O que é Dislexia

Prévia do material em texto

Ceut/Estácio
Professora: Danyele Bandeira
Alunos:
Clemilton Sousa Moura Neto
Hianca Marycéu Marinho da Fonseca
Laerte Samuel Ribeiro Gomes
Nailla Camila Soares Marques
Roseane Rodrigues Costa Marques
Társis Bernadino Alves
Sarah Geovanna Abreu Arnaldo
Wanessa Vitória Rodrigues de Sousa
Direito Civil
2017
Teresina
O que é Dislexia?
A Dislexia do desenvolvimento é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas. (Definição adotada pela IDA – International Dyslexia Association, em 2002.
Essa também é a definição usada pelo National Institute of Child Health and Human Development – NICHD).
Possíveis Sinais
 
Alguns sinais na Pré-escola
Dispersão;
Fraco desenvolvimento da atenção;
Atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem
Dificuldade de aprender rimas e canções;
Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
Dificuldade com quebra-cabeças;
Falta de interesse por livros impressos.
 
Alguns sinais na Idade Escolar
Dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita;
Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras);
Desatenção e dispersão;
Dificuldade em copiar de livros e da lousa;
Dificuldade na coordenação motora fina (letras, desenhos, pinturas etc.) e/ou grossa (ginástica, dança etc.);
Desorganização geral, constantes atrasos na entrega de trabalho escolares e perda de seus pertences;
Confusão para nomear entre esquerda e direita;
Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas etc.;
Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e vagas.
Tipos
Dislexia disfonética: Dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração (troca de fonemas e grafemas por outros similares, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura, substituição de palavras por sinônimos);
Dislexia diseidética: dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica (percepção do todo como maior que a soma das partes), na análise e síntese de fonemas (ler sílaba por sílaba sem conseguir a síntese das palavras, misturando e fragmentando as palavras, fazendo troca por fonemas similares, com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita);
Dislexia visual: deficiência na percepção visual e na coordenação visomotora (dificuldade no processamento cognitivo das imagens);
Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva e fonética (dificuldade no processamento cognitivo do som das sílabas);
Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia.
Erros por confusões na proximidade especial
Confusão de letras assimétricas;
Confusão por rotação; e
Inversão de sílabas.
Confusões por proximidade articulatória e sequelas de distúrbios de fala
Confusões por proximidade articulatória;
Omissões de grafemas; 
Omissões de sílabas.
Acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever
Confusão entre letras, sílabas ou palavras com poucas diferenças na forma de escrever: a-o; c-o; e-c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u; etc;
Confusão entre letras, sílabas ou palavras com formato similar, mas diferente direção: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e;
Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x;c-g;m-b-p; v-f;
Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla.
Perturbações relacionadas
Outras perturbações da aprendizagem que frequentemente acompanham os disléxicos, dentre elas:
Alterações na memória;
Alterações na memória de séries e sequências;
Orientação direita-esquerda;
Linguagem escrita;
Dificuldades em matemática;
Confusão com relação às tarefas escolares;
Pobreza de vocabulário;
Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
Devem ser excluídas do diagnóstico do transtorno da leitura as crianças com deficiência mental, com escolarização escassa ou inadequada e com déficits auditivos ou visuais.
Diagnóstico
A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler?
A criança movimenta a cabeça ao longo da linha?
Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade?
A criança segue a linha com o dedo?
A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa?
A criança demonstra excessiva tensão ao ler?
A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?
Para um exame mais preciso da tensão ao ler e de quantas vezes a mesma frase é re-observada pode-se posicionar-se atrás do educando e utilizar um espelho para verificar os movimentos de tensão e frequente "vai-e-vem" nos olhos do educando enquanto ele lê e escreve.
Exercícios em que o educando deve completar certas palavras omitidas no texto, podem ser utilizado para determinar o nível de compreensibilidade do material de leitura. 
Tratamento
O tratamento é multidisciplinar e visa a superação das dificuldades apresentadas, desenvolvendo as habilidades básicas necessárias para um aprendizado efetivo através de um programa de reabilitação, bem como orientação da família e escola.
É necessário ajustar os métodos de ensino de forma a corresponder às necessidades da pessoa. Embora isto não constitua uma cura para o problema, pode diminuir o grau dos sintomas.
Também vale ressaltar que existem dois métodos de alfabetização utilizados no tratamento da dislexia: o multissensorial e o fônico.
Método multissensorial: é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar
Método fônico: é indicado para crianças mais jovens e preferencialmente deve ser introduzido logo no início da alfabetização.
Ainda não se conhece a cura para o problema, mas o tratamento é bastante eficaz.
Entrevista ao Órgão Não - Governamental
Entrevista – Escola Viva
Temos uma grande clientela com alunos com necessidades especiais, onde temos alunos que tem apenas um déficit de atenção até alunos com limitações maiores.
Vocês funcionam a quanto tempo? 17 anos, mais ou menos.
Quem fundou a escola, você que teve a ideia de cria-la? Não, quando entrei a 12 anos, já havia a gestão da Professora Sheila Aguiar por isso não me recordo muito bem o histórico da escola. Quando eu cheguei já tinha toda estrutura, já funcionava. Apenas o prédio é novo, mudamos de zona sul para cá há 2 anos. Mas desde que entrei já atendia tanto crianças especiais quanto outras crianças limitações, é uma escola inclusiva, a escola parece mais uma casa para que as crianças se sintam bem e acolhidas.
Como é o método utilizado para lidar com as diferentes crianças? O tratamento é diferencial. Cada criança recebe um planejamento individual, na mesma sala com faixa etária próximas 6 com dois profissionais, a gente coloca de dupla para ajudar o outro. Mas o tratamento é individualizado.
Você consegue notar os resultados dos métodos? Sim, os resultados são bem melhores porque a partir do momento que a criança que tem dificuldade é trato por alguém que entenda e utilize em método eficaz, essa criança de se desenvolve melhor e mais rápida. Ela vai se sentir estimulada e não vai ser tratada com diferença e não irá se excluir.
Quando o aluno chegar aqui, é possível perceber uma diferença no comportamento? Quando ele chega, há uma entrevista com os pais que já com um pouco sobre o histórico do aluno. Ele vai passarpor um período de avaliação para ser realizado e planejamento individual, por isso não recebem lista de material no ato da matrícula.
Como ocorre o processo de Matrícula? O processo é normal, você procura a escola no período de matrícula, faz a pré-matrícula onde ocorre a entrevista, pedimos aos pais para trazer a criança e vê se ela se adapta ao local para depois finalizá-la. Convença à coordenadora, a psicopedagoga e apresentar as limitações da criança.
Possui muitos funcionários? Sim, todos os professores são pedagogos com especializações. Em torno de 20 professores, dependendo da necessidade, é por turma.
Como é a relação Família – Escola? Os pais que procuram a escola tem consciência e tentam acompanhar sem interromper. Por isso a escola está a tanto tempo no mercado.
Como é o tratamento utilizado para quem tem dislexia? O aluno dislexo tem dificuldade tanto no âmbito da leitura quanto na escrita, eles trocam letras com muita frequência. As atividades devem ser bem adaptadas e o professor deve fazer uma leitura junto com o aluno, exercícios bem fáticos com a questão do F, V, D, B e P e a questão ortográfica é muito importantes, desenhos e sons.
Como são aplicadas as provas? Professor deve estar próximo, fazer a leitura com o aluno. Ás vezes ele troca a escrita, mas pronuncia certo, o professor vai levar tudo em consideração.
Vocês possuem alunos com idade avançada? Sim, não só dislexia. Ele recebe um tratamento adequado, mas intensificado e tratar a valorização do aluno para que ele não fique com baixa autoestima.
Com o tratamento, eles podem prestar concurso? Sim, hoje a lei tenta amparar de todas as formas, você pode pedir para um orientador acompanha-lo durante a prova.
Visita ao Órgão Governamental
Visita: CEIR (Centro Integrado de Reabilitação) 
Dia 21/09/2017 ás 09:00. 
Falamos com a assistente social Karina Sampaio, que nos deu algumas informações tanto sobre o CEIR, quanto a dislexia e seus pacientes com esse distúrbio. Infelizmente não conseguimos autorização para falarmos com os alunos dentro do estabelecimento, porém, pegamos o número dos responsáveis de um deles e pedimos a mãe da criança por meio de ligação, para que pudéssemos ir até sua residência e fazer algumas perguntas. 
Visita a casa da Dona Sandra 22/09/2017 ás 10:00. 
Entrevista com a mãe do Lucas, Dona Sandra: 
“Qual é a idade do seu filho e nome completo?” 
- 11 anos, Lucas Marques Albuquerque. 
“Quais deficiências e doenças que seu filho tem?” 
- Lucas tem autismo clássico, dislexia e ansiedade. 
“Com quantos anos vocês descobriram isso?” 
- Quando ele tinha dois anos. 
“Como vocês chegaram a conclusão de que ele tinha tal deficiência?” 
- Quando ele tinha dois anos, nós percebemos que ele era diferente das outras crianças da idade dele, ele não se enturmava, preferia estar só, não olhava diretamente para as pessoas, não gostava de abraçar ou tocar, não respondia pelo nome. Coisas que os outros faziam e ele fazia totalmente diferente. 
“Você acredita que só a dislexia já atrapalha muito o desenvolvimento do Lucas?” 
Olha, pra mim, tudo faz parte do autismo, mas, pelo o que vocês me falaram sobre o que é dislexia, acredito que sim, por que ele iria conseguir decorar os números, as letras, iria conseguir desenvolver mais. 
“Quais os tipos de beneficio que seu filho recebe do governo?” 
- Olha, se for só pela dislexia, pelo CEIR, ele não poderia nem ter sido tratado lá. Mas pelo autismo, ele tem vale transporte, metro, vale cultura que da acesso a cinema, teatro, parque de diversões e alguns espetáculos. Também tem direito de compra de carro com desconto do IPI e ISS (Imposto sobre serviço). 
“Você acredita que o órgão governamental que seu filho faz tratamento supre todas as necessidades dele?” 
- Não vou te dizer que supre todas, porque meu sonho é ver ele na escola como uma criança normal, mas na questão de saúde o CEIR nos ajudou bastante com as fisioterapias, fono, terapias ocupacionais e tudo mais. 
“Sobre inclusão, vocês já tentaram incluir o Lucas nas escolas e no meio onde vivem?” 
- Sobre onde a gente vive, as pessoas já se adaptaram com ele, agora em escolas, tentamos colocar ele em várias, inclusive quando ele tinha 4 anos, estávamos bem preocupados em como ele iria se adaptar com as outras crianças e se teria alguma escola que iria aceitar ele, nós fomos atrás, mas todas recusaram por ele ter vários distúrbios e por não terem professores capacitados para ele. 
“Como você como mãe de uma pessoa com deficiência e vários outros distúrbios, espera que seja a atitude do governo sobre a educação e saúde dessas pessoas?” 
- Espero muito que o governo faça mudanças nesses setores para que pessoas iguais ao meu filho e em situações piores, possam ter uma vida melhor. 
Sobre o CEIR: É um Centro Integrado de Reabilitação e trabalham para reintegrar a pessoa com deficiência na sociedade, no mercado de trabalho e na sua família. 
Nasceram em 2008 para atender pessoas com deficiência no Piauí e em pouco tempo foram consolidados como referência na saúde pública do Estado. 
Contam com uma equipe multidisciplinar, com profissionais capacitados, técnicas modernas e equipamentos de última geração, com o diferencial de priorizar a humanização no atendimento. 
Há nove anos, oferecem reabilitação físico-motora com um atendimento multiprofissional que inclui como terapias a fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social, psicologia, pedagogia, arte-reabilitação, musicoterapia, terapia ocupacional, hidroterapia, hidroginástica e reabilitação desportiva – com natação, capoeira, futebol para amputados e basquete em cadeiras de rodas. 
Além disso, tem um corpo clínico para atender às necessidades dos pacientes na cardiologia, clínica médica, neurologia, neuropediatria, ortopedia, pediatria, urologia, otorrinolaringologia, enfermagem, nutrição, odontologia, dermatologia e fisiatria. 
Em 2015, iniciaram a reabilitação intelectual de pessoas com deficiência intelectual, Síndrome de Down e Transtornos do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, e o nosso Programa de Saúde Auditiva, que assiste pessoas com problemas auditivos nos graus leve, moderado, severo e profundo, com a concessão de aparelhos auditivos e o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por otorrino, fonoaudiólogo, assistente social e psicólogo. 
No ano seguinte, em 2016, implantaram uma Clínica de Microcefalia, com a capacidade de atender até 200 crianças com microcefalia relacionada ao Zika Vírus que devem ficar no Centro até os três anos de idade recebendo estimulação precoce. 
Também tem uma Oficina Ortopédica, com um parque industrial que confecciona e concede produtos ortopédicos sob medida e personalizados, e de um moderno Centro de Diagnóstico, que realiza mais de 100 tipos de procedimentos e exames, com conforto e praticidade. 
O CEIR fica localizado na Av. Higino Cunha, n° 1515, Ilhotas. Teresina-PI. 
Todos os serviços são realizados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).