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Neocolonialismo UNIP

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ESTUDOS DISCIPLINARES VII
Aluno(s):
Flavia Sellani Franco	
 RA 
1611131
POLO
PORTO REAL – RJ
2017
O Neocolonialismo é comumente definido como o processo de partilha do continente africano no final do século XIX. Os colonizadores europeus dividiram a África em função dos seus interesses, criando as chamadas “fronteiras artificiais”. Os movimentos pela independência tiveram que conviver com essa realidade e grande parte dessas fronteiras são mantidas até hoje. “No passado, Mama África foi explorada, recortada, colonizada. Hoje é lembrada nos noticiários da tevê por suas tristezas. O coração das riquezas dos europeus no século XIX transformou-se no coração da pobreza dos dias de hoje. O espetáculo de horrores, que começou a ser encenado a partir do século XV, teve seu apogeu do século XIX. E deixou sua herança”. (CAMPOS, Flavio de; et al. O jogo da História: de Corpo na América e de Alma na África. São Paulo: Moderna, 2002.) 
Com base nesse contexto e nos seus conhecimentos sobre o assunto, identifique: 
A) O significado da expressão “fronteiras artificiais” e os interesses dos países europeus no controle de regiões africanas no século XIX; 
Até o século XIX, os europeus realizavam algumas trocas comerciais com os povos africanos. Esses escambos eram rentáveis para os europeus, que forneciam bens manufaturados e especiarias vindas da Índia e recebiam em troca, escravos e produtos valiosos como peles, marfim, madeiras nobres, etc.
Com a Revolução Industrial, nações européias colonizaram a África com o intuito de extrair matéria prima para suprir a demanda na Europa. A partilha do território africano aconteceu na Conferência de Berlim (1844-1845), onde países europeus decidiram o destino dos povos africanos, traçando fronteiras artificiais, fazendo assim um novo mapa político do continente. Usaram como base mapas, rios, montanhas ou coordenadas geográficas (paralelos e meridianos). 
O mapa abaixo compara as diferenças entre as fronteiras políticas (esquerda) e étnica (direita). Observamos as várias linhas retas do mapa político que correspondem a algum paralelo ou meridiano. É importante atentar que cerca de 90% (noventa por cento) do atual mapa político da África foi herdado do período neocolonialista.
Com essa redefinição, ignorou-se completamente a realidade e os interesses dos inúmeros nativos que ali habitavam, criaram-se divisões absurdas. Uniram pela força, povos diferenciados e desuniram outros que viviam juntos. Famílias foram separadas por fronteiras coloniais e tribos inimigas eram obrigadas a viver em um mesmo território. 
As fronteiras eram artificiais, fortemente controladas e vigiadas. A administração era imposta pelos colonizadores visando os interesses europeus.
B) Os principais focos de conflito no território africano em decorrência do processo Neocolonialista e as consequências do Neocolonialismo para o continente africano.
Ainda no século XX, aconteceram guerras decorrentes do processo Neocolonialista. Citaremos abaixo algumas delas com seu breve resumo.
Guerra da Somália: o país foi colonizado por ingleses (norte) e italianos (sul). Após a independência, ocorreram sérios choques entre facções étnicas e políticas que desejavam dominar o Estado. Para tentar colocar um término nesses conflitos, os Estados Unidos com o apoio da ONU, enviaram tropas militares ao local, mas não foi uma experiência de sucesso: a tropa americana foi envolvida nos conflitos e surgiu então mais uma guerrilha: dos soldados estadunienses e dos guerrilheiros somalis.
Guerra de Ruanda. Existem dois tipos étnicos vivendo em Ruanda: os hutus (90% da população) e os tútsis (9% da população). Os colonizadores europeus deram o poder para os tutsis, oprimindo os hutus. Um pouco antes da independência, em 1959, os hutus se revoltaram causando morte em massa do grupo rival, obrigando-os a fugir para países vizinhos. Os tútsis tentaram voltar ao poder, mas sem sucesso e com muito massacre. Em 1990, os tútsis tentaram novamente voltar ao poder e o país virou uma guerra civil. Com interferência da ONU, houve um cessar-fogo, mas em 1992, cerca de 150 mil tutsis foram massacrados e a guerra recomeçou. A ONU enviou tropas internacionais e os conflitos foram amenizados.
Uma das conseqüências do Neocolonialismo é a economia dependente. Antes da colonização, os africanos produziam o que necessitavam, era agrícola e de subsistência. Após a colonização, a economia africana se tornou comercial (agrícola e mineral) e voltada para atender a necessidade dos países desenvolvidos. 
Também há o sistema de plantations, que são grandes plantações de apenas um gênero agrícola no mesmo terreno. São produtos tropicais, como amendoim, cacau, algodão, café, cana-de-açúcar, chá, etc. A mão de obra é mal remunerada e toda a produção ainda é voltada para o mercado externo. Os melhores solos são destinados a essas práticas, e os piores, para a subsistência da população local.
Embora a África produza alimentos para exportação, um dos grandes problemas que os nativos encontram é o da alimentação. Com exceção de alguns países, os problemas de fome e subnutrição são notórios no continente.
Bibliografia
Andrade, M. O Brasil e a África. Rio de Janeiro: Contexto, 1989
Imagem: http://geografia.hi7.co/mapas-de-etnias-nacoes-e-paises-no-continente-africano-56c3d004f25b3.html (Acesso em 20/09/2017)
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/neocolonialismo.htm (Acesso em 20/09/2017)
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/10-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-o-neocolonialismo-na-africa/ (Acesso em 20/09/2017)
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/04/140407_ruanda_genocidio_ms (Acesso em 20/09/2017)
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1401070-5602,00-ENTENDA+O+CONFLITO+NA+SOMALIA.html (Acesso em 20/09/2017)

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