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* FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA BIOQUÍMICA II Profa Dra Jane Marlei Boeira * Roteiro da aula Introdução Teoria quimiosmótica Enzima ATPase Translocadores de ATP, ADP e Pi Agentes desacopladores Produção de calor pela gordura marrom Controle da Produção de ATP Lançadeiras de Glicerol-Fosfato e Malato-Aspartato Mitocôndrias defeituosas * Fosforilação oxidativa Introdução O fluxo de elétrons pelos Complexos I, III e IV leva à transferência de prótons do lado da matriz para o espaço intermembranas da mitocôndria. O fluxo de prótons de volta à matriz através da ATP sintase (também conhecida como Complexo V) impulsiona a produção de ATP (fosforilação oxidativa) * Fosforilação oxidativa Peter Mitchell (1961) propôs a teoria quimiosmótica. Segundo a teoria: a energia livre do transporte de elétrons é conservada pelo bombeamento de H+ através da matriz mitocondrial para o espaço intermembrana, criando um gradiente eletroquímico de H+ entre os dois compartimentos mitocondriais. O potencial eletroquímico desse gradiente é aproveitado para síntese de ATP * O retorno dos prótons para a matriz se dá pelo componente Fo da enzima ATPase, liberando energia para a síntese de ATP, a partir de ADP e Pi. Teoria Quimiosmótica pH externo é menor = potencial elétrico de membrana interno é negativo * Teoria Quimiosmótica Evidências dessa teoria: A fosforilação oxidativa necessita de uma membrana mitocondrial interna (MMI) intacta A MMI é impermeável a íons O transporte de e- resulta no transporte de H+ para fora da mitocôndria intacta (o espaço intermembranas é equivalente ao citosol) Os desacopladores (compostos que aumentam a permeabilidade da membrana) não impedem o transporte de e-, mas inibem a síntese de ATP * Esta teoria foi demonstrada experimentalmente usando a bacteriorrodopsina, uma proteína púrpura de membrana de Halobacterium halobium, que bombeia H+ quando iluminada Vesículas sintéticas contendo essa proteína e ATP sintase mitocondrial (coração bovino) quando expostas à luz formavam ATP Demonstrou que a CTE e a ATP sintase são sistemas separados, unidos somente pela força próton-motriz Teoria Quimiosmótica * O componente F1 possui o sítio ativo (subunidade b) e o componente Fo possui o canal de prótons (subunidade b2) Espaço intermembranas Matriz A FoF1-ATPase ou ATP-sintase Domínio F1 33 Domínio F0 ab2c10-12 * Os protômeros idênticos b são distintos em seus estados conformacionais: O tem baixa afinidade por ATP e ADP+Pi, sendo cataliticamente inativo; L liga-se frouxamente aos ligantes e é cataliticamente inativo; T liga-se firmemente aos ligantes sendo cataliticamente ativo. Na primeira etapa ADP + Pi ligam-se ao sítio L. Mecanismo de alteração da ligação O = open, aberto; L= loose, frouxo; T = tight, tensa * A energia liberada pelo retorno dos prótons pelo componente Fo promove a rotação da subunidade g e a conseqüente interconversão dos sítios: o sítio O é transformado em L, o sítio L em T e o sítio T em O. Assim um ATP é sintetizado e outro é liberado do componente F1. O = open, aberto; L= loose, frouxo; T = tight, tensa Mecanismo de alteração da ligação * Mecanismo de alteração da ligação para ATP sintase Protômeros catalíticos de F1 são idênticos quimicamente e se interconvertem em 3 estados (T, L, O) * Mecanismo de alteração da ligação para ATP sintase A subunidade sofre rotação dentro do conjunto 3β3 e atua como um eixo de comando na ligação do motor rotacional impulsionado pelo gradiente de prótons (H+) às mudanças conformacionais nos sítios catalíticos de F1 * ANIMAÇÃO * Translocadores de nucleotídeos da adenina e fosfato Translocadores de ATP, ADP e Pi ATP sintase * Um ionóforo transportador de prótons H+, como o 2,4-dinitrofenol (DNP), desacopla a fosforilação oxidativa da cadeia respiratória por desfazer o gradiente eletroquímico de prótons H+ gerado pelo transporte de elétrons. Ação dos Agentes Desacopladores ANIMAÇÃO: http://www.ensino.ib.unicamp.br/cdbioq/CTE.swf Matriz Elevado pH Citosol Baixo pH O desacoplamento permite que o transporte de elétrons siga livremente, mesmo quando a síntese de ATP está inibida Difusão * Mamíferos recém-nascidos que não possuem pêlos, como os humanos e os que hibernam possuem gordura marron. As mitoncôdrias da gordura marrom possuem uma proteína denominada termogenina ou proteína desacopladora. Os prótons H+ retornam para a matriz mitocondrial pelo canal existente nesta proteína e não pelo canal da ATP sintase. A energia do retorno produz calor (mantém a T corporal). O desacoplamento no tecido adiposo marron gera calor * Proporção P/O Relaciona a quantidade de ATP sintetizado com a quantidade de O2 reduzido Experimentos com mitocôndrias isoladas mostram que a oxidação do NADH é associada à síntese de aprox 3ATP e a oxidação do FADH2, com aprox 2ATP – compatível com a teoria quimiosmótica A oxidação do composto não-fisiológico tetrametil-p-enilenodiamina (que doa um par de elétrons para o Complexo IV), gera aproximadamente 1 ATP * Controle da síntese de ATP A velocidade do transporte de elétrons e síntese de ATP são dependentes da [ADP] Transporte de elétrons está acoplado à síntese de ATP ADP tem concentrações limitantes Quanto mais ADP formado maior a velocidade das reações de catálise e maior produção de ATP * Controle da Fosforilação Oxidativa A fosforilação oxidativa é controlada pela proporção [NADH]/[NAD+] e [ATP]/[ADP][Pi] A glicólise e o Ciclo de Krebs são regulados coordenadamente de acordo com a necessidade para a fosforilação oxidativa * Controle da Fosforilação Oxidativa * Oxidação do NADH citossólico Membrana interna mitocondrial impermeável Oxidação indireta por lançadeiras Malato – Aspartato Células hepáticas, cardíacas e renais Permeases – proteínas de transporte da membrana Glicerol-fosfato Músculo esquelético de mamíferos Músculo de vôo de insetos NADH – FADH2 * Matriz Mal= Malato OAA = Oxaloacetato KG = -cetoglutarato Asp= aspartato Glu= glutamato Lançadeira Malato-Aspartato (coração e fígado) Malato DHase * Lançadeira do glicerol-fosfato (músculo esquelético de mamíferos) G-3P desidrogenase citosólica G-3P desidrogenase motocondrial No citosol, os elétrons do NADH reduzem a diidroxiacetana-P à glicerol 3-P. Este é reoxidado pela transferência de elétrons a um FAD (produzindo um FADH2) por uma glicerol fosfato desidrogenase mitocondrial * O DNA mitocondrial possui 37 genes: 13 codificam para as proteínas da cadeia respiratória e para ATP-sintase e os demais codificam rRNAs e tRNAs. Mitocôndrias Defeituosas * O efeito fenotípico de mutações mitocondriais reflete a extensão da dependência de um certo tecido à fosforilação oxidativa. O SNC é o mais sensível, seguido do músculo esquelético, rim e fígado Mutações no Complexo I são a causa mais comum de doenças mitocondriais Neuropatia Óptica Hereditária de Leber - defeito no gene ND4 (complexo I): Arg → His, induz a falta ATP para o metabolismo dos neurônios Afeta o SNC, causando perda da visão bilateral Mitocôndrias Defeituosas * A fosforilação oxidativa defeituosa em células pancreáticas bloqueia a secreção de insulina Normalmente quando a glicose sanguínea aumenta, a produção de ATP nas células aumenta. O ATP, bloqueando canais de K+ , despolariza a membrana e, assim, abre os canais de Ca+2. O influxo de Ca+2 desencadeia a exocitose nas vesículas secretoras, liberando insulina. Quando a fosforilação oxidativa em céls é defeitousa, a [ATP] nunca é suficiente para desencadear este processo e a insulina não é liberada. * Apoptose ou morte celular programada Mitocôndrias atuam como centro de controle desse processo Na mitocôndria lesada, forma-se um poro de transição da permeabilidade mitocondrial (mtPTP), constituído de um translocador de adenina nucleotídeo e várias outras proteínas, como as Bcl (envolvidas no câncer) Citocromo c ativa uma caspase envolvida no processo de apoptose Mitocôndrias desempenham papel importante na apoptose * Papel da mitocôndria na apoptose (via intrínseca) 2. Ligação do citocromo c em Apaf 1 formando um complexo 1. Mitocôndria recebe um estímulo apoptótico e libera citocromo c no citosol 5. Caspase 9 ativa as procaspases executoras que induzem apoptose 3. Formação de um apotossomo (várias moléculas de complexo (Apaf1-cit c) 4. Ativação de uma procaspase 9 que se torna ativa * Referências CAMPBELL, Mary K. Bioquímica. Editora ARTMED, POA, 2000. DEVLIN, Thomas M. Manual de bioquímica com correlações clínicas.Ed. Edgar Blücher Ltda, S.P. 2008. LEHNINGER, L. Albert; Nelson, Cox. Princípios de bioquímica; Editora Savier;S.P. 2002 STRYER, L. Bioquímica. Guanabara Koogan, 2008 VOET, DONALD; JUDITH G; CHARLOTTE W. Fundamentos de bioquímica. Artmed, 2008. Animações: http://www.youtube.com/watch?v=JdjCzhAS2N8&p=FE08A4C2E0F7A782&playnext=1&index=3 * * *
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