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PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL - DIREITO EMPRESARIAL - VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (CONTESTAÇAO)

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No dia 2/1/2005, Caio Moura foi regularmente nomeado diretor financeiro da ABC S.A., sociedade anônima aberta, tendo, na mesma data, assinado o termo de sua posse no competente livro de atas.
O artigo 35 do estatuto social da companhia era expresso em outorgar ao diretor financeiro amplos poderes para movimentar o caixa da sociedade do modo como entendesse mais adequado, podendo realizar operações no mercado financeiro sem necessidade de prévia aprovação dos outros membros da administração.
No entanto, em 3/2/2006, Caio Moura efetuou operação na então Bovespa (atualmente BM&FBovespa) que acarretou prejuízo de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) à ABC S.A.
A despeito do ocorrido, Caio Moura permaneceu no cargo até a assembleia geral ordinária realizada em 3/2/2007, por meio da qual os acionistas da companhia deliberaram (i) aprovar sem reservas as demonstrações financeiras relativas ao exercício de 2006; (ii) não propor ação de responsabilidade civil contra Caio Moura; e (iii) eleger novos diretores, não tendo Caio Moura sido reeleito.
A ata dessa assembleia foi devidamente arquivada na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul e publicada nos órgãos de imprensa no dia 7/2/2007.
Todavia, em 15/2/2010, ainda inconformados com a deliberação societária em questão, XZ Participações Ltda. e WY Participações Ltda., acionistas que, juntos, detinham 8% (oito por cento) do capital social da companhia, ajuizaram, em face de Caio Moura, ação de conhecimento declaratória de sua responsabilidade civil pelas referidas perdas e condenatória em reparação dos danos causados à companhia, com base nos arts. 159, §4º, e 158, II, ambos da Lei 6.404/1976.
Esse processo foi distribuído à 1ª Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio Grande do Sul.
Citado, Caio Moura, que sempre atuou com absoluta boa-fé e visando à consecução do interesse social, procura-o. Elabore a peça adequada.
Resposta
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Processo nº: ....
(Espaço de 6 a 8 linhas)
Caio Moura..., já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, regularmente constituído e qualificado na procuração em anexo (DOC. 001), apresentar a presente 
Contestação
com fundamento no Art. 300, do CPC, tendo em vista se tratar de ação pelo rito ordinário, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
1. Dos Fatos
As Autoras ajuizaram a presente ação em face do Réu buscando lhe responsabilizar pelo prejuízo de dez milhões de reais que a Socidade Anônima ABC S.A. sofreu em virtude de operação financeira realizada pelo Réu, à época administrador da referida Sociedade Anônima. Contudo, a operação realizada pelo Réu, quando administrador, se deu dentro das prerrogativas que lhe foram outorgadas pelo estatuto social da sociedade em tela, tendo, os acionistas, por meio de assembléia ordinária em 03/07/2006, não propor ação de responsabilidade civil contra o Réu.
2. Das Preliminares - Prescrição
Inicialmente, cumpre ressaltar que a pretensão dos autores já se encontra prescrita.
Isso porquê antes da ação de responsabilidade, seria necessário anular a deliberação da Assembleia Geral que aprovou as contas - sem qualquer ressalva - do Réu. Para tanto, o art. 286 da Lei 6.404/76 (“LSA”) estabelece o prazo prescricional de 2 anos contados do registro, no caso ocorrido em 7/2/07. Assim, a ação de anulação de deliberação – pressuposto para a ação de responsabilidade – estaria prescrita em 7/2/09, logo antes da propositura da presente ação.
Ademais, caso se utilize como fundamento da presente ação o art. 287, II, b, 2) da LSA, o prazo prescricional seria de 3 anos para que o acionista proponha ação contra administradores, logo a prescrição estaria consumada em 7/2/10, novamente antes da propositura da presente ação.
Desse modo, qual seja por qualquer dos argumentos, estaria a presente ação impossibilidade de continuar tendo em vista a operação da prescrição.
3. Do Direito
Caso passada a questão da prescrição retro mencionada, o que, por si só, tem o condão de extinguir o presente feito, melhor sorte não assiste os Autores no mérito. Os pressupostos para que seja viabilizada ação de indenização contra o réu não compram cumpridos.
Isso porquê, o Réu não violou a lei nem o estatuto social, ou seja, cumpriu com seus deveres nos termos do art. 154 da LSA e, portanto, isento de responsabilidade conforme art. 158 da LSA. Além disso, atuou sempre de boa-fé e visando o interesse da Companhia, de forma que qualquer responsabilidade do administrador deve ser excluída pelo magistrado consoante o disposto no art. 159, § 6º da LSA.
Não obstante os argumentos fáticos e legais apresentados acima, a Assembleia Geral que aprovou as contas e demonstrações financeiras do exercício social findo tem 31/12/06 não fez qualquer ressalva à aprovação, de forma que ficam os administradores eximidos de qualquer responsabilidade nos termos do art. 134, § 3º da LSA. Rememore-se que a alegação de qualquer vício acerca da deliberação assemblear está prescrita conforme já exposto no item 2 acima.
Por conseguinte, não tem o Réu qualquer responsabilidade pelos prejuízos causados à Companhia tendo em vista que cumpriu com seus deveres legais, seja pelo viés da Lei ou do Estatuto Social.
4. Dos Pedidos:
Ante o exposto, requer:
a) a extinção do processo, nos termos do art. 267, 269, IV e 329 do CPC, tendo em vista a operação da prescrição ocorrida em 7/2/09 e/ou 7/2/10 conforme arts. 282 e 283 da LSA.;
b) caso perpassada a questão da prescrição, a total improcedência dos pedidos dos autores;
c) a produção de prova por todos os tipos admitidos, conforme art. 300 do CPC;
d) que as intimações sejam feitas na pessoa de seu patrono com endereço à ...., nos termos do art. 39, I do CPC;
Nestes termos,
Pede deferimento,
Local ...., Data ....,
Advogado ...
OAB nº ....

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