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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
Unidade III
MÓDULO 5
Origem da Filiação
A origem da relação jurídica paterno-filial está diretamente atrelada à família e, neste diapasão, às 
relações de parentesco que a mesma tem o condão de estabelecer, até de certa forma perene e absoluta 
entre os seus membros.
O estabelecimento da filiação ou relação jurídica paterno-filial foi importantíssimo instrumento de 
organização do estado, bem como de aglutinação social, tendo em vista que no primeiro caso pudemos 
conhecer e definir o poder estatal e quanto ao segundo, as relações sociais e, principalmente, jurídicas 
puderam ser criadas, definidas e organizadas a partir do conhecimento e domínio do seu conteúdo 
semântico. Estava criado e organizado o status familiae, e na sua forma fundamente mais elementar a 
filiação, ou seja, a relação jurídica paterno-filial.
No Direito Antigo, antes mesmo das codificações, devido às dificuldades que se encontravam 
para se estabelecer o vínculo filial pelo viés da paternidade, os povos reconheciam o estado de filho 
somente atrelado à maternidade. Assim, o cerne formador e informador das relações familiares, quer do 
parentesco, quer do estado de filiação, concentrava-se na maternidade.
No Código Civil brasileiro de 1916, seguindo a tradição napoleônica do Código de 1804, o traço do 
parentesco patrilinear se dissolve, uma vez que o vínculo parental da filiação passou a se correlacionar 
à existência do casamento dos genitores, bem como abriu em duas linhas simétricas: uma perante o pai, 
outra perante a mãe.
Começamos por ver que a primeira nota básica do sistema originário do Código Civil foi a de separar 
a filiação legítima da filiação ilegítima, o que repercute no estabelecimento da filiação. A presunção 
pater is est acoberta os filhos havidos dentro do casamento; em relação aos filhos havidos fora do 
casamento, a paternidade se estabelece somente por sentença ou reconhecimento.
O Código Civil de 1916 não podendo afastar-se do entendimento existente à sua época, acerca da 
determinação da relação paterno-filial, tratou do tema identicamente aos sistemas legais existentes. 
Sendo assim, tomou como fundamento do vínculo paterno-filial legítimo a existência de casamento entre 
os genitores do menor e quando inexistente, havia por determinar a relação paterno-filial como ilegítima.
Seguindo este entendimento, a relação paterno-filial legítima configurava-se por meio de presunção, 
qual seja a presunção pater is est.
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Unidade III
O legislador de 1916, na ausência de elementos outros que pudessem nortear o estabelecimento 
da relação paterno-filial, utilizou-se dos critérios até então existentes, quais sejam, os prazos máximo 
e mínimo da gravidez e o estado civil dos genitores, numa demonstração direta de influência das 
codificações alienígenas.
Decorrente das premissas estabelecidas, a relação paterno-filial foi dividida em diversas espécies, 
como que as categorizando, organizando-as, ora com totais, ora com ínfimos direitos.
A determinação da filiação legítima está diretamente ligada ao instituto do casamento, como já foi 
explicitado acima, ou melhor, à vinculação legal de duas pessoas de sexos opostos, por um casamento 
válido, ainda que putativo, como acima foi tratado. Desta assertiva, pode-se inferir que: a um, a 
existência de casamento entre os pais; a dois, a maternidade, ou seja, ter um filho nascido da mulher 
que se diz sua mãe; e a três, a paternidade, ou seja, ter o filho sido concebido por obra do homem que 
se diz seu pai.
Por seu turno, a filiação ilegítima é a decorrente de relações extramatrimoniais, classificando-
se, conforme da doutrina em: naturais, se descenderem de pais entre os quais não havia nenhum 
impedimento matrimonial, no momento em que foram concebidos; espúrios, se oriundos da união de 
homem e mulher entre os quais havia, por ocasião da concepção, impedimento matrimonial. Assim são 
espúrios: a) os adulterinos, que nascem de casal impedido de casar em virtude de casamento anterior 
(CC, art. 183, VI), resultando de um adultério. O filho adulterino pode resultar de duplo adultério, ou seja, 
de adulterinidade bilateral, se descender de homem casado e mulher casada; ou, ainda, de adulterinidade 
unilateral, se gerado por homem casado e mulher livre ou solteira, caso em que é adulterino a patre, 
ou por homem livre ou solteiro e mulher casada, sendo, então, adulterino a matre; os provenientes de 
progenitor separado ou divorciado não são adulterinos, mas simplesmente naturais, b) os incestuosos, 
nascidos de homem e de mulher que, ante parentesco natural, civil ou afim, não podiam convolar 
núpcias, à época de sua concepção.
O reconhecimento vem a ser o ato que declara a filiação ilegítima, estabelecendo, juridicamente, 
o parentesco ente pai e mãe ilegítimos e seu filho. Não cria, portanto, a paternidade, pois apenas visa 
a declarar um fato, do qual o direito tira consequências. É, por isso, declaratório e não constitutivo. 
Esse ato declaratório, ao estabelecer a relação de parentesco entre os progenitores e a prole, origina 
efeitos jurídicos. Desde o instante do reconhecimento válido, proclama-se a filiação, dela decorrendo 
consequências jurídicas, já que antes do reconhecimento, na órbita do direito, não há qualquer 
parentesco.
a) DECRETO-LEI Nº 3.200/41
O Decreto-lei nº 3.200/41 proibia que nas certidões extraídas do Assento de Nascimento houvesse a 
categorização da relação jurídica paterno-filial.
O artigo 14 do Decreto-lei nº 3.200/41 prescrevia que: “Nas certidões de registro civil, não se 
mencionará a circunstância de ser legítima, ou não a filiação, salvo o requerimento do próprio interessado 
ou em virtude de determinação judicial”.
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
Assim, a partir da edição deste diploma legal retirou-se a pecha que a relação jurídica paterno-filial 
possuía em determinados casos. Início de uma árdua caminhada, porque o preconceito ainda existia e 
era alimentado pela legislação em vigor. 
• DECRETO-LEI Nº 4.737/42
O Código Civil de 1916, trilhando o entendimento da taxionomia legal, permitia o reconhecimento 
dos filhos naturais, entretanto no que se referia à filiação adulterina e incestuosa o reconhecimento era 
vedado, conforme o artigo 358 do Código Civil.
Seguindo os rumos da doutrina liberal, foi editado em 24/09/1942 o Decreto-lei nº 4.737 que dizia: 
“O filho havido pelo cônjuge fora do matrimônio pode, depois do desquite, ser reconhecido ou demandar 
que se declare sua filiação”.
O cerne da questão trazida à discussão era a possibilidade de se estabelecer a relação paterno-
filial entre os filhos havidos após a dissolução da sociedade conjugal, ou seja, se esta prole poderia 
ser reconhecida e, ainda, se estes filhos possuíam uma relação paterno-filial natural ou uma relação 
paterno-filial adulterina. “O Decreto-lei nº 4.737/42 tem significativa importância: foi a primeira brecha 
no férreo art. 358 do Código, o diploma legal pioneiro que procurou suavizar a triste situação imposta 
pelo nosso direito aos chamados filhos espúrios”.
O Decreto-lei n. 4.737/42 mitigou o rigor dos artigos 358 e 363, ao autorizar o reconhecimento de 
prole oriunda de pessoas desquitadas, prescrevendo no seu art. 1º que o filho havido pelo cônjuge fora 
do matrimônio podia, após o desquite, ser reconhecidoou demandar que se declarasse sua correta 
relação paterno-filial.
• Lei nº 883/49
O Deputado Nelson Carneiro, visando afastar os obstáculos e as questões suscitadas, em relação 
à determinação do vínculo paterno-filial incestuoso ou adulterino, mormente do alcance do termo 
“desquite” contido na redação do dispositivo do Decreto-lei n. 4.737/42, apresentou em 16/5/1947 
Projeto de Lei acerca do tema. O Projeto de lei foi convertido na Lei 883/49, da qual ora tratamos.
Depurando-se a linguagem utilizada na redação do diploma legal, encampou-se as diversas 
hipóteses de dissolução da sociedade conjugal, as quais foram alijadas do anterior diploma legal. 
Assim, se houvesse a dissolução da sociedade conjugal, por qualquer um dos motivos, seria permitido a 
qualquer dos cônjuges o reconhecimento do filho havido fora do matrimônio e, ao filho, a possibilidade 
de investigação do seu vínculo paterno-filial.
A Lei nº 883/49 teve por escopo precípuo albergar a maior gama de hipóteses de reconhecimento da 
relação filial adulterina, dentre outras disposições concernentes aos alimentos e à sucessão dos filhos.
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• Lei nº 6.515/77
O direito refletindo as relações pessoais do seu tempo, mormente, a relação familiar buscava albergar, 
mais uma vez, situações outras que a legislação havia ignorado. Assim, editou a Lei n. 6.515/77, com o 
intuito, dentre outros, de se poder reconhecer o vínculo paterno-filial, ainda na constância da sociedade 
conjugal, melhorando e dignificando a situação dos filhos havidos fora do casamento.
O art. 51 da Lei n. 6.515/77 acrescentou um parágrafo único ao art. 1º da Lei nº 883, assim 
redigido: “Ainda na vigência do casamento, qualquer dos cônjuges poderá reconhecer o filho havido 
fora do matrimônio, em testamento cerrado, aprovado antes ou depois do nascimento do filho, e, 
nessa parte, irrevogável”.
• LEI Nº 7.250/84
Assim, a Lei n. 7.250/84, acrescentado o parágrafo 2º ao artigo 1º da Lei n. 883/49, estabeleceu mais um 
caso de reconhecimento de filho adulterino, ainda durante a vigência da sociedade conjugal. Ocorre que, 
tratava-se de condição sine qua non, o fato de o cônjuge estar separado de fato há mais de cinco anos.
• ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
“Em 1990, emerge o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069) que, na dianteira das 
legislações mais modernas, entre outras inovações, passou a permitir que os filhos havidos fora do 
casamento sejam reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, 
por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação 
(art. 26) e estabeleceu que ‘o reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível 
e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, 
observado o segredo de justiça ‘ (art. 27)”. 
• LEI Nº 8.560/92
A Lei nº 8.560/92, de 29 de dezembro de 1992, art. 3º, proibiu o reconhecimento de filho na ata 
do casamento, podendo inferir que houve uma verdadeira revogação da legitimação, bem como 
regulamentou o procedimento da investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento.
Rompendo com a tradição de mais de dois mil anos de história, Nelson Carneiro apresentou no 
Senado Federal projeto de lei em 1991. Referido projeto de lei foi convertido em lei, recebendo o 
indicativo de Lei nº 8.560/92. Assim a Lei n. 8.560/92, aparentemente despretensiosa, revogou os artigos 
332, 337, 347 e 357 do Código Civil de 1916.
Inaugurou-se uma nova concepção a respeito da legitimidade do parentesco, ou mais particularmente 
da filiação. Assim, tendo havido radical evolução legislativa e dogmática acerca do tema, não subsistiam 
motivos para a manutenção de critérios adotados para a determinação da relação paterno-filial, com 
base na dicotomia parentesco legítimo e ilegítimo.
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
NOVO CÓDIGO CIVIL
No que se refere ao direito de filiação, especialmente a determinação da relação paterno-filial, 
a legislação, até então vigente, qual seja o Código Civil de 1916 e as posteriores leis extravagantes, 
valeram-se de presunções, a principal delas, a presunção pater is est.
A dificuldade em se atribuir a paternidade ou maternidade a alguém foi originada por diversas 
circunstâncias, ou seja, quer por preconceitos históricos decorrentes da sociedade patriarcal e quer por 
estar a sociedade alicerçada na família matrimonializada.
Assim, essas presunções tinham por finalidade fixar, ainda que de forma relativa, o momento da 
concepção, de modo a definir a filiação e certificar a paternidade, como os direitos e deveres destes 
decorrentes, de forma a trazer e velar pela paz familiar.
Em face destas disposições, Paulo Luiz Netto Lôbo decompôs as antigas hipóteses de presunção da 
paternidade a saber: “...a) a presunção pater is est quem nuptia demonstrant, impedindo que se discuta 
a origem da filiação se o marido da mãe não a negar; b) a presunção mater semper certa est, impedindo 
a investigação de maternidade contra mulher casada. A maternidade manifesta-se por sinais físicos 
inequívocos, que são a prenhes e o parto, malgrado a manipulação genética se tenha encarregado de pôr 
dúvidas quanto à origem biológica; c) a presunção de paternidade atribuída ao que teve relações sexuais 
com a mãe, no período da concepção; d) a presunção de paternidade, para os filhos concebidos 180 dias 
após o início da convivência conjugal. O prazo não se conta a partir da celebração do casamento ou do 
início da união estável, mas a partir do efetivo início da convivência entre cônjuges e companheiros. Na 
hipótese do casamento, pode um dos cônjuges ter sido representado na celebração por procurador, pois 
se encontrava ausente; e e) a presunção de paternidade, para os filhos concebidos até 300 dias após a 
dissolução da sociedade conjugal, entre outros”.
O Novo Código Civil, evolutivamente, albergou três novas hipóteses de paternidade presumida, 
ou seja, hipóteses estas oriundas dos avanços do biodireito, vislumbrando a influência da reprodução 
assistida na conformação da família pós-moderna.
O artigo 1597 do Novo Código Civil presume concebido na constância do casamento os filhos que: 
a) havidos por fecundação homóloga, mesmo que falecido o marido; b) os havidos, a qualquer tempo, 
quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; c) e os 
havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Na primeira hipótese aventada pela nova legislação, qual seja, a presunção de paternidade oriunda 
da fecundação homóloga, ainda que o marido tenha falecido, compreende-se a manipulação de gametas 
femininos e masculinos, da mulher e do marido, tendo por escopo a fecundação e, por conseguinte, 
a reprodução da espécie humana. Assim, a manipulação desses gametas permitindo a fecundação, 
substitui a concepção natural, ou seja, a fecundação originada pela cópula normal, de forma que se 
abre a possibilidade de procriação aos casais portadores de deficiência para gerar ou impossibilitados 
de praticarem o ato sexual, assim não importando se esta deficiência ou impossibilidade é originária de 
um ou de ambos os cônjuges.
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Na fecundação homóloga, para que o procedimento seja levado aefeito, dois requisitos são 
necessários para a utilização do sêmen do marido, quais sejam: a um, a manifestação de vontade do 
marido; e a duas, estar o marido vivo, por ser o mesmo, o exclusivo titular das partes destacadas de 
seu corpo. Contudo a segunda parte do inciso guarda uma “novidade legal”, qual seja, a possibilidade 
da fecundação, ser levada a efeito posteriormente, ao falecimento do marido, tratando-se de atribuição 
de paternidade post mortem e, precipuamente, apartada do lapso temporal fixado no inciso do II do 
mesmo artigo 1597 do Novo Código Civil.
Na hipótese aventada como “novidade legal”, a fecundação artificial homóloga poderá ocorrer 
posteriormente ao prazo de 300 dias do término da capacidade civil do genitor, sem que se exclua a 
presunção da paternidade do falecido. Entretanto, será necessária a prova da utilização do gameta do 
marido falecido, sendo certo que esta prova deverá ser realizada por parte da entidade que se incumbiu 
do armazenamento do mesmo. Igualmente, relevantíssima será a prova do seu prévio consentimento, 
originando a possibilidade de gerar efeitos após a sua morte.
O princípio da autonomia dos sujeitos, como um dos fundamentos do biodireito, condiciona a 
utilização do material genético do falecido ao prévio e expresso consentimento do de cujus.
A viúva não poderá exigir que a clínica de reprodução assistida lhe entregue o sêmen armazenado 
para que seja nela inseminado, tendo em vista não constituir este objeto de herança. Cumpre relevar 
que, a paternidade deve ser consentida de forma expressa e inequívoca, porque não perde a dimensão 
da liberdade. Outrossim, a utilização não consentida do sêmen do marido pela mulher, a qualquer 
momento, deve ser equiparada à situação de doador anônimo, ou seja, não terá o condão de atribuir a 
presunção de paternidade.
Cumpre esclarecer que uma nova ordem jurídica decorrente do princípio constitucional da dignidade 
da pessoa humana, artigo 1º. Inciso III da Constituição Federal, está sendo inserido nas relações paterno-
filiais. Assim, o afeto tem relativizado as normas quanto às relações familiares.
Por decorrência, a relação paterno-filial tem se utilizado do critério afeto para dar prevalência aos 
efeitos pessoais e patrimoniais decorrentes da filiação. Dessa forma, ao lado da filiação biológica e 
jurídica temos a relação paterno-filial decorrente do vínculo de afeto, ou seja, a filiação social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na relação de parentesco, dentre a multiplicidade com que esta se apresenta, bem como é tratada, 
encontra-se a relação paterno-filial, sendo certo que se analisada ascencionalmente, ter-se-á a 
paternidade e enquanto descencional teremos a filiação. Contudo, ambas podem se definidas como 
extremos de uma mesma projeção retilínea.
A dicotomia para saber se é filho ou não teve origem no direito antigo quando se dizia que parente 
(filho) era o do culto e não o de sangue. Assim, ao lado do sistema “pater is est” aqueles que tinham 
culto comum eram filhos, inclusive inventaram a adoção e a legitimação para recolherem impostos.
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
O reconhecimento da relação paterno-filial foi fora do casamento foi sendo ampliado, na mesma 
medida em que também os direitos patrimoniais destes foram mais amplamente resguardados. Assim, 
partimos de um direito inexistente, relativo para um direito igualitário e absoluto.
O estado atual do direito de filiação concede efeitos pessoais e patrimoniais aos filhos biológicos, 
jurídicos e sociais.
DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito Civil Brasileiro, 5º volume, Direito de Família, 13º edição revista, 
1998, Editora Saraiva, p. 322.
FRANÇA, R. Limongi – Instituições de Direito Civil, Editora Saraiva, 5ª edição, revista e atualizada, 1999, 
p. 301.
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Unidade III
MÓDULO 6
CONCEITO
Os alimentos são as prestações que têm por finalidade a satisfação das necessidades da vida daqueles 
que não possuem meios de provê-las por si.
O dever alimentar funda-se na solidariedade humana e econômica que deve existir entre os membros 
da família ou dos parentes.
Atualmente, o Estado é o maior interessado no cumprimento desse que deveria ser um dever moral 
entre os membros de uma mesma família, isso porque a inobservância gera para o primeiro a obrigação 
de suprimento.
Daí a razão por que as normas atinentes ao dever alimentar são consideradas de ordem pública, 
inderrogáveis por convenção entre os particulares e impostas por meio de violenta sanção.
ESPÉCIES
- alimentos naturais ou necessários: são alimentos relativos ao estritamente indispensável à 
satisfação das necessidades primárias da vida.
- alimentos civis ou côngruos: destinam-se a manter a condição social da família.
- alimentos compensatórios: têm por finalidade evitarem o desequilíbrio econômico-financeiro do 
consorte dependente, impossível de ser afastado com modestas pensões mensais e que ocorrer 
em caso de que os parceiros não agregam patrimônio na constância da sociedade ou porque o 
regime de bens não permite.
- alimentos legais: decorre do parentesco, casamento ou união estável.
- alimentos voluntários: decorre da manifestação de vontade decorrente de ato entre vivos ou causa mortis.
- alimentos indenizatórios: possuem como causa o ato ilícito.
- alimentos definitivos: são aqueles fixados em sentença ou acordo homologado pelo Juiz.
- alimentos provisórios: exigem prova pré-constituída do parentesco, casamento ou união estável.
- alimentos atuais: são aqueles postulados a partir do ajuizamento da ação.
- alimentos futuros: alimentos devidos a partir da sentença.
- alimentos pretéritos: não são admitidos no direito brasileiro.
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
DEVER ALIMENTAR
Não há que se falar em obrigação alimentar entre pais e filhos menores, cônjuges e companheiros, 
mas tão somente dever familiar de guarda, sustento e educação.
A obrigação alimentar decorre também da lei, mas esta alicerçada no parentesco até o segundo grau.
CARACTERÍSTICAS
A obrigação alimentar tem por características:
• Transmissibilidade: tem por compreensão que a transmissão da obrigação de prestar alimentos já 
estabelecidos, mediante convenção ou decisão judicial, reconhecidos com ode efetiva obrigação 
do devedor quando verificado o seu falecimento.
• Divisibilidade: a obrigação alimentar é divisível e não solidária, pois não há texto legal nesse 
sentido. A exceção encontra-se no Estatuto do Idoso, no qual prevê solidariedade entre os filhos 
na prestação alimentar aos genitores idosos.
• Condicionalidade: a eficácia está subordinada a uma condição resolutiva, ou seja, a existência do 
binômio necessidade do alimentando e possibilidade do alimentante.
• Reciprocidade: há reciprocidade entre pais e filhos, extensivos a todos os ascendentes, recaindo a 
obrigação nos mais próximos em grau, na falta dos demais.
• Mutabilidade: a variabilidade da obrigação de prestar alimentos consiste na propriedade de sofrer 
alterações em seus pressupostos objetivos (necessidade e possibilidade).
O direito a alimentos tem por características:
• Personalíssimo: destinam-se à subsistência do alimentando, para assegurar a sua integridade 
física como ser humano.
• Incessível: é inseparável da pessoa, não podendo o crédito a alimentos futuros ser cedido.
• Impenhorável: não é passívelde penhora, devido a sua destinação ser a mantença de uma pessoa.
• Incompensável: é meio indireto de extinção da obrigação e por isso necessitaria de ser a mesma 
pessoa credora e devedora.
• Imprescritível: o direito a alimentos é imprescritível, ainda que não seja exercido por longos 
períodos. O que prescreve em dois anos é o direito de cobrar as pensões já fixadas.
• Intransacionável: não pode ser objeto de transação.
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Unidade III
• Atual: exigível no presente.
• Irrepetível: uma vez recebidos, por ser norma de ordem pública, não podem ser devolvidos.
• Irrenunciável: trata-se de forma de proteção à vida, e por isso o Estado protege-o. Não cabe 
renuncia a alimentos futuros.
PRESSUPOSTOS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
São pressupostos de a obrigação alimentar: a) existência de vínculo de parentesco; b) necessidade 
do reclamante; c) possibilidade da pessoa obrigada; d) proporcionalidade.
O direito aos alimentos pertencer ao parente eu não tem recursos próprios e está impossibilitado de 
obtê-los, por doença, idade avançada ou outro motivo.
O alimentante necessita de possuir possibilidades de fornecer alimentos.
O requisito da proporcionalidade impõe que os alimentos sejam prestados na proporção das 
necessidades do alimentando.
A principal questão quanto aos alimentos diz respeito à necessidade do alimentante, e quando esta cessa.
O artigo 1566 inciso IV do Código Civil determina o dever dos pais de sustentar o filho menor, 
independentemente da condição econômica do menor, ou seja, quando o filho recebeu herança ou doação.
Uma vez cessada a menoridade civil do alimentando, deverá ser requerido nos autos da ação em que 
foram estipulados os alimentos, o cancelamento da prestação com instrução sumária, quando então 
será apurada eventual necessidade do e o filho continuar recebendo a contribuição.
Prescreve a Súmula 358 do Superior Tribunal de Justiça: “O cancelamento de pensão alimentícia 
de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos 
próprios autos”.
A lei não estabelece que cessado o pagamento para um dos beneficiários os outros cabe o direito de 
acréscimo, exigindo a expressa disposição em sentido contrário.
O dever de sustento pertence aos pais exclusivamente, não se estendendo aos outros ascendentes, 
de acordo com o supracitado artigo.
A obrigação alimentar dos genitores é presumida, quando os filhos forem incapazes, menores, 
interditados ou impossibilitados de trabalhar e receber o suficiente para sua subsistência.
A obrigação alimentar é alternativa, visto que o alimentante pode prestar a obrigação em pecúnia 
ou receber o alimentando em sua casa, fornecendo-lhe o necessário para a sua subsistência.
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
Trata-se de obrigação cuja escolha pertence ao devedor. Contudo, o direito de escolha é relativo, 
pois depende das circunstâncias. Nada há de constranger o alimentando menor a perceber alimentos na 
residência do devedor, se esse agride o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente.
O nascituro pode pleitear alimentos em decorrência do direito fundamental à vida inserto no artigo 
5º. Caput da Constituição Federal. Trata-se de alimentos gravídicos.
Artigo 1696 Código Civil: O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo 
a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns na falta de outros.
Artigo 1697 Código Civil: Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a 
ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.
Trata-se de rol taxativo, não podendo serem incluídos parentes por afinidade. Sendo assim, devem 
prestar alimentos: a) pais e filhos, reciprocamente; b) na falta destes, os ascendentes, na ordem de 
proximidade: c) os descendentes, na ordem da sucessão; d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem 
distinção de preferência.
A paternidade socioafetiva gera obrigação alimentar, equivalente a paternidade biológica.
Os alimentos decorrentes do divórcio ou dissolução da união estável foram totalmente revistos, em 
face da impossibilidade de se discutir a culpa pelo rompimento do vínculo.
Assim, a figura do chamado “cônjuge inocente” não mais subsiste e por conseguinte a aplicação da 
penalidade do pagamento dos alimentos não pode ser calcada no mesmo.
Os alimentos nesse caso são fixados como decorrência do dever de solidariedade entre os membros 
da família, sem qualquer possibilidade de suporte fático na culpa.
Tem-se transferido a discussão da situação “culpa” para o campo da responsabilidade civil, no qual 
o cônjuge que der causa ao rompimento de forma vexatória, deverá indenizar aquele que teve a sua 
honra violada.
MODOS DE PAGAMENTO
Uma das maiores, senão a maior das preocupações do alimentante está relacionada à forma de 
como se efetivará a garantia do recebimento da pensão alimentícia.
O direito à pensão alimentícia e o adimplemento da obrigação podem ser realizados: a) ação de 
alimentos para fixação; b) execução por quantia certa; c) penhora em vencimentos, quando há holerite; 
d) desconto em folha de pagamento; e) reserva de aluguéis de prédios do alimentante; f) entrega de 
parte dos rendimentos de bens comuns, quando alimentos provisórios; g) constituição de renda; h) 
prisão do devedor.
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Unidade III
De forma resumida tem-se:
• Ação de Alimentos (Lei n. 5478/68)
• Execução por Quantia Certa (artigo 732 CPC/73 ou artigo 528 parágrafo 8º./artigo 913 
CPC/2015)
• Penhora em vencimentos (artigo 649, IV ou artigo 833 inciso IV CPC/2015)
• Desconto em folha (artigo 734 CPC ou artigo 529/ artigo 912 CPC/2015)
• Reserva de aluguéis, entrega mensal...
• Prisão do Devedor (artigo 733 CPC e artigo 21 Lei n. 5478/68 ou Artigo528/artigo 911 CPC/2015)
No que concerne ao pagamento sob a forma de desconto em folha, pode-se inferir que:
• Decorre do artigo 734 CPC/73 ou artigo 529 e artigo 912 do CPC/2015
• Funcionário Público, militar, diretor ou gerente de empresa, empregado sujeito a CLT
• Ofício constando nome do credor, importância da prestação e tempo duração – entrega do valor 
pela empresa mediante recibo.
Na execução da obrigação alimentar são necessários os requisitos: 
• ATRASO NO PAGAMENTO
• PRESCRIÇÃO (prazo prescricional de dois anos anteriores).
• COMPETÊNCIA – local da residência do alimentando.
• LEGITIMIDADE – alimentando utilizando-se das formas de suprimento da capacidade, quando 
incapaz.
• VALOR DA CAUSA - calculado 12 vezes o valor atual da pensão alimentícia.
Na execução da pensão alimentícia, quando for execução por quantia certa, utiliza-se os critérios 
a seguir:
• Artigo 732 CPC ou Artigo 528 parágrafo 8º. e artigo 913 do CPC/2015
• Débito superior anterior aos três últimos meses
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TÓPICOS ESPECIAIS EM DIREITO PRIVADO (OPTATIVA)
• Fazer o cálculo – Incluir o demonstrativo
• Cópia da sentença (título executivo judicial) ou decisão liminar
• Pedido de penhora on-line em caso de não pagamento
A grande divergência, nos dias de hoje, encontra-se na possibilidade ou não de subsistência da 
prisão civil por dívida alimentar.
O artigo 5º.inciso LXVII da Constituição Federal e o artigo 733 CPC/73 ou artigo 528 e artigo 911 do 
CPC/2015 determinam a prisão civil do devedor de alimentos, como forma de coativa do pagamento 
dos alimentos.
Contudo o Brasil foi signatário do Pacto de San Jose da Costa Rica, no qual estabeleceu a proibição 
da privação da liberdade como forma coativa do pagamento de débitos. Assim, a o cerne da questão 
centra-se na subsistência ou não dos dispositivos?
Prescreve a Súmula 309 STJ: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o 
que compreende as três prestações anteriores à citação e as que vencerem no curso do processo”.
Por isso, cabe aquele que demandar separar a execução do débito alimentar em duas ações e somente 
requerer a execução pelo artigo 733 do Código de Processo Civil, das três últimas parcelas vencidas.
O restante das parcelas, anteriores aos últimos três meses, deverá ser executado pelo artigo 732 do 
Código de Processo Civil. Evita-se com isso a utilização da regra legal como forma de vingança privada.
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