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Respiração celular Juliana Pereira Introdução Introdução • A energia utilizada pelas células eucariontes, tanto animais quanto vegetais, provém da ruptura gradual de ligações covalentes de moléculas de compostos orgânicos ricos em energia. • As células não usam diretamente a energia liberada dos hidratos de carbono e gorduras, mas se utilizam de um composto intermediário, a adenosina-trifosfato (ATP), geralmente contida nas moléculas de glicose e de ácidos graxos. A estrutura do ATP ADP e ATP • No citoplasma das células existe uma substância solúvel conhecida como adenosina difosfato (ADP). É comum a existência de radicais solúveis livres de fosfato inorgânico (Pi), ânions monovalentes do ácido orto-fosfórico. • Cada vez que ocorre a liberação de energia na respiração aeróbica, essa energia liga o fosfato inorgânico (Pi) ao ADP, gerando ATP. Como o ATP também é solúvel ele se difunde por toda a célula. • A ligação do ADP com o fosfato é reversível. Então, toda vez que é necessário energia para a realização de qualquer trabalho na célula, ocorre a conversão de algumas moléculas de ATP em ADP + Pi e a energia liberada é utilizada pela célula. A recarga dos ADP ocorre toda vez que há liberação de energia na desmontagem da glicose, o que ocorre na respiração aeróbia ou na fermentação. Introdução • O citoplasma contém energia acumulada nos depósitos de moléculas de triacilglicerídeos, de moléculas de glicogênio e, também sob a forma de compostos intermediários ricos em energia, dos quais o principal é o ATP. • Os triacilglicerídeos e o glicogênio representam acúmulo de energia sob forma estável e concentrada, mas dificilmente acessível. • O ATP é um composto instável, que não contém energia tão concentrada, facilmente quebrável pela enzima ATPase (abundante no citoplasma). Respiração celular • A respiração: processo de degradação das moléculas orgânicas, reduzindo-as a moléculas praticamente sem energia liberável. Os produtos da degradação inicial da molécula orgânica são combinados com o oxigênio do ar e transformados em gás carbônico e água. E N E R G IA EXOTÉRMICA t Ex.: Respiração celular C6H12O6 + 6O2 +6CO2 + 6H2O + Energia reagente produtos energia Rendimento energético da respiração • O processo de respiração aeróbica é muito eficiente: para cada molécula de glicose degradada, são produzida na respiração, 38 moléculas de ATP, a partir de 38 moléculas de ADP e 38 grupos de fosfatos. • A respiração é um processo complexo. São necessários cerca de 60 passos metabólicos a mais, além dos nove que compõe a glicólise, para que uma molécula de glicose seja totalmente degradada a CO2 e H2O, em presença de O2. Etapas da respiração aeróbica • A degradação da glicose na respiração celular se dá em três etapas fundamentais: - glicólise, - ciclo de Krebs - cadeia transportadora de elétrons. • A glicólise ocorre no hialoplasma da célula, enquanto o ciclo de Krebs e a cadeia transportadora de elétrons ocorrem no interior das mitocôndrias. Glicólise • A glicólise consiste na transformação de uma molécula de glicose, ao longo de várias etapas, em duas moléculas de ácido pirúvico. • Nesse processo são liberados quatro hidrogênios, que se combinam dois a dois, com moléculas de uma substância celular capaz de recebê-los: o NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotídio). • Ao receber os hidrogênios, cada molécula de NAD se transforma em NADH2. Durante o processo, é liberada energia suficiente para a síntese de 2 ATP. I – ESTÁGIO Preparação da glicose Investimento de energia para ser recuperada mais tarde I I – ESTÁGIO Quebra e rearranjo da molécula de glicose em duas moléculas de 3 carbonos III – ESTÁGIO Geração de energia Fosforilação oxidativa • Ocorre na presença de oxigênio; • Maior rendimento energético que a glicólise • Composto por três processos distintos: -Produção de acetilcoenzima A (acetil-CoA) - Ciclo do Ácido cítrico - Cadeia transportadora de elétrons • Ocorre nas mitocôndrias. Produção de acetilcoenzima A • As moléculas de ácido pirúvico resultantes da degradação da glicose penetram no interior das mitocôndrias, onde ocorrerá a respiração propriamente dita. • Cada ácido pirúvico reage com uma molécula de coenzima A, originando três tipos de produtos: acetil-Co A, gás carbônico e hidrogênios. • A transformação do piruvato em acetil-Co A deve-se a um complexo multienzimático : COMPLEXO DESIDROGENASE DO PIRUVATO • Constituído por: -Múltiplas cópias de 3 enzimas - 5 Co-enzimas - 2 proteínas reguladoras • Esse complexo converte piruvato em acetil-Co A, liberando CO2 que é liberado da mitocôndria Piruvato + CoA piruvato desidrogenase acetil-CoA +CO2 NAD+ NADH CH3 C=O O- C=O Ciclo do ácido cítrico ou de Krebs CICLO DE KREBS • Os oito hidrogênios liberados no ciclo de Krebs reagem com duas substâncias aceptoras de hidrogênio, o NAD e o FAD, que os conduzirão até as cadeias respiratórias, onde fornecerão energia para a síntese de ATP. No próprio ciclo ocorre, para cada acetil que reage, a formação de uma molécula de ATP. Cadeia transportadora de elétrons • Como vimos até aqui: - foram liberados quatro hidrogênios durante a glicólise, que foram capturados por duas moléculas de NADH2 - na reação de cada ácido pirúvico com a coenzima A formam-se mais duas moléculas de NADH2 - no ciclo de Krebs, dos oito hidrogênios liberados, seis se combinam com três moléculas de NAD, formando três moléculas de NADH2, e dois se combinam com um outro aceptor, o FAD, formando uma molécula de FADH2. Cadeia transportadora de elétrons • Através de sofisticados métodos de rastreamento de substâncias, os bioquímicos demonstraram que os hidrogênios liberados na degradação das moléculas orgânicas e capturados pelos aceptores acabam por se combinar com átomos de oxigênio provenientes do O2 atmosférico. Dessa combinação resultam moléculas de água. • Antes de reagirem como o O2, porém, os hidrogênios, percorrem uma longa e complexa trajetória, na qual se combinam sucessivamente com diversas substâncias aceptoras intermediárias. • Ao final dessa trajetória, os hidrogênios se encontram seus parceiros definitivos, os átomos de oxigênio (O2). Elétrons altamente energéticos Cadeia transportadora De elétrons O2 + 4H + + 4e- 2H2O Balanço energético - 1 NADH2 + ½ O2 + 2,5 ADP + 2,5P 1 H2O + 2,5 ATP + 1 NAD - 1 FADH2 + ½ O2 + 1,5 ADP + 1,5P 1 H2O + 1,5 ATP + 1 FAD Balanço energético O ciclo de Krebs não participa apenas do metabolismo energético: à medida que as diversas substâncias do ciclo vão se formando, parte delas pode ser “desviada”, indo servir de matéria-prima para a síntese de substâncias orgânicas (anabolismo). Por exemplo, uma parte das substâncias usadas pelas células para produzir aminoácidos, nucleotídeos e gorduras provém do ciclo de Krebs. Em situação de intensa atividade muscular, os músculos estriados esqueléticos necessitam de muita energia. Essa energia é obtida pela “queima” de alimento com o uso de gás oxigênio. Mas, nesse caso, parte da energia necessária para a atividade muscular é obtida também por um tipo de fermentação, um mecanismo de “queima” de alimento sem utilização gás oxigênio. A fermentação que ocorre no músculo é chamada fermentação láctica, pois gera ácido láctico como produto final. Após um período de repouso, o ácido láctico presente no músculo dapessoa é “queimado”, e as dores musculares desaparecem. Quando uma pessoa realiza um esforço muscular muito intenso, é comum ela ficar cansada e sentir dores na região muscular mais solicitada. É a fadiga muscular, que ocorre por causa do acúmulo de ácido lático no músculo. Fadiga muscular
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