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Nota de C Aula 07 Serviços públicos

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DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO (2017/2)
Professor: Carlos Cintra
Estagiários docentes: Rebeca Gadelha / Renan Saldanha 
AULA VII – SERVIÇOS PÚBLICOS 
1. Considerações gerais 
→ Estado atua no exercício de atividades com o escopo de proporcionar uma utilidade ou atender a uma necessidade essencial dos cidadãos, sempre realizadas sob regime jurídico eminentemente público
→ Cabe ao Estado, por meio de lei, eleger as atividades que, em determinado contexto, sejam consideradas “serviço público”, reunidas sob a característica de finalidade de realização do bem comum 
→ ODETE MEDAUAR "‘Serviço Público’ é tema clássico do Direito Administrativo, que não encontra paralelo no direito privado e tem sido indicado, dentre outros, como prova de não dependência do Direito Administrativo ao direito privado"
→ Tudo o que é serviço público está expresso na Constituição Federal, sendo que os demais serviços cabem ser definidos pela lei ordinária. Isto significa que tanto a União, quanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar serviços públicos não mencionados na Constituição Federal
→ Formas de prestação do serviço público: a) direta – quando estiver sendo prestado pela Administração direta do Estado; b) indireta – quando não estiver sendo prestado pela Administração direta do Estado, esta o transferiu, descentralizou a sua prestação para a Administração indireta ou terceiros fora da Administração
→ A titularidade do Serviço Público está sempre nas mãos da Administração. Deve-se, portanto, diferenciar a titularidade do serviço público da prestação desse serviço
2. Conceito 
→ Serviço Público é aquele prestado pela Administração ou por seus delegados sob normas e controles estatais para a satisfação, visando o atingimento dos interesses da coletividade
→ MARIA SYLVIA DI PIETRO: “Serviço público é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados, como o objetivo de satisfazer concretamente as necessidades coletivas, sob regime total ou parcialmente público
→ JUAREZ FREITAS: “Serviço público é todo aquele essencial para a realização dos objetivos fundamentais do Estado Democrático, devendo por isso mesmo ser prestado sob o regime peculiar juspublicista. Tal traço de essencialidade, mais do que de existencialidade (salvo se adotado o conceito de “Daseinsvorsoge”), merece ser profundamente sublinhado”
→ RUI CIRNE LIMA: “Serviço público é todo o serviço existencial, relativamente à sociedade ou, pelo menos, assim havido num momento dado, que por isso mesmo, tem de ser prestado aos componentes daquela, direta ou indiretamente, pelo Estado ou por outra pessoa administrativa”
→ CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO: “Serviço Público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível preponderantemente pelos administrados, prestado pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público, portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como próprios no sistema normativo”
→ HELY LOPES MEIRELES: “Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”
→ MARIA SYLVIA DI PIETRO: além da criação dos serviços públicos ser decorrente de opção estatal, consubstanciada em lei, também a gestão de tais serviços “incumbe ao Estado, que pode fazê-lo diretamente (por meio dos próprios órgãos que compõem a Administração Pública centralizada da União, Estados e Municípios) ou indiretamente, por meio de concessão ou permissão, ou de pessoas jurídicas criadas pelo Estado com essa finalidade"
3. Princípios 
→ Princípio da obrigatoriedade do Estado de prestar o serviço público – encargo inescusável que deve ser prestado pelo Poder Público de forma direta ou indireta. A Administração Pública responderá pelo dano causado em decorrência de sua omissão
→ Princípio da supremacia do interesse público – os serviços devem atender as necessidades da coletividade
→ Princípio da adaptabilidade – o Estado dever adequar os serviços públicos à modernização e atualização das necessidades dos administrados
→ Princípio da universalidade (generalidade) – os serviços devem estar disponíveis a todos
→ Princípio da impessoalidade – não pode haver discriminação entre os usuários
→ Princípio da Continuidade – os serviços não devem ser suspensos ou interrompidos afetando o direito dos usuários
→ Princípio da Transparência - trazer ao conhecimento público e geral dos administrados a forma como o serviço foi prestados, os gastos e a disponibilidade de atendimento
→ Princípio da motivação - o Estado tem que fundamentar as decisões referentes aos serviços públicos
→ Princípio da modicidade das tarifas – as tarifas devem ser cobradas em valores que facilitem o acesso ao serviço posto a disposição do usuário. 
OBSERVAÇÕES:
MARÇAL JUSTEN FILHO lembra que a essencialidade dos serviços e seu vínculo com os direitos fundamentais a serem concretizados não implicam necessariamente em gratuidade, de sorte que “todo usuário deve contribuir para os serviços, na medida de suas possibilidades tomando em vista a intensidade dos benefícios auferidos e da própria riqueza individual
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO: “em um país como o Brasil, no qual a esmagadora maioria do povo vive em estado de miséria ou miserabilidade, é óbvio que o serviço público, para cumprir sua função jurídica natural, terá de ser remunerado por valores baixos, muitas vezes subsidiados”
→ Princípio do Controle – deve haver um controle rígido e eficaz sobre a correta prestação dos serviços públicos
4. Modalidades 
→ Serviços Públicos: são os que a Administração presta diretamente à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Por isso mesmo, tais serviços são considerados privativos do Poder Público, no sentido de que só a Administração deve prestá-los, sem delegação a terceiros. Ex.: defesa nacional, de polícia, de preservação da saúde pública
→ Serviços de Utilidade Pública - Serviços de utilidade pública são os que a Administração, reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam prestados por terceiros (concessionários, permissionários ou autorizatários), nas condições regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Ex.: os serviços de transporte coletivo, energia elétrica, gás, telefone
→ Serviços próprios do Estado - são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde públicas etc.) e para a execução dos quais a Administração usa da sua supremacia sobre os administrados. Não podem ser delegados a particulares. Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração
→ Serviços impróprios do Estado - são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a Administração os presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (Ex.: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais), ou delega sua prestação
→ Serviços Gerais ou “uti universi” - são aqueles que a Administração presta sem Ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo. Ex.: polícia, iluminação pública, calçamento. Daí por que, normalmente, os serviços uti universi devem ser mantidos por imposto (tributo geral), e não por taxa ou tarifa, que é remuneração mensurável e proporcional ao uso individual do serviço
→ Serviços Individuais ou “uti singuli” - são os que têm usuáriosdeterminados e utilização particular e mensurável para cada destinatário. Ex.: o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. São sempre serviços de utilização individual, facultativa e mensurável, pelo quê devem ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público), e não por imposto
→ Serviços Administrativos - são os que a administração executa para atender as suas necessidades internas. Ex.: Imprensa Oficial

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