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TEORIA DO CRIME AULA 1 e 2.pptx

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TEORIA GERAL DO CRIME
Profª Cristina Garcez
UNIPÊ – 2017.2
Relembrando: Entre nós, a prática de INFRAÇÃO PENAL abrange Crimes ou Delitos e as Contravenções Penais.
A diferença entre crime e contravenção é estabelecida pela espécie de pena privativa de liberdade cominada. Dessa forma:
CRIMES OU DELITOS: são punidos com pena de detenção (há regime fechado, a título de regressão) ou reclusão (há regime fechado inicial)
CONTRAVENÇÕES PENAIS: são punidas com prisão simples (nunca há regime fechado)
INTRODUÇÃO
O que é crime?
Atualmente, predominam os conceitos formal, material e analítico.
Conceito formal de crime: é o fincado no princípio nullum crimen nulla poena sine praevia lege , hoje compreendido como o Princípio da Reserva Legal. Assim, o crime é uma conduta humana descrita na lei como infração penal e sancionada com pena(s) ou medida de segurança.
CONCEITO DE CRIME
Esse conceito é desenvolvido, considerando que o Direito Penal tem por finalidade a exclusiva proteção dos bens jurídicos mais importantes para a vida em sociedade. Assim, tem-se como conceito material de crime: a conduta humana que causa perigo ou lesão relevantes a um bem jurídico protegido pelo Direito Penal.
Em suma, o conceito material foca na essência do comportamento, de sorte que o crime nada mais é que a lesão ou perigo a um bem penalmente protegido.
Conceito Material de Crime
Os conceitos anteriores são indispensáveis, porém insuficientes. Vejamos:
Ex: A, intencionalmente, subtraiu um pacote de carne do estabelecimento de B (ou seja, não pagou pela mercadoria).
Formalmente, há crime, já que essa conduta humana é tipificada como CRIME DE FURTO, no art. 155, do Código Penal.
Materialmente, também, visto que o patrimônio alheio é um bem protegido pelo Direito Penal.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
considerações gerais
Contudo, imaginemos que:
1. A seja louco ou menor de 18 anos.
2. A foi coagido, sob grave ameaça de C, a subtrair a carne do estabelecimento de B.
3. A estava há dias sem comer, assim como seus 4 filhos menores.
4. A, ao subtrair o pacote de carne não se encontrava em estado de vigília (acordado), mas numa crise de sonambulismo
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
considerações gerais
E então, podemos continuar afirmando que houve crime?
Como visto, o crime é um fato bastante complexo, de sorte que se faz necessário estabelecer um conceito que permita conhecê-lo, em sua inteireza: como o vemos e como ele realmente é realmente, ou seja, do que é formado ou constituído.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
considerações gerais
Daí a relevância de se construir um conceito analítico ou estratificado de crime.
Esse conceito vai definir o crime, a partir de sua estrutura, dos elementos e requisitos que o compõem e, assim, poder ser distinguido das demais condutas humanas, ainda que estas já sejam consideradas ilícitas por algum outro setor do direito.
Para isso, o crime deverá ser constituído por uma estrutura única, específica, qualquer que seja a sua espécie (crime contra a vida, crime contra o meio ambiente, crime contra a dignidade sexual etc): a estrutura do crime será sempre a mesma
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
considerações gerais
Quatro são os principais Sistemas Jurídicos responsáveis pela construção de um conceito analítico ou estratificado de crime. São eles: 
- Sistema Clássico, Mecanicista ou Causalista;
- Sistema Neoclássico ou Neokantista;
- Sistema Finalista ;
- Sistema Funcionalista
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
considerações gerais
- Mas, o que é um sistema jurídico?
“O sistema penal representa um conjunto de elementos, cuja interação, segundo determinadas teoriasne por meio de um conjunto de normas (princípios e regras), formam o conceito analítico de crime”
 (realcei. In Estefan, André. Direito Penal Esquematizado, 2ª ed. Ver. Atual.- São Paulo: Saraiva, 2013, p. 272)
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
Sistemas Jurídicos
Quais são as vantagens de se trabalhar com um conceito analítico de crime?
Podemos extrair, entre outras, as seguintes vantagens:
1. A facilitação do exame de casos. Como? Através da verificação da existência ou não de um crime, através da análise de cada um dos seus elementos estruturantes.
2. A construção de um sistema jurídico propicia uma base segura e uniforme para a interpretação e aplicação da lei penal incriminadora, evitando improviso, arbítrio, a chamada “loteria” da Justiça Criminal.
3. A fixação de bases sistemáticas auxilia na solução de problemas não tratados pelo legislador penal.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
Sistemas Jurídicos
 Sistema desenvolvido por Liszt/Beling/Radbruch
 (Final do século XIX e início do século XX)
Teorias fundamentadoras:
 -Teoria Causal da Ação.
 - Teoria Psicológica da Culpabilidade
OBS: + Teoria da “Conditio Sine Qua Non” 
	(quando se tratar de crimes materiais)
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
Sistema Clássico, Causal ou Mecanicista
Estrutura do crime:
FATO TÍPICO + ILICITUDE + CULPABILIDADE
O crime é constituído de dois aspectos:
- Objetivo (ou externo) : composto pelo fato típico e pela ilicitude.
- Subjetivo (ou interno): composto pela culpabilidade.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME 
Sistema Clássico, Causal ou Mecanicista
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
Sistema Clássico, Mecanicista ou Causalista
CRÍTICAS AO SISTEMA CLÁSSICO:
1. Conceito de ação (gênero), compreendendo a ação e a omissão (espécies).
2. A posição do dolo (por separar na teoria o que, na realidade, não se dissocia).
3. A culpa como elemento psicológico do crime.
4. Injustiça na solução dos casos envolvendo coação moral irresistível e obediência hierárquica.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
Sistema Clássico, Mecanicista ou Causalista
Reinhard Frank/ Edmund Mezger (1907)
Teorias fundamentadoras:
- Teoria causal da ação, de Von Liszt
- Teoria normativa da culpabilidade, de Frank ou psicológico-normativa (agrega a noção de reprovabilidade do ato (exigibilidade de conduta diversa), ou seja, o indivíduo, podendo agir de outro modo (conforme o direito), decide cometer o crime
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
Sistema Neoclássico ou Neokantista
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
Sistema Neoclássico ou Neokantista
CRÍTICAS AO SISTEMA NEOCLÁSSICO:
1. Elementos subjetivos do injusto.
2. Dolo normativo ou híbrido (consciência+voluntariedade+consciência da ilicitude).
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA NEOCLÁSSICO
(Hanz Welzel, 1930)
TEORIAS FUNDAMENTADORAS:
a) Teoria Final da Ação.
b) Teoria Normativa Pura da Culpabilidade
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FINALISTA
ESTRUTURA DO CRIME NO SISTEMA FINALISTA
CRIME = INJUSTO (Fato Típico + ILÍCITO) CULPÁVEL (Imputabilidade + Potencial Consciência da Ilicitude + Exigibilidade de Conduta 
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FINALISTA
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FINALISTA
NOTA: Os 	três sistemas jurídicos estudados (Clássico, Neoclássico e Finalista) cumpriram a importante missão de conhecer, definir, estruturar e inter-relacionar os elementos que integram o conceito analítico de crime, proporcionando uma aplicação segura e previsível do Direito Penal.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMAS JURÍDICOS
Günther Jakobs e Claus Roxin (1970)
PROPOSTA: a construção de um conceito analítico de crime que atenda à função social do Direito Penal.
Para isso: é necessário romper com o paradigma adotado pelos sistemas anteriores, qual seja: ao jurista incumbe cuidar da dogmática; ao legislador compete a tarefa de definir a POLÍTICA CRIMINAL 
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FUNCIONALISTA
ASSIM, todas as categorias concretas do crime (tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade) devem sistematizar-se, desenvolver-se e contemplar-se, desde o início, sob o prisma de sua função político-criminal.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FUNCIONALISTA
Teorias fundamentadoras:
- Teoria da imputação ao tipo objetivo (ou Teoria da Imputação Objetiva).
 * Condiciona a imputação de um resultado à criação de um risco
relevante e proibido; a repercussão do risco no resultado; a exigência de que o resultado esteja dentro do alcance do tipo.
- Teoria funcionalista da culpabilidade
* Propõe uma expansão do conceito de culpabilidade para uma ideia de responsabilidade.
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FUNCIONALISTA
Claus Roxin (1970): Kriminalpolitic und Strafrechtssystem, 1970. Rechaça a ação humana. Política criminal + direito penal = Funcionalismo moderado teleológico (princípios da política criminal). Função do direito penal: proteger bens jurídicos de modo fragmentário e subsidiário com influência dos princípios da política criminal.
Günther Jakobs: proteger a norma penal. Pena é para reafirmar valor da norma. Expectativa normativa. Direito penal do inimigo. Funcionalismo radical sistêmico.
FUNCIONALISMO
(CORRENTES)
CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
SISTEMA FUNCIONALISTA

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