APOSTILA DESENHO BÁSICO I IFRJ

IF R J \u2013 Uni d ad e Par a cam b i 1 I F R J AP O ST I L A DE DE SE N H O T É CN I CO I IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 2 1 - SÍN TE S E H ISTÓR ICA D O D ESEN H O T ÉCN ICO . O d es en ho p o d e ser en tend i do c o m o uma d as pr i m ei ras fo rmas de co m u n i cação e d e expr ess ão do h o m em . Já na pr é -hi stó ri a reg i stro s eram fei to s us an do - s e as ro ch as p ar a r e pr es en taç õ e s g ráf i c as. E m d i fer en tes ép o cas o s r ecur so s u ti l i z ado s têm si do o s m ai s vari ad o s. Na m eso po t âm i a , p o r exem pl o , o s desen h o s d e m apas e p l an tas da ci dad e er am traçad o s em p l acas de ar gi l a. Du ran te al g un s s écul o s o d es en ho d e m o del o s e peças era desco m pr o m eti do de r egr as e no rmas d e execu ç ão . Um a d as m ai o res d i fi cu l dad es en co n trad as par a qu em q u eri a r epr esentar suas i d éi as n o pap el er a co m o desen h ar o vo l ume das f o r m as , em sup erf í c i es p l an as . E m par te este pr o bl em a fo i m i ni m i z ado no séc u l o XV , qu and o u m gr an de p i n to r , esc u l to r, i nven t o r, eng e n h ei r o e arq u i teto i tal i ano c h am ado Leo nar do da ci dad e d e V i nci , d es en vo l v eu u m e stud o r el ati vo à teo ri a d o desen h o e r epr esento u g r afi cam en te i nú m ero s d e seu s i n vento s . M as, a téc n i c a de r e p resen taç ão basi cam en te só p ass ari a a ter m ai o r fu n damentação e i m po r tânci a a par t i r do fi n al do séc u l o XV I I I , qu and o u m m atem áti c o fr ancês ch am ado G as par Mo n ge q u e cri o u a \u201c G eo m etri a D es cri ti va\u201d q ue m ai s tard e c o l abo rar i a par a qu e o desenh o fo ss e ac ei t o co m o um po ten c i al i nstr u m e n to de au to n o m i a e de desen vo l v i m e n to tecn o l ó gi co . 2 - A D IFEREN ÇA EN TRE O DE S EN H O TÉCN ICO E O D ES EN H O A R TÍ S TICO. Os ar ti stas tran s m i tem s u as i déi as e s eus s en ti m ento s de m an ei ra pesso al . Os gr an des desen hi stas, pi n to res e esc u l to res n ão t êm co m pr o m i ss o d e retr atar fi el m e n te a r eal i dad e. O desen h o artí sti co r efl ete o go s to e a s en si bi l i dad e d o ar ti sta q ue o cri o u . Já o desenh o téc n i co , ao co ntr ári o do ar tí s ti co , d eve tr an sm i ti r c o m exati dão t o das as c ar act erí sti cas do o bj et o q u e r epr es en ta. Par a co nseg u i r i s so , o d es en hi sta deve s egu i r reg r as es tabel eci das pr evi am ente, chamadas d e n o r m as técni cas , o u seja, são n o rmal i z ado s. N o B r asi l , a en t i dad e resp o nsável p el as n o rmas técn i cas é a AB NT - A ss o ci ação Br as i l ei r a d e No rmas T éc ni cas. Ho je o desenh o técni co assume uma p o s i ção di fu s a e m ul ti di s ci pl i nar , tend o co m o al i ado o i m po r tante recu r so do s c o m p utad o res. D o s es bo ç o s p rel i m i nar e s ao s es tági o s fi n ai s de rep resen tação , sua apl i cação s e faz pr e sente em p ro jeto s m ecâni co s, arq u i t etô n i c o s , estru tur as met ál i cas , tu bu l açõ es i n du s tri ai s , mo bi l i ár i o s , aer o espaci ai s, n avai s e em i n úmeras o u tras áreas. 3 - AS FA S ES D E E L A BORA Ç Ã O D E UM D ESEN HO T ÉCN ICO . Às v ez es, a el abo ração do d esenh o técn i c o m e cân i co en vo l ve o tr ab al h o d e vári o s pr o fi s si o nai s. O pr o fi ss i o nal qu e p l an eja a peça é o en gen hei r o o u o p ro jeti s ta. Pr i m ei r o e l e i m agi n a co m o a peça deve ser. D epo i s r epr esenta suas i déi as po r m ei o de u m es bo ço , i sto é, u m desen ho t écni co à m ão l i v r e. O esbo ço serve par a a el ab o r ação d o d es en h o p rel i m i nar . O d es en ho p rel i m i nar co r resp o nd e a u m a etapa i n terme di ár i a do pr o c ess o de e l abo ração do p ro jeto , q u e ai n da po de so f rer al teraçõ es. D epo i s de ap ro v ado , o d es en ho qu e co r resp o n d e à s o l ução fi n al d o p ro jeto será exec u tado p el o desen h i sta téc n i c o . O desen h o téc n i co defi n i t i v o , tam bém chamado de desen h o par a ex ecução , co n tém to do s o s el em ento s necessári o s à sua c o m pr ee n são . IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 3 O d es en ho par a exec u ção p o de s er fei to n a p r an c h eta co m o n o co m pu tado r e d eve aten der r i go ro sam e n te a to das as no rmas técn i ca s qu e d i spõ e so b re o assun to . O desen h o téc n i co m ec ân i c o c h ega pr o nto às m ão s do pr o fi ss i o n al qu e vai exec u tar a p eç a. E ss e pr o fi ssi o nal deve l e r e i nter p retar o desen h o té cni co par a q ue p o ssa execu tar a peça. Quan do o p ro fi s si o nal co nseg ue l er e i n terp r e tar co r retamente o d es enh o técni co el e é cap az d e i m agi n ar exatam ente co m o será a p eç a, an tes m esm o d e exec u tá -l a. Par a tan to , é n eces sári o c o nh ec er bem as n o rmas téc n i cas e m qu e o desen h o s e basei a e o s p r i n cí pi o s de r epr esentação d a g eo m etri a d esc r i ti va. 4 - D ESEN HO T ÉCN ICO EM PERSPECTIV A . O ter m o per specti va é o r i u n do d o l at i m p er p i c ere qu e s i gn i fi c a ver através . Quan do o l h am o s par a u m o b jeto , tem o s a sensação de pr o fu nd i dad e e r el evo . As par t es qu e es tão m ai s pr ó xi m as de n ó s par ec em m ai o r es e as partes m ai s d i s tantes ap aren tam s er m en o r es . O desen h o , par a tran s m i ti r es sa m esm a i déi a, pr ec i sa reco rr er a um m o do especi al de rep resen tação gr áfi ca. As rep r es en taç õ es em per specti vas co nsti tuem u m a d as f o rmas d e desen h o p ro jeti vo m ai s u ti l i z ado par a rep resen taç ão da co n cepção de vo l ume. P o r tan to , a p ersp ec ti va r epr esenta gr afi c am ente as três d i m ensõ es de um o bj et o em u m ún i co pl an o , d e m o d o a tran sm i t i r a i déi a de p ro fu n di dad e e r el evo d o o bj eto . As r e pr e s e nt a çõe s e m pe r s pe ct i v a s ã o cl a s s i f i cada s da s e gu i nt e f or m a : a) C ôn i c a s ( pon to de f ug a ) Têm u m a apl i cabi l i dad e m ai s fr eqü ente, e qu ase ú n i ca, n o s pr o jeto s ar qu i tetô n i co s e deco raçõ es de i n te r i o res. Quan do o l hamo s u m a c en a vem o s o s o bjeto s qu e a c o m põ em c o m s u as arestas afu ni l and o - se. Para es tud ar es te ti po d e per specti va devem o s co nh ec er a l i n h a d o h or i zon t e, qu e l i m i ta a pr o fu n di dad e d o espaço a s er vi sto ; a l i n h a de terr a q ue m arca o i ní ci o o u a base do esp aç o a ser vi st o e os p on t os d e fu g a , qu e são o s po nto s p ara o nd e co n verg em as l i n has q ue vão r epresen tar o o bj eto . E xem pl o : D epen den do do po n to de v i s ta do o bservad o r, um o b jeto po de te r 1 , 2 , 3 p o n to s d e f u ga. IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 4 b ) Caval ei ra E xem pl o s: c) Isométr i c a E xem pl o : C ada ti po de per s pect i v a m o stra o o bjeto d e u m jei to . Co m par and o as tr ês fo rmas d e rep r es en taç ão , n o t am o s qu e a p ersp ec ti va i sométr i c a é a qu e dá i déi a me n o s d efo r m ada do o bjeto . Iso qu er di z er m es m a; métri c a qu er di z er m edi da. E s te ti p o de desen h o técni co m antém as m esm as p ro po rçõ es do c o m pr i m ento , da l ar gu ra e da al tu ra d o o bj eto r epr es en tado . Al ém d i ss o , o tr açado d a p ersp ec ti va i so m étri ca é r el ati vam ente si m pl es. E m d es en h o téc n i co é co m u m r epr e sentar per s pecti v as po r m ei o d e esbo ço s, qu e são d es en ho s f ei to s r api dament e à m ão l i vre. Os esb o ço s são mui to ú tei s q u and o se d e seja tr an sm i ti r , de i m e di ato , a i d éi a d e u m o bj eto . O desen h o téc n i co da per specti va i s o m étri ca é basead o nu m s i s tem a de três sem i -retas qu e tê m o mesm o po nto de o r i g em e fo rmam en tr e si t rês ân gu l o s d e 12 0 º. X Y Z IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 5 E ss as s em i - retas, ass i m d i s po s tas, receb em o n o m e de ei xo s i sométr i c os . E l e s po dem s er rep resen tado s em po si çõ es v ar i adas, m as s em pr e f o rmam , en tre si , ân gu l o s d e 12 0 º. O traçad o de qu al qu er per specti va i s o m étri ca p arte s em pr e d o s ei xo s i s o m étri co s . E m u m a r epr esentação i s o m étri ca, as ar es tas desen h adas não par al el as ao s ei xo s pr i m i ti vo s são den o m in adas de l i nh as não i s o m étri cas e rep r es en tadas fo ra de suas ve r dad ei ras g r an dez as . Par a faci l i tar o traçad o da per specti va i s o m étri c a, qu e no r m al m ente é fei to p o r m ei o de esbo ço s à m ão l i vre, uti l i z am o s u m ti p o de pap el chamado de r eti cul ado q u e ap resen ta u m a r ede d e l i nh as qu e f o r m am en tre si ân gu l o s d e 12 0 o . E ss as l i nh as servem co m o gu i a p ara o ri en tar o t r açado d o âng u l o co r reto d a p erspecti va i s o m étri ca. 4 .1 -E X EMPLO D E TRA ÇA DO D A PERS PECT IV A C OM EL EME N TOS PA RA L ELO S . O traçad o d a p e r s p ec ti va d o pr i s m a co m el em e n to s p aral el o s par te d a p erspecti va d o p ri sm a r et an gu l ar o u p ri sm a au x il i ar. MODE L O FA SE 1 F A SE 2 IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 6 FA S E 1 - Es b o ce a per specti va i so m étri ca a p arti r de u m p ri sm a au xi l i ar, u ti l i z and o as medi das ap ro xi m ad as d o co m pr i m en to , l ar gu ra e al tu ra do m o del o . FA S E 2 - Na face d a fr en te , m ar qu e o co m pr i m ento e a. al tur a d o r ec o rte e trace as l i n h as i s o m é tri cas q ue o d etermi n am . FA S E 3 - Tr ac e as l i nh as q u e deter m i nam o r asgo e o r ec o rte su per i o r. FA S E 4 - Tr ace as l i n has i so m étri cas qu e d etermi nam o s rasg o s e o r ec o rte sup eri o r . F i n al m en te , apag ue as l i nh as de co n st r ução e ref o r ce o s co n to r n o s d o m o del o . 4 .2 -E X EMPLO DE TR A ÇA DO CO M ELEME N TOS AR R EN DON DAD O S E FUR OS CIRCUL A R ES. O cí r c u l o , r epr esentad o em per s pecti v a i s o m é tri ca, tem se m pr e a fo rma p areci da co m u m a el i p se . Os el em en to s ci rcu l ar es o u p artes arr edo nd ad as p o dem ap arecer em q ual q uer face do m o d el o o u peça e sem pr e serão r epr esentad o s co m f o rma el í pti ca. Par a faci l i tar o t r açado da per specti va i so m é tri ca d e u m el em ento c i r cul ar d ev em o s faz er u m q u ad rad o au xi l i ar so br e o s ei x o s i s o m ét r i co s , co m o no s exem pl o s a segu i r: M OD EL O 1 FA SE 3 FA SE 4 IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 7 FA SE 1 FA SE 2 FA SE 3 FA SE 4 M OD EL O 2 IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 8 FA SE 1 FA SE 2 FA SE 3 FA SE 4 FA SE 5 FA SE 6 IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 9 EX ERC ÍCIOS DE V ERIFICA ÇÃ O D A A PR EN D IZ A GEM 1 - Uti l i z an do o pap el reti c u l ado , d es en he a per specti va i s o m étri ca do s segu i ntes m o del o s: 5 - PR OJEÇÕES OR TOGRÁ F ICA S . As fo rmas de u m o bj eto r epr e sentad o em p ersp ec ti va i so m étri ca ap resen tam certa def o rmaç ão , i sto é, n ão são m o s trad as em verd adei r a g ran dez a, ap esar de co nser varem as m esm as pr o p o r çõ es do co m pr i m en to , l arg u ra e d a al tu r a d o o bjeto . Al ém d i s so , a rep r es en taç ão em p er specti va i s o m ét r i ca n em sem pr e mo stra cl ar am ente o s d etal h es i nter n o s d a p e ça. FA SE 1 A) B) C) A ) FA SE 5 D) IF R J \u2013 U n ida d e P a raca m b i 10 1 º D ied ro 4 º D ied ro 2 º D ied ro 3 º D ied ro A pr o jeção o rto gr áfi ca é a t écni ca u s ada par a r epr e sentar fi g ur as , o bj eto s e m o del o s. A r epr es entação em pr o jeção o rto gr áfi ca fo rn ec e ao ar tí fi ce da o fi ci na to das as i n fo rmaçõ es necess ár i as à exe cução de u m a p eça . Al ém d e tr an s m i t i r as suas caracterí sti cas co m p reci s ão , d em o nstr a su a ver dad ei r a g r and ez a. Par a en ten der b em co m o é f ei ta a pr o jeção o rto gr áfi ca p reci s am o s co n h ece r tr ês el e m en to s: o mo del o , o o bservad o r e o p l ano de p ro jeção . O ob servad o r é o pr o fi ssi o n al q ue vai i nter p retar o u desen h ar u m o bj eto . A p eç a ou ob jet o é aq ui l o q u e vai ser r epr esentad o em p r o jeç ão o rto g ráf i c a e deve ser es tu dad o em to do s o s seus detal h es . O pl an o de pr ojeç ão é a o n de será r epr esentad o o o bj eto . Os p l an o s d e p r o jeção p o d em o c u par vári as p o s i ç õ es n o espaço . E m d es en h o téc n i co u s am o s d o i s p l ano s bási co s par a r epr esentar as p ro jeçõ es d e u m a peça: u m p l an o verti c al e u m p l an o h or i zon t al qu e se co r tam p erp en di cul ar m ente. Vej a exem pl o s : E ss es do i s pl ano s , per pen di cu l ar es en tre si , d i vi dem o es paço e m qu atro r egi õ e s chamadas DI ED R O S . C ada di edr o é a reg i ão l i m i t ad a po r do i s sem i pl an o p erp en di cul ar es en tre si . O s di ed ro s são n u m erad o s n o s en ti do an ti- h o rár i o , i sto é, n o senti d o co n trár i o ao m o vi m ento d o s p o ntei r o s d o r el ó gi o . . O m ét o do de rep r es en taç ão d e o bj eto s em d o i s sem i -pl an o p erp end i cul ar es en tre si , c ri ad o p o r Gasp ar Mo n ge , é tam bém c o nh ec i do c o m o métod o mon g ean o . SP VS - Sem i pl an o V er ti cal Su per i or SP VI - Sem i pl a n o V er ti cal I n f eri or SP HA - Sem i pl an o H ori z on t al A n ter i or SP VP - S em i pl an o V er ti cal Post eri or

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