Buscar

Aula 5 O órgão (Poder) Legislativo (3) (6)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

O órgão (Poder) Legislativo
A análise do órgão Legislativo se inicia levando-se em conta a forma de Estado.
Legislativo da União
É exercido pelo Congresso Nacional.
O órgão Legislativo federal é bicameral e se compõe da Câmara dos Deputados e Senado Federal, diferente do Legislativo estadual, distrital e municipal, que é unicameral.
A escolha do bicameralismo do Legislativo Federal está intimamente ligada à escolha do legislador constituinte da forma federativa de Estado (clausula pétrea intangível – única, as demais podem ser ampliadas), pois no Senado encontram-se, de forma paritária, representantes de todos os Estados-membros e do Distrito Federal, consagrando o equilíbrio entre as partes contratantes da Federação.
Na Câmara dos Deputados encontram-se os representantes do povo.
Formas de bicameralismo
Bicameralismo aristocrático: há uma casa baixa, dos comuns, onde estão os representantes do povo. E há uma câmara alta onde estão os representantes dos lordes. Ainda existe até hoje na Inglaterra!
Bicameralismo federativo: há uma casa onde estão os representantes dos Estados-membros e uma casa onde estão os representantes do povo, arts. 46 e 45. 
É também chamado de bicameralismo de equilíbrio, igualitário!
Funcionamento do Congresso Nacional
Legislatura: é o interregno de 4 anos que corresponde ao mandato do deputado estadual. 
A Constituição da República Federativa do Brasil fala em legislatura no art. 44 parágrafo único. 
Cada legislatura se divide em 4 sessões legislativas: cada sessão 1 ano. Art. 57, emenda 50. A sessão legislativa compreende o período de 2/02 – 22/12 de cada ano. 
A sessão legislativa se divide em 2 períodos legislativos: de 2/02 – 17/07 e 01/08 – 22/12.
Faz-se a observação de que no primeiro período do primeiro ano da legislatura, os trabalhos iniciam-se no dia 1º de fevereiro, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas.
É possível convocação extraordinária do Congresso Nacional, durante o período de recesso legislativo, que poderá ser feita pelo: Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara, ou a requerimento da maioria absoluta dos membros de ambas as Casas Legislativas.
Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese referente à medida provisória em vigor na data da convocação, quando deverão ser automaticamente incluídas, sendo vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.
Câmara dos Deputados 
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo.
Possuem mandato fixo de 4 anos.
O número máximo de deputados federais é de 513.
Nenhum Estado-membro poderá ter menos de 8 nem mais que 70 deputados. 
O número de deputados federais leva em consideração o número de habitantes. E o numero de 4 deputados para cada território, independente do numero de habitantes.
Renovação: a cada 4 anos.
Requisitos para a candidatura:
A) Brasileiro nato ou naturalizado
B) maior de 21 anos
C) Pleno exercício dos direitos políticos
D) Domicílio eleitoral na circunscrição
E) Filiação partidária.
Senado Federal 
Os Senadores são representantes dos Estados-membros.
Cada Estado possui 3 senadores eleitos com 2 suplentes. 
Sua renovação se dá: 1/3 e 2/3, a cada legislatura. 
O mandato é de 8 anos.
Por que são 3 os senadores? Dado histórico, quando foi formada a federação americana em 1777 cada estado independente mandou 3 embaixadores.
Os Territórios Federais não possuem representação no Senado Federal.
São eleitos pelo sistema majoritário.
Requisitos para a candidatura:
A) Brasileiro nato ou naturalizado
B) maior de 35 anos
C) Pleno exercício dos direitos políticos
D) Domicílio eleitoral na circunscrição
E) Filiação partidária.
O legislativo da União se manifesta de várias maneiras, eis que é bicameral. Sendo que cada uma das casas tem suas prerrogativas.
A primeira forma de manifestação:
a) Só a Câmara dos Deputados: art. 51. Compete privativamente (leia-se exclusivamente, pois elas não podem ser delegadas) a CD. Ela se manifesta por resolução.
b) Só o Senado: art. 52. Compete privativamente (exclusivamente, sem possibilidade de delegação). O presidente não sanciona nem veta.
Nessas duas formas o legislativo se concretiza por meio de resolução. 
Resolução é uma espécie normativa que tem por objetivo veicular matérias de competência exclusiva da CD ou SF. Em regra ela produz efeitos INTERNOS!
c) Congresso nacional. Art. 49. Compete exclusivamente ao congresso nacional, se exteriorizando através do decreto legislativo. É a espécie normativa que tem por objetivo veicular matérias de competência exclusiva e produz efeitos externos. 
Nessas três formas de manifestação o presidente não participa! 
Forma de manifestação
1) Câmara dos deputados depois Senado: esta é a regra. Em regra a casa iniciadora é a câmara e o senado a casa revisora. 
2) Senado depois câmara: projeto de lei apresentado por senador e por comissão do senado.
Essas duas formas são exteriorizadas por meio de lei ordinária e lei complementar. Art. 48. Com sanção ou veto do presidente da República.
O congresso tratara das matérias da União, art. 21, 22 e 23.
3) Conjuntamente: manifestação conjunta art. 57 §3º. Sessão conjunta= deliberação no mesmo instante, mas a votação é por casa. Vota-se a maioria absoluta dos deputados e a maioria absoluta dos senadores, separadamente.
4) unicameralmente: art. 3º da ADCT. Unicameral = 513 + 81 = 594, a maioria será em relação ao montante de todos juntos.
5) investido do poder constituinte derivado reformador. Art. 60. Ele se manifesta através de emenda a Constituição da República Federativa do Brasil.
Das mesas
Órgão de direção administrativa dos colegiados parlamentares. 
Cada órgão possui uma mesa. É o órgão encarregado da direção dos trabalhos administrativos dos colegiados. 
O legislativo da união possui 3 mesas:
a) mesa da Câmara dos Deputados
b) mesa do Senado
c) mesa do Congresso Nacional.
A Constituição rege que na composição das mesas deverá ser respeitado o princípio da representação proporcional partidária. 
Se o partido PQP tiver 10% na câmara, ele terá 10% da mesa. Se o partido PCC tem 40 % do senado ele terá 40 % da mesa.
As mesas são compostas: presidente, primeiro vice-presidente, 2º vice presidente, 1º, 2º, 3º e 4º secretário.
Os mandatos nas mesas são de 2 anos. 
A constituição proíbe a reeleição para o mesmo cargo.
Regra: quem preside a mesa do Senado é automaticamente presidente da mesa do Congresso.
As mesas da câmara e do senado podem ajuizar ação direta de inconstitucionalidade. São elas que promulgam emenda a constituição. Art. 60 §3º.
Das comissões parlamentares
Comissão é um organismo parlamentar com número restrito de componentes que tem por atribuição apresentar debater, votar proposições legislativas e fiscalizar.
A CF no art. 58 faz referência a 3 espécies de comissões:
- comissão temática ou material: 
- comissão representativa ou de representação:
- comissão parlamentar de inquérito:
Na composição destas comissões também deve ser obedecido o princípio da representação proporcional partidária. Art. 58 §1º.
Comissão temática ou material:
Normalmente está relacionada a um Ministério
São comissões permanentes e estabelecem-se em razão da matéria. Por exemplo, ministério da agricultura, comissão de saúde na CD e no SF. Comissão do trabalho, da educação....
A mais importante é a Comissão de Constituição e Justiça na Câmara e no Senado. A razão dela ser a mais importante é devido ao fato de que todos os projetos por ela devem passar. Para fazer o controle de constitucionalidade preventivo.
Todo projeto passa no mínimo por 2 comissões. A 1ª é a constituição e justiça, depois ele vai para sua área de incidência como: saúde, educação...
A CCJ ao ofertar um parecer sobre a constitucionalidade do projeto de lei dá a ele um caráter terminativo! Ele não é meramente opinativo. 
Se for pela inconstitucionalidade
o projeto de lei vai ser arquivado. 
A CRFBR ofertou a comissão temática uma delegação interna ou imprópria, que é o poder ofertado a comissão para aprovar projeto de lei independentemente de manifestação do plenário. Art. 58 §2 I
“I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa”
Essa é a chamada delegação interna ou imprópria.
Só os projetos de lei elencados no regimento interno.
Este é o chamado processo legislativo abreviado.
A comissão temática ou material pode ser de 2 espécies:
Quanto a composição:
simples: ser formada só por deputados ou só por senadores.
Mista ou conjunta: formada por deputados e senadores.
- Comissão representativa ou de representação:
No fim dos períodos legislativos é eleita uma comissão para ela possa representar o congresso no período do recesso. Acabando o recesso ela é extinta.
Ela é uma comissão temporária, eis que só funciona durante o recesso. 
Ela é necessariamente mista ou conjunta.
Art. 58 §4º- “Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária”.
- comissão parlamentar de inquérito(CPI)
art. 58 §3º “As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”.
Juiz investiga no Brasil? 
Não! 
Temos a separação entre quem acusa e quem julga sob pena de comprometer a imparcialidade do julgador.
O que a constituição quis dizer: são os poderes de instrução processual! Juiz não investiga, mas ele tem poderes instrutórios.
Requisitos necessários para a constituição de uma CPI:
1 - Assinatura de no mínimo 1/3 dos deputados federais e/ou senadores. Devem concordar com a criação da CPI. Isso porque existem 2 espécies de CPI: simples e mista.
A CPI é instrumento das minorias, por isso 1/3
2 - Fato determinado. Isso para que haja eficiência dos trabalhos e para preservar direitos fundamentais. Mas o fato determinado deve estar dentre as atribuições da casa legislativa.
Prazo certo. Não há CPI permanente! Não está estipulado, em regra 120 prorrogável por até a metade do prazo (120 +60= 180 dias).
Esse prazo pode ser prorrogado dentro da mesma legislatura.
Princípios que regem as CPIs:
Colegialidade: toda decisão da CPI é uma decisão do conjunto. Assim todas as diligências devem ser votadas, o colégio deve decidir. 
Fundamentação das decisões: motivação. Todas as decisões devem ser fundamentadas e motivadas. Isso porque ela tem os poderes de instrução do juiz, e ele é obrigado a fundamentar sua decisão. 
Publicidade: todas as sessões são públicas, mas pode haver exceções. São as chamadas secretas ou sigilosas que estão nos regimentos internos. 
Você pode se insurgir contra a CPI por meio de Habeas Corpus e mandado de segurança. 
Onde é impetrado o HC e o MS? A CPI é uma parte do todo, se for do legislativo da união será no STF direta e originariamente
Em sendo no Estado-membro será originariamente no TJ e, se for municípal será na vara da fazenda pública, se houver.
Não há contraditório e ampla-defesa nas CPIs, ninguém está sendo condenado na CPI. Ela apenas investiga. 
Com fundamentos nos poderes o que a CPI pode fazer:
O que ela pode:
a) notificar testemunhas
b) determinar a condução coercitiva de testemunhas
C) determinar quebra de sigilo fiscal, bancário e dados.
O cidadão que vai a CPI ou é testemunha, ou é indiciado ou convidado. Também é aplicável a CPI o CPP.
O índio não é obrigado a sair de sua reserva florestal. A CPI tem que ir até o índio.
São vedações da CPI são:
Só juiz de direito pode expedir mandando de busca e apreensão, interceptação e prisão.
É o monopólio restrito de jurisdição. Não há exceção, é a garantia fundamental do cidadão. Reserva constitucional de jurisdição. - determinar diretamente a apreensão de passaporte.
- impedir que o cidadão deixe o território nacional.
- determinar constrições judiciais. São as medidas assecuratórias do CPP. Art. 118 ss. Arresto, seqüestro, hipoteca legal, indisponibilidade de bens. São as cautelares reais. O poder geral de cautela pertence apenas ao juiz. É a inafastabilidade jurisdicional do art. 5º XXXV.
- CPI não condena ou impõe sanção quem quer que seja. 
O objetivo da CPI é que ao final dos trabalhos seja elaborado um relatório que, em sendo o caso, será remetido ao MP. 
A CPI não está obrigada a remeter o relatório ao MP. Esta depende de oportunidade e conveniência política, sendo, portanto um ato discricionário.
Se o relatório é remetido ele não vincula / obriga o representante do MP. Princípio da independência funcional do MP.
Imunidades
Imunidades são prerrogativas inerentes a função parlamentar, garantidoras do exercício do mandato parlamentar com plena liberdade
Não é privilegio! É prerrogativa!
Prerrogativa é ofertada em razão do cargo. Já o privilégio é ofertado em razão da pessoa. 
A prerrogativa não pertence ao parlamentar, mas sim ao cargo. O parlamentar não é dono da prerrogativa, por isso elas são irrenunciáveis.
Existem duas espécies de imunidades:
material: real ou substantiva, inviolabilidade (Art. 53 caput)
formal: relativa, processual, adjetiva. (art 53, §§2º a 5º da CRFBR/88)
Imunidade material
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
Esta começa com a posse.
Ela protege os parlamentares federais, estaduais e vereadores (dentro do território do município). Art. 27 §1º.
Protege o parlamentar na atuação congressual, é a garantia do direito de o parlamentar exercer sua opinião, palavra e voto.
Destarte, o parlamentar não pode ser responsabilizado. A partir da posse o parlamentar pode exprimir, opinião, palavra e voto sem que seja responsabilizado.
No art. 53 “caput” diz que os parlamentares não podem sofrer ações penais e civis em decorrência de sua opinião, palavra e voto.
Criminal: crime contra a honra. 
Civil: danos morais.
O parlamentar pode ser responsabilizado politicamente em razão de sua opinião, palavra ou voto? Ele pode ser expulso do partido por ter descumprido as regras do estatuto partidário? 
É o caso da Heloisa Helena.
 Se o parlamentar pode votar conforme a sua consciência eles poderiam ter sido expulsos?
Duas posições:
1 - A CF ao garantir a independência do voto, impede também a responsabilidade política, eis que exerciam a atividade com liberdade de consciência. No Br o mandato não é imperativo (aquele representante está obrigado a votar de acordo com as diretrizes partidárias).
2 - A expulsão pode ser fundamentada no art. 17 da CF. Assim, a CF permite que o partido político em seus estatutos traga a previsão sobre a fidelidade partidária. Assim sendo, o parlamentar pode ser expulso de seu partido por haver uma previsão constitucional.
A opinião, a palavra e o voto, só estão protegidos apenas dentro do recinto do Congresso Nacional?
Não. Mas em todo território nacional.
STF: duas situações:
se a opinião, palavra e voto forem manifestadas dentro do Congresso, há uma presunção de que foram exarados em razão do exercício da função.
Se a opinião for expressa fora do recinto do Congresso Nacional há que demonstrar a pertinência temática, isto é, relação com o exercício da função.
O mandato do deputado dura 4 anos e do senador 8 anos. A imunidade protege qualquer opinião, qualquer palavra ou voto, proferida
no exercício do mandato. 
Mesmo depois de terminado o mandato o parlamentar continua protegido visto que a o palavra e voto foram protegidos no exercício do mandato.
Imunidade relativa: processual/ adjetiva
Esta se inicia com a diplomação, que é o último ato do processo eleitoral. 
Ela não protege parlamentares municipais! Vereador não é dotado de imunidade processual, só a material dentro do território do município. 
A imunidade relativa é subdividida em 4 subsepécies:
1) foro por prerrogativa de função:
Algumas autoridades, em razão da importância do cargo são dotadas de foro por prerrogativa de função. Art. 53 e art. 102, I “b”. 
Deputados e senadores são julgados originariamente pelo STF sendo seu juiz natural para julgar:
infração penal comum: crime comum em sentido restrito (CP). Crime eleitoral, crime militar, crime doloso contra a vida e contravenção penal.
Deputado estadual é julgado originariamente pelo TJ se o crime for estadual, mas se o crime for federal o deputado será julgado pelo TRF, mas se o crime for eleitoral ele será julgado pelo TRE.
Se o deputado estadual de SP cometer um crime em SC ele só pode ser julgado pelo TJ de SP. Assim como os TRE de SP e o TRF da região.
O vereador não tem foro por prerrogativa de função salvo PI e RJ, que tem previsão nas constituições estaduais.
2) imunidade em razão da prisão:
prisão: restrição, subtração a liberdade de locomoção. Esta 2ª espécie impede que deputados e senadores possam ser presos como regra.
Eles não podem sofrer as seguintes prisões:
preventiva
temporária
em razão DE decisão de pronúncia
em razão de sentença penal condenatória sem trânsito em julgado.
Também não podem sofrer prisão em flagrante pela pratica de crime afiançável.
Pode ser preso então pelas seguintes exceções:
a) prisão em flagrante pela pratica de crime inafiançável.
b) prisão em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado.
Ele também não pode ser obrigado a comparecer a delegacia. Não pode ser lavrado auto de prisão, mas sim auto de apresentação.
Esta imunidade aplica-se a deputados estaduais.
Vereadores não estão acobertados pela imunidade processual em razão da prisão.
Exemplo: um senador é encontrado com 500 kg de cocaína .Ele pode ser preso? Sim!!!!! Porque o crime é inafiançável.
A partir de que instante a imunidade começa a proteger a excelência? 
A partir da diplomação.
3) em razão do processo:
Imagine deputados federais e senadores são julgados originariamente pelo STF.
Eles podem responder a inquérito policial? 
Não só o STF pode investigar deputado federal e senador. Instaura-se no STF um inquérito judicial que será presidido por um dos ministros do STF. 
Daí o ministro pode baixar, por carta de ordem, que o delegado faça. Mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, baixou carta de ordem para que o delegado federal exerça algumas funções.
O ministro relator remete os autos ao Procurador Geral da República. Ele, por sua vez, oferta denuncia contra o deputado ou senador.
Hoje, depois da emenda 35, o STF pode se manifestar sobre o recebimento ou não da denúncia. A denúncia pode ou não ser aceita pelo STF independentemente aceitação (autorização) ou não da casa legislativa.
Atenção!
1º. Antes de se manifestar sobre o recebimento ou não, o STF deve ofertar ao parlamentar que apresente a defesa preliminar. Lei 8038/90.
2º. Quem recebe a denúncia? Não é o relator, mas sim o colegiado, os ministros do STF.
O ministro relator marca a data para o recebimento da denúncia e o colegiado recebe a denúncia. 
Ao receber a denúncia o supremo passa a ter dois caminhos:
a) o STF recebe a denúncia e dá início à ação penal e também cientifica a casa respectiva que o processo está em andamento. Se o crime for praticado após a diplomação!
b) o STF recebe a denúncia, dá início à ação penal e não precisa dar ciência à casa respectiva. Se o crime for praticado antes da diplomação.
Por que o STF deve dar ciência à casa respectiva?
Para que a casa respectiva possa manifestar sobre o sobrestamento (suspensão) ou não da ação penal.
A mesa não pode colocar em votação o pedido do STF. É preciso que haja um requerimento de partido político representado naquela casa legislativa! Não é o deputado ou senador que querer a votação na sua casa, mas sim um partido político.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, 
o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela 
representado e pelo voto da maioria 
(ABSOLUTA entendimento do STF) de seus membros, 
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
Em havendo determinação de suspensão da ação penal, suspende-se também o prazo prescricional.
Exemplo: No 1º ano do mandato ocorre um crime, o STF comunica a Câmara porque o crime foi ocorrido depois da diplomação. O sobrestamento continua até o término daquele mandato ou é eterno?
Em sendo o deputado reeleito por 10 legislaturas = 40 anos a ação penal parada?! 
Há decisão do STF no sentido de que a
suspensão da ação penal só vale para aquele mandato. 
O outro mandato decorre de outra diplomação! 
O ocorrido no mandato anterior é anterior a 2ª diplomação, por isso o processo volta a correr.
4) Imunidade quanto ao testemunho:
Médicos, advogados e outros não estão obrigados a testemunhar ante ao sigilo profissional.
Os parlamentares não são obrigados a testemunhar sobre fatos que souberam no exercício da função. 
Art. 53 §6º. “Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações”.
Vereadores não são dotados desta prerrogativa.
As imunidades parlamentares são estendidas aos suplentes?
Não! São prerrogativas do cargo, e os suplentes somente farão uso delas se estiverem no exercício!

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais