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TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA FELINA

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TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA FELINA 
INTRODUÇÃO
	A traqueobronquite infecciosa felina ou Tosse dos Canis é uma doença contagiosa, caracterizada por provocar nos gatos infecção respiratória de início súbito, secreção naso-ocular e ataque agudo de tosse . Os sinais clínicos são dependentes da etiologia. Para gatos que se infectaram com um único agente, a doença é geralmente branda e auto-limitante. Mas, é alta a ocorrência de infecções causadas por múltiplos agentes, com conseqüente agravamento dos sinais clínicos. (Amador C, 1991;)
	 A Bordetella bronchiseptica e o vírus da parainfluenza são os agentes mais comumente isolados de gatos com traqueobronquite infecciosa felina. Entretanto, outros vírus e bactérias podem influenciar no progresso clínico e resultado da infecção. Já foram desenvolvidas vacinas para a maioria dos agentes associados à doença. A imunoprofilaxia é recomendável, principalmente aos animais que costumam ser hospedados em hotéis ou que vão para canis e “pet shops”. ( Hawkins EC., 1997.)
	As vacinas estão disponíveis contra a maioria dos agentes que tem papel na patogenia da traqueobronquite infecciosa felina e vem sendo utilizadas em programas de vacinação na rotina clínica. Algumas das vacinas disponíveis são para uso parenteral e outras intranasal . As vacinas de uso intranasal parecem ter melhor efeito, pois induzem uma imunidade local, protegem o animal contra uma infecção e contra a doença e, ainda, não estão sujeitas à interferência dos anticorpos maternos (Ford RB, Vaden 1998.)
	A duração da imunidade produzida por muitas vacinas contra patógenos que causam doenças respiratórias não está ainda bem estabelecida, mas as indicações dos fabricantes recomendam reforços anuais. É improvável que os felinos obtenham uma imunidade significante através da vacinação intranasal por mais de 12 meses. Para a vacinação intranasal contra B. bronchiseptica, a duração da imunidade deve ser, na verdade, menor que 12 meses. Mesmo assim, alguns autores afirmam que felinos que costumam ter contato com outros em canis, “pet shops” e hotéis devem receber revacinação anual. Para uma vacinação efetiva, felinos suscetíveis devem ser vacinados pelo menos 10 dias antes que ele entre em contato com gatos infectados. (Ford RB, Vaden 1998.) 
	A ocorrência de reações adversas depois da administração parenteral da vacina para é rara e limitada a uma irritação no local aonde foi feita a injeção. Apesar das vacinas intranasais serem capazes de induzir imunidade local e sistêmica, elas podem ser associadas com o desenvolvimento de tosse e/ou secreção nasal 2 a 5 dias após a inoculação (Ford RB, Vaden 1998.)
ETIOPATOGÊNESE
	A B. bronchiseptica tem sido associada a infecções respiratórias em cães e, ultimamente, em gatos. Nos primeiros 3 a 6 dias a bactéria multiplica-se, aumentando em número, depois sua multiplicação se estabiliza. É nesse momento que os primeiros sinais clínicos aparecerão e após duas semanas da infecção, o número de organismos começará a diminuir. Ela pode persistir no aparelho respiratório por aproximadamente 3 meses. O microrganismo tem sido isolado do trato respiratório superior de felinos clinicamente saudáveis. (GREENE, 1998). 
	A principal forma de curso da doença ocorre normalmente em animais sem vacinação ou exposição natural prévia aos agentes que causam a Tosse dos Canis. É provável que felinos afetados tenham uma história recente de permanência em “pet shop”, canil ou hotel. Nesta forma, os sinais clínicos são mais severos. A tosse pode não ser produtiva, com ou sem rinite e com secreção nasal e ocular mucóide a mucopurulenta. (GREENE, 1998).
	A tosse do animal parece causar dor e alguns animais relutam a tossir. Complicações associadas com broncopneumonia podem ameaçar a vida do animal. Podem ser observadas tonsilite, rinite e conjuntivite. No exame físico, o animal usualmente está febril e pode estar letárgico, anoréxico ou dispnéico. A doença pode afetar mais de 50% dos animais, em locais com alta densidade populacional, e pode ocorrer em qualquer época do ano. Sinais sistêmicos como debilitação, febre persistente e coriorretinite devem alertar o veterinário para uma complicação mais séria. ( ETTINGER, S. e FELDMAN, 1997)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
	Em infecções naturais por B. bronchiseptica, a tosse pode durar mais de duas semanas e os sinais clínicos aparecem entre 4 e 7 dias após a exposição, em cães infectados experimentalmente. A tosse pode se apresentar em variados graus e pode haver presença de secreção nasal purulenta. Os sinais podem se agravar caso ocorra infecção secundária, observando-se hipertermia, anorexia e dispneia. (ETTINGER, S. e FELDMAN, 1997)
	A tosse que acomete cães com traqueobronquite infecciosa canina é chamada de “tosse de ganso”. Ela pode ser produtiva ou improdutiva, e freqüentemente piora com o exercício físico. Pode haver ainda engasgo, ânsia de vômito e corrimento nasa. (ETTINGER, S. e FELDMAN, 1997)
DIAGNÓSTICO
	Na prática não há uma preocupação em se realizar o diagnóstico definitivo da Tosse dos Canis, mas sim se descobrir se há uma complicação da doença. 	O diagnóstico clínico é baseado na história do animal (se teve contato recente com outros cães e se foi vacinado), nos sinais clínicos e na resposta do animal ao tratamento, mas este diagnóstico não é definitivo. Hemograma de rotina e provas bioquímicas são auxiliares para se estabelecer o estado geral do animal e monitorá-lo. (Thrusfield MV 1991).
	As bactérias isoladas por “swabs” nas cavidades nasal e oral, orofaringe e nasofaringe não irão necessariamente definir se são patógenos primários, secundários ou microbiota local. No entanto, culturas bacterianas da secreção da aspiração transtraqueal, lavagem traqueal ou bronquioalveolar, ou “swabs” estéreis do epitélio traqueal vão definir mais facilmente os organismos causadores da doença. O diagnóstico dos agentes causais é trabalhoso e deve ser realizado em laboratórios especialmente equipados. (Thrusfield MV 1991).
TRATAMENTO
	Os casos de Tosse dos Canis que não tiverem complicação se resolvem sem tratamento dentro de 4 dias a 3 semanas, dependendo da severidade. Mas o desconforto que a doença causa para os animais e para os proprietários justifica o tratamento. Os cães que possuem sinais persistentes por mais de 2 semanas devem ser avaliados para complicações secundárias ou para a reavaliação do diagnóstico (Thrusfield MV 1991).
REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS
Thrusfield MV, Aitken, CGG.; Muirhead RH. A field investigation of kennel cough: efficacy of different treatments. J Small Anim Pract 1991; 32 (9): 455-9.
Amador C, Chiner E, Calpe JL, Tabla VO de la, Martinez C, Pasquau F. Pneumonia due to Bordetella bronchiseptica in a patient with AIDS. Rev Infect Dis 1991; 13 (4): 771-2
 Hawkins EC. Afecções do sistema respiratório inferior. In: Ettinger SJ, Feldman EC. Tratado de medicina interna veterinária – moléstias do cão e do gato. São Paulo: Manole, 1997. v.1, p.1080-142
Ford RB, Vaden SL. Canine infectious tracheobronchitis. In: Greene, CE. Infectious diseases of the dogs and the cats. Philadelphia: Saunders; 1998. p. 33-8
ETTINGER, S. e FELDMAN, E. Tratado de Medicina Interna VeterináriaMoléstias do Cão e do Gato – Ed. Manole Ltda – 4ª Edição, 1997
GREENE, C. Infectious disease of dogs and cats, cap. 19. pág. 259-265. 1998.

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