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Farmacologia – Prof Gabriel – 03/10/17 ANTIPARASITÁRIOS Nitromidazóis: -Produzido a partir de Estroptomicetos -Metronidazol foi o 1º representante deste grupo -Introduzido em 1959 -Antimicrobianos (anaerobicidas) e antiparasitários -Tinidazol -Secnidazol (uso sistêmico) Metronidazol: Introduzido em 1959. Tratamento de tricomoníase, giardíase e amebíase, com eficácia tanto na amebíase intestinal como na extraintestinal. Em 1962, foi descoberta sua ação contra bactérias anaeróbias. É o principal antibiótico anaerobicida. Mecanismo de ação: -Bactericida e protozoaricida. -Ligação de produtos intermediários (originários de sua redução intracelular) com o DNA, formando-se complexos que inibem a replicação e inativam o DNA, impedindo as sínteses enzimáticas e causando morte celular. -Sua ação seletiva sobre microorganismos e parasitas anaeróbios é devida a presença, nestes agentes infecciosos, de um sistema de proteínas de baixo potencial de oxirredução, semelhante a ferrodoxina, que reduz o metronidazol a produtos intermediários, os quais têm a ação tóxica e são responsáveis pela atividade antimicrobiana. -Aeróbios não são capazes de reduzir a droga. Agem no metabolismo oxidativo do microrganismo. O piruvato precisa ser reduzido e essa redução ocorre através do mecanismo enzimático de uma enzima chamada piruvato ferrotoxina (PFO). O metronidazol desloca essa redução, o elétron que estaria na via do piruvato vai para o metronidazol (ele que passa a ser reduzido). O radical livre do piruvato é adicionado ao metronidazol e esse metronidazol com radicais livres (metabólito intermediário) que inibe a síntese de DNA e leva a morte celular. Somente as bactérias anaeróbias que possuem essa via. Ele funciona como uma substância tóxica para o DNA bacteriano quando está ativo, não como um falso substrato. Resistência: -Rara; -Alteração na permeabilidade à droga: a droga precisa agir no meio intracelular. Se não entra, não tem ação. -Modificação no metabolismo, com diminuição da sua nitrorredução: quando deixa de haver a redução do piruvato. Devido a isso que os aeróbios são resistentes. -Microrganismos aeróbios da flora vaginal, tais como E. coli, Enterococcus, Proteus e outros podem absorver o metronidazol, com isto diminuindo sua concentração local. Quando se tem suspeita de anaeróbio e aeróbio (infecção bacteriana), faz esquema de combinação duplo ou triplo, como betalactâmico + quinolona + metronidazol. Colite pseudomembranosa: vancomicina + metronidazol Abscesso pélvico: ampicilina + gentamicina + metronidazol. É ativo contra aeróbio facultativo quando este estiver num meio privado de oxigênio. Num abscesso, por exemplo, ele é ativo. Espectro de ação: -Bactérias anaeróbias: Peptococcus, Peptostreptococcus, Veillonella Clostridium, Fusobacterium e Bacterioides, incluindo o B. fragilis e o Clostridium difficile (colite pseudomembranosa). -Pouco eficaz contra os anaeróbios dos gêneros Eubacterium, Propionibacterium, Lactobacillus e Actinomyces. -Tem ação contra Helicobacter pylori (primeira escolha é amoxilina +claritromicina), Gardnerella vaginalis (tópico ou oral) e Campylobacter fetus. -Não atua contra os cocos e bacilos aeróbios. -Potente ação contra protozoários anaeróbios, incluídos Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Trichomonas vaginalis e Balantidium coli. Não pega os vermes macroscópicos. Farmacocinética: -Vias oral, IV (metronidazol), vaginal e tópica (tinidazol). -Completamente absorvido por via oral -Meia vida plasmática 8 horas (para infecções bacterinas faz de 8/8 horas, para parasitose pode fazer 1 vez por dia) - < 20% ligação de proteínas -Boa concentração no LCS (pode ser usado para infecções no SNC, como ameba) -Metabolismo hepático (tem muita interação medicamentosa; tem interação com álcool, não podendo beber durante o tratamento) - > 75% eliminado na urina como metabólito, 10% como fármaco inalterado Indicações: Infecções genitais por Thricomonas; Todas as formas de amebíase, incluindo colite e abscesso hepático; Giardíase; Infecções por bacterias anaeróbias susceptíveis; Em associação a outros agentes para tratamento de infecções polibacterianas com aeróbios e anaeróbios; Vaginoses bacterianas (normalmente faz tópico, de depósito); Profilaxia em cirurgia colorretal; No esquema alternativo para H. pylori; Colite pseudo-membranosa (droga de escolha; associado a vanco); Agudização da Doença de Crohn (como antibiótico e imunomodulador) Efeitos adversos: Cefaleia, náusea, boca seca, vômito, diarreia, dor abdominal Gosto metálico na boca Língua saburrosa, glossite, estomatite (candidíase) Neurotoxicidade: encefalite, convulsão, falta de coordenação, ataxia, parestesia. Urticária, rubor, prurido Interação com álcool Hepatotoxicidade Teratogenicidade Urina avermelhada Interações Nitazoxanida Agente sintético; década de 80 a partir de um anti-helmíntico (niclosamida); eficácia contra helmintos e protozoários. É o Annita. Mecanismo de ação: -Bloqueio da primeira etapa da cadeia PFOR. -Inibe a ligação do piruvato ao cofator pirofosfato de tiamina. Atua na via da oxidação, porém atua na primeira etapa, inibindo a ligação do piruvato com o cofator de pirufosfato de tiamina. Não há formação de nada. *Praziquantel: age no canal de cálcio, usado para esquistossomose. (Gabriel não vao falar sobre) Resistência: sem resistência clínica descrita. Espectro de ação: -Protozoários: Cryptosporidium parvum, Giárdia, ameba, Thricomonas, Blastocytis, Isospora beli, Cyclopora. -Helmintos: Hymenolepsis nana, Trichura trichura, Ascaris, Enterobius, Ancylostoma, Strongyloides, Fasciola hepática. -Bactérias anaeróbias? (ainda não tem a forma venosa) -Antivira HCV? (hepatite C, rotavírus) Pega todas as formas do parasito. Indicações: -Infecções mistas por parasitas intestinais (helmintos + protozoários) -Giardíase -Diarreia por criptosporidia (fungo que tem sensibilidade pelo annita; típica do paciente com HIV) Reações adversas: Raros; dor abdominal, diarreia, vômito, cefaleia; tonalidade esverdeada na urina; sem experiência para uso de gestantes ou lactantes. Benzimidazólicos: Tiabendazol, Mebendazol e Albendazol. Anti-helmínticos. Mecanismo de ação: -Ligação a Beta-tubulina -Inibição da polimerização dos microtúbulos -Inibição da famurato redutase mitocondrial -Redução do transporte de glicose -Bloqueio da fosforilação oxidativa Se liga a beta-tubulina, que formaria os microtúbulos, assim, não há polimerização de microtúbulos. Sem microtúbulos, perde-se toda a estrutura celular, movimento da célula. Além disso, eles reduzem a captação de glicose intracelular, inibe a fumarato redutase e a fosforilação oxidativa. Resistência: Mutações na beta-tubulina (a droga não vai mais conseguir se ligar) Espectro de ação: -Helmintos (todos) -Alguns protozoários – Giardia, Trichomonas -Fungos – Microsporídeos Farmacocinética: Tiabendazol hidrossolúvel. Mebendazol e Albendazol pouco solúveis. Tiabendazol – atualmente somente tópico para larva migrans. Não há sistêmico pois é muito tóxico. Mebendazol tem baixa biodisponibilidade 22%. 95% ligado a proteínas. Droga e matabólitos são ativos. Eliminação biliar e renal (mínima). Mesmo após ser metabolizado, o metabólito é ativo no trato gastrointestinal. Albandazol: aumenta absorção com gorduras. Metabolizado em sulfóxido de albendazol que é ativo. 70% ligado a proteínas. Melhor concentração tecidual e nos cistos hidáticos. Metabólitos excretados na urina. Melhor escolha para doença helmíntica extraintestinal, por ter melhor concentração tecidual. Indicações: -Tiabendazol: uso tópico para larva migrans. -Mebendazol e albendazol: infecções pelos nematódeos GI. -Enterobíase, Ascaridiase, Tricuríase, Ancilostomíase. -Dose única x tratamento por 3 dias – fazer por3 dias melhora o espectro de ação e diminui a resistência. -Hidatidose (Echinococcus garnulosus) – albendazol -Cisticercose – albendazol + glicocorticoide + anticonvulsivante (para evitar irritação pela lise do cisticerco). -Infecções por microsporídeos -Filariose e oncocercose: albendazol + ivermectina. A filaria adulta é muito resistente. Reações adversas: Seguros (exceto tiabendazol); anorexia, náuseas, vômitos, tonteira, diarreia, cefaleia, vertigem; febre, erupções, eritema, alucinações, distúrbios sensoriais; anafilaxia; colestase; cristalúria; hepatotoxicidade; neutropenia; hipospermia; uso em gestantes após o segundo trimestre (mebendazol); uso em crianças menores de 2 anos x menores de 1 ano (a indicação da bula é para acima de dois anos, mas já foi usado para menores e não ocorreu reação). Ivermectina Originada da fermentação de Streptomyces avermetilis. É um análogo da avermectina usada como inseticida. Usada no tratamento de infecções por nematódeos (vermes cilíndricos) e infestação por artrópodes (insetos, carrapatos e ácaros). Mecanismo de ação: -Imobiliza os parasitas. -Induz paralisia tônica da musculatura. -Ativa os canais de cloro presentes apenas em invertebrados. -Causa hiperpolarização por aumentar a concentração intracelular de cloreto nas células nervosas e musculares do parasita. A ivermectina se liga e abre o canal de cloro, o cloreto entra e há hiperpolarização da célula, levando a paralisia tônica da musculatura. Resistência: -Modificação nos receptores para ivermectina -Inexistência dos receptores com afinidade para ivermectina – cestódeos e trematódeos (helmintos não cilíndricos) Espectro de ação: Filárias: Onchocerca volvulus, Wuchereria bancrofti, Loa loa, Mansonella perstans, Mansonella streptocerca ozzardi Ascaris, Strongyloides, larva migrans, oncocerca Trichuris, Enterobius sensibilidade variável Necator e Ancylostoma – resistentes Ectoparasitas (todos) Indicações: -Oncocercose -Filariose (associar com albendazol) -Estrongiloidíase -Infecções por outros nematódeos -Larva migrans -Escabiose -Pediculose -Outros ectoparasitas A dose mínima é por kg, a criança tem que ter no mínimo 15 kg. Reações adversas: -Habitualmente bem tolerado (bem segura para mamífero). -50% dos pacientes com filarioses, manifestados, sobretudo, por prurido, mialgias, artralgias, edema de face e membros, cefaleia, erupção urticariforme, febre e eosinofilia. Essa manifestação são devido a destruição das filárias. -Reações por destruição das microfilárias – prurido e linfadenopatia dolorosa. Até reações graves – encefalopatia, incapacidade física. -Já foi usada em gestantes, não tendo causado efeitos nocivos para o desenvolvimento da gravidez nem para os fetos e recém-nascidos.
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