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Aula 2 Evolucao do Direito Ambiental no Brasil

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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A evolução do direito ambiental brasileiro acompanhou todo o processo evolutivo da emergência ambiental mundial. Se dividirmos em fases a evolução do direito ambiental brasileiro, poderemos identificar três fases.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A primeira fase é a da utilização dos recursos naturais, tem início da década de 30 do século XX e foi marcada pelo início das ações governamentais no campo da regulamentação ambiental, mas enfatizando as formas de utilização dos recursos naturais (água, flora, fauna, subsolo). Esta regulamentação ocorreu de forma segmentada, não reconhece a interface entre os problemas ambientais e o processo de desenvolvimento econômico (SILVA, 2003).
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A preocupação em regulamentar a utilização dos recursos naturais se dá em virtude do processo de industrialização brasileiro, que toma corpo na década de 30 e se intensifica significativamente na década de 50. A regulamentação ambiental tem por objetivos: racionalizar a utilização dos recursos naturais, regulamentar as atividades extrativas, e, estabelecer áreas protegidas.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A regulamentação acontece através da limitação do direito de propriedade, onde os recursos considerados de interesse comum não podem ser dispostos sem restrições pela iniciativa privada. Da mesma forma, ocorre por intermédio da definição de instrumentos de comando e controle. O Estado estabelece um conjunto de regras a serem cumpridas para a utilização dos recursos naturais, o seu descumprimento leva a aplicação de penalidades aos transgressores.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
Assim como a regulamentação, as instituições criadas pelo Estado para implementar, fiscalizar e aplicar a legislação eram segmentadas (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, Ministério de Minas e Energia – MME, Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAE, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA e Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE. ), pertencendo a ministérios e secretarias distintas, não existindo nenhuma estrutura de governo responsável pelo ambiente como um todo (SÉGUIN, 2002). 
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Principais normas editadas na primeira fase:
1934 – Código Florestal (Decreto 23.793/43) (revogado)
1934 – Código de Águas (Decreto 24.643/34)
1934 – Medidas de Proteção aos Animais (Decreto 24.645/34)
1937 – Lei de Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Decreto-Lei 25/37)
1938 – Código de Pesca (Revogado)
1940 – Código de Minas (Revogado)
1962 – Política Nacional de Energia Nuclear (Lei 4.118/62)
1964 – Estatuto da Terra (Lei 4.504/64)
1965 – Novo Código Florestal (Lei 4.771/65) (revogado)
1967 – Novo Código de Pesca (Decreto-Lei 221/67)
1967 – Código de Mineração (Decreto-Lei 227/67)
1967 – Código de Proteção à Fauna (Lei 5.197/67)
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A segunda fase teve forte influência dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972. O evento marcou o início da regulamentação das atividades produtivas, tendo em vista seu potencial poluidor e os efeitos da concentração espacial deste desenvolvimento, junto com a intensiva urbanização, sobre o bem- estar e a saúde da população.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
Houve pressão social em relação a problemas ambientais urbanos, como poluição do ar e saneamento, emergidos após o período de industrialização e urbanização brasileira das décadas de 50 e 60. Como resposta, o estado brasileiro institui a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA - que tinha competências genéricas em termos de conservação do meio ambiente e do uso racional dos recursos naturais (SÉGUIN, 2002). 
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A criação da SEMA e a regulamentação sobre poluição teve por objetivo dirimir a imagem de que o Brasil negligenciava deliberadamente os problemas ambientais numa época em que os países e organismos internacionais internalizavam o discurso do meio ambiente.
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Principais normas editadas na segunda fase:
1973 – Criação da SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente (Decreto 73.030/73)
1973 – Criação de Regiões Metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza
1975 – Controle da poluição por atividades industriais (Decreto-Lei 1.413/75)
1975 – Planos de proteção ao solo e combate a erosão (Lei 6.225/75)
1977 – Responsabilidade civil e criminal por danos nucleares (Lei 6.453/77)
1977 – Criação de áreas especiais e de locais de interesse turístico (Lei 6.513/77)
1979 – Normas para a prática didático-científica da vivissecção de animais (Lei 6.638/79)
1979 – Política Nacional de Irrigação (Lei 6.662/79)
1979 – Lei de parcelamento do solo urbano (Lei 6.766/79)
1980 – Diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição (Lei 6.803/80)
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A terceira fase, da evolução do direito ambiental brasileiro teve ênfase na criação e consolidação de uma política pública de proteção do meio ambiente. A década de 80, do século XX, marcou o início de uma visão mais integrada e sistêmica no tratamento da questão ambiental (SÉGUIN, 2002).
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
Esta evolução da regulamentação ambiental brasileira ocorre no sentido da instituição de uma lei abrangente, que definisse todas as dimensões das ações do Governo sobre o meio ambiente. A instituição da Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA através da Lei 6.938/81 foi o início da definição de todo o marco regulatório atual do direito ambiental brasileiro. Esta lei definiu princípios, objetivos, instrumentos e uma estrutura institucional-organizacional responsável por operacionalizar a política, o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A partir da Lei 6.938/81 há uma expansão da regulamentação ambiental (leis, decretos, resoluções, portarias), com vistas ao atendimento dos objetivos propostos na PNMA e à regulamentação dos seus instrumentos. 
Na trajetória de consolidação da base legal da política ambiental brasileira, houve a edição de três normas significativas que consolidaram e representaram a definição do marco legal brasileiro para o direito ambiental.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
Estas três leis representam a definição e o apoio legal necessário para que o meio ambiente seja discutido, controlado e comandado dentro de um sistema normativo legal. 
As três leis marcos foram: 
- a Lei 7.347/85 que regulamenta a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente; 
- a Constituição Federal de 1988, com a inclusão de um capítulo específico sobre meio ambiente; 
- a Lei 9.605/98 que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A Lei 6.938/81 – PNMA
 
Esta lei determina a necessidade de se preservar áreas de especial interesse, da mesma forma demanda o artigo 225 da CF/88 em seu inciso III.
 Seguindo estas determinações, o legislador atuou no sentido de responder a demanda da PNMA e da CF/88 e instituiu o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC (Lei 9.985/2000).
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
O período de tempo necessário para a regulamentação destas leis, que foram referência para a terceira fase, expôs certa fragilidade do sistema de comando e controle. A falta de regulamentação proporcionou que as pessoas não as respeitassem e no momento que eram fiscalizadas e demandadas para que respeitassem às normas agiam de forma a continuar desrespeitando. 
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
A conseqüência destas atitudes foi a demanda de algumas classes econômicas pela alteração das leis. O direito tem diferentes fontes e a demanda social pode almejar e conseguir alterar as leis. São as fontes materiais do direito, e na atualidade estão contribuindo para que os legisladores discutam e alterem alguns parâmetros legais do Direito Ambiental.
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EVOLUÇÃO DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL
Pode-se afirmar que vivenciamos o final da terceira fase, início e uma quarta fase, pois é possível perceber a intenção política de desmonte do aparato legal ambiental no Brasil, iniciativas individuais de estados já estão acontecendo.
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Principais normas editadas na terceira fase:
1981 – Criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental (Lei 6.902/81)
1981 – Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA (Lei 6.938/81)
1985 – Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente (Lei 7.347/85)
1987 – Proibição da pesca de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras (Lei 7.643/87)
1988 – Instituído o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei 7.661/88)
1988 – O Meio Ambiente é introduzido na Constituição Federal
1988 – Proibição da Pesca de espécies em período de reprodução (Lei 7.679/88)
1989 – Criação do IBAMA (Lei 7.735/89)	
1989 – Estabelecimento de medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios (Lei 7.754/89)
1989 – Criação do Fundo Nacional de Meio Ambiente (Lei 7.797/89)
1989 – Criação do regime de permissão de lavra garimpeira (Lei 7.805/89)
1991 – Instituição da Política Agrícola (Lei 8.171/91)
1991 – Estabelecimento de concessão de benefício de seguro-desemprego a pescadores artesanais, durante os períodos de defeso (Lei 8.287/91)
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1996 – Restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas (Lei 9.294/96)
1997– Instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos e criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97)
1998 – Estabelecimento de sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (Lei 9.605/98)
1999 – Instituição da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/99)
2000 – Criação da Agência Nacional de Águas – ANA (Lei 9.984/00)
2000 – Instituição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC (Lei 9.985/00)
2001 – Estabelecimento de diretrizes gerais de Política Urbana (Lei 10.257/01)
2005 – Lei da Biossegurança (Lei 11.105)
2006 – Utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântida (Lei 11.428)
2007 – Saneamento Básico (Lei 11.445)2007 – Institui o Instituto Chico Mendes (Lei 11.516)
2008 -Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal (Decreto 6514)
2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa - (Lei 12.651)
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Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=uZsDliXzyAY&feature=related 
https://www.youtube.com/watch?v=e_71Dle6Q6o 
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REFERÊNCIAS
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito Ambiental brasileiro. 5 ˚ ed. São Paulo: Saraiva.2004.428p.
MACHADO, Paulo Afonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 10 ˚ ed. São Paulo: Malheiros.2003. 1064p.
SÉGUIN, Elida. Direito ambiental: nossa casa planetária. Rio de Janeiro: Forense, 2002.450p.
Vídeo YouTube - Filme de Severn Suzuki falando para a Conferência das Nações Unidades 1992.

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