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201781 215017 Apostila+ +DISCIPLINA+DE+GEST%c3%83O+PUBLICA+2017 2

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FACULDADE 7 DE SETEMBRO
Rua Maximiano da Fonseca, 1395
Eng. Luciano Cavalcante
Fortaleza, Ceará | CEP 60811-020
www.fa7.edu.br
DISCIPLINA: GESTÃO PUBLICA – 2017.2
Profa. Carla Pimenta Leite
UNIDADE I - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO E DEVERES DO ADMINISTRADOR BRASILEIRO
POR QUE NÃO POSSO DEIXAR DE PAGAR O IPVA DO CARRO?
POR QUE A GREVE NÃO PODE SER EM CARATER DE TEMPO INDETERMINADO?
POR QUE SERVIDOR PÚBLICO TEM ESTABILIDADE?
1. CONCEITO 
2. NATUREZA - Múnus Público 
3. FINS
Garantir o bem comum da coletividade, sempre defendendo o interesse público.
4. PRINCÍPIOS BÁSICOS
	 
Princípios Gerais
	Características
	Legalidade
	Na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido; na Administração Pública tudo o que não está permitido é proibido. O administrador está rigidamente preso à lei e sua atuação deve ser confrontada com a lei.
	Impessoalidade
	O administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não fazer distinções com base em critérios pessoais. Toda atividade da Adm. Pública deve ser praticada tendo em vista a finalidade pública.
	Moralidade
	O dever do administrador não é apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração.
	Pub
licidade
	Requisito da eficácia e moralidade, pois é através da divulgação oficial dos atos da Administração Pública que ficam assegurados o seu cumprimento, observância e controle.
	Eficiência
	É a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Adm. Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios.
	Supremacia do Interesse Público
	O interesse público têm SUPREMACIA sobre o interesse individual; Mas essa supremacia só é legítima na medida em que os interesses públicos são atendidos.
	Presunção de Legitimidade
	Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em contrário (presunção relativa ou juris tantum – ou seja, pode ser destruída por prova contrária.)
	Finalidade
	Toda atuação do administrador se destina a atender o interesse público e garantir a observância das finalidades institucionais por parte das entidades da Administração Indireta.
	Auto-Tutela
	A autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da legalidade e eficiência dos seus atos; nada mais é que um autocontrole SOBRE SEUS ATOS.
	Continuidade do Serviço Público
	O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não se permite que seja invocada, pelo particular, a exceção do contrato não cumprido. Os serviços não podem parar !
	Razoabilidade
	Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao atendimento do interesse coletivo, SEM EXAGEROS.
UNIDADE II - OS PODERES INSTRUMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Poder-Dever de Agir: O poder tem para o agente público o significado de dever para com a comunidade e para com os indivíduos, no sentido de que quem o detém está sempre na obrigação de exercitá-lo.Pode ser renunciado?
Dever de Eficiência: avaliação periódica de desempenho incluída pela EC 19/98..
Dever de Probidade: ligado na conduta do administrador público como elemento necessário à legitimidade dos seus atos. (artigo 37, §4º, CF/88).
Dever de Prestar Contas: cabe somente ao administrador deve prestar contas?
Dever de Obediência: cabe ao agente escolher como agir de acordo com suas convicções pessoais?
2. USO E ABUSO DO PODER
 3. TIPOS DE PODER
Vinculado ou Regrado
A lei determina os elementos e requisitos necessários à sua formalização; 
b) Discricionário
A Administração concede ao administrador a liberdade de escolha de conveniência, oportunidade e conteúdo.O ato praticado com discricionariedade (motivo e forma) pode ser modificado pelo Judiciário? A
 justiça somente anula atos ilegais, não podendo revogar atos inconvenientes ou inoportunos, mas formal e substancialmente legítimos.
 c) Hierárquico
Distribui e escalona as funções de seus órgãos; 
 d) Regulamentar
Privado do chefe do Executivo (artigo 84, IV e VI, CF/88). Confere ao chefe do Executivo a possibilidade de, por ato exclusivo e privativo, editar normas complementares à lei para o fim de explicitá-lo ou de prover a sua execução. Decreto autônomo e regulamentar.
 e) Disciplinar
Interno, apura a falta, aplica punição administrativa. Qual a diferença do poder hierárquico?
 f) De Polícia
Conceito : Atribuição ou poder conferido à administração de impor limites ao exercício de direitos e de atividades individuais em função do interesse público primário. 
Fundamento: Decorre da supremacia do interesse público em relação ao interesse do particular. Instituído pelo Código Tributário Nacional em seu art. 78 que estabelece cobrança de Taxa , decorrente do exercício de poder de polícia .Poder de polícia administrativa e judiciária - diferenças 
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 UNIDADE III - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
POR QUE O ESTADO TEM DE PAGAR INDENIZAÇÃO À FAMILIA DO PRESO QUE SE SUICIDA NA PRISÃO?
1. CONCEITO 
 A responsabilidade civil do Estado é, primeiramente, uma obrigação EXTRACONTRATUAL que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando em seu nome, causem a particulares. Tem como elementos: 
 Atuação com DOLO ou CULPA DANO NEXO CAUSAL direto e imediato 
2. EVOLUÇÃO (FASES) : 
IRRESPONSABILIDADE DO ESTADO Absolutismo (“the king do not wrong”).
RESPONSABILIDADE COM CULPA CIVIL COMUM DO ESTADO Só há obrigação de indenizar quando os agentes agem com CULPA ou DOLO (responsabilidade SUBJETIVA). 
TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA (“CULPA DO SERVIÇO” OU “CULPA ANÔNIMA”) Só há obrigação de indenizar na ocorrência de FALTA (OBJETIVA) NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO pelo Estado (INEXISTÊNCIA, MAU FUNCIONAMENTO ou RETARDAMENTO). Ônus da prova: particular. Admite excludentes. Apesar de ser subjetiva, não se exige que seja provada culpa do agente (CULPA ANÔNIMA). - Embasa a responsabilidade do Estado nos casos de danos por OMISSÃO. 
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO Responsabilidade OBJETIVA: basta que exista o dano e o nexo direto e A CULPA É PRESUMIDA, salvo se a AP provar culpa do particular para atenuar (culpa recíproca) ou excluir (culpa exclusiva do particular, caso fortuito ou força maior) a sua. Admite excludentes. Ônus da prova: AP. Teoria adotada no Brasil. 
TEORIA DO RISCO INTEGRAL Responsabilidade OBJETIVA que não admite excludentes. Adotada em algumas situações: - Acidentes de trabalho - Indenização coberta pelo seguro obrigatório para automóvel - Dano decorrente de material bélico - Danos ambientais - Danos nucleares 
 3. FUNDAMENTOS JUSTIFICADORES DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO 
 - É uma face do princípio da igualdade: se todos seriam beneficiados pelos fins visados pela AP, todos devem suportar os riscos decorrentes dessa atividade. Seria injusto que os que sofrem danos precisassem comprovar a existência de culpa da AP ou de seus agentes. - Revisaço DPU: o Estado pode causar danos particulares atuando de forma legal, pois sua ação visa o interesse público, ainda que por vezes atue em detrimento dos interesses de particulares. Por esta razão, ao particular, por suportar os possíveis danos causados em nome da coletividade, poderá surgir a possibilidade da indenização. Trata-se do PRINCÍPIO DA DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DOS ÔNUS E DIREITOS DOS ADMINISTRADOS. 
 3.1 RESPONSABILIDADE OBJETIVA (RISCO ADMINISTRATIVO) 
 - Art. 37, §6º da CF/88: “AS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E AS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS RESPONDERÃO PELOS DANOS QUE SEUS AGENTES, NESSA QUALIDADE, CAUSAREM A TERCEIROS, ASSEGURADO O DIREITO DE REGRESSO CONTRA O RESPONSÁVEL NOS CASOS DE DOLO OU CULPA”. 
 PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO Prestadoras de SERVIÇOS PÚBLICOS Exploradoras de ATIVIDADE ECONÔMICA Responsabilidade OBJETIVA conforme o art. 37, §6º, CF. A responsabilidadedo Estado é SUBSIDIÁRIA. Responsabilidade CIVIL SUBJETIVA na modalidade culpa comum. 
 4. 	EXCLUDENTES 
4.1 CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA;
4.2 FORÇA MAIOR E CASO FORTUITO 
 - Não há distinção entre as duas figuras nem no CC/2002, nem nas leis administrativas. Nem a jurisprudência diferencia. - São EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA porque AFASTAM O NEXO DE CAUSALIDADE. Ex.: agentes públicos derrubam árvore morta e tomam todas as precauções para que a árvore caia para um lado, mas uma rajada de vento derruba o tronco para o lado oposto e danifica uma casa. O 
 5 ATOS LEGISLATIVOS 
 - Em regra, não acarretam responsabilidade para o Estado, a não ser na edição de LEIS INCONSTITUCIONAIS ou de EFEITOS CONCRETOS. No primeiro caso, se a lei inconstitucional causar dano ao particular, a responsabilização depende da declaração de inconstitucionalidade da lei pelo STF. As leis de efeitos concretos não são dotadas de generalidade, impessoalidade e abstração (têm destinatário certo). 
 6  ATOS JURISDICIONAIS 
 - Regra geral: não há responsabilidade civil do Estado em face dos atos jurisdicionais praticados pelos juízes. Exceções: a) Atos não jurisdicionais  praticados pelo juiz e pelos demais órgãos do Judiciário, incide a responsabilidade objetiva; b) Erro judiciário e condenado preso além do tempo fixado na sentença  responsabilidade OBJETIVA, independe de dolo ou culpa do juiz. Restringe-se à esfera penal. Prisões preventivas (quando há a absolvição) não é erro judiciário. - Obs.: o CPC estatui a responsabilidade do juiz quando proceder com dolo. A responsabilidade é pessoal do juiz e só alcança as condutas dolosas, e não eventuais erros decorrentes de culpa, ainda que danosos. 
 
UNIDADE IV - ATOS ADMINISTRATIVOS
POR QUE O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO NÃO PODERIA TER VOADO , À TRABALHO, NO AVIÃO DO EIKE BATISTA?
1. ATOS DA ADMINISTRAÇÃO 
A expressão “ato da Administração” tem sentido mais amplo do que a expressão “ato administrativo”. 
 Ato administrativo, afirma, “é toda manifestação unilateral de vontade da Administração que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si mesma.”
Vale destacar, no conceito, os seguintes elementos:
Manifestação unilateral de vontade;
Administração Pública agindo na qualidade de Administração Pública;
Produção de efeitos.
É oportuno ressaltar que, para Hely Meirelles, o ato administrativo, como dito, é espécie do ato jurídico, acrescentando-se a finalidade pública, que é própria da espécie. Para outros, o que o distingue dos demais atos jurídicos é a presença da potestade pública, agindo com prerrogativas próprias do poder público. Há, ainda, os que apontam como caráter distintivo o regime jurídico administrativo. Cretella Júnior apresenta como notas típicas do ato administrativo o agente (que é sempre o poder público ou pessoa que o represente) e a matéria administrativa.
Apesar de posições divergentes, como a de Celso Antônio, por exemplo, grande parte dos administrativistas (Di Pietro, Marcelo Caetano, Régis Fernandes de Oliveira e outros) reserva a expressão ato administrativo apenas para os marcados pela unilateralidade.
3. REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO
O GUARDA DA AMC PODE MULTAR NA BR 116?
1. Competência 
“Poder atribuído ao agente da Administração para o desempenho específico de suas funções”. Simplesmente, poder legal para agir, para praticar determinados atos.
2. Finalidade
“O objetivo de interesse público a atingir”. É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato. 
Em sentido amplo, a finalidade sempre corresponde à consecução de um resultado de interesse público.
Em sentido estrito, finalidade é o resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido na lei. Nesse sentido, se diz que a finalidade do ato administrativo é sempre a que decorre explícita ou implicitamente da lei.
Seja desatendido o seu fim de interesse público (sentido amplo), seja infringida a finalidade legal do ato (sentido estrito), para satisfazer a objetivo diverso daquele que a lei lhe previu, ocorre o que chamamos “desvio de poder” ou “desvio de finalidade”.
3. Forma 
“O revestimento exteriorizador do ato”, averba Hely Meirelles. No Direito Privado a liberdade de forma é a regra; no Direito Público, é a exceção. Assim, todo ato administrativo é, em princípio, formal. A forma usual é a escrita, mas existem outras formas possíveis, como lembra Diógenes Gasparini: a oral, a pictórica, a eletromecânica, a mímica.
Os doutrinadores acima citados distinguem forma de formalidade. A professora Di Pietro, porém, inclui no conceito de forma não só a exteriorização do ato mas todas as formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à publicidade.
Vale ainda lembrar que, por expressão previsão do ordenamento jurídico, o silêncio pode ser considerado ato administrativo, apesar de opiniões em contrário.
4. Motivo 
“O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato administrativo.”
A propósito do motivo do ato, convém lembrar a TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES. De acordo com essa teoria, o ato só será válido se os motivos invocados para sua prática, sejam eles exigidos por lei, sejam eles alegados facultativamente pelo agente público, realmente ocorreram e o justificavam. Portanto, a invocação de motivos falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato, ou seja, a desconformidade entre os motivos invocados e a realidade acarreta a invalidade do ato praticado.
Não se confundem motivo e motivação. O primeiro, é o pressuposto de fato que leva a Administração a praticar o ato; a motivação, é a exposição do motivo, das razões que levaram à Administração à prática do ato. A motivação diz respeito às formalidades do ato.
5. Objeto
“O objeto identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta, simplesmente, situações preexistentes.” É o que o ato é em si. É o que o ato prescreve, dispõe. É o efeito jurídico imediato que o ato produz. O objeto, nos atos discricionários, fica na dependência da escolha do Poder Público, constituindo essa liberdade opcional o mérito administrativo. O mérito administrativo, para Hely Meirelles, consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar. A professora Di Pietro, afirma, resumidamente, que mérito é o aspecto do ato administrativo relativo à conveniência e oportunidade. E acrescenta: só existe nos atos discricionários. Celso Antônio Bandeira de Mello, sobre o mesmo tema, assim se pronuncia: “mérito do ato é o campo de liberdade suposto na lei e que efetivamente venha a remanescer no caso concreto, para que o administrador, segundo critérios de conveniência e oportunidade, decida-se entre duas ou mais soluções admissíveis perante a situação vertente, tendo em vista o exato atendimento da finalidade legal, ante a impossibilidade de ser objetivamente identificada qual delas seria a única adequada.” 
Diga-se, ainda, que o objeto dos atos administrativos deve ser certo, lícito, materialmente possível e moral.
Convém destacar que os três primeiros são elementos vinculados de todo ato administrativo, conforme posição doutrinária predominante.
A posição de Celso Antônio Bandeira de Mello diverge da Hely Meirelles, por conceber os atos administrativos como tendo apenas dois elementos. Todavia, para o concurso em perspectiva deve ser considerada a posição tradicional, acima referida.
4. ATRIBUTOS (CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO
É mais um campo de abundante divergência doutrinária. O magistério de Hely Meirelles, tantas vezes referido, aponta três atributos:
1. Presunção de LegitimidadeAtributo pelo qual se presume que o ato administrativo é conforme ao Direito. É presunção juris tantum (admite prova em contrário). É uma decorrência do princípio da legalidade. Gera como conseqüências:
A possibilidade de imediata execução ou operatividade dos atos administrativos, mesmo que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à invalidade;
A inversão do ônus da prova - a prova da invalidade do ato administrativo é de quem a invoca (neste ponto, há divergência doutrinária);
O Juiz não pode declarar ex officio a invalidade do ato.
Há quem distinga presunção de legitimidade (conformidade com a lei) e presunção de veracidade (verdade dos fatos alegados pela Administração). Muitos autores, entretanto, abrigam as duas idéias sob a locução presunção de legitimidade.
2. Imperatividade 
“É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execução”. É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância, constituindo-lhes em obrigação.” Decorre da prerrogativa que tem o poder público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros. É o chamado “poder extroverso”. Esse atributo não existe em todos os atos administrativos, mas apenas naqueles que consubstanciam uma ordem, um provimento, uma obrigação. Não existe nos atos enunciativos nem nos atos negociais.
3. Auto-executoriedade 
“a auto-executoriedade consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, independentemente de ordem judicial.” A auto-executoriedade, como se intui, também não está presente em todos os atos administrativos. A sua existência, mormente nos atos decorrentes da atividade de polícia administrativa, é de grande valia para a tutela do interesse público. A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro pondera que a auto-executoriedade só é possível:
quando expressamente prevista em lei (veja exemplos na Lei 8.666/93 e alterações posteriores);
quando se trata de medida urgente que, caso não adotada de imediato, possa ocasionar prejuízo maior para o interesse público. Neste caso entende-se que a autorização para a auto-execução está implícita no sistema legal.
Gasparini, Celso Antônio e Regis Fernandes de Oliveira ainda acrescentam um outro atributo: a exigibilidade (é a qualidade em virtude da qual o destinatário do ato administrativo é impelido à obediência das obrigações por ele impostas). A exigibilidade permite à Administração valer-se de meios indiretos de coerção (não se confunde com a auto-executoriedade, que permite o uso de meios diretos de coerção) que induzam o administrado à obediência. 
Di Pietro também menciona a tipicidade (é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinado resultado). Trata-se de decorrência do princípio da legalidade que a afasta a possibilidade de a Administração, como regra, praticar atos inominados.
5. CLASSIFICAÇÃO
A diversidade é a característica entre os administrativistas. Consideraremos a classificação de Hely Meirelles, não em sua totalidade, mas apenas nos seus aspectos mais requeridos.
Quanto aos destinatários:
Atos Gerais - também chamados de atos regulamentares. “São aqueles expedidos sem destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato abrangida por seus preceitos.”
Atos Individuais - também chamados de atos especiais. “São todos aqueles que se dirigem a destinatários certos, criando-lhes situação jurídica particular.” Geramdoreito adquirido quando publicados 
Quanto ao alcance:
Atos Internos - “são os destinados a produzir efeitos no recesso das repartições administrativas, e por isso mesmo incidem, normalmente, sobre os órgãos e agentes da Administração que os expediram.”
Atos Externos - também chamados, mais propriamente, de atos de efeitos externos. “São todos aqueles que alcançam os administrados, os contratantes e, em certos casos, os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios, ou conduta perante a Administração.”
Quanto ao objeto:
Atos de Império - também chamados de atos de autoridade. “São todos aqueles que a Administração pratica usando de sua supremacia sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.”
Atos de Gestão - “são os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os destinatários. Tal ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços públicos e nos negociais com os particulares, que não exigem coerção sobre os administrados.” 
Atos de Expediente - “são todos aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser proferida pela autoridade competente.”
		Esta classificação é fortemente criticada por vários administrativistas.
Quanto ao regramento:
Atos Vinculados - também chamados de atos regrados. “São aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização.” Impõe-se à Administração o dever de motivá-los, no sentido de evidenciar a conformação de sua prática com as exigências e requisitos legais que constituem pressupostos necessários de sua existência e validade. É a lição de Hely Meirelles.
Atos Discricionários - “são os que a Administração pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização.” Ato discricionário não se confunde com ato arbitrário: o primeiro é praticado dentro dos limites da lei; o segundo, é ação contrária ou excedente da lei.
		Considerando a discricionariedade administrativa, é oportuno registrar que discricionários são os meios e modos de administrar, nunca os fins a atingir, pois estes são sempre impostos, explícita ou implicitamente, pela legislação. 
Quanto à formação do ato:
Ato Simples - “é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado”;
Ato Complexo - “é o que se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão”;
Ato Composto - “é o que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro, para se tornar exeqüível.” Sobre o ato composto, diz Di Pietro: “é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal.” Observa, ainda, que os atos que, em geral, dependem de autorização, aprovação, homologação, visto, são compostos. 
6. Quanto ao interesse:
Definitivo 
Precário 
6. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
Para Hely Meirelles, são as seguintes as espécies de atos administrativos:
Atos Normativos - “são aqueles que contém um comando geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei.” É criticável o conceito retromencionado, porque a competência normativa da Administração não se esgota no exercício do Poder Regulamentar pelo Poder Executivo. Há atos normativos administrativos editados por outras autoridades de outros poderes. Exemplos de atos normativos: decreto regulamentar ou de execução (regulamento), regimento (ato administrativo normativo de atuação interna, dado que se destina a reger o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas”), resolução e deliberação (conteúdo geral) etc;
Atos Ordinatórios - “são os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.” Exemplos: aviso, circular, portaria, ordem de serviço, ofício, despacho etc;
Atos Negociais - os atos negociais geralmente tomam substância num alvará, num termo ou num simples despacho da autoridade competente, no qual a Administração defere a pretensão do administração e fixa as condições de seu desfrute. Esses atos não são dotados de imperatividade. Exemplos: licença, autorização, permissão, aprovação, admissão, visto, homologação, dispensa, renúncia etc;
Atos Enunciativos - tambémchamados, por alguns, de “meros atos administrativos.” Enunciam uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da Administração. Exemplos: certidão (cópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas), atestado (ato pelo qual a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus órgãos competentes), parecer, apostila (ato enunciativo ou declaratório de uma situação anterior criada por lei. Equivale a uma averbação);
Atos Punitivos - “são os contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos. Exemplos: multa, interdição de atividade, destruição de coisas etc.
 
8. VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE
A atuação da Administração Pública no exercício da função administrativa é vinculada ou discricionária. É vinculada quando a lei estabelece a única solução possível diante de determinada situação de fato; ela fixa todos os requisitos, cuja existência a Administração Pública deve limitar-se a constatar, sem qualquer margem de apreciação subjetiva. É discricionária quando a Administração, diante do caso concreto, tem a possibilidade de apreciá-lo segundo critérios de oportunidade e conveniência e escolher uma dentre duas ou mais soluções, todas válidas para o direito. Discricionariedade, averba Celso Antônio, é “a margem de liberdade conferida pela lei ao administrador a fim de que este cumpra o dever de integrar com sua vontade ou juízo a norma jurídica, diante do caso concreto, segundo critérios próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos consagrados no sistema legal.” Na mesma linha, preleciona Carlos Ari Sundfeld: traduz-se na “faculdade de o agente escolher o momento, o motivo, o conteúdo do ato que vai praticar, em vista de padrões de conveniência e oportunidade por ele mesmo estabelecidos e não sujeitos ao controle judicial.”
9. PERFEIÇÃO, VALIDADE, EFICÁCIA
Perfeição - Qualidade do ato que cumpriu o ciclo de sua formação;
Validade - Qualidade do ato que é conforme com a lei;
Eficácia - Qualidade do ato que está disponível para produção de seus efeitos próprios, imediatamente.
10. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
As várias formas de extinção dos atos administativos podem ser visualizadas no seguinte quadro:
I - Cumprimento dos seus efeitos:
a) esgotamento do conteúdo jurídico da relação;
b) execução material.
II - Desaparecimento do elemento infungível da relação:
a) sujeito;
b) objeto.
III - Retirada:
a) revogação; é o desfazimento do ato legal ou válido e eficaz por razões de conveniência ou oportunidade.
Espécies de revogação:
Quanto à abrangência:
Ab-rogação (total)
Derrogação (parcial)
Quanto à manifestação da Administração Pública:
Expressa;
Tácita.
Objeto
Retirar, total ou parcialmente, ato válido do ordenamento jurídico.
A revogação é um ato secundário, porque pressupõe um ato primário que anteriormente dispôs sobre a mesma questão colhida pelo ato revogador. De conseguinte, a revogação não incide sobre fatos; incide sobre atos ou relações por eles constituídas.
Motivo
Inconveniência ou inoportunidade do ato revogado. Inadequação ao interesse público.
Efeitos 
 “Ex nunc”. A revogação suprime um ato ou seus efeitos, mas respeita os efeitos que já transcorreram.
Competência para Revogar
Administração (agente que praticou o ato ou autoridade superior). É competência discricionária.
b) invalidação; é a supressão, com efeito retroativo, de um ato administrativo ou da relação jurídica dele nascida, por haverem sido produzidos em desconformidade com a ordem jurídica.
Sujeitos Ativos da Invalidação
Administração e Poder Judiciário.
Objeto 
Retirar do ordenamento jurídico um ato inválido.
Motivo
A invalidade ou a imprestabilidade jurídica do ato administrativo.
Espécies
Parcial ou total.
Efeitos
“Ex tunc” (retroativos).
c) cassação - extinção porque o destinatário do ato descumpriu condições que deveriam permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica;
d) caducidade - extinção pela sobrevinda de norma jurídica que tornou inadmissível a situação dantes permitida pelo direito e outorgada pelo ato precedente;
e) contraposição ou derrubada - extinção pela emissão de ato, com fundamento em competência diversa da que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são contrapostos aos daquele;
IV - Renúncia - extinção dos efeitos do ato ante a rejeição pelo beneficiário de uma situação jurídica favorável que desfrutava em conseqüência daquele ato. 
V - Recusa - extinção pelo não-aceitação do ato, por seu beneficiário. 
 
 
UNIDADE V– LICITAÇÃO
VOCE PODERIA PARTICIPAR DA LICITAÇÃO, SE FOSSE SERVIDOR PUBLICO?
CONCEITO
FINALIDADES
PRINCÍPIOS
Características DE LICITAÇÃO
Obrigatória: Licitações de obras, serviços, compras e alienações, no âmbito de toda a Administração Pública, direta, indireta e fundacional.
Dispensada:
Dispensável: Casos elencados no artigo 24, I a XXI da Lei 8666/93. Contratações de pequeno valor, por emergência ou calamidade.
Deserta: Quando não há interesse por parte dos participantes de determinado certame licitatório; pode ser feita uma dispensa.
Fracassada: Quando todos os participantes são desclassificados; Não pode pedir dispensa 
Sucessiva e simultânea: 
Inexigível: Quando houver impossibilidade jurídica de licitar; 
Observação: a dispensa da licitação deve ser justificada e motivada.
6. 		PROCEDIMENTO
6.1 FASE INTERNA
6.2 FASE EXTERNA
7. TIPOS DE LICITAÇÃO - critério de julgamento
Menor Preço: 
Obs:concorrência, tomada de preço, convite e pregão 
RESOLUÇÃO CFM nº 1.642/2002: Art. 3º - É vedada a participação de médicos ou empresas prestadoras de assistência médica nas modalidades de licitação de tipo menor preço, quando este contrariar a prática local, nos termos dos artigos 3º e 86 do Código de Ética Médica.
 
Melhor Técnica - Obs:concorrência, tomada de preco, convite
Melhor Técnica e Preço: Obs:concorrência, tomada de treco, convite
Maior Lance ou Oferta - leilão 
8. ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO
Anulação:
Revogação:
PROCEDIMENTOS :
9.1 CONCORRÊNCIA
Utilizada em contratos de valor alto.
Pode participar qualquer interessado, cadastrado ou não, mas devem satisfazer as condições do edital.
Obrigatória a publicação do aviso (resumo do edital)
Ampla publicidade, que é um requisito essencial, divulgando a abertura da concorrência com a maior amplitude possível.
Habilitação preliminar # Pré-qualificação
Julgamento por comissão de pelo menos 3 membros dos requisitos pessoais dos interessados, podendo ser a mesma que irá julgar as propostas. 
Concorrência internacional ).
 
9.2 TOMADA DE PREÇOS
Contratos de vulto médio.Realizada entre interessados previamente registrados. (Certificado de Registro Cadastral).
Não cadastrados: até o terceiro dia anterior ao recebimento.
 9.3 CONVITE
Não é obrigatória sua publicação.As propostas devem ser apresentadas no prazo mínimo de 5 dias úteis, de pelo menos 3 concorrentes interessados em participar do certame, registrados ou não. Faculta a participação de cadastrados que se manifestem até 24 horas antes da apresentação das propostas
9.4 CONCURSO
Destinado a escolha de trabalho técnico ou científico.Quando o projeto é escolhido, faz nova licitação para que o projeto seja executado, pois a escolha não vincula a Administração a contratar a execução do serviço.
9.5 LEILÃO
Licitação de bens móveis (insersíveis), produtos apreendidos, bens dados em garantia e em penhora, semoventes, e, em casos especiais, de imóveis. O vencedor é aquele que ofertar mais (maior valor).
Tipos:
Leilão Comum é privativo do leiloeiro oficial, onde houver e é regido por legislação federal pertinente.
Leilão Administrativo é realizado por agente da entidade interessada, serve à venda de mercadorias apreendidas ou abandonadas
O Programa Nacional de Desestatização tem realizado leilão nas Bolsas de Valores com habilitaçãoprévia dos interessados e garantia da proposta, como forma de licitação em várias modalidades operacionais de privatização.
9.6 PREGÃO
Lei 10.520, de 17/07/2002.O vencedor é aquele que ofertar o menor preço.
Pregão presencial (sessão pública com lances verbais) e eletrônico (regulado pelo Decreto n. 5.450, de 31/05/2005).
UNIDADE VI - CONTRATO ADMINISTRATIVO
Diferente de contrato da Administração : cont. Da adm é um gênero do qual faz parte qualquer contrato em que a admin conste como parte, enquanto o contrato administrativo, a Administração, parte nele, publica age com supremacia
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Consensual: 
Intuito Personae: 
Oneroso: 
Formal: 
Publicado: 
Comutativo: .
2. CARACTERÍSTICA PRINCIPAL
A Administração age sob a égide das normas de direito público, derrogando as normas de direito privado. 
3. OS CONTRATOS PODEM SER
Colaboração: 
Atribuição: 
4. CLÁUSULAS
Essenciais ou Necessárias: 
Acidentais ou Secundárias: 
Implícitas: 
Observação: encargos de execução independem de cláusula contratual, o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciário, fiscal e comercial. (não transfere para a administração).
5 . ALTERAÇÃO UNILATERAL 
6. GARANTIAS DO CONTRATO
As formas de garantia que podem ser exigidas dos contratos são: 
Fiança bancária (garantia fornecida por um banco que se responsabiliza perante a administração pelo cumprimento das obrigações do contratado); 
Caução (garantia em dinheiro ou em títulos da dívida pública; garantia fidejussória → garantia pessoal, dinheiro ou título);
Seguro garantia (garantia oferecida por uma companhia seguradora para assegurar a plena execução do contrato);
Seguro de bens e pessoas (exigidos nos contratos cuja execução é perigosa, dando garantia a terceiros contra danos materiais ou pessoais, onde tanto a Administração como o contratado são responsáveis).
7. EXTINÇÃO 
Rescisão administrativa, efetivada pela própria Administração (ato unilateral);
Rescisão amigável se realiza quando há um mútuo acordo das partes para a extinção do contrato; 
Rescisão judicial 
Rescisão de pleno direito, ocorre um fato extintivo do contrato.
Anulação quando se verifica ilegalidade na forma do contrato ou em cláusula 
 
8. EQUILÍBRIO FINANCEIRO E REAJUSTAMENTO DE PREÇOS
 9. INEXECUÇÃO
Tipos:
Culposa → 
Sem Culpa → 
10. CAUSAS JUSTIFICADORAS DA INEXECUÇÃO DO CONTRATO
Teoria da Imprevisão: desequilíbrio econômico E na Força Maior ha impossibilidade total de cumprir o contrato e Caso Fortuito.
Fato do Príncipe: 
Fato da Administração: 
Interferência Imprevista: 
17. TIPOS DE CONTRATOS
Contrato de Obra Pública: 
Contrato de Serviços: 
Serviço ≠ obra → atividade predomina sobre o material empregado;
Contrato de Fornecimento:
Pode ser fornecimento integral, parcelado ou contínuo.
Contrato de Concessão:
 
Contrato de Gerenciamento:
A Administração escolhe um profissional para mediar a execução de serviços e obras, onde a administração mantém a capacidade de decisão final;
Admite dispensa de licitação.
Contrato de Gestão:
São as Agências Executivas, isto é, Autarquias e Fundações já existentes, que devido ao aumento de sua autonomia recebem este nome;
Termo de parceria:
O termo de parceria discrimina direitos, obrigações e responsabilidade das partes.
Contrato de Programa:
É um contrato que regra obrigações decorrentes do consórcio público;
As obrigações ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens são regulados pelo contrato de programa.
Consórcio Público:
Ajustes de vontade firmados por entidades estatais da mesma espécie, visando interesses comuns.
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