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1 GEOLOGIA PARA ENGENHARIA (Aula 03) Prof. Jonathan T. Lima, M.Sc. Sumário Minerais ...................................................................................... 1 3.1 Conceito de mineral ................................................... 2 3.1.1 Propriedades dos minerais ........................................ 5 3.1.2 Classes dos minerais ................................................. 8 3.1.2.1 Silicatos .............................................................. 9 3.1.2.2 Não-silicatos ..................................................... 11 Referências bibliográficas ........................................................ 11 Minerais Nesta aula serão apresentados os conceitos de mineral e rocha, sua gênese e formação; as classes/grupos de minerais e rochas, os critérios para identificação e nomenclatura. 2 3.1 Conceito de mineral “Mineral é uma substância sólida natural, inorgânica e homogênea, que possui composição química definida e estrutura atômica característica” (Frascá e Sartori, 1998). Os minerais se formam por cristalização a partir de: ✓ Líquidos magmáticos ou soluções termais; ✓ Recristalização em estado sólido; ✓ Produto das reações químicas entre sólidos e líquidos. A cela unitária (retículo cristalino) é a menor unidade individual tridimensional capaz de representar a estrutura do mineral. A cela unitária pode definir a geometria dos cristais de minerais e também suas propriedades físicas. Alguns minerais são amorfos e, portanto, não possuem forma definida. Alguns minerais podem ser formados por um único tipo de elemento químico quando são denominados elementos nativos (ex.: ouro, prata, cobre, enxofre etc) enquanto que outros são formados por um conjunto de vários elementos químicos. O carbono forma dois polimorfos naturais: o diamante e a grafita, que possuem a mesma composição, mas estruturas cristalinas diferentes. Muitos minerais exibem isomorfismo, isto 3 é, possuem estrutura cristalina semelhante, mas composição química diferente. A Figura 1 mostra alguns minerais. Cristal de halita (NaCl). Fonte:imgur.com Cristal de quartzo. Fonte:alemdomeuolhar.blogsp ot Cristal de esmeralda. Fonte: pietrerare.wordpress.com Estrutura molecular da halita. Fonte:skywalker.cochise.edu Estrutura molecular do quartzo. Fonte: nde-ed.org. Estrutura molecular da esmeralda. Fonte: crystallography365.wordpress.co m Figura 1. Estrutura de alguns minerais. Cúbico ou isométrico Tetragonal Hexagonal ou trigonal 4 Pirita (FeS2) Zircão (ZrSiO4) Calcita (CaCO3) Ortorrômbico Monoclínico Triclínico Olivina[(Mg2+,Fe2+)2SiO4] Biotita K(Mg,Fe)3(AlSi3O10)(F,OH)2 Amazonita (KAlSi₃O₈) Figura 2. Os sistemas cristalinos. 5 Os cristais de minerais podem ser agrupados em seis sistemas cristalinos de acordo com as simetrias entre eles. O hábito é o nome dado a forma externa do mineral. A figura 2 apresenta os seis sistemas cristalinos e exemplos de minerais. A macla ou geminação é o arranjo de dois ou mais cristais de um mesmo mineral, unidos por um plano de composição e de acordo com uma lei de repetição. A drusa é um padrão irregular de cristais no interior de um geodo. 3.1.1 Propriedades dos minerais Brilho: aspecto de uma fratura recente do mineral ao refletir a luz incidente. Pode ser metálico, vítreo, resinoso, graxo, sedoso, perláceo, adamantino, fosco etc. Cor: é derivada de falhas na estrutura do mineral, composição química e impurezas presentes. Pode variar para um mesmo mineral como o caso do quartzo (Figura 3). Traço: ao ser riscado contra uma superfície branca e dura como a porcelana, os minerais deixam uma linha de cor característica para cada mineral, denominada traço. 6 Figura 3. Variações de quartzo. Clivagem: superfície de fratura plana, paralela a uma face real ou possível do cristal. É definida como perfeita, boa, distinta e imperfeita. Figura 4. Planos de clivagem e forma do mineral. (a) cúbico, 3 planos de clivagem; (b) octaedro, 4 planos de clivagem; (c) dodecaédrico, 6 planos de clivagem; (d) romboedro, 3 planos de clivagem; (e) prisma, 2 planos de clivagem; (f) basal, 1 plano de clivagem. Fonte:colegiovascodagama.pt. 7 A clivagem depende das ligações químicas dos elementos dos minerais. Ligações iônicas tendem a ser mais fracas que as ligações covalentes e produzem planos de clivagem perfeitos. O quartzo é formado por fortes ligações covalentes e, por seguinte, seus planos de clivagem são imperfeitos (Press et al., 2004). Fratura: superfície de fratura do mineral, independente do plano de clivagem, irregular ou concóide (ex.: obsidiana, vidro). Dureza: resistência do mineral ao risco ou abrasão. Medida em relação a escala de Mohs. Tenacidade: resistência do mineral à flexão, esmagamento, corte etc. Ex.: as micas (muscovita e biotita) tendem a ser elásticas e flexíveis. Magnetismo: minerais que contém ferro são afetados por campos magnéticos. Os diamagnéticos são repelidos e os paramagnéticos são atraídos por um imã. A magnetita (Fe3O4) pertence aos ferromagnéticos, grupo de minerais fortemente atraídos pelo imã. Peso específico 8 V W m γm – peso específico do mineral (kN/m3); W – peso do mineral (N); V – volume do mineral (m3). O peso específico varia entre 2 e 4 para a maioria dos minerais. Os minerais pesados possuem peso específico maior que 4. 3.1.2 Classes dos minerais O processo de formação dos minerais é influenciado por três fatores preponderantemente: pressão, temperatura e a disponibilidade de materiais (compostos). O oxigênio e o silício são os elementos mais comuns formadores de minerais. Nesse sentido, os minerais podem ser divididos em dois grupos: os silicatos e os não-silicatos. 9 3.1.2.1 Silicatos Os silicatos são formados a partir da ligação do íon Si4+ com quatro íons de oxigênio (SiO4)4-. Os íons de silício podem ser substituídos em parte por alumínio, ferro e magnésio entre outros cátions. Os silicatos são subdivididos em: Nesossilicatos São grupos minerais que contém tetraedros independentes (SiO4)4- ligados a cátions de Fe, Mg e outros. Alguns minerais incluem a olivina, a granada, a titanita e o zircão. Inossilicatos São formados por unidades tetraédricas ligadas por oxigênios em comum, constituindo cadeias simples (Si2O6)4- ou duplas (Si4O11)6-. O hábito desses minerais costuma ser alongado, do tipo prismático. Existem dois grupos de inossilicatos: piroxênios (anidros de cadeia simples) e anfibólios (hidratados de cadeia dupla). Minerais comuns são: augita, diopsídio, hiperstênio (piroxênios) e a hornblenda (anfibólios). Filossilicatos 10 São silicatos hidratados cujas unidades se dispõem em folhas. Possuem hábito foliáceo, com uma direção principal de clivagem segundo o plano das folhas. Dividem-se em três subgrupos: as micas, os argilominerais e filossilicatos de alteração. As micas são compostas pela moscovita (micas claras), comuns em rochas metamórficas; e a biotita (mica escura), comuns em rochas ígneas e metamórficas. Os principais argilominerais são a caulinita, a montmorilonita e a illita. Esses minerais são identificados pela difratogrametria de raio-X (DRX). Os filossilicatos de alteração ocorrem pela alteração hidrotermal de minerais primários. São eles, a clorita, a serpentina (tipo de amianto) e o talco. Tectossilicatos São formados por tetraedros ligados por oxigênios em comum, resultando em uma estrutura tridimensional. Os minerais mais comuns são: feldspato, plagioclásio, quartzo, calcedônia,opala, nefelina e zeólitas (ex.: analcita). 11 3.1.2.2 Não-silicatos Os minerais não-silicatos englobam os minerais nativos, os sulfetos, os óxidos e hidróxidos, os carbonatos, os haloides e os sulfatos. Referências bibliográficas FRASCÁ, M. H. B. O.; SARTORI, P. L. P. Minerais e rochas. In: OLIVEIRA, A. M. S.; BRITO, S. N. A. [Eds.]. Geologia de Engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
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