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ECLETISMO AO NEOCLÁSSICO

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O neoclassicismo foi um movimento artístico nascido na Europa em meados do século XVIII, exercendo grande influência na arte e cultura de todo o ocidente até meados do século XIX. As bases tomadas por esse movimento foi os ideais iluministas e interesse pela cultura da Antiguidade Clássica, adotando princípios da moderação, equilíbrio e idealismo. Sendo que, para que renascesse uma nova corrente classicista houve uma série de fatores que contribuíram, como uma reação contra os excessos decorativos e dramáticos do Barroco, e também pelo fato deste período estar ligado à uma época de declínio da religião e ascensão dos ideais iluministas, que tinham como base o racionalismo, dentre outras características. Os principais sinais do neoclassicismo podem ser notados em vários pontos da Europa nas primeiras décadas do século XVIII, sendo um movimento que traz como sua principal referência estética e modelo a Grécia e Roma Antigas. Tem como um de seus principais expoentes o arquiteto francês Jacques-Germain Soufflot, seu trabalho mais conhecido é a Igreja de Santana Genoveva mais conhecido como o Panteão de Paris. No Brasil o neoclassicismo tem como expoente Gradjean de Montigny e suas obras adaptam a estética neoclássica ao clima tropical, como a sede da reitoria da Pontifica Universidade Católica no Rio de Janeiro. 
O ecletismo pode ser considerado como a liberdade de escolha sobre aquilo que se julga melhor, sem o apego a determinada marca, estilo ou preconceito, onde as origens estão ancoradas na renovação do pensamento filosófico e político, pela confiança no progresso e na razão, livre de compromisso com regras absolutas. Na arquitetura, o termo é usado em referência aos estilos surgidos durante o século XIX, através da mistura de vários estilos, e que tem uma íntima relação com a arquitetura historicista, porém, não tenta copiar ou interpretar modelos históricos, mas sim ultrapassar a estagnação em relação aos revivalismos, sendo assim, o ecletismo usou elementos e sistemas da história para inventar uma arquitetura adaptada aos novos tempos. De acordo com Pedone (2002), a obra teórica do arquiteto revolucionário Jean-Nicolas-Louis Durand (1760-1834) influenciou diretamente a arquitetura do século XIX. Em suas teorias radicais, propôs um método compositivo e defendeu rígidos princípios de desenho e de geometria formal, difundiu um sistema de estruturas modulares e regras distributivas e tipológicas, no qual as formas clássicas podiam ser adequadas a programas sem precedentes históricos, e que constituiu o fundamento da metodologia profissional por muito tempo. Outros arquitetos que também podem ser citados como fundadores do ecletismo na busca de soluções de compromisso entre a tradição e a modernidade são Duc, Duban, Gilbert, Hittorff, Labrouste, Vaudoyeur e Viollet-le-Duc. Em São Paulo o ecletismo arquitetônico teve em Ramos de Azevedo seu principal nome, uma de suas obras o Teatro Municipal de São Paulo. Em Porto Alegre o ecletismo encontrou um grande representante na figura de Theodor Wiederspahn, uma de suas obras o Edifício Ely.
	Integrantes do conjunto de revoluções burguesas do século XVIII têm-se a Revolução Industrial e Revolução Francesa, no qual, ambas se relacionam ao período que compreende o Neoclassicismo e Ecletismo, com fortes influências sobre as mesmas. A Revolução Francesa ocorreu na França no século XVIII, em um contexto de injustiças, onde a população se revoltou conta o rei e seu poder absoluto, que teve como reivindicações principais o fim dos privilégios que o clero e a nobreza desfrutavam e o instauração da igualdade civil, sendo que, o movimento teve apoio dos burgueses, que viam a má administração como empecilho para o desenvolvimento do capitalismo. O Neoclassicismo expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia que assumiu a direção da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão. 
A Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra nos séculos XVIII e XIX, que tem como principal particularidade a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso de máquinas, na primeira etapa ficou limitada à Inglaterra, na segunda etapa espalhou-se por outros países e a terceira etapa alguns historiadores consideram como até os dias atuais, com os avanços tecnológicos do século XX e XXI. No ecletismo, o novo panorama ditado pela revolução industrial e social gerou uma multiplicidade de novos temas edilícios e alterou radicalmente a infraestrutura arquitetônica. O aporte das novas descobertas técnicas favoreceu o aparecimento de uma arquitetura com caráter científico e tecnológico. Ao mesmo tempo, agravou a dicotomia existente entre a arquitetura como ciência e a arquitetura como arte, (PEDONE, 2002). 
	O Neoclassicismo no Brasil se deu com a chegada da Missão Artística Francesa, contratada para fundar e dirigir no Rio de Janeiro uma Escola Real de Artes e Ofícios, em 1816. Então, em 1826 é fundada a Academia Imperial de Belas Artes atraindo pintores estrangeiros, o Rio de Janeiro não estava preparado para receber grande quantidade de nobres acostumados com requintes, e a partir de então vários edifícios públicos começaram a ser construídos, seguindo o estilo neoclássico. Já o Ecletismo começou no século XIX quando o Brasil virou República e quis cortar laços com Portugal, em 1888 é assinada a Lei Áurea, dando liberdade aos escravos, em 1889 ocorre a Proclamação da República Brasileira, dentre outros acontecimentos. Sendo que, teve uma tendência dentro do chamado academicismo propagada pela Academia Imperial de Belas Artes e sua Sucessora a Escola Nacional de Belas Artes.
	Tanto o Neoclassicismo, quanto o Ecletismo chegaram ao Brasil com influência cultural direta das políticas europeias, porém aqui ainda não havia o processo de industrialização, sendo assim, os materiais e técnicas eram na sua maioria importados. A passagem do Neoclassicismo para o Ecletismo foi um processo gradual gerado dentro da Academia de Belas Artes, fundada durante o Período Neoclássico, até 1870 os edifícios ainda possuíam características neoclássicas e a partir daí o Ecletismo surge de maneira quase que absoluta e que deixou pouco espaço para os estilos que surgiram posteriores a ele, como o Art Noveau ou o Art Decó.
Com a vinda da família real para o Brasil, fugindo das tropas napoleônicas, em 1808, conforme já citado anteriormente, no qual as edificações começaram a seguir o estilo neoclássico caracterizado o período Imperial. No decorrer dos anos o neoclassicismo já se fundia ao Romantismo, logo em seguida ao Realismo, formando uma síntese eclética, por volta de 1860. E na passagem do século XIX para o século XX que o ecletismo chegou a seu auge, tendo como marco a remodelação da cidade pelo engenheiro e prefeito do Rio de Janeiro Francisco Pereira Passos, que foi inspirada no projeto Haussmann para reurbanização da capital francesa. Alguns exemplos da arquitetura eclética cariora é a Escola e Museu Nacional de Belas Artes, obra de Adolfo Morales de Los Rios, cujo estilo remete às construções francesas ecléticas, no caso diretamente à fachada do Louvre, O Teatro Municipal, um dos maiores símbolos do Ecletismo no Brasil, projetado por Francisco de Oliveira Passos, inspirado na Ópera de Paris, dentre outros.
Desde os anos finais do século XVIII até 1850, São Paulo praticamente não conheceu nenhuma novidade arquitetônica. Tão perto do Rio de Janeiro, praticamente não conheceu o Neoclássico trazido pela missão francesa, já o ecletismo teve seu auge em São Paulo, principalmente com o arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, todos os edifícios foram concebidos segundo os princípios ecléticos, com ênfase nas grandes metrópoles, como por exemplo, residências, equipamentos públicos como teatros, escolas e museus, edifícios comerciais. A fachada dos edifícios públicos, principalmente o frontão, recebia ornamentação conforme programa da edificação, um exemplo que pode ser dado são adornos representando o mundo da cultura e do estudo parauma escola. No contexto de transformação do Império em República, surgem problemas sociais, pelo fato da vinda de famílias de classes emergentes para as grandes cidades, desencadeando uma grande expansão, na qual a arquitetura precisou desenvolver-se para solucionar os problemas de déficit com habitações e assim são criados os cortiços e começam a se formar as favelas.
A Art Noveau surgiu na França na década de 1890, espalhou-se pela Europa, EUA e outros países do mundo, inclusive o Brasil, prevalecendo até o final da década de 1920, as características principais desse estilo artístico, é a utilização de materiais como o vidro, a madeira e o cimento, relação com a produção industrial em série, uso dos conhecimentos físicos e matemáticos, valorização da lógica e do conhecimento racional, está ligada ao desenvolvimento da burguesia industrial, oposição ao movimento romântico, dentre outros, alguns dos artistas importantes são, Victor Horta projetista e arquiteto belga, Henry Van de Velde projetista, designer e arquiteto belga, dentre outros.
A Art Decó surgiu na Europa na década de 1920, atingindo os Estados Unidos e outros países do mundo na década de 1930, foi um estilo artístico que esteve presente na arquitetura, design industrial, mobiliário, moda e decoração. As principais características são, linhas circulares ou retas estilizadas, uso de formas geométricas, presença marcante na arquitetura, influencia no construtivismo, futurismo e cubismo. No Brasil são várias as construções nesse estilo, como O Elevador Lacerda (Salvador), Teatro Carlos Gomes (Rio de Janeiro), Biblioteca Municipal Félix Araújo (Campina Grande). Um dos principais artistas foram Walter Groupius (arquiteto alemão), William Van Alen (arquiteto norte-americano), dentre outros.
BIBLIOGRAFIA
DEL BRENNA, G.Rosso. Ecletismo no Rio de Janeiro (séc.XIX/XX) In: FABRIS, 1987 Annateresa (org.) Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo, Nobel.
FABRIS, A. 1987 O Ecletismo à luz do modernismo. In: FABRIS, Annateresa (org.). Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo, Nobel.
FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Nobel, 1987
PEDONE, Jaqueline Viel Caberlon – “O Espírito Eclético” – orientação de Evan Silva. – Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Arquitetura, 2002.

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