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CIDADANIA NO BRASIL2

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QUESTIONÁRIO
Conceitue: Direitos Civis, Direitos Políticos e Direitos Sociais.
Direitos Civis: Também denominados direitos fundamentais, são aqueles referentes às liberdades individuais. Podendo existir sem que haja o direito político, seu objetivo é o de garantir que o relacionamento entre as pessoas seja baseado na liberdade de escolha destas sobre sua própria vida - por exemplo, definir a profissão, ter propriedade, liberdade de expressão – sem que isso comprometa a liberdade o outro. 
Os direitos civis preconizam que todos são iguais perante a lei em qualquer situação social, independentemente de raça, condição econômica, religião, filiação, origem cultural, sexo, ou de opiniões e escolhas relativas à vida privada.
Direitos Políticos: referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, ou seja, à participação no poder através de atos como manifestações políticas, organizar partidos, votar e ser votado, além de legitimar a organização política da sociedade e conferi-la a ideia de autogoverno. Desta maneira, está relacionado ao compromisso de pessoas e grupos com o funcionamento e os destinos da vida coletiva.
Os direitos políticos não abrangem toda a população, havendo a necessidade de se possuir requisitos específicos para tal. Com isso, podem-se possuir direitos civis (espaço de liberdade dos indivíduos em relação ao Estado), sem direitos políticos (atuação dos indivíduos no Estado e na vida social). Salienta-se que a recíproca não é verdadeira, uma vez que é preciso fundamentar a razão pela qual as pessoas podem votar (têm autonomia/liberdade etc.).
Direitos Sociais: São direitos constituídos historicamente, produto das relações e conflitos de grupos sociais em determinados momentos da história. Baseiam-se na ideia de justiça social, na partilha da riqueza coletiva, a fim de minimizar as desigualdades proporcionadas pelo capitalismo.
Podem existir sem a pressuposição dos civis e dos políticos, entretanto, na ausência destes, “seu conteúdo e alcance tendem a ser arbitrários”, isto é, sem justificativa. Podem-se citar alguns exemplos como o direito à educação, leis trabalhistas, saúde para todos, entre outros que abrangem a equidade da sociedade.
 Considere os três tipos de direitos, os avanços e os recursos dos mesmos, nos seguintes períodos:
1500 a 1822: Período de colonização, com sistema político absolutista, economia escravocrata e população analfabeta. Não ocorreu a instituição de nenhum tipo dos três direitos, não abrindo nenhum precedente aos conceitos dos direitos já vistos. O latifúndio e a escravidão desenvolvidos nessa época contribuíram para as características seculares marcantes do Brasil: sociedade desigual e injustiça social.
A escravidão acirrou fatores negativos da cidadania, como os preconceitos. Esses conceitos não eram difundidos, uma vez que a percepção, até mesmo dos próprios escravos, era a de que eram objetos, sem diretos, que deveriam servir a seus donos. 
A mineração, iniciada no final do Século XVII, possibilitou certa melhora social, através da maior mobilidade social da população escrava (diversificação de “empregos” que poderiam exercer). Mas isso não se associou com aquisição de direitos. 
A pecuária associou-se ao ganho privado que dominou os poderes políticos. Por mais que a mão de obra escrava fosse diminuída, ela gerava dispersão da população frente à política. 
A população “livre” dependia dos grandes proprietários para ter algum tipo de direito (moradia, por exemplo) e, por isso, também não eram cidadãos, apesar de livres. Os senhores feudais, livres na medida em que podiam votar, não poderiam ser considerados cidadãos, justamente por não terem os pressupostos da cidadania, como a igualdade de todos perante a lei, pois eles faziam da justiça seu poder pessoal.
Em relação ao “Estado”, não era possível caracterizá-lo já que havia irradiação de poderes, não existindo nenhuma ordem capaz de assegurar direitos civis. Além disso, o descaso com a educação contribuiu amplamente com a não consciência de direitos uma vez que não era interesse dos dominantes (a administração colônia constituída pelos senhores feudais, o Rei e a Igreja Católica) que a população se educasse e, com isso, se voltasse contra eles mesmos.
 
Desta forma, observa-se que o sistema econômico/político e a dinâmica social não contribuíram para a formação de nacionalidade ou de cidadania.
1822 a 1889: Em contraste com o período de colonização, o movimento separatista, que culminou na independência do Brasil em 1822, apresentou certo nacionalismo, uma vez que a elite nacional uniu-se, junto com a Coroa portuguesa e a Inglaterra, contra os portugueses e a recolonização. 
A independência significou um avanço nos direitos políticos, através de um governo tipo monarquias constitucionais e representativas da Europa (Liberalismo da Inglaterra). Porém, não ocorreu nenhuma menção às questões escravocratas, prejudicando, assim, a constituição de direitos civis e, em relação aos direitos sociais, o povo foi mero espectador, não havendo uma luta popular pela liberdade.
A constituição de 1824 estabeleceu quadro poderes: os três poderes tradicionais e um quarto exercido pelo Imperador – o poder moderador. Para a época, a monarquia presidencial do Brasil era bastante liberal onde, através da constituição, regulou os direitos políticos que avançaram drasticamente desde o fim da colonização. Nesta, definiu quem votaria (homens de 25 anos que tivessem a renda mínima de 500 mil réis; os analfabetos votavam e a renda não era critério de regulamentação do voto). O domínio político local e não o exercício de um direito do cidadão (voto) era o que estava em questão. Não existia o espírito de autogoverno, pois quem votava não agia como parte votante da sociedade política. Confirmava-se seu voto de acordo com chefes locais, sendo o voto um ato de obediência ou comércio – cabalista e capangas eleitorais fiscalizavam tudo. O voto atingia tanto o âmbito político quanto o econômico.
As relações sociais mudaram em decorrência da guerra do Paraguai, com a presença e eleição de líderes e a união de todos.
A lei de 1881 trouxe retrocesso quando comparada com a Constituição de 1824. Nesta, limitou-se ainda mais os direitos políticos da população (renda mínima de 200 mil réis; analfabetos não poderiam votar etc.).
1889 a 1930: Nesta época, ocorre a introdução de uma federação como a existe nos Estados Unidos, com o objetivo de aproximar o governo da população através das eleições de presidentes dos Estados e prefeitos. Porem, tal mudança não gerou alteração do quadro de dominação uma vez que somente recolocou as elites locais, tornando-as oligarquias estaduais através de alianças, como a de Minas Gerais e São Paulo, com término em 1930.
A então chamada “república dos coronéis” foi um massacre aos direitos em geral já que as decisões e toda a política estavam centradas nos interesses da elite dominante que mantinha seu domínio através de chantagens, compra de votos. Desta maneira, não ocorre mudança significativa em relação ao período passado.
Somente ocorre um único e fraco movimento popular entre 1889 a 1930, demonstrando a indiferença da população em relação à política, aos aspectos sociais e econômicos do país.
O autor afirma que tal indiferença se deve:
 A falta de revoluções em momentos cruciais que, diferentemente da Inglaterra, no Brasil, “o processo de aprendizado democrático tinha que ser, por força, lento e gradual”;
Falta de entendimento dos políticos sobre democracia. O sistema estava comprometido com fraudes, corrupção e altos custos;
Desconhecimento generalizado com relação ao tipo de eleições acontecidas nas Inglaterra, a qual comportava no século XIX, povo político, que não existia no Brasil;
Falta de educação da população, sendo em sua maioria analfabeta, e o contraste com os direitos políticos. Isso explica a racionalidade na compra de votos, ou seja, as pessoas achavam que vender o voto mais caro era sinônimo de valorização, de podere de direito.
Desta maneira, ao longo do tempo:
Direitos civis: 
Prejudicados pela escravidão, a grande propriedade rural e pelo Estado comprometido com o poder privado. Mesmo com a abolição da escravatura, seus resquícios se mantem através do preconceito e da desigualdade social que é acentuada pela propriedade privada, pelo poder particular em detrimento do público;
A liberdade não trouxe igualdade. Não havia consciência de direitos civis, nem por parte dos ex-escravos, nem por parte da elite. Havia as leis, mas não a consciência de direitos. Não havia integração, havendo ascensão social por “vias tortas”, como esportes e música.
Direitos políticos:
O coronelismo impedia a participação política porque negava os direitos civis através do não exercício desse pelo povo. Os coronéis geravam uma outra lei, pois o poder do Estado, muitas vezes, não conseguia alcançá-los. Através desse controle, controlavam também a mão de obra, eliminavam inimigos e fugiam dos impostos;
A justiça estava controlada por agentes privados (poder dos coronéis), não sendo, assim, justiça. Dessa forma, não havia direitos civis, políticos e justiça. Mesmo que a população pudesse votar, não era um voto consciente e livre já que havia a ignorância educacional associada à coação;
O movimento de surgimento da classe operária marcou um avanço nos direitos civis. Inicia-se a reinvindicação pela liberdade de organização, de escolha do trabalho, entre outras que se justificam nos fundamentos dos direitos civis e políticos;
 Entre 1881 e 1925, não havia cidadãos unidos politicamente ativos. Existiam poucos movimentos não taxados como politizados. Há um sentimento de identidade nacional confuso. O povo brasileiro possui uma certa noção de deveres e direitos do Estado e dos cidadãos após a segunda regência;
A Guerra do Paraguai gerou certa identidade nacional no povo brasileiro. 
Direitos sociais:
Excluir da Constituição de 1824 a educação primária;
Ocorreu o avanço do reconhecimento dos sindicatos como legítimos representantes dos operários. Mas as questões operárias e tudo o que se referia a ela era considerada “caso de polícia”;
Em 1923, a previdência social é a lei de assistência para áreas urbanas. As áreas rurais se mantiveram sob o domínio do coronelismo.
D) 1930 a 1945:
Direitos sociais: A criação do Ministério do Trabalho e das leis trabalhistas (CLT) representaram grandes avanços.
A constituição de 1934 instaurou diversos direitos sociais, principalmente os referentes ao trabalho. Entretanto, não equiparava e não abrangia todas as classes trabalhadoras. Desta maneira, a concepção politico social era um privilégio e não um direito que abrangeria todos.
Direitos políticos: A ditadura se consolidou de 1937 a 1945, destituindo a democracia até então vigente. 
O retorno da democracia demonstrou uma maior consciência do peso do voto popular. O populismo entrou no Brasil, sendo novamente retirado o direito em 64, pela ditadura.
Direitos civis: A ditadura retirou direitos como os de liberdade de expressão.
O sentimento de identidade nacional ganhou força, principalmente no Estado Novo de Getúlio Vargas, com a promoção de uma solidariedade nacional.
Fatores internos e externos, como a Primeira Guerra Mundial, representou o fim da Primeira República. Ocorreram impactos econômicos e políticos, afetando o mercado do café e proporcionando a criação de um sistema de defesa nacional. A queda da bolsa de valores (1929) agravou a crise econômica presente desde a Guerra. A Revolução na Rússia movimentou a formação do Partido Comunista Brasileiro. 
O movimento reformista era contra o federalismo oligárquico por acreditar que um dava condição ao outro. Este movimento tentou reformar a educação, a saúde, entre outros. Reforma agrária era citada no período de 1930 a 37.
As eleições de 1930 foram tão fraudulenta e corrupta quanto as anteriores. Porém, observou-se um debate de boa parcela da população em relação ao ocorrido, assim como mobilização revolucionária e “entusiasmo cívico”. Sendo assim, a população foi ator coadjuvante e não mero espectador.
O exército que auxiliou na Revolução de 30 tinha uma diferença dos outros já vistos: era desvinculado das oligarquias, significando uma união entre a população civil e ele. De 1930 a 37 ocorreu a luta entre jovens militares e a Oligarquia. O tenentismo, então, aparece como um movimento que queria a centralização do poder, o combate às oligarquias, a reforma da sociedade. 
A revolta paulista - guerra civil brasileira – com mobilização geral, “entusiasmo cívico”, marcou os três direitos, pois invocava novas eleições em detrimento do regime ditatorial, a fim da escolha de uma Assembleia Constituinte, com a restauração do governo constitucional. Porém, não favoreceu a identidade brasileira, mas a paulista. No que diz respeito à política, foi uma revolta vitoriosa, uma vez que seu pedido foi acatado.
Nesta época, ocorreram avanços democráticos com o surgimento justiça eleitora, voto secreto e o voto feminino. O surgimento de dois partidos (não partidários da democracia representativa) ANL e AIB atraíam pessoas que se sentiam prejudicadas pelo domínio das elites. No campo social, marcou pontos congruentes como a proposta de reformas econômicas e sociais, fortalecimento do governo central etc. Tais fatores batiam de frente com os do velho Brasil, presente na época das oligarquias.
Após a revolta, um novo exército entrou. Este acreditava que o exército deveria ter seu próprio projeto de país, ser independente dentro dos limites da ordem e não ser instrumento político dos chefes civis. Deram o golpe em 1937, juntamente de Vargas. Com fechamento do Congresso e decretação de uma nova constituição, outorgada. Deu-se o estabelecimento do Estado Novo, de Getúlio. 
Esse novo Estado pregava a guerra ao comunismo, com um projeto de defesa nacional. Com isso, a centralização política e a unidade nacional ganhavam base material consistente, salientadas pela nova elite política, ampliando-se a passividade do povo.
 
O período da ditadura civil (1937 – 1945) cessou os direitos políticos e civis. No campo dos direitos sociais, entre 30 e 45, ocorreu uma ampliação desta legislação. Porém, descaracterizando-se como conquista democrática, pois não ocorreu participação politica, com precária vigência dos direitos civis. Esta é a “cidadania regulada”, onde há restrições políticas deixando para o governo a decisão de quem favorecer.
Getúlio Vargas teve popularidade independente da inversão da ordem estabelecida por Marshall (primeiro sociais e depois políticos). A inversão dos dois direitos proporcionou os direitos sociais como garantias dependentes da ação do Estado. O populismo significou o avanço na cidadania por trazer as massas para a política, atingindo a cultura política da população, em sua maior parte pobre urbana. Porém, era uma cidadania passiva e receptora e não ativa e reivindicadora. 
E) 1945 a 1964:
No contexto histórico, estavam ocorrendo a guerra fria, domínio do petróleo, políticas sindicais e trabalhistas. Os nacionalistas defendiam uma política externa independente do monopólio do Estado do petróleo e outros recursos naturais. Os entreguistas, pró-americanos, defendiam a abertura do mercado ao capital externo.
Uma nova constituição foi promulgada, sendo a primeira experiência democrática da história do Brasil, tendo as eleições para Presidente. Inaugurou os direitos políticos e civis, com restrição a o direito à greve. Ocorreu em 1947 a cassação do partido comunista e, associado, em 1963, o TSE decide que suboficiais e sargentos não poderiam ser eleitos.
O Populismo continuou a ser uma forma de manipulação política, onde o povo era utilizado como massa de manobra de disputas entre grupos dominantes.
João Goulart, Ministro do Trabalho na época, propôs o aumento em 100% do salário mínimo, tendo sido a proposta acatada por Vargas em 1º de maio. A partir daí, iniciou-se uma conspiração entre civis e militares a fim de derrubar o presidente.Após a tentativa de assassinato de Carlos Lacerda, que resultou na morte de um major da aeronáutica, os chefes das três forças (marinha, aeronáutica e exército) queriam a deposição de Getúlio Vargas que acabou suicidando.
Seguido pelo Governo JK, este foi o mais dinâmico e mais democrático da história. O presidente industrializou o país, abrindo o país para o capital estrangeiro, proporcionando investimento tecnológico ao setor automobilístico. Os proprietários rurais ganharam com essa elevação da economia interna. Os trabalhadores rurais continuaram fora da legislação social e sindical.
No governo Jânio Quadros, que seguiu ao de JK, se instaurou uma crise política. Jânio Quadros renuncia e o Congresso, em pela “guerra civil”, adota um sistema parlamentarista em detrimento do presidencialista, para que João Goulart assumisse. Essa solução foi temporária. Através de um plebiscito convocado, o povo decidiu pelo presidencialismo.
Até este momento, a população rural não era participativa e não tinha direitos resguardados. Financiados por Cuba, surgem as Ligas Camponesas que reivindicavam a reforma agrária.
Diante da evolução dos partidos e de certa conscientização do eleitorado, por que a democracia acabou Em 1964, a esquerda e a direita disputavam intensamente o poder, não praticando efetivamente a democracia representativa. Direitos sociais não evoluíram nesta época, sem a unificação dos sistemas previdenciários, permanecendo fora dela os trabalhadores autônomos, rurais e empregadas domésticas.
F) 1964 a 1974:
Nos dois períodos em que o Brasil teve regime ditatorial, ocorreu a restrição de dos direitos civis e políticos por meio da violência (Atos Institucionais - AI). Em 1964, o Congresso e as eleições foram mantidos, diferentemente de 1937.
Direitos trabalhistas (direitos sociais) foram estendidos aos trabalhadores rurais, ocorrendo uma forte atuação do Estado no desenvolvimento econômico, mas domínio do setor pelos liberais. Ocorreu o combate da inflação e decréscimo do salário mínimo. 
Atos Institucionais:
Cassação de direitos políticos de grandes lideres políticos, sindicalistas, intelectuais ou militares.
Dissolução das eleições diretas para presidente e os partidos políticos. O poder do presidente aumentou, tendo este a prerrogativa de dissolver o parlamento, decretar estado de sitio, demitir funcionários, restringir opiniões, entre outras ações que julgasse necessária.
Os anos de 1968 a 1974 foram denominados anos de chumbo para os direitos sociais e políticos, devido ao domínio dos militares mais repressivos. O decreto do AI 5 foi o que mais atingiu os direitos políticos e civis
Fechamento do Congresso;
Suspenção do habeas corpus;
Limitação da imprensa;
Pena de morte por fuzilamento.
Até 1989, o Brasil manteve-se sem eleições direitas, sendo que o ato de votar não era exercício do poder político, pois os direitos civis e políticos eram negados.
 
Salienta-se que o eleitorado cresceu significativamente neste período e o “milagre econômico” era exclusivo da elite já que houve o crescimento das desigualdades. 
Já no campo social, aconteceu a unificação da previdência, com exceção do funcionalismo público. Inclusive, e dos trabalhadores rurais que tiveram seu próprio fundo de assistência.
G) 1974 a 1985:
Ocorre revogação do AI 5, tendo uma efetiva tentativa de liberalização do sistema, contra a forte opressão.
A abertura política ocorreu pelas seguintes razões:
Geisel, liberal conservador, não era partidário dos governos autoritários.
OPEP aumenta o preço do petróleo, influenciando negativamente a economia; 
Aprovada a lei da anistia, tanto para a população, quanto para os miliares envolvidos nas ações;
Abolição do bipartidarismo forçado.
Movimento sindical da época (liderança de operários) x movimento sindical do Estado Novo (estrutura burocratizada dos pelegos);
Movimentos Diretas já, de iniciativa cidadã, que culminou em eleições diretas (1984);
Os avanços nos direitos sociais e a retomada dos direitos políticos não resultaram no avanço dos civis. Mesmo restituídos, as práticas contra esses direitos mantiveram-se frequentes e seus benefícios apenas para os ricos.
H) Após 1985:
A constituição de 1988 foi denominada Constituição Cidadã. De característica liberal e democrática, instituiu o voto de todos, inclusive o dos analfabetos (facultativo), extinguindo uma discriminação injustificável. Consagraram-se direitos de 3ª geração (direitos de fraternidade), dentre eles os direitos humanos e do consumidor.
A desigualdade social, de natureza regional e racial, e o desemprego representaram grandes problemas sociais e econômicos. Na previdência social, ocorreu a taxação de uma idade mínima com um tempo de trabalho.
Na busca de um “salvador”, Fernando Collor de Mello representou uma alternativa aos políticos corruptos. Sua campanha “baseou no combate aos políticos tradicionais e à corrupção do governo”, pois ele era “desvinculado” destes. Posteriormente, sofre impeachment como vitória cívica importante.
Mas não se ampliaram ou se igualaram os direitos civis. Ainda há deficiências em termos de conhecimento, extensão e garantias destes, fato este demonstrado pela pouca educação da população a respeito, com a falta de segurança individual; integridade física e ao acesso à justiça, além de divisão de acesso por classes sociais (classe alta – ricos brancos -; classe média – honesta -; classe baixa – grande população marginal).
Porque o autor desconsidera a instituição da República como data insignificante diante de seu argumento?
Porque a instituição da república se deu em um cenário onde, aproximadamente, 80% da população eram analfabetas e não saberia o que fazer com o direito já que não poderia ter acesso à informação e se manteria ignorante em relação ao exercício dos direitos. 
O que a Constituição de 1988 representa quando consideramos esses tipos de direitos?
A Constituição de 1988 é também denominada Constituição Cidadã por enfatizar a cidadania. Mesmo não tendo resolvido os problemas sociais com a sua promulgação, ela tentou incorporar os três direitos, principalmente o civil, trazendo unidade ao povo, na medida em que estabeleceram direitos e deveres universais.
O autor nos fala sobre uma ordem cronológica e também lógica entre estes direitos, explique.
O que a ausência dessa ordem cronológica implicaria no caso brasileiro, segundo o autor?
O Brasil inverteu essa ordem nos períodos de ditadura, onde ocorreu a supremacia dos direitos sociais em detrimento dos políticos.
De acordo com o autor, a pirâmide dos direitos, no Brasil, está de cabeça para baixo, sendo que os direitos civis são inacessíveis à maioria da população.
Essa cronologia não seguida geraria uma ineficácia da democracia uma vez que o executivo seria supervalorizado por criar direitos sociais primeiramente, quando os outros poderes estão restringidos. Para tal, o autor denomina de “estadania” ao invés de cidadania. A “estadania” vê o Estado como o detentor do direito, sendo os direitos vistos como algo que somente o Estado fornece.
A conseqüência disto tudo é a inserção de um “salvador” da pátria, alguém que seja visto como carismático e messiânico, a fim de suprir a impaciência popular com o mecanismo democrático. Em detrimento disto, tem-se a desvalorização do Legislativo, o qual, realmente, cria os direitos.
O corporativismo também nasce a partir disto, na forma de os benefícios sociais serem vistos como um negócio.
Qual é balanço que o autor faz de nossa cidadania?
O autor acredita que vivemos na “estadania”, valorização do executivo em detrimento aos demais poderes, pois os direitos sociais não foram criados seguindo a lógica e quando o Estado era opressor e onipresente.
Para o autor, deve-se haver reafirmação das organizações na sociedade para que haja democratização do poder, opondo-se ao Estado corporativo.
Faça uma consideração pessoal sobre a obra estudada.
A obra explana sobre o desenvolvimento histórico do Brasil, seusperíodos de direitos e supressão desses, apontando desenvolvimentos, estagnações e retrocessos em cada um destes. Através da abordagem do autor, puderam-se esclarecer os papeis sociais e a consolidação de direitos e como estes aspectos se interligaram para a formação da cidadania.

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