 
ser refeitos para que tenham validade. 
 
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Os atos praticados por juiz impedido são inexistentes, e não 
apenas anuláveis. 
 
CASOS DE SUSPEIÇÃO DO JUIZ 
Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes: 
a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; 
b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, 
estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter 
criminoso haja controvérsia; 
c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o 
segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que 
tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, 
sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador 
de qualquer delas; 
e) se tiver dado parte oficial do crime; 
f) se tiver aconselhado qualquer das partes; 
g) se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou 
usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes; 
h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade 
interessada no processo; 
i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das 
partes. 
 
Suspeição é o vínculo do juiz com as partes. 
Primeiramente chamo sua atenção para o dever estabelecido 
no caput do art. 38 para o juiz: cabe ao magistrado dar-se por 
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suspeito, mesmo que a suspeição não seja levantada por nenhuma das 
partes. Se o magistrado não o fizer, a suspeição poderá ser arguida por 
qualquer as partes nas situações previstas no dispositivo. 
Algumas das hipóteses são bem óbvias, e outras nem tanto. O 
juiz não pode atuar no processo em que uma das partes é seu amigo 
íntimo ou inimigo. Ainda quanto à relação entre o juiz e as partes, não 
pode este julgar quanto tiver promovido a notitia criminis relativa ao fato, 
quando for credor, devedor, tutor ou curador de alguma das partes, ou 
quando tiver aconselhado qualquer das partes. 
Esse aconselhamento não precisa ser formal, bastando que 
tenha sido procurado, por exemplo, pela mãe desesperada de um 
insubmisso que queria dizer a seu filho o que fazer, ou ainda por qualquer 
pessoa que, sabendo de seu conhecimento acerca do Direito Penal Militar, 
buscou sua opinião ou informações adicionais sobre conduta praticada por 
alguém. 
A hipótese da alínea B é bastante interessante. Caso o 
magistrado, seu cônjuge ou parente até segundo grau esteja sendo julgado 
por fato cujo caráter criminoso é motivo de controvérsia, este juiz é 
considerado suspeito para julgar casos semelhantes. A suspeição do 
magistrado neste caso repousa na possibilidade de produzir 
jurisprudência em interesse próprio. 
A alínea C traz a situação em que o juiz teria interesse no 
julgamento da lide em razão da existência de outro processo em que umas 
das partes funciona como órgão julgador ao mesmo tempo em que o 
próprio juiz, seu cônjuge ou parente em até segundo grau seja autor ou 
réu. 
A alínea D menciona o caso de o juiz, seu cônjuge ou parente 
ter sido autor em demanda contra uma das partes, ou ter atuado como 
advogado. 
 
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Nas hipóteses de impedimento que mencionam parentes do 
juiz, o grau de parentesco vai até o terceiro grau. Nas hipóteses de 
suspeição o CPPM menciona apenas parentesco até o segundo grau. 
 
É interessante também lembrar a forma como se calculam os 
graus de parentesco. Cada grau representa um vínculo direto de 
ascendência ou descendência. Para calcular o grau de parentesco de 
colaterais, é necessárioir até o ascendente comum, e dele até a pessoa 
cujo grau de parentesco se pretende calcular. 
 
 
 
Por fim, se o magistrado ou seu cônjuge for herdeiro, 
donatário, usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das 
partes; ou, ainda quando o juiz for presidente, diretor ou administrador 
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de sociedade interessada diretamente no processo, também será 
considerado suspeito. 
 
SUSPEIÇÃO PROVOCADA 
Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, 
quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la. 
 
Imagine o seguinte caso: uma pessoa, tendo praticado conduta 
tipificada como crime militar, foi investigado em sede de Inquérito Policial 
Militar e posteriormente denunciado pelo Ministério Público Militar. Tendo 
tido notícia do despacho do Juiz-Auditor determinando sua citação na 
condição de acusado, o sujeito se dirigiu à sede da Auditoria Militar e 
proferiu duros xingamentos direcionados ao magistrado. 
Não é razoável que esse mesmo acusado possa agora alegar 
que o juiz é suspeito porque se tornou seu inimigo, não é mesmo? É esse 
tipo de conduta que o art. 41 veda, chamando-a de suspeição provocada, 
SRUTXH� HOD� p� ³IDEULFDGD´� SHOD� SDUWH� LQWHUHVVDGD� HP�YHU� DIDVWDGR� DTXHOH�
magistrado. 
 
SUSPEIÇÃO ENTRE ADOTANTE E ADOTADO 
Art. 39. A suspeição entre adotante e adotado será considerada nos 
mesmos termos da resultante entre ascendente e descendente, mas não 
se estenderá aos respectivos parentes e cessará no caso de se dissolver o 
vínculo da adoção. 
 
SUSPEIÇÃO POR AFINIDADE 
Art. 40. A suspeição ou impedimento decorrente de parentesco por 
afinidade cessará pela dissolução do casamento que lhe deu causa, salvo 
sobrevindo descendentes. Mas, ainda que dissolvido o casamento, sem 
descendentes, não funcionará como juiz o parente afim em primeiro grau 
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na linha ascendente ou descendente ou em segundo grau na linha colateral, 
de quem for parte do processo. 
 
Hoje o adotado goza de direitos absolutamente iguais aos dos 
filhos consanguíneos, não se fazendo qualquer distinção, nos termos do art. 
20 da Lei nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Por essa 
razão, aplica-se às relações entre o adotante e o adotado as mesmas regras 
de suspeição aplicadas a pais e filhos, que são parentes em primeiro grau. 
A forma de impugnação, tanto para a suspeição quanto para 
o impedimento é a exceção, prevista nos arts. 129 a 142 do CPPM. 
As regras de suspeição e impedimento são também aplicáveis, 
quando possível, aos servidores da Justiça Militar, inclusive quanto à 
suspeição provocada (art. 46 do CPPM). Os dispositivos acerca da suspeição 
também são aplicáveis aos peritos e intérpretes, mas há norma 
específica para estes auxiliares quanto ao impedimento. 
 
1.2. Dos auxiliares do Juiz 
 
Os auxiliares do juiz determinados pelo CPPM são os 
servidores da Justiça Militar. Adicionalmente, a Doutrina também 
considera como auxiliares os peritos e intérpretes. 
O CPPM chama os servidores da Justiça Militar de funcionários 
ou serventuários. Você bem sabe que hoje a maneira mais adequada de 
referir-se a esses trabalhadores é chama-los de servidores públicos. 
A Justiça Militar da União faz parte do Poder Judiciário, e por 
isso seus servidores estão submetidos à Lei n° 8.112/1990 (Estatuto dos 
Servidores Públicos Civis da Administração Pública Federal). Lembro a você 
que os servidores da Justiça Militar são civis. 
Os servidores são, nos processos em que funcionam, 
auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. Cabe ao 
escrivão certificar-se de que as peças e termos do processo estão em dia. 
Ao oficial de justiça cabe a realização das diligências determinadas pelo 
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juiz e atribuídas pela LOJMU, certificando o ocorrido (fé pública) no 
respectivo instrumento, com designação de lugar, dia e hora. 
As diligências devem ser realizadas durante o dia, entre as 6h 
e as 18h e, sempre que possível, na presença de duas testemunhas. 
Quanto aos peritos e intérpretes, o CPPM traz mais regras. 
Estes auxiliares são de livre nomeação do juiz, sem intervenção das 
partes, e serão nomeados preferencialmente entre oficiais da ativa, 
atendida a especialidade. 
Os peritos e intérpretes prestarão compromisso de 
desempenhar a função com obediência à disciplina judiciária e de responder 
fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Esse 
compromisso não pode ser prestado de forma genérica, devendo 
ser repetido a cada perícia. 
O encargo não pode ser recusado, salvo por motivo relevante, 
que será analisado pelo juiz. Caso o perito ou intérprete desobedeça 
alguma dessas normas, poderá, em tese, responder pelo crime de falsa 
perícia, previsto no art. 346 do CPM. 
Uma regra interessante acerca desses auxiliares é a 
possibilidade da aplicação de penalidade de multa no caso de recusa 
do encargo por razão irrelevante. O valor da multa deve ser de até três 
dias de remuneração, ou de um décimo à metade do maior salário mínimo 
vigente no país, caso o perito ou intérprete não tenha vencimentos fixos. 
A penalidade de multa também é aplicável àqueles que deixam 
de acudir ao chamado da autoridade, não comparecem no dia e local 
designado para o exame, não apresentam o laudo, ou concorrem para que 
a perícia não seja feita nos prazos estabelecidos. 
Os peritos e intérpretes têm regras próprias de impedimento, 
consubstanciadas no art. 52. As regras de suspeição, entretanto, são as 
mesmas aplicáveis aos juízes. 
 
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IMPEDIMENTO DOS PERITOS 
Art. 52. Não poderão ser peritos ou intérpretes: 
a) os que estiverem sujeitos a interdição que os inabilite para o 
exercício de função pública; 
b) os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado 
anteriormente sobre o objeto da perícia; 
c) os que não tiverem habilitação ou idoneidade para o seu 
desempenho; 
d) os menores de vinte e um anos. 
 
2. DAS PARTES 
 
2.1. Do acusador 
 
Já falamos no nosso curso acerca da função acusatória, que é 
desempenhada pelo Ministério Público Militar. O Ministério Público é 
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Art. 54. O Ministério Público é o órgão de acusação no processo 
penal militar, cabendo ao procurador-geral exercê-la nas ações de 
competência originária no Superior Tribunal Militar e aos procuradores nas 
ações perante os órgãos judiciários de primeira instância. 
 
O Processo Penal moderno, em razão do caráter acusatório, 
exige que a função de acusação (Estado-Acusador) seja desempenhadapor 
um órgão independente do Poder Judiciário (Estado-Julgador). 
A função acusatória no Direito Processual Penal Militar é 
exercida privativamente pelo MPM, pois não há crimes militares de ação 
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penal privada. A exceção fica por conta da ação penal privada 
subsidiária da pública, que é um direito assegurado ao ofendido pela 
Constituição diante da desídia do MP no oferecimento de denúncia. 
O exercício da função acusatória é exercido pelo Procurador-
Geral da Justiça Militar nas ações de competência originária do STM. O 
nome do cargo dos representantes do MPM nos órgãos de primeiro grau de 
jurisdição foi alterado, e hoje eles são chamados de Promotores da 
Justiça Militar. 
 
FISCALIZAÇÃO E FUNÇÃO ESPECIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Art. 55. Cabe ao Ministério Público fiscalizar o cumprimento da lei 
penal militar, tendo em atenção especial o resguardo das normas de 
hierarquia e disciplina, como bases da organização das Forças Armadas. 
 
Esta é a função de fiscal da lei (custus legis), exercida pelo 
Ministério Público com fulcro na Constituição. Muitos acham, erroneamente, 
que essa função somente é exercida pelo MP quando ele não atua como 
parte, mas isso não é verdade. 
 
INDEPENDÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Art. 56. O Ministério Público desempenhará as suas funções de 
natureza processual sem dependência a quaisquer determinações que não 
emanem de decisão ou despacho da autoridade judiciária competente, no 
uso de atribuição prevista neste Código e regularmente exercida, havendo 
no exercício das funções recíproca independência entre os órgãos do 
Ministério Público e os da ordem judiciária. 
 
SUBORDINAÇÃO DIRETA AO PROCURADOR-GERAL 
Parágrafo único. Os procuradores são diretamente subordinados 
ao procurador-geral. 
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A independência do Ministério Público se traduz nas garantias 
conferidas aos seus membros pela Constituição: 
1) Vitaliciedade após dois anos de exercício, não podendo 
perder o cargo senão por sentença judicial transitada em 
julgado; 
2) Inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado competente do 
Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros, 
assegurada ampla defesa; 
3) Irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, 
§4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 
153, III, 153, §2º, I. 
 
É importante salientar que a subordinação mencionada no 
parágrafo único é apenas de natureza administrativa, pois os membros 
do MP, como já tratamos, têm independência no exercício da função. 
A seguir o CPPM trata dos casos de impedimento e suspeição 
dos membros do MPM. As hipóteses são muito semelhantes àquelas 
aplicadas ao juiz, e nunca foram cobradas em provas antes. 
Chamo sua atenção para a aplicabilidade do disposto nos arts. 
39, 40 e 41 também aos membros do MPM. Esses dispositivos tratam da 
suspeição gerada por vínculo entre adotante e adotado, por parentesco por 
afinidade, e, por fim, da proibição da arguição da suspeição provocada. 
 
IMPEDIMENTOS 
Art. 57. Não pode funcionar no processo o membro do Ministério 
Público: 
a) se nele já houver intervindo seu cônjuge ou parente consanguíneo 
ou afim, até o terceiro grau inclusive, como juiz, defensor do acusado, 
autoridade policial ou auxiliar de justiça; 
b) se ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções; 
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c) se ele próprio ou seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até 
o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. 
 
SUSPEIÇÃO 
Art. 58. Ocorrerá a suspeição do membro do Ministério Público: 
a) se for amigo íntimo ou inimigo do acusado ou ofendido; 
b) se ele próprio, seu cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o 
terceiro grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que 
tenha de ser julgado pelo acusado ou pelo ofendido; 
c) se houver aconselhado o acusado; 
d) se for tutor ou curador, credor ou devedor do acusado; 
e) se for herdeiro presuntivo, ou donatário ou usufrutuário de bens, 
do acusado ou seu empregador; 
f) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade ligada de 
qualquer modo ao acusado. 
 
2.2. Do assistente 
 
HABILITAÇÃO DO OFENDIDO COMO ASSISTENTE 
Art. 60. O ofendido, seu representante legal e seu sucessor 
podem habilitar-se a intervir no processo como assistentes do Ministério 
Público. 
 
REPRESENTANTE E SUCESSOR DO OFENDIDO 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considera-se 
representante legal o ascendente ou descendente, tutor ou curador do 
ofendido, se menor de dezoito anos ou incapaz; e sucessor, o seu 
ascendente, descendente ou irmão, podendo qualquer deles, com exclusão 
dos demais, exercer o encargo, ou constituir advogado para esse fim, em 
atenção à ordem estabelecida neste parágrafo, cabendo ao juiz a 
designação se entre eles não houver acordo. 
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Considerando que o CPPM não admite a ação penal privada 
exclusiva, o ofendido pode, no Processo Penal Militar, propor a ação penal 
privada subsidiária da pública, ou atuar, quando desejar, como auxiliar do 
Ministério Público Militar quando se tratar de ação penal pública 
incondicionada, na qualidade de assistente. 
Primeiramente esse papel pode ser ocupado pelo ofendido. Em 
seguida, se não houver manifestação deste, o seu representante legal e 
seu sucessor. 
O dispositivo não inclui a possibilidade de o cônjuge atuar 
como assistente, embora o Processo Penal comum venha a admiti-lo, de 
acordo com os arts. 31 e 268. Parte da Doutrina, todavia, não enxerga 
empecilho à atuação do cônjuge do ofendido na qualidade de assistente no 
Processo Penal Militar. 
 
COMPETÊNCIA PARA ADMISSÃO DO ASSISTENTE 
Art. 61. Cabe ao juiz do processo, ouvido o Ministério Público, 
conceder ou negar a admissão de assistente de acusação. 
 
A assistência não é admitida no curso do inquérito policial 
militar. Uma vez instaurado o processo, compete ao Juiz-Auditor decidir 
quanto a esse requerimento, tendo em visto o disposto nos arts. 61 e 65 
do CPPM. 
Caso seja negado o pedido de assistência, caberá recurso 
inominado, de acordo com a parte final do §1º do art. 65. Este recurso 
tem o mesmo rito previsto para o recurso em sentido estrito (previsto no 
Regimento Interno do STM). Se o pedido foi feito em processo de 
competência originária do STM, porém, a decisão será proferida pelo relator 
e dela não cabe nenhum recurso. 
O pedido de assistência pode ser negado em razão de não haver 
interesse por parte daquele que se diz assistente. Ofendido é o sujeito 
passivo da infração objeto da ação penal militar. É aquele que é atingido 
pela conduta do sujeito ativo do delito, sofrendo prejuízomaterial e/ou 
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moral. Pode mesmo ser o sujeito passivo secundário, como ocorre nos 
crimes contra a administração militar, a exemplo da concussão, excesso de 
exação, etc. 
Não pode da admissão do assistente resultar impedimento 
para o juiz, membro do MP ou escrivão. Neste caso, o juiz não permitirá a 
nomeação do assistente, sem prejuízo da indicação de outro que o 
substitua. 
Caso o assistente cause tumulto no processo ou desrespeite 
a disciplina judiciária, poderá o juiz cassar-lhe a sua admissão. 
 
OPORTUNIDADE DA ADMISSÃO 
Art. 62. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado 
a sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
 
Se a atuação do assistente só pode ter início com a instauração 
do processo, a sua atividade se encerra com o trânsito em julgado da 
sentença. 
Não é permitido ao assistente requerer a realização de 
diligências, caso ingresse nos autos na fase de apresentação de alegações 
escritas, pois ele recebe o processo no estado em que se encontrar, além 
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Também não é necessário que seja feita nenhuma notificação 
ao assistente dos atos do processo, exceto para assistir julgamento, nos 
termos do art. 66 do CPPM. 
 
ADVOGADO DE OFÍCIO COMO ASSISTENTE 
Art. 63. Pode ser assistente o advogado da Justiça Militar, desde que 
não funcione no processo naquela qualidade ou como procurador de 
qualquer acusado. 
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dispositivo se refere é o membro da Defensoria Pública da União, que não 
se encontra subordinado ao STM. 
 
OFENDIDO QUE FOR TAMBÉM ACUSADO 
Art. 64. O ofendido que for também acusado no mesmo processo não 
poderá intervir como assistente, salvo se absolvido por sentença passada 
em julgado, e daí em diante. 
 
Imagine que ocorra um acidente de trânsito, resultando em 
lesões corporais em ambos os condutores dos veículos envolvidos. Havendo 
concorrência de culpas, os réus deste processo instaurado, seriam também 
ofendidos, e, portanto, poderiam, ao menos em tese, pleitear a admissão 
como assistentes. 
Se um deles for absolvido por sentença transitada em julgado, 
somente a partir de então poderá atuar como assistente do Ministério 
Público Militar na acusação ao outro. 
 
INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE NO PROCESSO 
Art. 65. Ao assistente será permitido, com aquiescência do juiz e 
ouvido o Ministério Público: 
a) propor meios de prova; 
b) requerer perguntas às testemunhas, fazendo-o depois do 
procurador; 
c) apresentar quesitos em perícia determinada pelo juiz ou requerida 
pelo Ministério Público; 
d) juntar documentos; 
e) arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público; 
f) participar do debate oral. 
 
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ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS E INTERPOSIÇÃO DE 
RECURSOS 
§1º Não poderá arrolar testemunhas, exceto requerer o 
depoimento das que forem referidas, nem requerer a expedição de 
precatória ou rogatória, ou diligência que retarde o curso do processo, 
salvo, a critério do juiz e com audiência do Ministério Público, em se 
tratando de apuração de fato do qual dependa o esclarecimento do crime. 
Não poderá, igualmente, impetrar recursos, salvo de despacho que 
indeferir o pedido de assistência. 
 
Perceba que a atuação do assistente sofre restrições, valendo 
mais em caráter supletivo ou complementar. Essas restrições 
encontram fundamento no fato de o MPM ser o titular da ação penal. Ele é 
a parte que possui legitimidade ad causam e tem interesse efetivo no 
desfecho do processo, buscando uma decisão condenatória ou mesmo 
opinando pela absolvição do acusado. 
O assistente pode se manifestar nos autos juntamente com o 
MPM, mas sempre dentro da linha de ação traçada por este. Podemos tomar 
como exemplo as alíneas B e C, nas quais o MPM indica as testemunhas ou 
requere a realização de perícias, cabendo ao assistente apenas auxiliá-lo 
ao elaborar, respectivamente, perguntas ou quesitos. 
Não é permitido ao assistente arrolar testemunhas, mas 
somente requerer o depoimento das que forem referidas, e nem requerer 
perícias, pois o MPM pode, na qualidade de dominus litis, entender que 
essas provas são desnecessárias ou até mesmo desfavoráveis à tese 
acusatória. 
Excepcionalmente o assistente poderá requerer diligências, 
com a audiência do MPM, cabendo ao juiz decidir sobre o deferimento do 
pedido. 
Interessante frisar que, ao contrário do previsto na legislação 
processual comum, no Processo Penal Militar o assistente de acusação não 
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A partir do momento em que a denúncia é recebida, o 
indiciado ou denunciado passa a ser chamado de acusado. 
Quando houver certeza por parte do MPM quanto à identidade 
do acusado, mas seu nome não for conhecido, isso não impedirá que seja 
proposta a ação penal. Para esse fim podem ser usadas características 
físicas ou apelidos. O uso de apelidos, na realidade, é muito comum no 
Processo Penal, pois muitas vezes os nomes dos componentes de facções 
criminosas não são conhecidos. 
Nada impede também que, uma vez conhecido o nome, seja 
promovida a retificação nos autos. Esse procedimento não invalida, de 
forma alguma, os atos anteriores. 
 
NOMEAÇÃO OBRIGATÓRIA DE DEFENSOR 
Art. 71. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será 
processado ou julgado sem defensor. 
 
A defesa técnica em processo é direito do acusado. A ele 
também é assegurado o direito de escolher quem o defenderá em juízo. A 
constituição do defensor independerá de instrumento de mandato, se 
o acusado o indicar por ocasião do interrogatório ou em qualquer outra fase 
do processo por termo nos autos. 
Na Justiça Militar da União, as praças e os civis, 
comprovadamente pobres, são assistidos pela Defensoria Pública da 
União, cujos membros encontram-se totalmente desvinculados do 
6XSHULRU�7ULEXQDO�0LOLWDU��2�†�ƒ�PHQFLRQD�D�ILJXUD�GR�³DGYRJDGR�GH�RItFLR´��
função que hoje é desempenhada pelo defensor público. 
Caso o acusado seja incapaz, o próprio defensor poderá ser 
nomeado como curador. Esta nomeação é feita no ato do interrogatório 
pelo juiz-presidente (oficial de maior posto). 
O não comparecimento do defensor, justificado, adiará o 
ato processual, desde que sua presença seja indispensável. Se a falta se 
repetir, o juiz nomeará substituto para efeito do ato. Persistindo a ausência, 
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será nomeado outro defensor para prosseguir no processo. Sempre é 
possível, entretanto, que o acusadonomeie defensor de sua confiança. 
 
 
 
 
Chegamos ao fim da nossa aula de hoje. A seguir estão as 
questões sobre os assuntos que estudamos. Se ficar alguma dúvida, utilize 
o nosso fórum. Estou também disponível no e-mail e nas redes sociais. 
 
Grande abraço! 
 
Paulo Guimarães 
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3. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. STM ± Analista Judiciário ± 2004 ± Cespe. As partes, os funcionários 
e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 42 do CPPM determina que os funcionários e 
serventuários (hoje chamados de servidores) da Justiça Militar são, nos 
processos em que atuam, auxiliares do juiz. A Doutrina adiciona a esse rol 
também os peritos e intérpretes. As partes, entretanto, não são auxiliares. 
 
GABARITO: E 
 
 
2. STM ± Analista judiciário ± 2004 ± Cespe. No processo penal militar, 
o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares, os quais 
são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados nos 
processos do tribunal do júri. 
 
COMENTÁRIOS: A resposta para nossa questão está no art. 36, §1° do 
&330�� 2� WHUPR� ³MXL]´� DEUDQJH� TXDLVTXHU� DXWRULGDGHV� MXGLFLiULDV�� VHMDP�
órgãos singulares ou colegiados, no exercício das respectivas competências 
atributivas ou processuais. O termo, portanto, pode ser aplicado tanto ao 
juiz togado (Juiz-Auditor) quando aos juízes militares, componentes do 
Conselho de Justiça. 
 
GABARITO: E 
 
 
3. TJM-SP ± Escrevente Técnico Judiciário ± 2011 ± Vunesp. Assinale 
a alternativa correta. 
 
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a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas 
para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das 
respectivas competências atributivas ou processuais. 
b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte 
injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la. 
c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia 
as peças e termos dos processos. 
d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que 
medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de duas 
testemunhas. 
e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização 
judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz. 
 
COMENTÁRIOS: 
$� DOWHUQDWLYD� $� HUUD� DR� UHODFLRQDU� R� WHUPR� ³MXL]´� DSHQDV� DRV� yUJmRV�
julgadores colegiados. Para fins de interpretação do CPPM, juiz é qualquer 
autoridade judiciária, seja singular ou colegiada, no exercício das 
respectivas competências atributivas ou processuais. 
A alternativa B é a nossa resposta correta. Ela faz menção à suspeição 
provocada, que não pode ser arguida, nos termos do art. 41 do CPPM. 
As alternativas C e E invertem as funções do escrivão e do oficial de justiça. 
A alternativa D tenta enganar você trocando o horário para a realização das 
diligências, que é das 6h às 18h, e não das 6h às 22h. 
 
GABARITO: B 
 
 
4. STM ± Analista Judiciário ± 2004 ± Cespe. No processo penal militar, 
a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por intermédio 
dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe vedado desistir 
da ação penal e pedir absolvição do acusado. 
 
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COMENTÁRIOS: A função acusatória é desempenhada pelo MPM (Estado-
Acusador), por meio dos Procuradores e Promotores da Justiça Militar. 
Também é correto dizer que o MPM não pode desistir da ação penal. 
Entretanto, se, ao longo do processo, o representante do MPM se convencer 
de que o réu não deve ser condenado, nada obsta que em suas alegações 
finais seja pedida a absolvição. 
 
GABARITO: E 
 
 
5. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, estará 
impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do magistrado 
foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento. 
 
COMENTÁRIOS: A função de testemunha no processo somente é causa 
de impedimento se a atribuição tiver sido exercida pelo próprio juiz. Nada 
obsta que o magistrado atue em processo no qual serviu como testemunha 
seu cônjuge ou parente. 
 
GABARITO: C 
 
 
6. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um neto 
chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível de 
indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso Ibraim 
seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que Luiz deve 
declarar-se suspeito e afastar-se do processo. 
 
COMENTÁRIOS: Esta é uma das hipóteses de suspeição, prevista na 
alínea D do art. 38. O parentesco entre avô e neto é de segundo grau. 
 
GABARITO: C 
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7. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo juiz, 
sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da ativa, 
independentemente da especialidade. 
 
COMENTÁRIOS: Esta é uma questão bem possível de aparecer na sua 
prova, hein!? Os peritos são nomeados livremente pelo juiz, sem 
intervenção das partes, e o encargo deve recair preferencialmente sobre 
oficiais da ativa. O erro da assertiva está em dizer que os oficiais podem 
ser nomeados independentemente de especialidade. Isso não faz o menor 
sentido, não é mesmo? Imagine que é necessário fazer uma tradução e o 
juiz nomeie um oficial da ativa que não conheça a língua estrangeira... 
 
GABARITO: E 
 
 
8. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito 
ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo sem 
apresentar justificativa relevante. 
 
COMENTÁRIOS: Esta possibilidade está descrita no art. 50 do CPPM. A 
penalidade de multa pode ser aplicada também ao perito ou intérprete que 
deixa de acudir ao chamado da autoridade, não comparece no dia e local 
designado para o exame, não apresenta o laudo, ou concorre para que a 
perícia não seja realizada nos prazos estabelecidos. 
 
GABARITO: C 
 
 
9. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é 
anulável. 
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COMENTÁRIOS: Os atos praticados por juiz impedido serão considerados 
inexistentes, nos temos do parágrafo único do art. 37 do CPPM. 
 
GABARITO: E 
 
 
 
 
 
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4. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
 
1. STM ± Analista Judiciário ± 2004 ± Cespe. As partes, os funcionários 
e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz. 
 
2. STM ± Analista judiciário ± 2004 ± Cespe. No processo penal militar, 
o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares, os quais 
são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados nos 
processos do tribunal do júri. 
 
3. TJM-SP ± Escrevente Técnico Judiciário ± 2011 ± Vunesp. Assinale 
a alternativa correta. 
 
a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas 
para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das 
respectivas competências atributivas ou processuais. 
b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte 
injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la. 
c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia 
as peças e termos dos processos. 
d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que 
medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de duas 
testemunhas. 
e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização 
judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz. 
 
4. STM ± Analista Judiciário ± 2004 ± Cespe. No processo penal militar, 
a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por intermédio 
dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe vedado desistir 
da ação penal e pedir absolvição do acusado. 
 
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5. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, estará 
impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do magistrado 
foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento. 
 
6. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um neto 
chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível de 
indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso Ibraim 
seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que Luiz deve 
declarar-se suspeito e afastar-se do processo. 
 
7. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo juiz, 
sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da ativa, 
independentemente da especialidade. 
 
8. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito 
ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo sem 
apresentar justificativa relevante. 
 
9. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é 
anulável. 
 
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