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CONCEITO
Para entendermos melhor o conceito de Bem Público devemos entender que estes bens são todas as coisas pertencentes às pessoas de Direito Público , bem como também aqueles que estão relacionados a prestações de serviços públicos de pessoas jurídicas de direito privado.
É indispensável recordar que bens gozam desse tratamento diferenciado. É assente na doutrina que são bens públicos os pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, podendo ser corpóreos, incorpóreos, móveis, imóveis, semoventes, créditos, direitos e ações. Assim, os bens da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal, além de suas autarquias e fundações públicas de direito público são todos dessa categoria, independentemente da sua natureza ou de estarem ou não sendo utilizados para a prestação de serviços públicos, sendo a vinculação indiferente nesse caso. Entretanto esse conceito não é pacífico na doutrina, no que se refere aos bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado. O atual Código Civil, em seu art. 98, assim define os bens públicos: “São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. Seguindo essa orientação, só serão bens públicos os de propriedade das pessoas públicas, estando excluídos os bens das pessoas privadas. Pactuando da mesma orientação.
E também como faz menção José dos Santos Carvalho Filho que diz:
 “bens públicos como todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas federativas, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as autarquias, nestas incluindo-se as fundações de direito público e as associações públicas”. 
Já para Celso Antonio Bandeira de Mello, a
 “noção de bem público, tal como qualquer outra noção em Direito, só interessa se for correlata a um dado regime jurídico”. E continua o autor: “assim, todos os bens que estiverem sujeitos ao mesmo regime público deverão ser havidos como bens públicos. Ora, bens particulares quando afetados a uma atividade pública (enquanto estiverem) ficam submissos ao mesmo regime dos bens de propriedade pública. Logo, têm que estar incluídos no conceito de bem público”. 
Porem a Autora Fernanda Marinela se posiciona da seguinte maneira:
A posição adotada neste trabalho não pactua integralmente com nenhuma das duas opiniões apontadas nos parágrafos anteriores. O ideal é um conceito intermediário. Dessa forma, a exclusão por completo dos bens pertencentes às pessoas da Administração Indireta de direito privado do conceito de bens públicos, como padrão absoluto, poderá causar sérios prejuízos para a segurança do patrimônio e para os serviços públicos em inúmeras circunstâncias. De outro lado, a sua inclusão deliberada como bem público também vai gerar para essas pessoas jurídicas privilégios e formalidades exageradas, considerando que são pessoas privadas, o que também não é o adequado. É fato que as empresas públicas e sociedades de economia mista, apesar de pessoas da Administração Indireta, estão sujeitas a regime jurídico de direito privado, mas que, na verdade, não é absolutamente privado; trata-se de um regime híbrido ou misto (ora público, ora privado). Também é tranquila a orientação de que essas empresas, quando prestadoras de serviços públicos, gozam de um regime mais público, sofrendo uma derrogação de regras do direito privado. Diante desse fato, vale ponderar o regime ideal para os seus bens. Sábias as palavras de Celso Antonio, na citação anterior, ao afirmar que a noção de bem público, como qualquer outra em Direito, só interessa se for correlata a um dado regime jurídico. Portanto, é nesse regime jurídico que se baseiam as ideias daqui em diante. Inicialmente, fixa-se a premissa de que são bens privados, em razão da previsão do atual Código Civil, que é bastante claro. Contudo essa regra não é absoluta; é possível identificar outras disposições no ordenamento pátrio que dão tratamento diferenciado para os bens dessas empresas quando prestadoras de serviços públicos, ou ainda, para os bens que estiverem diretamente ligados à prestação dos serviços públicos. O brilhante Hely Lopes Meirelles já ensinava: “Quanto aos bens das entidades paraestatais (empresas públicas, sociedades de economia mista, serviços autônomos etc.), entendemos que são, também, bens públicos com destinação especial e administração particular das instituições a que foram transferidos para consecução dos fins estatutários”276.
Também vale ressaltar que:
o autor reconhece a importância do tratamento especial dos bens que pertencem às pessoas privadas, mas que foram transferidos em razão de uma finalidade pública. O Estado, quando descentraliza a atividade administrativa, não se exime das suas responsabilidades sobre o serviço, tendo em vista que ele transfere os bens para que a prestação aconteça e seja eficiente. Não teria sentido, diante disso, a possibilidade de a empresa privada assumir esse patrimônio de forma livre, adotando um regime privado diante de uma finalidade pública. Assim considerando a responsabilidade do Estado e a finalidade específica a que essas pessoas estão vinculadas, nada mais justo que um tratamento de maior proteção para esses bens, inclusive como garantia de uma administração responsável e do cumprimento de sua obrigação. Esse raciocínio não deve ser aplicado para as pessoas jurídicas de direito privado que explorem a atividade econômica, porque estão fora da premissa de que o serviço público é um dever do Estado, podendo prestá-lo diretamente ou não, o que não afasta sua responsabilidade para que o serviço aconteça.
Como consequência desse dever do Estado no tocante à prestação de serviços, vale lembrar que essa deve ser contínua e que vários mecanismos são criados no ordenamento nacional para viabilizar esse preceito. Com o intuito de não comprometer o princípio da continuidade dos serviços públicos, os bens dessas empresas precisam de um regime mais rigoroso, o tratamento peculiar dado aos bens públicos. Essa construção foi utilizada no art. 28 da Lei n. 8.987/95, que protegeu os bens das concessionárias de serviços, empresas completamente privadas, em razão do princípio da continuidade do serviço público. O dispositivo estabelece que as concessionárias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da concessão até o limite que não comprometa o serviço. Portanto, se a proteção dos bens da empresa privada prestadora de serviço público acontece em razão do princípio da continuidade, com mais razão ainda deve ser aplicado para as empresas que compõem a Administração Pública e que também prestam serviços públicos.
E por fim a atora destaca que:
Para concluir, vale grifar que a impenhorabilidade não acontece para todos os bens de empresas públicas ou sociedades de economia mista porque são bens privados, só estando protegidos os bens que poderão comprometer a prestação do serviço caso sejam retirados. Também vale lembrar ainda a Lei n. 8.666/93, a Lei de licitações e contratos administrativos, que, em seu art. 17, cuida da alienação de bens públicos. O dispositivo estabelece regras para a alienação de bens da Administração Pública, não adjetivando quais pessoas jurídicas estão incluídas na regra, não restando dúvidas de que todas devem constar da lista, inclusive as pessoas privadas. E mais, o inciso I deixa bastante claro que o tratamento rigoroso para alienação de bens, com o dever de declaração de interesse público, avaliação prévia e de licitação, também é aplicável às pessoas jurídicas de direito privado, citando expressamente as entidades paraestatais. Assim, não resta dúvida de que o rigor da alienação dos bens públicos é aplicável às pessoas privadas. Para justificar o rigor desse tratamento, têm-se a proteção do patrimônio público, a gestão responsável dos bens e a continuidade dos serviços, o que também deve ser observadopara algumas proteções.
Resta ainda lembrar que, para a criação dessas pessoas jurídicas, há exigência de lei para autorizar, e, muitas vezes, esse diploma institui algumas regras especiais do regime público para seus bens, derrogando novamente do regime privado, o que mais uma vez demonstra que alguns bens merecem o tratamento diferenciado e que a regra do regime privado não pode ser absoluta. E mais, em caso de extinção da pessoa jurídica da Administração Indireta, a mesma norma de criação normalmente estabelece a devolução do patrimônio ao ente que a criou, a denominada
cláusula de reversão ao ente público que deu origem a essa empresa. Dessa maneira, a empresa não poderá se desfazer de forma livre desses bens, representando mais uma restrição que diferencia os bens públicos daqueles do regime privado.
 Outro tratamento diferenciado foi introduzido pela Lei n. 11.284, de 02.03.2006, que, dispondo sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável, reconheceu como bem público aquelas florestas localizadas nos entes públicos e nas entidades da Administração Indireta, sem fazer distinção entre as pessoas de regime público e as de regime privado. Nesse caso, para a proteção do meio ambiente, em nome da supremacia do interesse público, os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista também estarão protegidos. Diante das alegações apresentadas, é possível concluir que os bens pertencentes às pessoas
privadas são bens privados, seguindo o disposto no Código Civil, mas, em razão de outras regras do ordenamento jurídico, se esses bens estiverem ligados diretamente à prestação de serviços públicos, ou afetados a outra finalidade pública (por exemplo, a ambiental), eles seguirão o regime de bens públicos. Isso também não significa que sejam efetivamente bens públicos, mas que sigam em
algumas situações a proteção e o rigor do regime público. Por fim, vale lembrar que esse tratamento especial está condicionado à manutenção da finalidade pública, à afetação.
4. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
Os bens públicos são classificados como quanto a titularidade, quanto a destinação e quanto a disponibilidade onde mais uma vez a atora faz m breve introdução.
As diversas classificações surgem da necessidade de definir o regime dos bens públicos, o que levou, já nos séculos XVII e XVIII, à divisão em duas categorias: as coisas públicas afetas ao uso público, em que o rei ficava com direito de guarda ou poder de polícia; e os bens do domínio da coroa, sobre os quais o monarca detinha a propriedade. O Código Civil de Napoleão utilizou a classificação entre bens do domínio nacional, para aqueles bens suscetíveis de apropriação privada e produtores de renda, e bens do domínio público, consagrados, por natureza, ao uso de todos e ao serviço geral, sendo inalienáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de servidão. Essa classificação é semelhante aos bens de domínio público e aos bens de domínio privado do Estado.
I) Quanto à titularidade:
Contemplando a titularidade ou propriedade dos bens públicos, o atual texto Constitucional enumera no art. 20 os bens pertencentes à União e no art. 26, incisos I a IV, os bens dos Estados, sem especificar-lhes as respectivas naturezas ou modalidades, como também não faz menção aos bens dos Municípios e do Distrito Federal. Observe que essa enumeração não é taxativa, tendo na verdade o
objetivo de uma partilha mínima dos bens de caráter especial. Para a União, a enumeração está no art. 20 da CF, sendo esse rol ligado a questões de interesse
nacional, levando-se em conta aspectos como a segurança nacional, a proteção à economia do país, o interesse público nacional e a extensão do bem. Compreende os seguintes bens:
a) os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
b) as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
c) os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
d) as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países, as praias marítimas, as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas as que contenham a sede de Municípios, desde que não sejam áreas afetadas ao serviço público e à unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II, que são de propriedade dos Estados. 
Essa regra é resultado da alteração realizada pela Emenda Constitucional n. 46, de 08.05.2005;
e) os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
f) o mar territorial;
g) os terrenos de marinha e seus acrescidos;
h) os potenciais de energia hidráulica;
i) os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
j) as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
k) as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Esses bens serão tratados individualmente no final do capítulo, em bens em espécie.
Não podemos excluir outros apontamentos muito relevantes em que a autora diz:
Para disciplinar o assunto complementando o texto constitucional, o diploma básico é o Decreto- Lei n. 9.760/46. Além desse, temos outras normas relevantes para o assunto: o Código de Águas, Decreto n. 24.643, de 10.07.1934; o Estatuto da Terra, Lei n. 4.504, de 30.11.1964; o Código Florestal, Lei n. 12.651, de 25.05.2012; o Código de Minas, Decreto-Lei n. 227, de 28.02.1967; o Código de Águas Minerais, Decreto-Lei n. 7.841, de 08.08.1945; a Lei n. 9.636, de 06.05.1998, além de
outras pertinentes ao assunto. A competência para julgar os processos que envolvam bens públicos federais, independentemente de ser o litígio de natureza penal ou civil, deve ser da Justiça Federal. Para os Estados, o rol de seus bens está presente no art. 26 da Constituição Federal, cuja enumeração é taxativa, nela estando relacionadas:
a) as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito; ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
b) as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
c) as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
d) as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Além desses bens, a doutrina ainda aponta outros, como os prédios estaduais, a dívida ativa, os valores depositados judicialmente para a Fazenda Estadual e alguns mais.
Prevalece o entendimento de que esse rol expressamente atribuído ao Estado pelo art. 26 também deve ser aplicado ao Distrito Federal, apesar de não haver nenhuma previsão expressa, decorrendo a ideia do regime de aproximação que existe entre os dois entes. Conforme já dito, os Municípios não participaram da repartição constitucional, entretanto existem diversos bens de sua propriedade. Incluem-se na lista os que já lhes pertenciam e os oriundos de desmembramento ou fusão ou criação legal (as ruas, as praças, os jardins, as vias e logradouros públicos em geral, as estradas públicas municipais, os edifícios e edificações públicos e os terrenos
aplicados a serviço de repartição ou estabelecimento municipal, além de outros).
De uma forma mais clara podemos dizer que o bens públicos classificados quanto a titularidade podem ser : Federais, Estaduais, Municipais e Distritais.
Já quanto a sua destinação temos:
Os de uso comum: Tem sua utilização igual para todos, seu fim é impessoal. Não é definido de quem, pra quem e por quem pois este serve a todos de forma igual e independe da anuência individualizada pelo Poder Público. São alguns exemplos as praças públicas, ruas, estradas, mares.
Mas apesar de ser gratuito, o Administração Pública pode exigir nestes casos renumeração para utilização daquele bem coo por exemplo: Pedágios. E estes ainda podem são protegidos visando a conservaçãoda coisa pública, bem como a proteção daqueles que o usufruem, através de fiscalizações e aplicações de medidas coercitivas.
Os de uso especial, como o próprio nome diz visa o exercício dos serviços administrativos e dos serviços públicos em geral. Como diz Celso de Mello:
São os afetados a um serviço ou estabelecimento público, como as repartições públicas, isto é, locais onde se realiza a atividade pública ou onde está a disposição dos administrados um serviço público, como teatros, universidades, museus e outros abertos á visitação pública.
Ou seja são aqueles utilizados pela Administração, ainda temos como exemplo, hospitais, aeroportos, veículos oficias entre outros.
Já os Bens dominicais são aqueles apesar de dispor de patrimônio público não possui um fim administrativo específico e nem destino público definido. A este como objeto de direito real não se aplica o uso comum, nem o especial, nestes casos o Estado pode fazer uso para obtenção de renda. São elas: terras devolutas, terras sem destinação pública específica, terrenos da marinha, prédios púbicos desativados, dívidas ativas entre outros.
Ainda devemos observa o que diz no Código Civil:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Seguindo ainda a linha de classificação dos bens, temos também quanto à disponibilidade:
Que englobam: os Bens disponíveis por natureza, os bens patrimoniais indisponíveis e os bens patrimoniais disponíveis.
Os patrimoniais indisponíveis são aqueles de fato utilizados pelo Estado para uma finalidade pública determinada. Neste caso os bens de uso especial ou os de uso comum.
No caso dos bens patrimoniais disponíveis são todos aqueles disponíveis por natureza e podem ser alienados e negociáveis, neste caso pode se considerar os bens dominicais no geral, pois estes não são destinados ao público em geral e nem utilizados para a prestação de serviços públicos.
E por fim os bens indisponíveis por natureza são bens não patrimoniais, não se pode dispor deles e nem aliená-los. São bens de uso comum do povo ou aqueles que propensos a avaliação patrimonial. 
5. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
Para entendermos melhor esse conceito vejamos o que a atora diz:
A afetação e a desafetação são fatos administrativos dinâmicos que indicam a alteração das finalidades do bem público, considerando a classificação do art. 99 do Código Civil, justificando-se na destinação dos bens públicos. Também denominados pela doutrina de consagração ou desconsagração. Considera-se afetação a destinação de um bem público à finalidade pública, determinando bem de uso comum do povo ou bem de uso especial. Vale lembrar que os bens dominicais são bens não
afetados a qualquer destino público.
O instrumento da afetação dá maior proteção aos bens públicos em razão de sua vinculação à finalidade pública, transformando-o em indisponível, inalienável.
A afetação, como instituto que garante maior proteção ao bem, pode ser constituída de forma mais simples. Dessa maneira, admite-se sua formalização por lei, por ato administrativo ou até pelo simples uso do bem, isto é, sua destinação de fato ou através do uso natural do bem. Portanto, para dar proteção, não há rigor, seja para dar a categoria de uso comum do povo ou a de uso especial. Resta lembrar que a destinação a uma finalidade pública, portanto a afetação, não é um status
absoluto; é possível modificar esse contexto retirando tal destino, o que se faz via desafetação. 
Quanto a desafetação ela diz:
A desafetação é um fato administrativo que retira o destino público, deixando o bem de servir auma finalidade pública. Assim, caso o bem esteja sendo utilizado para atender a uma necessidade pública, por exemplo, usado como praça ou como escola pública, mas, por alguma razão, deixe de atender a esse interesse, desvinculando-se de uma destinação pública, diz-se que esse bem foi desafetado. Deixa de ser de uso comum do povo ou de uso especial para se transformar em bem
dominical, aquele que não tem finalidade pública.
Por fim ela esclarece que:
O instituto da desafetação, ao retirar o destino público dos bens, elimina-lhes o status da indisponibilidade e inalienabilidade, tornando-os mais vulneráveis às ingerências administrativas e retirando deles partes de sua proteção, o que demanda maior cautela e mais rigor. Considerando esse fato, a desafetação não pode ser realizada de qualquer forma. Nesse diapasão, observando ainda o comprometimento que a irresponsabilidade com o cuidado desses bens poderá gerar para a sociedade, há uma necessidade de que o rigor seja ainda maior em face dos bens de uso comum do povo, aqueles que se destinam ao uso coletivo. Nesse caso, a desafetação deve ser feita por lei, ou, no máximo, por ato administrativo previamente autorizado por
lei. A situação é mais amena, embora o instituto também dependa de rigor, quando há desafetação de bem de uso especial, consagrando-o como dominical, situação em que o Administrador precisa do respaldo da lei ou de ato do próprio Executivo. Também um fato da natureza pode determinar a passagem de um bem de uso especial para a categoria de dominical, como, por exemplo, um terremoto destruindo um prédio, ou um incêndio, desde que o fato impeça que o bem continue atendendo à finalidade pública para a qual foi destinado. Ressalte-se que, apesar de a afetação ser possível pela simples destinação do bem, pelo uso, a desafetação não tem a mesma aceitação. A doutrina majoritária não admite a desafetação de um bem público pelo simples fato do não uso, considerando que nesse instituto o bem está perdendo sua proteção, o que exige uma atenção maior. Na verdade, hoje a doutrina diverge quanto à exigência das formalidades a serem adotadas para a afetação ou desafetação. Muitos autores apontam o formalismo como indispensável, especialmente na desafetação. Outros reconhecem a afetação e a desafetação como acontecimentos ocorridos na atividade administrativa independentemente da forma com que se apresentem285. Para esses autores, não se exige nem mesmo o ato administrativo, considerando irrelevante a forma pela qual se processa a alteração da finalidade do bem quanto a seu fim público ou não. Tem também sua importância notar que tanto a afetação como a desafetação não decorrem de ato ou comportamento dos administrados. Para muitos autores286, posição que se acolhe neste trabalho, considera-se afetação e desafetação a mudança de um bem de uso comum do povo ou uso especial para dominical e vice-versa, porque o que marca o instituto é dar ou retirar a finalidade pública. Entretanto alguns autores287 admitem também como desafetação a mudança de finalidade pública, portanto, a transformação de um bem de uso comum do povo em uso especial ou o contrário, o que parece não ter sentido, porque o bem continua tendo destinação pública, havendo, em razão disso, o regime de indisponibilidade.quadro pag 1007
6. REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS
Quanto ao regime jurídico dos bens, por se tratarem de públicos possuem características peculiares, como aborda a autora:
Em primeiro lugar, os bens públicos são inalienáveis, ressaltando que essa condição não é absoluta. Trata-se de uma inalienabilidade relativa, portanto, preenchidas algumas condições, é possível alienar o bem, o que a doutrina também intitula como alienabilidade condicionada. Dessa maneira, é importante entender que o Administrador não tem liberalidade sobre os bens públicos, tendo que observar as condições exigidas por lei, mesmo quando são passíveis de alienação. A primeira condição diz respeito à destinação do bem, observando o art. 100 do Código Civil. Relembrando: os bens dominicais, que não têm destino público, são alienáveis, enquanto os bens afetados a uma finalidade pública, portanto, bens de uso comum do povo e bensde uso especial, que compõem o patrimônio indisponível do Estado, são inalienáveis. Entretanto essa condição não é absoluta, podendo um bem ganhar ou perder essa destinação, o que modifica a sua regra de alienabilidade. Dessa forma, a principal exigência para a alienação de bem público é a sua desafetação, o bem deve ser dominical, não ter finalidade pública, para então ser considerado
alienável. Estando o bem desafetado, o Administrador, para que realize sua alienação, terá de observar as exigências previstas nos arts. 17 a 19 da Lei n. 8.666/93, temática abordada no tópico seguinte. A segunda regra do regime jurídico é a impenhorabilidade dos bens públicos. Essa norma protege os bens públicos da penhora, do arresto e do sequestro, resguardando-os das formas de alienação
comuns aos bens privados. Na verdade, essa proteção é consequência da inalienabilidade condicionada, considerando que os bens públicos não podem ser alienados de forma livre e que, excepcionalmente, observadas as condições da lei, será possível a sua transferência. Dessa forma, de que valerá realizar a penhora, o arresto ou o sequestro se esse bem ao final não poderá ser alienado? A garantia da penhora perde o seu sentido. Para não restarem dúvidas, é importante restringir adequadamente os temas aqui tratados, conceituando brevemente cada instituto, já que não há intenção de aprofundamento. Considera-se penhora a restrição de um bem do devedor realizada em ação de execução com o objetivo de garantir o juízo; é condição para a interposição de embargos, e, se ao final ficar reconhecido o débito e o devedor não realizar o pagamento, o bem penhorado será alienado pelo Poder Judiciário em hasta pública, respeitando para tanto as regras do Código de Processo Civil. Assim, é fácil concluir que, se os bens públicos são alienáveis de forma condicionada e, portanto, dependem de autorização legislativa e de licitação, é fato que o juiz não poderá alienar atendendo somente às exigências do CPC. Desse modo, estando o Judiciário impedido de alienar o bem, a penhora ficará prejudicada, perdendo sua razão de ser. O arresto e o sequestro são cautelares típicas, utilizadas para garantir a eficácia de um futuro provimento jurisdicional, podendo inclusive ser aplicados para preparar uma futura penhora. O arresto é cautelar para bens indeterminados, sendo usados quantos forem necessários para garantir o
direito, enquanto sequestro é medida para restringir bens determinados. O respaldo constitucional para a impenhorabilidade dos bens públicos está no art. 100 da CF, que
estabelece expressamente que a satisfação dos débitos do Poder Público decorrentes de decisões judiciais deverá ser realizada pelo regime de precatório. A garantia para o credor não é diretamente os bens públicos, e sim o regime de precatório.
Por fim vale ainda ressaltar que:
A impossibilidade de oneração afasta os bens públicos de gravames de direitos reais de garantia. Onerar significa deixar o bem como garantia para o credor que, em caso de inadimplemento, poderá alienar esse bem ou converter o ato em penhora, caso ajuizada ação de execução. Portanto, não estando os bens livres para alienação, a garantia também não se justifica.
Os institutos da penhora e do penhor não devem ser confundidos. Foi visto anteriormente que penhora é garantia em ação judicial de execução, o que a diferencia do penhor que representa uma garantia fora do Poder Judiciário. O penhor também não pode ser confundido com a hipoteca: embora ambos ocorram fora do juízo, o penhor é uma restrição sobre bens móveis, enquanto a hipoteca constitui a garantia sobre bens imóveis. Por fim, aos bens públicos aplica-se a regra da imprescritibilidade. Nesse caso, trata-se da prescrição aquisitiva, a aquisição pelo decurso do tempo, denominada usucapião. Portanto, os bens públicos não podem ser usucapidos. Essa regra decorre do art. 102 do Código Civil, que estabelece a impossibilidade de prescrição aquisitiva, independentemente da destinação do bem, seja dominical ou não, incluindo os bens móveis e os imóveis, estando todos eles protegidos. Da mesma forma, o art. 183, § 3º, e o art. 191, parágrafo
único, da CF protegem os bens imóveis, afastando inclusive esses bens da usucapião pro labore. No mesmo sentido, o art. 200 do Decreto-Lei n. 9.760/46 protege os bens imóveis da União, independente de sua natureza. Dirimindo qualquer dúvida inerente a essa proteção especial, quanto aos bens dominicais, em razão de sua alienabilidade, o STF editou a Súmula n. 340, definindo: “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
Pag 997 a 1010

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