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CASO CLINICO (1)

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CASO CLINICO
MAS, 32 anos, branco, casado, natural e procedente de São Paulo, técnico de enfermagem. Mal-estar geral há quatro dias. Paciente relata que há quatro dias apresenta mal-estar geral, associado a náuseas e inapetência, nega febre ou mialgia. Apresenta há um dia alteração da coloração da urina (escurecida).
Nega comportamento de risco, uso de drogas, tabagismo e etilismo. Nega viagens recentes, nega contato com água de enchente. Reside em casa com saneamento básico e água encanada. Relata, há 20 dias, acidente com material biológico - picada com agulha - após colher sangue de um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva; na ocasião, não procurou assistência médica. Exame físico: normal, exceto por icterícia leve.
Os exames laboratoriais demonstraram: hemograma normal, bilirrubina total de 4,2 com bilirrubina direta de 3,0 , TGO=460 e TGP=790, GGT e fosfatase alcalina normais. Neste caso, estamos diante de um paciente com hepatite aguda provavelmente viral, pelos níveis elevados de transaminases. As sorologias foram negativas para HIV, hepatite B, C e com IgG positiva para hepatite A. 
Neste caso, para confirmação do diagnóstico deve ser solicitado PCR (HCV-RNA) qualitativo para hepatite C, cujo resultado foi positivo. E importante ressaltar que os testes sorológicos apresentam soro conversão entre a 4ª semana e a 10ª semana.
Metodologia dos exames
TGO
 Método para a determinação da Transaminase Oxalacética (AST ou TGO). Teste colorimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro. 
Metodologia: Reitmamm e Frankel
 A Transaminase catalisa a transferência do grupamento Amino de um Alfa-Aminoácido para um Alfa-Cetoácido. L - Aspartato L - Glutamato + Alfa-Cetoglutarato + Oxalacetato
 O Oxalacetato reage com a Dinitrofenilhidrazina. A intensidade de coloração da Hidrazona formada, em meio alcalino, é diretamente proporcional à quantidade de Oxalacetato, em determinado tempo, que por sua vez é função da atividade enzimática.
PCR
Método para determinação quantitativa da Proteína C Reativa (PCR). Teste imunoturbidimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro. 
Metodologia: Imunoturbidimetria
A reação permite quantificar, mediante um método turbidimé- trico, a concentração de PCR presente na amostra. As partículas de poliestireno recobertas com anti-PCR se misturam com a amostra formando agregados em presença de PCR. O processo de aglutinação que se forma provoca um aumento do tamanho das partículas e consequentemente um aumento da absorbância, que é medida por comparação com o Calibrador de concentração conhecida.
TGP
Método para a determinação da Transaminase Pirúvica (ALT ou TGP). Teste colorimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro. 
Metodologia: Reitmamm e Frankel
 A Transaminase catalisa a transferência do agrupamento Amino de um Alfa-Aminoácido para um Alfa-Cetoácido. L - Alanina L - Glutamato + Alfa-Cetoglutamato + Piruvato 
O Piruvato reage com a Dinitrofenilhidrazina. A intensidade de coloração da Hidrazona formada, em meio alcalino, é diretamente proporcional à quantidade de Piruvato, em determinado tempo, que, por sua vez, é em função da atividade enzimática.
GGT
Método para a determinação da Gama GT. Teste cinético, somente para uso diagnóstico in vitro.
 Metodología: Szasz Modificado / Padronizado pela IFCC
 Este método baseia-se na IFCC (International Federation of -Glutamiltransferase catalisa aClinical Chemistry), no qual a transferência do radical Glutamil do substrato para a Glicilglicina -Glutamilglicilglicina e 5-Amino-2-Nitrobenzoato.formando A velocidade de formação da 5-Amino-2-Nitrobenzoato em 405 nm é proporcional à atividade da enzima.
FOSFATASE ALCALINA
Método para a determinação da Fosfatase Alcalina. Teste colorimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro.
Metodologia: Roy Modificado. 
A Fosfatase Alcalina presente na amostra hidrolisa o substrato de timolftaleína monofosfato, liberando timolftaleína e fosfato inorgânico, em um tempo pré- determinado de 10 minutos. A atividade enzimática é proporcional à quantidade de timolftaleína formada, que é medida colorimetricamente. Com a adição do Reagente de Cor, a reação enzimática é inativada e a timolftaleína adquire cor azul. Como o substrato e o produto da reação apresentam cores diferentes, em meio alcalino, a coloração final é constituída por uma mistura de cores.
BILIRRUBINA
Método para determinação da Bilirrubina Direta e Total. Teste colorimétrico, somente para uso diagnóstico in vitro.
 Metodologia: Sims - Horn 
A Bilirrubina, através da reação de acoplamento com o Ácido Sulfanílico Diazotado forma um complexo de coloração vermelha (Azobilirrubina). A Bilirrubina Total (Direta e Indireta) é dosada em presença de um acelerador (Cafeína e Benzoato), que permite a solubilização da Bilirrubina Indireta (não conjugada), insolúvel em água. A Bilirrubina Direta (conjugada) é dosada em meio aquoso.
HEMOGRAMA
O hemograma é executado pelo método automático, em aparelhos que usam uma pequena quantidade de sangue. As células brancas ou leucócitos, podem ser contadas, baseando-se em seu tamanho ou avalian do-se suas características. Em relação à série vermelha, o aparelho dosa a quantidade de hemoglobina, o hema- tócrito, o número de hemácias e o tamanho destas, realizando cálculos para chegar aos outros índices hematimétricos.
Toda amostra que apresentar alteração no resultado automático, passa pelo método de avaliação e conta- gem manual. Contagens manuais do número de hemá- cias, plaquetas e leucócitos podem ser realizadas em câmara de Neubauer, após uma diluição prévia do sangue. O esfregaço sanguíneo é utilizado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto é, fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monóci- tos, eosinófilos e basófilos, chegando-se a uma porcen- tagem de cada tipo de célula, processo utilizado também para avaliar a série vermelha e as plaquetas. A vantagem de se fazer um esfregaço, é que algumas células e plaquetas podem ser contadas erroneamente pelos processos automáticos. Alguns aparelhos não contam plaquetas gigantes, eritroblastos, células imaturas, e podem levar a um erro quanto ao diagnóstico. A importância do hemograma abranger as análises qualitativas dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas consi- derando o tamanho, a forma celular, a coloração, as inclusões citoplasmáticas e nucleares, a presença de vacúolos, as atipias celulares, etc, é que essas observa- ções são fundamentais para auxiliar o diagnóstico clínico, como exemplo: eritrócitos falcizados nos esfre- gaço sanguíneo indicam relação com doença falcifor- me; expressivo número de linfócitos atípicos pode estar relacionado a viroses; plaquetas gigantes que geral- mente estão associadas a determinadas síndromes, etc. O esfregaço, porém, deve ser avaliado por profissional experiente. O sangue do paciente é colhido com anticoagulante (EDTA). Não é preciso nenhuma preparação, nem estar em jejum, para se colher o sangue para o hemograma.

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