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2017810 175245 Capítulo+2+ +2.1+ +Conceitos+Básicos+de+Sistemas+de+Transporte

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2. ANÁLISE DE SISTEMAS DE TRANSPORTE
2.1. Introdução
O objetivo principal deste capítulo é apresentar alguns conceitos da abordagem de sistemas 
para resolução de problemas em geral, que serão posteriormente estendidos para resolução de 
problemas de transporte. A parte conceitua! está baseada no livro "Engenharia de Sistemas: 
Planejamento e Controle de Projetos", preparado por pesquisadores do Grupo de Análise de 
Sistemas do INPE, em 1972.
2.1.1. Definições
• O que é sistema?
O sistema é definido como um conjunto de partes que se interagem de modo a atingir um 
determinado fim, de acordo com um plano ou princípio;
ou Um conjunto de procedimentos, doutrinas, idéias ou princípios, logicamente ordenados e 
coesos com intenção de descrever, explicar ou dirigir o funcionamento de um todo.
Normalmente, ao estudarmos sistemas, usamos com maior frequência a primeira definição. 
Existem várias outras definições de sistemas, e sua escolha depende basicamente da ênfase que 
mais interessar ao procurar resolver um problema.
• O que é abordagem de sistemas (enfoque sistêmico)?
A abordagem de sistema é um processo de análise no qual se procura disciplinar o bom- 
senso e a intuição através de um raciocínio lógico e uma análise formal do problema. 
Caracteriza-se pela análise do problema como um todo, preocupando-se com as interfaces 
entre sihs diversas partes, pela reunião de equipes interdisciplinares, pelo 
estabelecimento de uma linguagem comum entre os diversos especialistas, enfatizando a 
necessidade de iteração e avaliação permanente.
Os principais elementos relacionados aos conceitos de sistemas são: o meio ambiente, 
entrada (recursos), saídas (resultados), retro-alimentação (controle) e modelo.
16 Análise de Sistemas de Transporte
Entende-se por meio ambiente de um sistema o conjunto de todos os objetos que não fazem 
parte do sistema em questão, mas que exercem alguma influência sobre a operação do mesmo. A 
determinação do meio ambiente envolve a definição da fronteira do sistema.
Recursos ou insumos (entrada) são o conjunto de pessoas, materiais, informações, etc., 
fornecidos ao sistema. Encarando o sistema como um processo, estes recursos são processados, 
obtendo-se no final produtos ou resultados (saída).
. Em face das definições acima, o sistema de transportes pode ser definido como um conjunto 
de partes (veículos, vias, terminais) que se interagem de modo a promover deslocamento 
espacial de pessoas e mercadorias, segundo vontade dos usuários, programação dos operadores, 
e regras estabelecidas. Quanto ao ambiente do sistema de transporte, se o considerarmos 
encerrado num retângulo, o seu ambiente é tudo que se encontra fora do retângulo.
O que en tra no 
sistema (insumos):
Pessoas
Mercadorias
Veículos
Combustível
Solo
Materiais 
Mão de obra 
Etc.
Sistema de T ransporte
Vias, terminais, veículos
Fluxos de: 
Veículos, 
Passageiros, 
Cargas,
Etc.
O que sai do 
sistema (produtos):
Pessoas e 
Mercadorias 
transportadas 
Ruídos 
Fumaças 
Gás carbônico 
Monóxido de 
carbono 
Etc.
F igura 1.1: Sistema de transporte, com entradas e saídas
Em um sistema de transporte urbano o seu ambiente é constituído de atividades 
desenvolvidas nas residências, no comércio, nas indústrias, nas escolas, etc. As entradas são os 
insumos consumidos na produção de transporte e as cargas e pessoas a serem transportadas. A 
saída do sistema são as coisas transportadas e os subprodutos, geralmente indesejáveis, do 
processo de produção de transporte, tais como monóxido de carbono, ruídos, fumaça, etc., que 
serão estudados em detalhe no Capítulo 8, onde serão analisados os principais impactos 
ambientais.
• Representação de sistemas
De uma maneira geral, os sistemas são representados por modelos. O modelo é uma 
abstração, uma representação simplificada de um sistema, para facilitar a análise e/ou projeto do 
mesmo. O modelo é utilizado por duas razões básicas: a) porque toma mais simjples o estudo do 
sistema, para que se possam tirar conclusões úteis; e b) pela impossibilidade de se levar em 
consideração todas as características e aspectos da realidade, que é muito complexa.
A construção de um modelo é baseada em informações obtidas da realidade através da 
observação e/ou medida. A principal vantagem de modelos é que eles permitem experimentação 
e/ou estudos de situações que ainda não existem ou que não devam ser experimentadas na vida 
real. Por exemplo, os efeitos de um acidente automobilístico em alta velocidade sobre um ser 
humano podem ser medidos experimentalmente.
Para um analista de sistema, o que importa, a cada instante, é o modelo do sistema, o qual 
deverá ser confrontado continuamente com a realidade. No entanto, para que este confronto seja 
eficaz é necessário que exista algum critério de medida da adequação do modelo à realidade. E o
Análise de Sistemas de Transporte 17
melhor critério é a confrontação permanente dos resultados deduzidos através de modelos com 
os objetivos estabelecidos para o mesmo. Porém, só se pode confiar neste confronto se os 
objetivos estiverem definidos em termos operacionais, de modo a permitir uma verificação 
adequada dos resultados.
2.1.2. Enfoque sistêmico aplicado à análise e ao planejamento de sistemas de transporte
A análise de sistemas de transporte com a abordagem de sistema pode ser descrita como 
uma análise lógica e coordenada de cada unidade elementar do sistema, usando a mais recente 
metodologia. Essa abordagem se caracteriza por um processo iterativo èm que caminham lado a 
lado a definição do problema e a determinação da solução. O processo pode ser sintetizado na 
forma de fluxograma como segue:
Figura 1.2: Processo de seleção de planos, programas ou projetos
A análise de sistemas transporte pode ser realizada em três etapas básicas. A primeira etapa 
refere-se ao diagnóstico de um sistema de transporte existente, tendo-se em vista a situação 
presente e o futuro previsível. Os problemas existentes ou que poderão ocorrer no futuro 
próximo são geralmente detectados nesta etapa. Uma vez caracterizados os problemas, são 
definidos os objetivos e passa-se para a segunda etapa, que trata da análise dos planos, 
programas ou projetos alternativos, dos impactos das estratégias adotadas na seleção de 
alternativas para o plano de transporte, e da estimativa de custos e benefícios das várias 
estratégias. A terceira etapa está relacionada à avaliação de planos, programas ou projetos 
alternativos e à análise dos impactos das estratégias de tomada de decisão. Esta fase representa 
uma síntese dos resultados das duas primeiras etapas.
O enfoque adotado reconhece a importância das atividades não quantitativas no esforço de 
planejamento. Na verdade, busca-se um equilíbrio entre os aspectos quantitativos e qualitativos 
a serem considerados na análise. Embora a quantificação seja importante e a análise não possa 
prescindir dela, o analista de sistema de transporte deve sempre lembrar que a atividade de
18 Análise de Sistemas de Transporte
análise de sistema é fundamentalmente uma atividade política, em que o ferramental para 
quantificação desempenha o papel que lhe cabe: o de dar suporte à análise.
A importância do transporte no desenvolvimento social e econômico foi discutida no 
Capítulo 1 - Introdução. Em termos de uma nação ou uma região, o planejamento de transporte 
só terá sucesso se ele estiver integrado ao planejamento social e econômico da nação ou região, 
pois o transporte por si só não assegura o desenvolvimento sócio-econômico. O seu papel 
precípuo é propiciar condições para que o planejamento social e econômico tenha sucesso. O 
sucesso deste é que dá a medida do sucesso do planejamento de transporte. Ainda em relação a 
uma nação ou uma região, é preciso que ela estabeleça uma diretriz que indique como os 
recursos devem ser alocadosdentro do setor de transportes.
A oferta de transporte geralmente envolve um grande volume de recursos escassos. 
Portanto, de um lado é necessário que os recursos sejam bem aplicados, isto é, aplicados de 
maneira que proporcionem o máximo de benefícios sociais e econômicos. De outro lado, é 
preciso que aquilo que foi construído ou ofertado seja bem utilizado, pois o uso desordenado ou 
inadequado da infra-estrutura ou de uma frota de veículos significa que a oferta de transporte 
não vai proporciomar à sociedade o máximo de benefícios. Para tanto é preciso que se dê
A principal característica introduzida para atingir este objetivo é a ênfase ao diagnóstico, 
etapa do processo de análise do sistema de transporte que é interdisciplinar e parcipativa por 
natureza, e viabilize a participação de que segmentos da sociedade na discussão do mesmo. 
Convém lembrar que muitas vezes o sistema é diagnosticado com pouca freqüência, geralmente 
quando se pretende elaborar um plano diretor para o setor de transporte em qualquer nível 
governamental, ou quando se analisa projetos alternativos para o sistema, ou ainda quando se 
percebem problemas reais ou iminentes, relativamente graves, no sistema. As etapas 
subseqüentes são calcadas no diagnóstico. Assim, a identificação dos problemas e a geração de 
alternativas não são conduzidas em um contexto idealizado, e sim baseadas nas análises e 
discussões conduzidas na fase do diagnóstico. Com isso a credibilidade e a aceitabilidade política 
são fortalecidas,
2.2. Metodologia para análise de sistema de transporte
A análise de sistemas de transporte acima discutido pode ser detalhado em doze passos 
principais, cada qual contendo um certo número de tarefas. Estes passos são organizados em 
uma seqüência lógica. Deve-se sempre lembrar que esses passos são inter-relacionados, e que 
existem interação entre eles.
F igura 1.3: Passos do processo de análise de sistemas de transporte

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