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INTRODUÇÃO A postura pode ser definida como “uma posição ou atitude do corpo, o arranjo relativo das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma maneira ou característica de alguém sustentar seu corpo” (KISNER e COLBY, 1987). Ela também pode ser usada para descrever o alinhamento do corpo, assim como a sua orientação corporal no ambiente. (SHUMWAY-COOK, 2000). GANGNET et al. (2003), descreveu que a postura é uma composição do posicionamento de todos os segmentos corporais num determinado momento. A definição de alinhamento postural, proposta por Kendal, é uma referência utilizada internacionalmente como padrão, e a fisioterapia considera como alteração postural qualquer assimetria entre os segmentos corporais. (KENDALL e PROVANCE, 1997). De acordo com o posicionamento corporal em relação à linha de gravidade, a postura pode ser classificada como adequada ou inadequada. Uma postura é considerada adequada quando exige a mínima sobrecarga das estruturas ósseas, musculares e articulares, com um menor gasto energético, enquanto a postura inadequada ou precária é percebida como uma relação defeituosa das várias partes do corpo, que produz maior sobrecarga nas estruturas de sustentação e um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre suas bases de apoio. (COLNÉ et al., 2008). A manutenção de uma postura ideal da coluna vertebral envolve a presença de quatro curvaturas equilibradas identificadas na vista lateral, duas convexas (torácica e sacral), chamadas de cifoses, e duas côncavas (cervical e lombar), chamadas de lordoses.(SIQUEIRA e SILVA, 2011). ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é o eixo ósseo do corpo, situada no dorso, na linha mediana, capaz de sustentar, amortecer e transmitir o peso corporal. Além disto, supre a flexibilidade necessária 3 à movimentação, protege a medula espinhal e forma com as costelas e o esterno o tórax ósseo, que funciona como um fole para os movimentos respiratórios. A frequência de problemas clínicos ou cirúrgicos é alta. Pesquisas mostram que 50 a 80% dos adultos serão vítimas, no decurso de suas vidas, de alguma forma de dor decorrente de afecções da coluna vertebral, muitas vezes, por uma postura errada durante o trabalho ou o repouso. (MAKOFSKY, 2005). A coluna é formada de 33 vértebras: 7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares; pelo sacro composto de 5 vértebras fundidas e pelo cóccix formado de 4 vértebras rudimentares fundidas entre si, sendo que a 1° vértebra coccígea, um pouco mais volumosa, se articula com o ápice do sacro através de um disco intervertebral rudimentar. (CUNHA e MEJIA, 2006). Os corpos vertebrais lombares são achatados e largos por constituírem as vértebras que suportam as maiores pressões da coluna vertebral. As vértebras sacras são fusionadas entre si, constituindo-se num osso que apresenta forma triangular. Este por sua vez articula-se com o ilíaco na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pelve ou bacia. Assim, estabelece-se a base de suporte da coluna vertebral do ser humano (KAPNDJI, 2000) BIOMECÂNICA DA COLUNA LOMBAR A coluna vertebral tem como função a rigidez e mobilidade do corpo humano, tendo um significado funcional importante, pois liga a mecânica entre as extremidades inferiores e superiores além de ter a responsabilidade de proteção da medula espinhal que se constitui de um tecido de alta fragilidade e especialização, no qual transitam ordens motoras sensitivas recebidas da periferia e transferido para o cérebro, portanto é uma estrutura importante e precisa ser bem protegida (HALL, 2009). Somente movimentos limitados são possíveis entre vértebras adjacentes, mas a soma desses movimentos confere considerável amplitude de mobilidade na coluna vertebral como um todo. Movimentos de flexão, extensão, lateralização, rotação e circundação são todos possíveis, sendo essas ações de maior amplitude nos segmentos cervical e lombar que no torácico. Isso ocorre porque os discos intervertebrais cervicais e lombares apresentam maior espessura, não sofrem o efeito de contenção da caixa torácica, seus processos espinhosos são mais curtos e seus processos articulares apresentam forma e arranjo espacial diferente dos torácicos. A flexão é o mais pronunciado movimento da coluna vertebral. (RASH, 1989). AVALIAÇÃO POSTURAL A anamnese inicia-se pela identificação, contendo elementos tais como idade, sexo, peso e altura. Não se deve esquecer também de investigar questões que envolvem a ocupação atual e as pregressas, visto que muitas das afecções que atingem a coluna vertebral estão relacionadas com as atividades laborativas. (PORTER, 1993). AVALIAÇÃO ESTÁTICA Em relação à região lombar, verifica-se a presença de hiperlordose, retificação da lordose e escoliose. A coluna vertebral, considerada no seu conjunto, é retilínea, quando observada de frente ou posteriormente. Ao contrário, quando é vista em sentido lateral, apresenta quatro curvaturas normais que são, de cima para baixo: lordose cervical, com concavidade posterior; cifose dorsal, com convexidade posterior; lordose lombar, com concavidade posterior e curvatura sacral, que é fixa, em virtude da soldadura definitiva das vertebras sacrais. (KAPANDJI, 1980). Alterações da cintura escapular podem ser verificadas através do nível dos ombros e das escápulas e a presença de alterações do posicionamento das escápulas (ex. aladas, planas). (ALEXANDRE e MORAES, 2001). A alteração da cintura pélvica pode ser observada através da inclinação e a presença de retroversão ou anteroversão. O desnível dos quadris tanto pode ser em razão da desigualdade de comprimento dos membros inferiores, quanto à presença de curvatura anormal da coluna lombar. (ADAMS, 1987). FONTE: www.google.com AVALIAÇÃO DINÂMICA Procura-se avaliar a amplitude dos movimentos da coluna e pesquisar a presença de dor à movimentação de cada segmento, o que permite verificar suas limitações funcionais. O paciente continua na posição de pé e realiza os movimentos, separadamente, por região da coluna. (ALEXANDRE e MORAES, 2001). Flexão: Solicitar ao paciente que tente encostar as mãos no chão, mantendo os joelhos retos. O normal é o paciente quase alcançar os dedos dos pés. (SPLENGER, 1997). - Extensão: Quando o tronco é projetado para trás (30º). - Rotação direita e esquerda - Inclinação direita e esquerda. O paciente deve inclinar-se até alcançar a cabeça da fíbula. (SPLENGER, 1997). De uma forma geral, a dor aumentada durante a flexão sugere anormalidades discais e, durante a extensão, sugere alterações degenerativas nos elementos posteriores da coluna vertebral ou estenose. (SPLENGER, 1997). FONTE: www.google.com CONCLUSÃO O presente trabalho é apenas um visão geral das alterações posturais da coluna lombar. E que necessita de estudos mais aprofundados sobre o tema. . REFERÊNCIA ADAMS RC et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. 3ª ed. São Paulo: Manole; 1987. ALEXANDRE NMC, MORAES MAA. Modelo de avaliação físico-funcional da coluna vertebral. Rev Latino-am Enfermagem 2001 março; 9(2): 67-75. COLNÉ P, FRELUT ML, PERES G, THOUMIE P. Postural control in obese adolescents assessed by limits of stability and gait initiation. Gait Posture. 2008;28(1): 164-9. CUNHA, VANESSA SANTOS DA; MEJIA, DAYANA PRISCILA MAIA. Os benefícios da estabilização segmentar da coluna lombar. ENEGEP, 2006. PORTER RW. Management of back pain. 2nd.ed. London: Churchill Livingstone; 1993. RASH PJ. Cinesiologia e anatomia aplicada. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1989. SPLENGER DM. Clinical evaluation of the low back pain region. In: Nordin M, Andersson GBJ, Pope MH. Musculoskeletal disorders in the workplace: principles and practice. St. Louis: Mosby; 1997. p. 277-87 KAPANDJI IA. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. São Paulo: Manole; 1980. v. 3 KAPANDJI, A.I. FisiologiaArticular V.3 Tronco e Coluna Vertebral, 5° ed., RJ, Guanabara Koogan, 2000. KENDAL FP, MCCREARY EK, PROVANCE PG. Músculos: provas e funções. São Paulo: Manole, 1997. GANGNET N, POMERO V, DUMAS R, SKALLI W, VITAL JM. Variabilty of the spine and pélvis location with respect to the gravity line: three-dimensional stereoradigraphic study using a force platform. Surgical and Radioligic Antomy. 2003. KISNER C, COLBY LAA. Exercícios Terapêuticos. São Paulo: Manole. 1987. SHUMWAY-COOK, A., Woolacott Motor Control-Theory and Pratic Applications.2000. SIQUEIRA, GISELA ROCHA DE; SILVA, GISELIA ALVES PONTE DA. Alterações posturais da coluna e instabilidade lombar no indivíduo obeso: uma revisão de literatura. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 3, p. 557-566, jul./set. 2011 Licenciado sob uma Licença Creative Commons. doi: 10.1590/S0103-51502011000300020
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