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caso 6 Prática Simulada 5

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AO JUIZO DE DIREITO DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE FLORIANÓPOLIS - SC
 
 
	JOÃO (sobrenome), brasileiro, (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade n° (número), inscrito no CPF/MF n° (número), residente e domiciliado (end. Completo), nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório à rua (end. Completo), endereço para onde devem ser remetidas notificações e intimações conforme estabelece o art. 319, I, do CPC, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/ 88 e da Lei n. 4.7 17/65 , ajuizar a presente: 
 
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
em face de ato praticado pelo senhor SENADOR DA REPÚBLICA, com domicílio profissional no prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, em Brasília, com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
	
	O impetrante aceita a realização de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do artigo 319, inciso VII, do NCPC.
DOS FATOS 
 
	João, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. 
 
	A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. 
 
	O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. 
 
	Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. 
 
DO DIREITO 
 
	A ação popular é a ação constitucional de natureza civil, conferida a todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a imediata condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos, em prol da pessoa jurídica lesada, conforme estabelece o art. 5º, LXXIII, da CRFB/88, onde se lê: 
 
‘’Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.’’ 
DA MEDIDA LIMINAR 
 
	Conforme estabelece o art. 5º, § 4º, da Lei n. 4. 717/65, na defesa do patrimônio público caberá à suspensão liminar do ato lesivo impugnado. Observa-se que, no caso em tela, a situação atenta contra a moralidade administrativa, princípio expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal, o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. 
 
	Já o periculum in mora faz-se presente, visto que o processo licitatório já se encerrou. Embora as obras ainda não tenham se iniciado, necessário se faz evitar que os gastos sejam efetuados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou ressarcimento futuro do Erário por parte do Político. 
 
	Assim, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, é cabível e necessária à concessão da liminar. 
 
DOS PEDIDOS 
 
	Ante o exposto, requer: 
 
a) conceda a medida liminar para suspender todos os atos que possam trazer dano ao erário público em especial, a obra do gabinete do impetrado; 
 
b) designe-se audiência prévia de Conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015;
c) cite o impetrado, por precatória, para que responda à presente ação no prazo legal; 
d) a ciência da Pessoa Jurídica de Direito Público na forma do art. 6, §3; 
 
e) intime o representante do Ministério Público Federal para intervir no feito até o final, nos termos do art. 7º, I, a, da Lei n. 4.717/65; 
 
f) ao final julgue procedente o pedido, para invalidar o processo de licitação realizada, bem como todos os atos provenientes desta e condene o impetrado em perdas e danos provocados, no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais);
g) a condenação ao ônus de sucumbência na forma do art. 12 da LAP. 
DAS PROVAS
	Pretende-se produzir todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente a prova documental, prova testemunhal e pericial. 
	
DO VALOR DA CAUSA
	Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais). 
	Nesses termos, 
	Pede deferimento. 
 
Local e data
Advogado
OAB

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