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Neoconstituconalismo- Resumo

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(NEO)CONSTITUCIONALISMO
Direito constitucional : direito público fundamental: por referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários e ao estabelecimento das bases da estrutura política”
Estado Liberal:
Liberalismo clássico : ideia de liberdade meramente formal perante a lei e de não intervenção do Estado;
Estado social de direito:
Direitos sociais: ( normas de direito do trabalho e de direito previdenciário expressam a manifestação de um Estado prestacionista, intervencionista e realizador da chamada justiça distributiva surgem, na Constituição brasileira de 1934), tendo como marco a Revolução Industrial.
Forte influência do direito constitucional sobre o direito privado. Sob essa perspectiva, especialmente diante do princípio da dignidade da pessoa humana, fundamento princípio-matriz de todos os direitos fundamentais; um direito civil-constitucional, estudando o direito privado à luz das regras constitucionais e podendo inclusive reconhecer a aplicação direta dos direitos fundamentais nas relações privadas.
Descodificação do direito civil: surgimento de vários microssistemas, como o Código de Defesa do Consumidor, a Lei de Locações, a Lei de Direito Autoral, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso, a Lei de Alimentos, a Lei da Separação e do Divórcio etc. Todos esses microssistemas encontram o seu fundamento na Constituição Federal, norma de validade de todo o sistema. 
Despatrimonialização: O direito civil, de modo especial, ao expressar tal ordem de valores, tinha por norte a regulamentação da vida privada unicamente do ponto de vista do patrimônio do indivíduo. Os princípios constitucionais, em vez de apregoar tal conformação, têm por meta orientar a ordem jurídica para a realização de valores da pessoa humana como titular de interesses existenciais, para além dos meramente patrimoniais. O direito civil, de um direito-proprietário, passa a ser visto como uma regulação de interesses do homem que convive em sociedade, que deve ter um lugar apto a propiciar o seu desenvolvimento com dignidade. “Fala-se, portanto, em uma despatrimonialização do direito civil, como consequência da sua constitucionalização” 
CONSTITUCIONALISMO
(“movimentos constitucionais”) teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. (Teoria normativa da política)
Em termos jurídicos, reporta-se a um sistema normativo, enfeixado na Constituição, e que se encontra acima dos detentores do poder; 
“Sociologicamente, representa um movimento social que dá sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os governantes possam fazer prevalecer seus interesses e regras na condução do Estado”. 
Constitucionalismo limitar o poder arbitrário
 Prevalência dos direitos fundamentais
Movimentos constitucionais: o constitucionalismo antigo e o moderno: caracterizando-se este último como o movimento político, social e cultural sugerindo, a invenção de uma forma de ordenação e fundamentação do poder político.
Antiguidade clássica: os profetas possuíam a legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
Idade Média: (Magna Carta de 1215): estabelecendo, a proteção a importantes direitos individuais. Os pactos e forais ou cartas de franquia, documentos marcantes que buscavam resguardar direitos individuais. 
Constitucionalismo moderno: destacando-se as constituições escritas como instrumentos para conter qualquer arbítrio decorrente do poder.
Constitucionalismo do futuro: consolidar os direitos humanos de terceira dimensão, incorporando à ideia de constitucionalismo social os valores do constitucionalismo fraternal e de solidariedade, avançando e estabelecendo um equilíbrio entre o constitucionalismo moderno e alguns excessos do contemporâneo.
NEOCONSTITUCIONALISMO
Não mais apenas atrelar o constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas, acima de tudo, busca-se a eficácia da Constituição, deixando o texto de ter um caráter meramente retórico e passando a ser mais efetivo, sobretudo diante da expectativa de concretização dos direitos fundamentais.
Hierarquia entre normas não apenas formal, mas axiológica — valor (buscar a eficácia da Constituição)
Concretização dos direitos fundamentais
Neoconstitucionalismo tem como uma de suas marcas a concretização das prestações materiais prometidas pela
sociedade, servindo como ferramenta para a implantação de um Estado Democrático Social de Direito. Dentre suas principais características podem ser mencionadas: 
a) positivação e concretização de um catálogo de direito-fundamentai;
b) onipresença dos princípios e das regras;
c) inovações hermenêuticas; 
d) densificação da força normativa do Estado;
e)desenvolvimento da justiça distributiva”.
Pontos marcantes do neoconstitucionalismo:
CONSTITUIÇÃO: 	Centro do sistema
 	Norma jurídica - imperatividade e superioridade
 		Carga valorativa - axiológica - dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais
Eficácia irradiante em relação aos Poderes e mesmo aos particulares
Concretização dos valores constitucionalizados
Garantia de condições dignas mínimas
Estado constitucional de direito: supera-se a ideia de Estado Legislativo de Direito, passando a Constituição a ser o centro do sistema, marcado por uma intensa carga valorativa. A lei e, de modo geral, os Poderes Públicos, então, devem não só observar a forma prescrita na Constituição, mas, acima de tudo, estar em consonância com o seu
espírito, o seu caráter axiológico e os seus valores destacados.
 A Constituição, assim, adquire, de vez, o caráter de norma jurídica, dotada de imperatividade, superioridade (dentro do sistema) e centralidade, vale dizer, tudo deve ser interpretado a partir da Constituição.
Pós-positivismo como marco filosófico do neoconstitucionalismo. “O pós-positivismo busca ir além da legalidade estrita, mas não despreza o direito posto”. Procura empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a categorias metafísicas. A interpretação e aplicação do ordenamento jurídico hão de ser inspiradas por uma teoria de justiça, mas não podem comportar voluntarismos ou personalismos, sobretudo os judiciais. 
MARCOS FUNDAMENTAL: HISTÓRICO Estado Constitucional de Direito- Documentos a partir Segunda Guerra Mundial- Redemocratização
FILOSÓFICO Pós-positivismo- Direitos fundamentais - Direito-Ética
TEÓRICO Força normativa (Konrad Hesse)- Supremacia da Constituição (constitucionalização dos direitos fundamentais)- Nova dogmática da interpretação constitucional
CONSTITUIÇÃO: CONCEITO,
CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA,
CLASSIFICAÇÕES, ELEMENTOS E HISTÓRICO.
Sentido sociológico: então, a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
Sentido político: produto de certa decisão política, ela seria,
nesse sentido, a decisão política do titular do poder constituinte.
Sentido material e formal: 
Do ponto de vista material, o que vai importar para definirmos se uma norma tem caráter constitucional ou não será o seu conteúdo, pouco importando a forma pela qual foi essa norma introduzida no ordenamento jurídico. Constitucional será, então, aquela norma que defina e trate das regras estruturais da sociedade, de seus alicerces fundamentais (formas de Estado, governo, seus órgãos etc.)
Por outro lado, quando nos valemos do critério formal, que, de certa maneira, não mais nos interessará o conteúdo da norma, mas sim a forma como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. Nesse sentido, as normas constitucionais serão aquelas introduzidas pelo poder soberano, por meio de um processo legislativo mais dificultoso, diferenciado e mais solene que o processo legislativo de formação das demais normas do ordenamento.
Sentido jurídico: Hans Kelsen éo representante desse sentido conceitual, alocando à Constituição no mundo do dever-se, e não no mundo do ser, caracterizando-a como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. Constituição é, então, considerada norma pura, puro dever-se, sem qualquer
pretensão a fundamentação sociológica, política ou filosófica.
Sentido culturalista: pode-se dizer que a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que nela pode influir. Trata-se de “ uma formação objetiva de cultura que encerra, ao mesmo tempo, elementos históricos, sociais e racionais, aí intervindo, portanto, não apenas fatores reais (natureza humana, necessidades individuais e sociais concretas, raça, geografia, uso, costumes, tradições, economia, técnicas), mas também espirituais (sentimentos, ideias morais,
políticas e religiosas, valores), ou ainda elementos puramente racionais (técnicas jurídicas, formas políticas, instituições, formas e conceitos jurídicos a priori).
Constituição aberta: no sentido de que ela possa permanecer dentro de seu tempo e, assim, evitar o risco de desmoronamento de sua “força normativa”.
Constituição-lei: a Constituição é, na verdade, uma lei como
qualquer outra. Os dispositivos constitucionais, especialmente os direitos fundamentais, teriam uma função meramente indicativa, pois apenas indicariam ao legislador um possível caminho, que ele não precisaria necessariamente seguir.
Constituição-fundamento (Constituição-total): “a ideia central desse conceito consiste na reivindicação de que a Constituição é a lei fundamental, não somente de toda a atividade estatal e das atividades relacionadas ao Estado, mas também a lei fundamental de toda a vida social”. 
Constituição-moldura: seria uma proposta intermediária entre os dois conceitos trazidos supra, evitando-se a politização excessiva da Constituição-lei(já que a sua concretização fica destinada ao legislador, estando ao seu serviço), ou a judicialização excessiva, decorrente do sentido de Constituição-total (já que ao legislador não sobraria qualquer espaço de atuação, sobrecarregando o Judiciário para verificar se houve ou não abuso).
 “a metáfora da moldura, no campo da teoria constitucional, é usada para designar uma Constituição que apenas sirva de limites para a atividade legislativa”. Ela é apenas uma moldura,
sem tela, sem preenchimento. À jurisdição constitucional cabe apenas a tarefa de controlar se o legislador age dentro da moldura.
Constituição dúctil: “para exprimir a necessidade de a Constituição acompanhar a perda do centro ordenador do estado e refletir o pluralismo social, político e econômico. Neste sentido, a uma Constituição caberá a tarefa básica de assegurar apenas as condições possibilitados de uma vida em comum, mas já não lhe pertence realizar diretamente um projeto predeterminado dessa vida comunitária.

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