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Trabalho sobre aracnídeos( aranhas que oferecem riscos a suade humana )

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Introdução 
As aranhas compõem um dos grupos zoológicos de maior abundância e diversidade do planeta, ocorrendo em quase todos os continentes exceto a Antártida. Atualmente são conhecidas cerca de 40.000 espécies agrupadas em 110 famílias. O Brasil possui uma grande diversidade de espécies de aranhas, no entanto ainda há poucos estudos referentes a distribuição dessas espécies.
Dessas destacam-se as que possuem importância médica, que se restringem a apenas três Phoneutria Perto, 1833, Loxosceles Cheiene & Löwe, 1835 e Latrodectus Walckenaer, 1805, enquanto Lycosa, e as caranguejeiras (subordem Mygalomorphae), possuem menor grau de periculosidade.
As aranhas só picam para se alimentar sendo o seu veneno geralmente constituído de proteínas que iram degradar o tecido e torná-lo um “suco” ou quando se sentem ameaçadas até mesmo existem espécies das famílias Uloboridae e Holoarchaeidae que não produzem veneno, são animais muito importantes no ecossistema sendo predadoras de insetos (podendo apresentar canibalismo), e algumas espécies maiores como a Theraphosa blondi Latreille 1804 (aranha-golias) que alimentam-se até mesmo de pequenos mamíferos, aves e repteis, Sendo assim participam ativamente do equilíbrio ambiental de uma região e ate mesmo no controle de pragas agrícolas.
Estimativas indicam que cerca de, 29.816 pessoas foram picadas por aranhas no ano de 2013, no entanto apenas uma pequena parte dessas teve real importância médica, o número de casos relacionados a picadas de aranhas é causado principalmente pela destruição do habitat desses aracnídeos, o que força os animais a ir para zonas urbanas em busca de alimento, entrando assim em contato direto com o ser humano. 
Como é o caso do aumento exponencial de picadas por aranhas do gênero loxosceles, na região sul desde o ano de 1980 em decorrência de uma intensificação da expansão de áreas agrícolas e urbanas na região. 
As espécies que possuem importância médica tendem a ser mais estudadas isso abrange as espécies dos gêneros:
Phoneutria sp. 
No mundo, existem oito espécies de Phoneutria descritas, todas ocorrendo no Brasil: P. basilienses Simó & Brescovit 2001, P. boliviensis (F.O. Pickard-Cambridge 1897), P. eickstedy Martins & Bertani 2007, P. fera Perty 1833, P. keyserling (F.O. PickardCambridge, 1897), P. nigriventer (Keyserling 1891), P. pertyi (F.O. Pickard-Cambridge, 1897) e P. reidyi (F.O. PickardCambridge ), sendo que essas estão distribuídas por todas as regiões brasileiras exceto parte da região nordeste.
Essas são conhecidas como “armadeiras” em razão do fato de, ao assumirem comportamento de defesa, apoiam-se nas pernas traseiras, erguem as dianteiras e os palpos, abrem as quelíceras, tornando bem visíveis os ferrões, podem atingir de 3 cm a 4 cm de corpo e 15 cm de envergadura de pernas. 
Estas aranhas caracterizam-se pela disposição dos olhos em três filas (2-4-2) e pela presença de uma escova de pelos na face interna do palpo. O corpo é coberto por pelos curtos, aderentes, marrons acinzentados; nas quelíceras os pelos são vermelhos. No abdômen há pares de manchas claras formando uma faixa longitudinal. As pernas apresentam espinhos negros implantados em manchas claras. Durante o dia, escondem-se em lugares úmidos e escuros e saem para caçar normalmente a noite, podem ser atraídas para dentro de residências, mas normalmente ficam em locais como restos de entulhos, madeiras e outros; são animais errantes, ou seja, não tecem teias.
O gênero representa cerca de metade dos casos de picadas por aranhas, sendo que essas se tornam agressivas quando ameaçadas, e inoculam o veneno na vítima estudos experimentais demonstraram que o veneno atua basicamente sobre os canais de sódio, induzindo despolarização das fibras musculares e de terminações nervosas, sensitivas e motoras do sistema nervoso autônomo, ocasionando liberação de catecolaminas e acetilcolina. 
Após a picada predominam as manifestações locais. A dor, sintoma mais frequente, ocorrendo imediatamente após a picada, desde leve até muito intensa, quase insuportável, pode irradiar-se à raiz do membro acometido. No local picado, pode-se observar edema, eritema e sudorese ao redor dos dois pontos de inoculação. As picadas ocorrem mais frequentemente nas extremidades dos membros, não evoluindo de lesão para necrose. 
O tratamento visa combater sintomas do envenenamento, neutralizar o veneno circulante e dar suporte às condições clínicas do paciente. O combate à dor deve ser sempre realizado, podendo ser usados analgésicos por via oral ou parenteral e/ou anestésicos locais, sem vasoconstritor. 
A soroterapia está formalmente indicada em crianças menores que sete anos de idade, com acidentes moderados e em todos os acidentes graves. Deve ser aplicada pela via endovenosa, sem diluição, na dose de 2-4 ampolas para os casos moderados e de 5-10 ampolas nos casos graves, sendo a mesma dose utilizada para adultos e crianças.. 
Loxosceles sp.
Já o gênero Loxosceles apresenta 102 espécies, das quais apenas 30 ocorrem na América do Sul e no Brasil há registro de dez delas: L. adelaida Gertsch 1967, L. amazonica Gertsch 1967, L. anomala (Mello-Leitão 1917), L. gaucho Gertsch 1967, L. hirsuta Mello-Leitão 1931, L. immodesta Mello-Leitão 1917, L. intermedia MelloLeitão 1934, L. laeta Nicolet 1849, L. similis Moenkhaus 1898 e L. puortoi Martins, Knysak & Bertani 2002,),sendo que estaas podem ser encontradas em todas as regioes do Brasil.
Essa e uma espécie bastante comum no mundo todo, é cosmopolita e se adapta bem a ambientes bastante antropisados, são aranhas pequenas medindo ate 1 cm de corpo e até 3 cm de perna, possuem seis olhos reunidos em três pares (2-2-2). Corpo com poucos pelos, de cor uniforme, marrom esverdeado, com pernas finas e longas. Vivem em locais como cantos de parede, telhas empilhadas, atrás de moveis e quadros e na natureza em locais como cascas de árvores, fendas de barrancos, pedras, tece teias irregulares em locais protegidos do contato com a luz solar, sendo que podem ser encontradas ate mesmo em cavernas, possuindo habito noturno.
Não é agressiva e os casos de picada normalmente acontecem por acidentes como o consequente esmagamento do aracnídeo, o veneno da Loxosceles possui atividades hemolítica e dermonecrótica, que parecem ser causadas pela fosfolipase D que, por ação direta ou indireta, atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do endotélio vascular ou hemácias. Em virtude dessa ação, são ativadas as cascatas do sistema complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose local. Admite-se, também, que a ativação desses sistemas participa da patogênese da hemólise intravascular disseminada, observada nas formas mais graves de envenenamento. 
O grande problema é que a picada é praticamente imperceptível e raramente se evidencia lesão imediata. Os sintomas locais evoluem lentamente, e, nas primeiras horas, lembram picada de inseto, sendo esta e ignorada pelo paciente e pelos trabalhadores da área de saúde, a lesão pode apresentar duas formas clínicas, sendo a cutânea e a cutâneo visceral.
Há estudos que comprovam que o uso do antiveneno não possui os mesmos efeitos após 36 h de inoculação do veneno, sendo assim deve-se fazer o tratamento com soro e o uso de corticoesteroide local e por via sistêmica, em casos mais graves utiliza-se dapsona como modulador da resposta inflamatória para redução do quadro local, na dose de 50 a 100 mg/dia, via oral por duas semanas aproximadamente. Cuidar das lesões cutâneas com constante hidratação e assepsia.
Latrodectus spp.
Latrodectus possui 30 espécies catalogadas, distribuídas em regiões quentes e/ou temperadas de todo o mundo. Das espécies conhecidas para o Brasil, L. curarienses Muller 1776, L. geometricus C. L. Koch 1841 e L. mactans Fabricius 1775,são encontradas e todas as regiões brasileiras.
Essa é também chamada de “viúva-negra”
devido ao seu comportamento em que logo após a copula, a fêmea devora o macho.
A fêmea tem ate 1 cm de corpo e 3 cm de envergadura das pernas, o abdome globoso, negro, com desenhos de colorido vermelho vivo ou corpo esverdeado ou acinzentado com manchas alaranjadas. As manchas de cor vermelha ou laranja do ventre apresentam-se em forma de ampulheta. Os olhos são dispostos em duas fileiras de quatro (4-4). Suas teias são irregulares e construídas sob pequenos arbustos, são encontradas em áreas urbanas, restingas, áreas florestadas, cerrado, nessas áreas essas possui limitações como por exemplo a altitude, sendo que essa e pouco observada em ambiente domiciliar, não são agressivas e chegam a simular a morte quando agredidas, podendo ate mesmo encontrar-se espécimes de diferentes idades partilhando a mesma teia. Os machos possuem cerca de 3 mm e não oferecem perigo.
A alpha-latrotoxina é o principal componente tóxico da peçonha da Latrodectus. Atua sobre terminações nervosas sensitivas provocando quadro doloroso no local da picada. Sua ação sobre o sistema nervoso autônomo, leva à liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos e, na junção neuromuscular pré-sináptica, altera a permeabilidade aos íons sódio e potássio. 
Geralmente, o quadro se inicia com dor local em cerca de 60% dos casos, de pequena intensidade, evoluindo para sensação de queimadura 15 a 60 minutos após a picada. Pápula eritematosa e sudorese localizada são observadas em 20% dos pacientes. Podem ser visualizadas lesões puntiformes. Na área da picada há referência de hiperestesia e pode ser observada a presença de placa utriculariforme acompanhada de enfartamento ganglionar regional. Em casos mais graves pode causar edema pulmonar agudo.
O soro antilatrodectus é indicado nos casos graves, na dose de uma a duas ampolas por via intramuscular. A melhora do paciente ocorre de 30 minutos a três horas após a soroterapia. 
Medidas de controle 
As aranhas devem ser controladas devido ao risco que proporcionam a vida humana, mas exterminá-las não seria viável já que essas são predadoras de insetos que podem ser carreadores de doenças como baratas e moscas, além disso essas são essenciais para o equilíbrio do meio ambiente.
Para o controle medidas simples devem ser tomadas, como manter limpo o quintal, jardins e terrenos baldios, o forro da casa, não acumular tijolos, madeiras e restos de lixo; 
Aparar a grama de jardins e sempre recolher as folhas caídas;
Sempre utilizar calçados e luvas durante essas atividades de limpeza 
Manter armários e gavetas sempre fechados, pois esses podem servir de abrigo para esses animais;
Examinar roupas e calçados antes de usá-los;
O controle químico não e o mais aconselhado pois além de poluir o meio ambiente também pode afetar a vida de outros seres vivos, sabe-se que aracnídeos em geral costumam ficar por um longo período de tempo em apenas um lugar, sendo assim esse método não resolveria o problema e teria um alto custo.
Conclusão 
Conclui-se que as aranhas dos gêneros explorados no seguinte trabalho oferecem grande risco a saúde humana sendo necessário o controle de suas populações, no entanto não deve-se eliminar as espécies descritas pois essas possuem um papel extremamente importante no controle de insetos e são essenciais para se manter a biodiversidade e o meio ambiente. 
Bibliografia 
C. Palmira ; M. Marisa de Azevedo- Marques& Sylvia Evelyn Hering Docentes. Departamento de Puericultura e Pediatria. Docente. Departamento de Clínica Médica. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP 
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Médica Veterinária da Vigilância à Saúde do Distrito Sul Com a colaboração dos técnicos: 
Almeida M.
Bióloga da Vigilância à Saúde do Distrito Sul Técnico em Química da Vigilância à Saúde do Distrito Sul 
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Médico Veterinário Sanitarista Especialista em Saúde Pública Veterinária Coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Campinas 
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Castro A., Silva T. e Silva J.
. Primeira Autora é Estudante de graduação do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n – Dois Irmãos. CEP: 52171-900. Recife/PE Segunda Autora é Estudante de graduação do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n – Dois Irmãos. CEP: 52171-900. Recife/PE Terceiro Autor é Professor Adjunto do Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n – Dois Irmãos. CEP: 52171-900. Recife/PE.
http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/r0947-1.pdf

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