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O caso dos exploradores de caverna - uma síntese

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Prévia do material em texto

Síntese do livro “O caso dos exploradores de caverna” 
Segue aqui um recorte dos principais trechos da obra, minha análise sobre as considerações de cada 
personagem julgador e minha análise pessoal final baseado estritamente no conteúdo exposto no 
livro. 
1. Dos fatos 
Os exploradores perguntaram então se havia algum médico no acampamento, tendo sido postos em 
comunicação com a equipe médica, à qual descreveram sua condição e a alimentação disponível e logo 
solicitaram a opinião médica acerca da probabilidade de sobreviverem sem alimentos por mais dez dias. 
O chefe da equipe médica respondeu-lhes que havia possibilidade mínima de sobrevivência por tal 
período. 
Whetmore inquiriu se seria aconselhável que tirassem a sorte para determinar qual dentre eles deveria 
ser sacrificado. 
Whetmore quis saber então se havia um juiz ou outra autoridade governamental que se dispusesse a 
responder ao questionamento. Nenhuma das pessoas integrantes da missão de salvamento se 
apresentou com disposição para assumir o papel de conselheiro neste tema. Ele perguntou então se 
algum pastor ou padre poderia responder àquela indagação, mas não se encontrou guia espiritual algum 
que quisesse fazê-lo. 
Dos interrogatórios dos acusados, que foi aceito pelo tribunal do júri, evidencia-se que Whetmore 
propôs primeiramente que buscassem nutrimento na carne de um deles,sem o que a sobrevivência 
seria impossível e todos morreriam. Foi também Whetmore quem propôs primeiramente o uso de 
algum método de moldar o sorteio, chamando a atenção dos acusados para um par de dados que 
casualmente trazia consigo. Os acusados inicialmente relutaram em adotar um procedimento tão 
desesperador, mas, tendo em conta tudo que já tinham conversado, eles concordaram com o plano 
proposto por Whetmore. Após muita discussão de questões matemáticas suscitados pela complexidade 
do caso, o acordo foi alcançado finalmente sobre o método a ser empregado para a solução do 
problema: a utilização dos dados. 
Entretanto, antes que estes fossem lançados, Whetmore declarou que desistia do acordo, pois havia 
refletido e decidido esperar outra semana antes de adotar um expediente tão horrendo e odioso. Os 
outros o acusaram de violação do acordo e procederam ao lançamento dos dados. Quando chegou a vez 
de Whetmore um dos acusados atirou-os em seu lugar, ao mesmo tempo em que se lhe pediu para 
levantar quaisquer objeções quanto à correção do lanço. Ele declarou que não tinha objeções a fazer. 
Tendo-lhe sido adversa a sorte, foi então morto e serviu de alimento para os demais. 
2. Voto do Presidente Truepenny 
Com base nesse veredicto o juiz de primeira instância decidiu que os réus eram culpados do assassinato 
de Roger Whetmore. Em conseqüência sentenciou-os à forca, não lhe permitindo a legislação nacional 
nenhuma amenização com respeito à pena a ser imposta. 
Decidindo este extraordinário caso, parece-me que os jurados e o juiz de primeira instância seguiram 
uma trajetória que era não somente correta e sábia, mas a única via que lhes restava aberta em face do 
texto legal. Os ditames de nossa legislação são bem conhecidos: “Quem quer que prive 
intencionalmente a outrem da vida será punido com a morte”. N.C.S.A. (n.s.) § 12-A. Esta regra legal não 
permite exceção alguma aplicável à espécie, porém, a nossa simpatia inclina-nos a ter em consideração 
a trágica situação em que esses homens foram envolvidos. 
Em um caso desta natureza, o princípio da clemência do poder executivo parece admiravelmente 
apropriado para mitigar os rigores da legislação, razão por que proponho aos meus colegas que sigamos 
o exemplo do júri e do juiz de primeira instância, solidarizando-nos com as petições que enviaram ao 
chefe do Poder Executivo. Eu penso que podemos, portanto, presumir que alguma forma de clemência 
será estendida aos acusados. Se isto for feito, a justiça será realizada sem macular o texto ou o espírito 
de nossa legislação e sem oferecer incentivo algum à sua transgressão. 
Minha análise: o juiz Truepenny aplicou a pena utilizando o sentido literal da lei positivada, mesmo 
acreditando que o caso demandaria uma outra decisão devido os fatos. Porém, apresentando a norma 
claramente explicitada, não ofereceu outra alternativa a não ser a aplicação do princípio da clemência, 
que ele considera perfeitamente possível ser deferido pelo poder executivo. Portanto, Truepenny, 
mesmo a contragosto, acredita que a lei deve condenar os réus. 
3. Voto do Ministro Foster 
Eu acredito que há algo mais do que o destino destes desafortunados exploradores em juízo neste caso; 
encontra-se em julgamento a própria legislação do nosso País. 
Para que nós sustentemos que a lei que fazemos observar e enunciamos nos compele a uma conclusão 
da qual nos envergonhamos e da qual apenas podemos escapar apelando a uma exceção que se 
encontra na dependência do capricho pessoal do chefe do Executivo, parece-me equivaler a admitir-se 
que ela não incorpora os preceitos básicos para a realização da justiça. 
Eu acredito que ela (a lei) os declara inocentes da prática de qualquer crime. 
Afirmo que o nosso direito em vigor é inaplicável a este caso e que este se encontra regido pelo que os 
antigos escritores da Europa e da América chamavam a lei da natureza. 
Quaisquer que sejam os objetivos buscados pelos vários ramos do nosso direito, mostra-nos a reflexão 
que todos eles estão voltados no sentido de facilitar e de melhorar a coexistência dos homens e de 
regular com justiça e equidade as relações resultantes de sua vida em território comum. Quando a 
suposição de que os homens podem viver em comum deixa de ser verdadeira, como obviamente 
sucedeu nesta extraordinária situação em que a conservação da vida apenas tornou-se possível pela 
privação da vida, as premissas básicas subjacentes a toda a nossa ordem jurídica perderam seu 
significado e sua coercibilidade. 
Observando com atenção os propósitos do direito e do governo e as premissas subjacentes ao nosso 
direito positivo, concluímos que esses homens, quando tomaram sua trágica decisão, estavam tão 
distantes de nossa ordem jurídica como se estivessem a mil milhas além de nossos limites territoriais. 
Mesmo em um sentido físico, sua prisão subterrânea estava separada dos nossos tribunais e dos nossos 
serventuários da justiça por uma sólida cortina rochosa que só pôde ser removida depois dos maiores 
dispêndios de tempo e de esforço. Concluímos, por conseguinte, que no momento em que Roger 
Whetmore foi morto pelos acusados, eles se encontravam não em estado sociologista, mas em estado 
natural, isso na linguagem dos doutrinadores do século XIX. A consequência disto é que a legislação a 
ser aplicada a eles não é a do Estado, tal como foi elaborada e sancionada, mas aquela própria das 
circunstâncias vivenciadas por eles. 
O que estes homens fizeram realizou-se em cumprimento de um pacto aceito por todos e proposto 
primeiramente pelo próprio Whetmore. Desde o momento em que se evidenciou a extraordinária e 
difícil situação pela qual se achavam todos, tornaram-se inaplicáveis os princípios usuais reguladores das 
relações entre os homens e, em consequência, emergiu a necessidade de elaborarem uma Carta 
Constitucional que refletisse a nova ordem estatal em que se encontravam. 
Os coordenadores da operação e os funcionários públicos não sabiam que dirigiam a operação de 
salvamento, que os esforços que estavam empreendendo eram perigosos e envolviam um sério risco 
para as vidas dos trabalhadores que os estavam executando? Se não parece apropriado que estas dez 
vidas tenham sido sacrificadas para salvar às dos cinco exploradores, a que título diremos ser 
compreensível que estes exploradores executassem um acordo para salvar quatro vidas em detrimento 
de uma? 
Qualquer rodovia, qualquer túnel ou qualquer edifício que nós projetamos envolve um risco à vida 
humana. Examinandoestes projetos em conjunto, podemos calcular com alguma precisão quantas 
mortes a sua construção irá demandar; os estatísticos podem dizer o custo médio em vidas humanas de 
mil milhas de uma rodovia de concreto de quatro pistas. Contudo, deliberada e conscientemente, 
incorremos neste risco e pagamos este custo na suposição de que os valores resultantes para aqueles 
que sobrevivem, superam a perda. Se estas coisas podem ser ditas em uma sociedade desenvolvendo-se 
normalmente sobre a superfície terrestre, o que se deverá dizer do suposto valor absoluto da vida 
humana na situação de desespero em que os réus e seu companheiro Whetmore se encontravam? 
O segundo fundamento prossegue em outra direção, rejeitando hipoteticamente todas as premissas 
que formulei até o momento. 
Um dos mais antigos aforismas da sabedoria jurídica ensina que um homem pode afrontar a letra da 
norma legislada, sem infringir a própria legislação. Toda proposição de direito positivo, quer contida em 
uma norma ou em um precedente jurisprudencial, deve ser interpretada racionalmente à luz de seu 
propósito evidente. 
No caso Commonwealth v. Staymore , o acusado foi condenado tendo em vista uma norma que 
considera ato ilícito a conduta voltada a estacionar os automóveis em determinadas áreas, por um 
período superior a duas horas. O infrator tinha tentado retirar o seu carro, mas foi impedido de fazê-lo 
porque as ruas encontravam-se obstruídas por uma manifestação política na qual ele não tomara parte, 
nem pudera prever. Este Tribunal reformou a sentença, afastando a condenação, embora o caso se 
enquadrasse perfeitamente no enunciado literal da norma legislada. 
Há séculos estabeleceu-se que matar em legítima defesa é excludente de ilicitude. Quando a razão da 
excludente da legítima defesa é assim explicado, torna-se evidente que, precisamente, a mesma 
fundamentação lógica é aplicável ao caso analisado por este Tribunal. Se no futuro, qualquer grupo de 
homens venha a encontrar-se na trágica situação dos acusados, podemos estar certos de que sua 
decisão de viver ou morrer não será controlada pelas normas do Código Penal. Nesse contexto, se nós 
lermos este texto legal inteligentemente, é manifesta a inadequação de sua aplicação a este caso. A 
subtração desta situação da incidência da norma justifica-se precisamente pelas mesmas considerações 
que foram apresentadas pelos nossos predecessores em seus gabinetes, séculos atrás, ao caso da 
legítima defesa. 
A linha de raciocínio que eu imprimi acima não põe a questão de fidelidade às disposições legais, 
embora talvez seja possível colocar a questão da distinção entre fidelidade inteligente e fidelidade não-
inteligente. Nenhum empregador deseja ter um funcionário incapaz de ler nas entrelinhas. A empregada 
doméstica mais estúpida sabe que quando lhe é ordenado descascar a sopa e tirar a espuma das 
batatas, sua patroa não quer expressar o significado no que está dizendo. 
A correção de erros ou equívocos legislativos óbvios não importa em substituir a vontade do poder 
legislativo, mas em fazê-la mais eficaz. Em consequência, sob qualquer ponto de vista que este caso 
comportar, concluo que os acusados devam ser considerados inocentes das coautorias do crime de 
homicídio contra Roger Whetmore e que a sentença de condenação deva ser reformada. 
Minha análise: O juiz Foster focou sua abordagem primeiramente no direito natural, buscando 
desqualificar a letra jurídica como norma absoluta para todas as circunstâncias, inclusive aquelas em 
situações não previstas no sistema jurídico. Para tal, usou repetidas vezes do recurso da analogia, 
buscando traçar um paralelo entre o fato ocorrido e outras situações cotidianas, inclusive aquela que 
vitimou operários nas buscas. Ele buscou demonstrar que na situação em que se encontravam os 
autores e a vítima, construiu-se uma norma específica para o convívio naquela micro-sociedade visando 
o bem comum e atendendo o maior número possível dos membros na manutenção elementar da vida. 
Em sua segunda análise, Foster buscou focar no estudo da hermenêutica a fim de se interpretar a letra 
considerando as circunstâncias peculiares que levaram alguém a cometer tal atitude. Ele mais uma vez 
usa de analogia para demonstrar o quanto a norma vaga pode oferecer interpretações lógicas distintas 
para cada caso. Apela ainda para doutrinar acerca do valor das situações adversas perante a justiça para 
a releitura e aperfeiçoamento da lei. Ele acredita piamente que a lei deve ser tratada como o caminho, e 
não como a conclusão de fato, buscando assim inocentar os réus. 
4. Voto do Ministro Tatting 
Normalmente sou capaz de dissociar os lados emocional e racional das minhas reações, e decidir o caso 
apresentado, unicamente, com base na racionalidade. Em revendo este trágico caso, acho que meus 
recursos usuais falham-me. Tenho esperança de que seria capaz de colocar estas emoções 
contraditórias de lado, como irrelevantes, e decidir o caso com base em uma demonstração lógica e 
convincente como resultado requerido pela nossa lei. 
Ao analisar a opinião do meu colega Foster, acho que está crivada de contradições e falácias. Estas 
dificuldades podem parecer obra da imaginação, mas elas somente servem para mostrar a natureza 
fantasiosa da doutrina que se está levantando para eles. 
O Ministro Foster e eu somos juízes indicados para o tribunal do Commonwealth de Newgarth, e 
fizemos juramento e fomos empossados para administrar as leis deste Commonwealth. Por qual 
autoridade poderemos nós decidir em um “Tribunal Natural”? Se tais pessoas estiveram, realmente, sob 
a lei natural, então como virá nossa autoridade para explanar e aplicar tal lei? Pois, certamente, nós não 
estamos no estado natural. 
Vamos examinar o conteúdo desse código natural que meu colega propõe que nós adotemos como 
nosso e aplicá-lo para este caso. Que atrapalhado e odioso esse código é! É um código no qual a lei de 
contratos é mais fundamental do que a lei de crime contra a vida. Sob as provisões deste código, ainda 
mais, tal acordo uma vez feito é irrevogável, e se uma das partes pretender retirar-se, os outros poderão 
fazer justiça com as suas próprias mãos, e fazer valer o contrato pela violência. 
Por estas considerações faz-se impossível para que possa aceitar a primeira parte do argumento do meu 
colega. Também não posso aceitar sua noção de que essas pessoas estariam sob o código natural. 
Chego, agora, na segunda parte da opinião do meu colega, na qual ele pretende demonstrar que os réus 
não violaram as disposições do N.C.S.A. (n.s.) § 12-A. Aqui, o caminho, ao invés de se tornar claro, torna-
se para mim nublado e ambíguo, porque meu colega parece desatento às dificuldades inerentes de suas 
demonstrações. A essência de seu argumento poderia ser colocada nos seguintes termos: Nenhum 
estatuto, indiferente da linguagem, deverá ser aplicado de maneira que esteja em contradição à sua 
proposta. O racional pelo qual uma exceção poderá ser lida no estatuto é, na posição de meu co-lega, a 
mesma na qual é aplicada para oferecer uma desculpa para a legítima defesa. 
Na verdade, observando-se as circunstâncias, a sua demonstração parece muito convincente. É verdade 
que o estatuto deverá ser aplicado sob a ótica de sua proposta, e que uma das propostas da legislação 
criminal é, reconhecidamente, para ser um impedimento. A dificuldade é que outras propostas são 
também atribuídas à lei criminal. Outras teorias têm sido promulgadas. Assumindo que nós devemos 
interpretar um estatuto sob a luz de sua proposta, o que devemos fazer quando existem várias 
propostas ou quando suas propostas são disputadas? 
A doutrina lecionada em nossas escolas de direito, memorizada por gerações de estudantes de direito, 
discorre-se nos seguintes termos: O estatuto concernente a assassinato requer um ato pensado, 
premeditado. A pessoa que age para repelir umaameaça de agressão à sua vida não age, 
premeditadamente, mas em resposta a um impulso profundamente inerente à natureza humana. Essas 
pessoas não somente agiram premeditadamente, mas com grande deliberação e após horas de 
discussão do que eles deveriam fazer. 
Isto é o caso Commonwealth v. Valjean. A despeito do fato do caso estar obscuramente reportado, 
parece que o réu foi indiciado por roubo de um filão de pão, e ofereceu defesa que estaria em condição 
famélica. Se fome não pode justificar roubo de comida, corno podemos justificar matar e consumir uma 
pessoa. Novamente, se nós olharmos a questão em termos de dissuasão, é provável que uma pessoa 
poderá passar fome até a morte para evitar ser sentenciado por roubo de um filão de pão? As 
demonstrações de meu colega nos compelem a desconsiderar Commonweath v. Valjean, e muitos 
outros precedentes que foram construídos sobre aquele caso. 
Ainda há uma outra dificuldade na proposta de meu colega Foster de ler uma exceção no estatuto 
favorecendo este caso, porém, novamente, uma dificuldade que não foi anunciada em sua decisão. 
Como nós decidiríamos, se Whetmore desde o começo tivesse se recusado a participar do plano? Seria 
permitido que uma maioria decidisse sobre a sua posição? Estas ilustrações podem ser multiplicadas, 
mas o suficiente foi sugerido para revelar que uma situação pantanosa de inúmeras dificuldades 
escondidas estão contidas no arrazoado de meu colega. 
Ainda seguindo mais tal reflexão, mesmo se nós estivéssemos certos que nenhum caso similar fosse 
acontecer novamente, as ilustrações que demonstrei não denotam a falta de princípios coerentes e 
racionais na decisão que meu colega propõe? Não deveria a solidez dos princípios ser testada pelas 
conclusões que impõe, sem referência aos acidentes da história processual posterior? 
Tenho dado a este caso os melhores pensamentos que sou capaz. Tenho dormido pouco desde que este 
caso foi argüido perante nós. Quando me sinto inclinado a aceitar o ponto de vista do meu colega 
Foster, sou repelido por um sentimento que os seus argumentos são, intelectualmente, sem base e se 
aproximam somente de mera racionalização. Por outro lado, quando estou inclinado a manter a 
condenação, sou atingido pelo absurdo de mandar estas pessoas para as suas mortes, quando as suas 
vidas foram salvas pelo custo de dez heróicos trabalhadores. 
É, com muito pesar, que sinto a decisão do Promotor de Justiça de pugnar pelo indiciamento por 
assassinato. Infelizmente, porém, as pessoas foram indiciadas e julgadas, e nós, por conseqüência, 
fomos trazidos à esta situação desafortunada. 
Assim, como estou absolutamente incapaz de resolver as dúvidas que me assaltam sobre a lei a ser 
aplicada neste caso, lamento anunciar um passo que é, acredito, inédito na história deste tribunal, 
declarando a minha incapacidade de proferir uma decisão sobre este caso. 
Minha análise: O ministro Tatting faz comentários superficiais e desprovidos de análise contundente 
sobre a argumentação de Foster ao propor, hipoteticamente, uma segunda possibilidade de 
acontecimento na caverna, onde Wethmore reagiria ao seu sacrifício em legítima defesa. Ora, se assim 
fosse, estaria ele mesmo quebrando um acordo contratual oral estabelecido entre os membros daquela 
micro sociedade, na qual, segundo a sorte, um deles seria transformado em alimento para os demais. 
Com essa assertiva inicial, Tatting pretende apenas desqualificar a opinião de Foster, mas não se mostra 
contundente o suficiente para isso, pois afinal, outras possibilidades jurídicas não foram constituídas na 
caverna por não serem pauta fundamental para o problema em questão: a fome e a sobrevivência do 
maior número possível de membros. Em sua análise sobre a segunda apresentação de Foster, Tatting 
procura demonstrar que a reinterpretação da lei para a defesa do réu pode ser uma prática perigosa 
para se justificar a defesa de diversos crimes através da jurisprudência de outros casos. Tatting reforça a 
complexidade do julgamento e de se estabelecer analogia com outros fatos, questionando a diferença 
em se matar a fome através de um furto e de matar a fome através de um assassinato, mesmo 
considerando o caso como única alternativa de sanar a necessidade orgânica do grupo. Por fim mostra-
se ainda mais dividido, mesmo tendencioso em confirmar a pena, quando lembra que para retirar as 
vítimas do acidente, e réus do processo, 10 pessoas morreram no resgate. Qual teria sido o valor de 
suas vidas, se ao fim da dura missão os resgatados fossem condenados à pena de morte? Tatting clama 
então pela hipótese de esse indiciamento nunca ter acontecido para não expô-los a tão dura decisão, de 
tal modo que, perante a complexidade dessa ação, ele declara-se incapaz de proferir uma conclusão. 
5. Voto do Ministro Keen 
Gostaria de começar por estabelecer, por um lado, duas questões que não estavam antes perante este 
Tribunal. 
A primeira delas é se clemência pelo poder executivo poderia ser estendida a esses réus se a 
condenação for confirmada. No cumprimento das minhas funções como juiz, nunca seria minha função 
endereçar instruções para o Chefe do Executivo, nem tomar em consideração o que ele poderá ou não 
fazer, para chegar a minha conclusão, que deverá ser controlada, unicamente, pela lei deste 
Commonwealth. 
A segunda questão que gostaria de colocar é a de que decidindo se os atos dessas pessoas foram 
“certos” ou “errados”, “iníquos” ou “bons”. Também é uma questão irrelevante para o cumprimento do 
meu ofício como juiz, que fez juramento para aplicar, não os meus conceitos de moralidade, mas a lei do 
país. 
A linguagem exata do estatuto é a que se segue: “Aquele que premeditadamente retirar à vida de 
outrem deverá ser punido com a morte”. Muito embora todas as dificuldades deste caso, então, qual é a 
necessidade de tantas páginas para a discussão sobre o que deveria ser tão óbvio? As dificuldades, 
sejam quais forem as formas tortuosas em que se possam apresentar, apontam todas para uma simples 
fonte, que é a falha de distinguir os aspectos legais dos morais, neste caso. Colocando-se, claramente, 
meus colegas não gostam do fato que a lei escrita requer a convicção destes réus. Tampouco eu, mas ao 
contrário dos meus colegas, respeito as obrigações deste ofício que requer que coloque minhas 
predileções pessoais de lado quando é chegado o momento de se aplicar a lei deste Commonwealth. 
Agora, naturalmente, meu colega Foster não admite que ele esteja agindo por força de sua não 
apreciação da lei escrita. Ao contrário, ele desenvolve uma linha familiar de argumentação, 
estabelecendo que o tribunal deveria desconsiderar a lei expressa do estatuto, quando alguma coisa, 
não contida no próprio estatuto, chamada de proposta, poderia ser considerada para justificar o 
resultado que este mesmo tribunal não considera próprio. 
É o suficiente de se observar que aqueles dias já passaram e que no lugar da incerteza que então 
reinava, nós temos princípios claros que estão na supremacia do ramo legislativo do nosso governo. 
Desses princípios flui a obrigação do judiciário de se fazer cumprir lealmente a lei escrita, e de 
interpretar-se a lei de acordo com o seu significado mais simples, sem qualquer referência aos nossos 
desejos pessoais ou concepções individuais de justiça. 
A propensão do meu colega Foster em achar buracos nos estatutos recorda-me de uma história de um 
autor antigo sobre um homem que amarrava os cordões dos seus sapatos. Perguntado como ele 
preferia, respondeu que a parte que ele mais gostava era a dos buracos. Esta é a forma que meu colega 
se sente com relação aos estatutos; quanto mais buracos existirem, mais ele os apreciará. Ou seja, ele 
não gosta de estatutos. 
O problema real é uma questão mais profunda. Não tanto como se tratar com o estatuto, mas como 
tratar-se a exceção em favor da legítima defesa,simplesmente, como tem sido aplicada por este 
Tribunal: ou seja, é aplicada para casos de resistência a uma ameaça agressiva à vida da pessoa. Assim 
sendo, é bem claro que o argumento da legítima defesa não se encaixa dentro do escopo da exceção, 
desde que é sabido que Whetmore não fez nenhuma ameaça contra as vidas dos réus. Não se pode 
simplesmente aplicar um estatuto como ele está escrito e refazê-la para que supra a sua própria 
vontade ao mesmo tempo. 
Agora sei que a linha de raciocínio que desenvolvi nesta decisão não será aceita por aqueles que olham 
somente para os efeitos imediatos da decisão e ignoram as implicações de longo prazo para o judiciário, 
das assumidas funções de ministrar a justiça. Uma decisão difícil nunca será uma decisão popular. Na 
verdade, gostaria de ir mais longe e dizer que não são somente os princípios que tenho explanado, 
aqueles mais sólidos para a nossa presente condição, mas que nós herdaríamos um sistema legal melhor 
se nossos antepassados tivessem observado esses princípios desde o começo. Por exemplo, com 
respeito à escusa da legítima defesa, se nossos tribunais tivessem se mantido firmes quanto a linguagem 
do estatuto, o resultado seria, indubitavelmente, a sua revisão legislativa. Tal revisão poderia ser 
desenhada com a assistên-cia de filósofos e psicólogos naturais e o regulamento, resultante da matéria, 
poderia ter sido uma base racional e compreensível, ao invés desta confusão de termos e distinções 
metafísicas que emergiram do tratamento acadêmico e judicial. 
Isto conclui meus comentários, que são, naturalmente, além das minhas funções, nas quais devo 
ministrar com relação a este caso, mas incluo-os aqui porque sinto profundamente que meus colegas 
não estão, suficientemente, a par dos perigos implícitos nas concepções do ofício judicial advogados 
pelo meu colega Foster. 
Eu concluo que a condenação deverá ser confirmada. 
Minha análise: O ministro Keen inicia sua análise buscando racionalizar o problema fazendo 
considerações aos comentários de seus colegas, enfatizando a importância de se distinguir a aplicação 
da lei baseando-se em valores pessoais e no cumprimento do dever jurídico segundo os termos da lei 
propriamente ditos. Ele argumenta no decorrer de sua explanação sobre aspectos inerentes à 
construção da lei e à importância de segui-la mesmo que a sua aplicação literal confronte o anseio 
popular. Ele não aprova a ferramenta da construção de possibilidades com base em conceitos sociais ou 
pessoais para desviar do objetivo normativo da lei e assim conquistar um novo parecer jurídico a cerca 
da inocência do réu. Ele conclui que a pena deve ser confirmada. 
6. Voto do Ministro Handy 
Tenho ouvido com espanto os raciocínios atormentadores que este simples caso tem levantado. Nunca 
deixo de me surpreender com a habilidade dos meus colegas de atirar uma cortina obscurescente de 
legalismos em todas as questões apresentadas para a sua decisão. Nós temos ouvido, esta tarde, 
disquisições aprendidas na distinção entre o direito positivo e o direito natural, a linguagem do estatuto 
e a proposta do estatuto, as funções do judiciário e as funções do executivo, legislar-se através do 
judiciário e legislar-se pelo legislativo. 
Meu único desapontamento foi que, de alguma forma, alguém não levantou a questão da natureza legal 
da barganha que se entabulou na caverna - se foi unilateral ou bilateral, e se as ações de Whetmore não 
poderiam ter sido consideradas como revogatórias da oferta antes da ação ter sido tomada. 
O problema que se apresenta para nós é o que, nós oficiais do governo, devemos fazer com estes réus. 
Essa é uma questão de bom senso a ser exercitada no contexto, não em alguma teoria abstrata, mas 
para realidades humanas. 
Nunca consegui convencer meus colegas de que o governo é uma questão de tratar com pessoas e sua 
humanidade, e que as pessoas são governadas, não por palavras no papel ou teorias abstratas, mas por 
outras pessoas. Eles são governados bem quando os governantes entendem os sentimentos e 
concepções das massas. Eles são mal governados quando este entendimento não está presente. 
Existem, naturalmente, algumas regras fundamentais que devem ser aceitas, se o jogo deve continuar. 
Incluo, dentre elas, aquelas que regulam a condução das eleições, a indicação de servidores públicos e o 
termo durante o qual tal mandato é exercido. Porém, a área básica de princípios deveria ser expandida 
para incluir algumas outras regras, como aquelas desenhadas para preservar o sistema de liberdade 
civil. Deveríamos tomar como modelo, penso eu, o bom administrador, que acomoda os procedimentos 
e princípios do caso em questão, selecionando as regras e casos existentes, aqueles mais apropriados a 
chegar a um resultado satisfatório. 
Acredito que somente aprendendo esta filosofia, que ela nos dará o que precisamos para preservar a 
flexibilidade essencial, se pretendemos manter as nossas ações, razoavelmente, de acordo com os 
sentimentos daqueles sujeitos ao nosso governo. Uma vez estabelecido uma segura separação entre as 
massas e aqueles que dirigem os aspectos legais, políticos e econômicos de suas vidas, e nossa 
sociedade estará arruinada. Assim, nem a lei natural de Foster nem a fidelidade de Keen à lei escrita nos 
darão qualquer coisa. 
Agora, quando essas concepções são aplicadas para este caso, sua decisão se torna, como já disse, 
muito simples. Para demonstrar isso gostaria de introduzir certas questões materiais que meus colegas, 
com seu decoro, decidiram passá-las, em silêncio, mesmo estando tão alertados como eu. 
A primeira delas é a de que este caso causou enorme interesse público, tanto aqui como no estrangeiro. 
Está perfeitamente claro como o público se sente sobre este caso. Nós poderíamos saber sem esta 
pesquisa de opinião, naturalmente, somente baseados no senso comum, ou mesmo, em observando 
este Tribunal que está, aparentemente, quatro juízes e meio, ou seja, noventa por cento a favor da 
opinião pública. 
Torna-se óbvio não somente o que deveríamos fazer, mas o que devemos fazer se pretendemos 
preservar entre a opinião pública e esta Corte um razoável e decente acordo. Ou seja, declarar essas 
pessoas inocentes não envolverá, necessariamente, qualquer sofisma ou truque indigno. 
Certamente, nenhum leigo pensaria que, deixando estas pessoas livres, nós estaríamos esticando o 
estatuto mais do que nossos antepassados fizeram quando criaram a legítima defesa. Se, porém, uma 
demonstração de um método para reconciliar nossa decisão com os estatutos for necessária, eu me 
contentaria em repousar meus argumentos nos argumentos desenvolvidos na segunda e menos 
visionária parte da opinião do meu colega Foster. 
Agora, sei que os meus colegas ficarão horrorizados com a minha sugestão de que este Tribunal deveria 
considerar a opinião pública. Mas vamos, honestamente, olhar as realidades da administração da lei 
penal. Quando uma pessoa é acusada de um crime, existem, genericamente, quatro caminhos nos quais 
ele poderá fugir da sua punição. Um deles é a determinação por um juiz que, sob a lei aplicável, ele não 
cometeu crime algum. Isto, naturalmente, é uma determinação que é tomada em uma atmosfera formal 
e abstrata. Mas vamos considerar os outros três caminhos pelos quais tal pessoa se livrará da punição. 
Que são: (1) a decisão do Promotor de Justiça de não pedir sua condenação; (2) uma absolvição pelo 
júri; (3) perdão ou comutação da pena pelo executivo. 
Como mencionei, noventa por cento das pessoas desejam que a Suprema Corte deixe essas pessoas 
irem, ou os puna com uma simples reprimenda nominal. Os dez por cento restantes constituem-se em 
um grupo muito estranho, com as mais curiosas e divergentes opiniões. Um dos nossos especialistas 
universitários tem feito um estudo desse grupo e achou que seus membros caem em certos padrões. 
Uma porção substancialdesse grupo são assinantes de pasquins “rabugentos”, de circulação limitada, 
que dão a seus leitores uma versão distorcida dos fatos deste caso. Alguns pensam que “espeleólogo” 
significa “canibal” e que “antropofagia” é um dos mandamentos da Sociedade. Mas o ponto que 
pretendo fazer, porém, é este: muito embora quase toda variedade concebível ou sombra de opinião 
está representada nesse grupo, ou seja, não existia, pelo que me foi dito, nenhum deles, nem um 
simples membro da maioria dos noventa por cento, que disse, “eu acho que seria boa coisa se as 
sentenças dessas pessoas fossem enforcamento e que outro braço do governo viesse e os perdoasse”. E, 
ainda, essa foi a solução que tem, mais ou menos, dominado as nossas discussões, e que o nosso 
Presidente propõe como sendo o caminho pelo qual, nós podemos evitar que se cometa uma injustiça e 
ao mesmo tempo preservar o respeito pela lei. 
Chego agora ao fato mais crucial deste caso, um fato conhecido por todos nós neste Tribunal, porém, 
um que meus colegas têm achado apropriado manter coberto sob os mantos do judiciário. Isto é uma 
possibilidade preocupante, pois se a questão fosse deixada para ele, o Chefe do Executivo recusaria o 
perdão dessas pessoas e não comutaria suas sentenças. Como todos nós sabemos, nosso Chefe do 
Executivo é um homem de certa idade, com noções muito arraigadas. 
Não é uma questão de um julgamento sobre cinco ou seis mil frelars, mas sobre a vida ou 
morte de quatro pessoas que já tinham sofrido mais tormento e humilhação que a maioria 
de nós seria capaz de suportar por milhares de anos. Concluo que os réus são inocentes do 
crime apresentado, e que a sentença de condenação deva ser anulada. 
Minha análise: Handy inicia sua argumentação doutrinando sobre a importância e o dever da justiça no 
contexto da vida em sociedade, enfatizando a importância de se estabelecer regras administrativas bem 
específicas, mas também que haja uma leitura flexível sobre as leis que tratam matéria relacionada à 
liberdade individual, uma vez que o escopo do governo é o bom estar e anseios do povo. Com isso, 
declara sua simpatia pela análise de Foster quando considera a interpretação da lei explorando como 
superficial e fria sua abordagem genérica, invocando assim uma leitura pontual do problema específico. 
Considerando uma possível condenação dos réus e cogitando o pedido de clemência ao executivo, 
Handy também se antecipa ao resultado dessa prática ao expor o perfil conhecido do chefe do 
executivo, que deve confirmar a condenação. Assim, partindo para uma análise simples e objetiva, 
Handy finaliza expondo que o resultado da ação (a morte) foi motivada por uma situação psicológica e 
orgânica mais fortes do que uma decisão racional em situações normais, o que o levou opinar pela 
anulação da sentença. 
Minha análise pessoal sobre o caso: considerando que o objetivo de todos era sobreviver e que o 
instinto natural do ser humano é lutar pela própria sobrevivência; considerando que Whetmore, após 
sugerir o acordo deixou de considerar o sacrifício uma boa alternativa; considerando que, se não se 
alimentassem, todos os membros estariam condenados à morte naquele lugar; considerando que o 
testemunho dos acusados seria o único depoimento a ser considerado quanto aos fatos ocorridos, 
podendo assim ter sido construído na forma mais conveniente (pois não teriam contraprova); 
considerando que na luta pela sobrevivência de todos, onde atitudes extremas foram cogitadas, a 
retirada de um membro com pedaço de carne (como uma perna) escalonadamente (de um homem por 
dia), que permitisse a manutenção da vida de todos teria sido uma atitude mais sensata do que o 
assassinato. Eu consideraria culpados os réus por não terem adotado uma alternativa não-letal, por 
não terem reconsiderado o plano inicial conforme pedido pela vítima, e considerando a falta de 
contraprova que confronte os relatos dos réus uma possibilidade de omissão dos fatos reais que 
precederam o sacrifício. 
Adriano Berger Ferreira – março/2014 
http://nanoberger.blogspot.com.br

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