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Direito da Criança, Adolescente e Estatuto do Idoso unid II

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DIREITO DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E ESTATUTO DO IDOSO
Unidade II
MÓDULO 5
Caro aluno
Neste módulo vamos conhecer e dicutir um pouco sobre um fenômeno crescente em nossa sociedade 
– a violência nas escolas, mais especificamente o “bullying”.
Para fundamentar teoricamente nossa leitura, selecionamos o texto:
LISBOA, C; EBERT, G. Violência na escola: reflexão sobre as causas e propostas de ações preventivas 
focais. In: HABIGZANG, L F ; KOLLER, S H (ORG.). Violência contra crianças e adolescentes – 
teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre. ARTMED. 2012.190-203.
LISBOA, C; BRAGA, LL; EBERT, G. O fenômeno bullying ou vitimização entre pares na atualidade: 
definições, formas de manifestação e possibilidades de intervenção. Contextos Clínicos, 2(1), p. 59-
71.2009.
Boa leitura e bons estudos!
A violência entre os pares tem se tornado cada vez mais frequente e, por isso, tem sido compreendida 
como um problema de saúde pública cada vez mais importante e com consequências mais danosas no 
decorrer do tempo
.Quando observamos histórias de violência, sempre a colocamos dentro de um referencial do local 
onde as pessoas que a vivenciam vivem... Isto é, a abordamos dentro do território onde as pessas estão. 
Entre as crianças e os adoelscentes, a escola surge como um ambeinte que tem se mostrado, no mínimo, 
ambíguo, ou seja, o local que deveria ser responsável pela ensino e pela aprendizagem, além da proteção 
destes, acaba tornando-se um local onde a violência tem se propagado com muita insistência.
Na escola, ocorrem também as primeiras experiências de relacionamento entre pares e o compartilhar 
de histórias. E é exatamente por isso que este é um ambiente de convivência importante para crianças 
e adolescentes.
A boa convivência e aceitação incondicional dos companheiros faz com que a criança/adolescente 
aprimore suas habilidades sociais e adquira e fortaleça habilidades e competências em relação à 
frustração, além de tolerância.
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Unidade II
É na escola que jovens se inserem socialmente e desenvolvem sua autoconfiança, relações e cognições 
sociais a partir de trocas afetivas e modelos de comportamento.
Assim, o desenvolvimento saudável de qualquer sujeito está diretamente relacionado com a 
possibilidade de este viver em um ambiente familiar saudável, em que prevaleçam o afeto e um modo 
disciplinar consistente e pouco punitivo, além de um ambiente educacional formal que seja capaz de 
estimular habilidades motoras e cognitivas que promovam cidadania e independência física e emocional.
No entanto, alguns fatores de risco, presentes no contexto escolar, podem dificultar o desenvolvimento 
e as interações interpessoais saudáveis nesse ambiente. Agressões físicas e verbais entre alunos e 
professores, agressões relacionais envolvendo todos os membros de uma instituição escolar, assim como 
o fenômeno bullying e a violência macrossistêmica – cultura que desvaloriza o professor e o processo de 
educação em si – são exemplos de violência que perpassa os muros e intramuros das escolas brasileiras.
Há muitos tipos de violência na escola, sendo que a vitimização escolar pode ser praticada tanto 
por pares quanto por professores. Infelizmente, tem-se visto cada vez mais nos noticiários histórias 
de violência entre colegas, entre alunos e professores e alunos e funcionários, além de destruição de 
patrimônio.
As pesquisas sobre bullying são recentes e só começaram a aparecer na mídia a partir dos anos 90.
O bullying começou a ser estudado mais especificamente por volta de 1980, na Noruega, por Dan 
Olweus, quando três alunos na faixa etária de 14 anos cometeram suicídio – possivelmente por terem 
sido vítimas deste tipo de agressão (Lisboa e Ebert, 2012).
Estudos indicam que a prevalência de estudantes vitimizados pelo bullying varia de 8% a 46% 
dentre a população geral de estudantes do ensino médio no Brasil.
Mas, o que é o bullying de fato? Este fenômeno refere-se a ações física e sociais negativas que são 
cometidas intencionalmente, repetidas vezes ao longo de um tempo. Pode ser praticada por uma ou 
mais pessoas contra um indivíduo que não pode se defender facilmente.
O que diferencia essa agressão de outros tipos de agressão e violência é o seu caráter repetitivo e 
sistemático e a sua intencionalidade de prejudicar alguém que parece ser mais frágil e vulnerável, que 
não consegue se defender, ou seja, é quase incapaz de se proteger.
Observa-se que alguns fatores econômicos, sociais e culturais, aspectos inatos de temperamento e 
influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade são preponderantes para a manifestação do 
bullying, e estes causam impacto direto na saúde e no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
O bullying é mais prevalente em meio a alunos com idades entre 11 e 13 anos, sendo menos frequente 
na educação infantil.
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DIREITO DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E ESTATUTO DO IDOSO
Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de 
vítima, não há diferenças entre os genêros. O fato de os meninos envolverem-se mais em atos de 
bullying não indica que estes são mais agressivos, mas, sim, que têm maior possibilidade de adotar 
este tipo de comportamento.
O alvo do bullying é aquela criança ou adolescente que sofre este tipo de violência repetidas vezes 
e que demora a revelar que sofre este tipo de agressão. Muitas vezes, eles referem ter medo e vergonha 
de ser alvo deste tipo de violência.
Muitas vítimas contam que têm poucos amigos, que são retraídos, que têm baixa autoestima, que 
sentem-se inseguros e desesperançados em relação à possibilidade de adequação ao grupo. A vítima, 
geralmente, possui pouco ou até nehum recurso de defesa para evitar, parar ou até mesmo se defender 
da agressão.
Em relação ao autores do bullying, algumas condições familiares adversas parecem favorecer o 
desenvolvimento da agressividade. Estes podem ser a desestruturação familiar, o relacionamento afetivo 
pobre, o excesso de tolerância ou de permissividade dos pais em relação a comportamentos inadequados 
dos filhos, bem como a prática de maus-tratos físicos e explosões emocionais como forma de afirmação 
do poder dos pais.
O bullying pode se manifestar de forma direta e indireta. O bullying direto implica no uso da agressão 
física e verbal. Já o bullying indireto está ligado a comportamentos mais sutis e mais excludentes como: 
indiferença, isolamento, exclusão ou até provocações de cunho racial e sexual, que podem ser muito 
dolorosos para a vítima. O bullying indireto é também caracterizado por agressão relacional, ou seja, 
fofocas, depreciações de pessoas, levando à exclusão social e estigmatização.
Alguns fatores individuais também podem influenciar as crianças e/ou os adolescentes na adoção 
de comportamentos agressivos: hiperatividade, impulsividade, dificuldades de atenção, déficit cognitivo 
leve e desempenho escolar deficiente.
MÓDULO 6
Olá Caro Aluno
Neste módulo, vamos discutir de forma mais aprofundada a infração na adolescência, ou seja, 
vamos compreender os motivos e as possíveis razões que levam nossos adolescentes a cometerem atos 
infacionais – atos estes que têm sido cada vez mais violentos e marcantes para a história de vida destes 
garotos e garotas.
Para tal, vamos usar como bibliografia básica o texto: FERREIRA, E R; CARVALHO, M C N. Infração na 
Adolescência: a família e a complexidadena implantação das medidas socioeducativas. In: CARVALHO, M 
C N (ORG.). Psicologia e Justiça: Infância, Adolescência e Família. Curitiba. JURUÁ. 2012. 203-218.
Tenha um ótimo estudo!
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Na sociedade atual, tem-se observado cada vez mais a presença de adolescentes, sendo vítimas ou 
protagonistas de atos de violência.
Segundo pesquisas recentes, o número de adolescentes que vem cumprindo medidas socioeducativas 
tem crescido muito nos últimos anos, o que denota e confirma a participação de adolescentes em 
situações compreendidas e enquadradas em atos infracionais.
Há de se considerar que o adolescente que comete um ato infracional não pode ser responsabilizado 
sozinho – ele vem de um núcelo familiar que pode ter sua parcela de responsabilidade na forma como ele 
é e relaciona-se com outros sistemas: mídia, as ideias de consumo, a drogadição, o sistema educacional, 
o governo e a própria sociedade.
Vamos pensar na família e em seus diversos atores: assim como o conceito de família vem se 
alterando ao longo da história, o conceito e as expectativas de atuação do pai e da mãe também 
sofreram alterações. A qualidade e a vinculação de pais e filhos têm se transformado radicalmente nas 
últimas décadas.
Para que nós nos tornemos sujeitos, temos de ter relações e estas devem ser significativas, portanto, 
é na interação de um ser humano com outros seres que a subjetividade se constrói.
Conclui-se que é através da cultura do círculo familiar que são transmitidas aos indivíduos as 
significações e representações.
Quando pensamos no adolescente em conflito com a lei e focamos suas relações em seu núcleo 
familiar, a principal motivação da abordagem é conhecer e intervir nas relações e não somente no 
sujeito – este não é deslocado de suas interações com as outras pessoas.
É importante que todos os membros da família conheçam sua história, seus defeitos e qualidade e 
que isto tudo tenha significado.
Assim, torna-se fundamental conhecer as funções materna e paterna e como cada um as compreende.
Mesmo que estas funções não sejam exercidas pelos pais biológicos da criança, quem as exercer 
deve ter em mente que este é sempre um adulto responsável que deverá comparecer e desempenhar 
estas funções da melhor maneira possível.
A criança não faz escolhas e não pode selecionar quem serão as pessoas significativas para ela. Nesse 
sentido, a identificação na socialização primária ocorre no núcelo familiar e a criança internaliza esse 
mundo como sendo o único mundo existente.
Dependendo da socialização proporcionada ao indivíduo, a construção e a manutenção da 
realidade social podem estar ancoradas mesmo depois de adultos, no mundo infantil e nas primeiras 
relações familiares.
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As famílias e suas estruturas, assim como a função e o papel de cada um dos seus membros, têm 
mudado muito nos últimos tempos.
Com estas transformações e com a evolução no tempo/espaço/ cultura dos núcleos familiares, a 
justiça foi tomando o espaço com o objetivo de apoiar e passou muitas vezes a determinar soluções 
dentro desta estrutura.
Nestas transformações observa-se uma mudança importante na figura do pai, que antes tinha todo 
o poder sobre seu filho, tanto que este tinha o direito até de “vendê-lo” como escravo, se assim o 
quisesse. Com esta evolução, o sistema familiar passa a ser dividido de forma igualitária com a mãe e 
este pode – em situações extremas – ficar sob a vigilância total do Estado.
Segundo Mioto (1997), a partir dos meados do século XX, com a saída das mulheres para o mercado 
de trabalho, houve, no Brasil, um aumento significativo do modelo de família monoparental em 
contraposição ao modelo nuclear.
O ECA ampliou o espaço dos filhos perante a família, assim a autoridade parental passa a ser exercida 
em toda e qualquer relação paterno-filial. Sustenta-se a autoridade parental sobre o respeito, o afeto e 
a responsabilidade.
Todas as crianças e adolescentes que não forem cuidados e protegidos por seus pais receberão a 
intervenção do Estado e ficarão sob sua proteção especial.
Assim como há violações de direitos das crianças e adolescentes por parte daqueles que deveriam os 
proteger, há também inúmeros casos de atos antossociais praticados por eles.
Muitos adolescentes praticam atos infracionais como um pedido de socorro e, quando analisados, 
demonstram como está seu funcionamento psicológico.
É importante o entendimento dos aspectos que antecedem a infração, devendo levar em consideração 
o meio social e suas contingências escolares, profissionais e econômicas, entre outras, em conjunto com 
as causas que, gradativamente, vão se somando nas relações do adolescente com sua família.
O adolescente entende que para ser visto e ouvido, ele necessita transgredir a lei e, com isso, ser 
assistido por ela.
Para o ECA, é considerado adolescente a pessoa entre doze e dezoito anos de idade e define-se ato 
infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Segundo a Constituição Federal, a 
pessoa até 18 anos de idade é considerada inimputável.
Ainda segundo o ECA, são medidas socioeducativas:
1. Advertência;
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2. Obrigação de reparar o dano;
3. Prestação de serviços à comunidade;
4. Liberdade assistida;
5. Semiliberdade;
6. Internação.
O ato infracional é entendido como transgressão das normas estabelecidas e por suas qualidades 
peculiares; e por quem a pratica, não caracteriza-se como crime. Desta forma, todo adolescente está 
sujeito a responder por seus atos infracionais, porém, não serão responsabilizados penalmente por eles. 
Nestes casos, serão determinadas as medidas socioeducativas, cujo objetivo não é punir e, sim, reinseri-
los na sociedade, além de ajudar no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Toda pena privativa de liberdade é também de direitos, e com isto é compreendida como punitiva. 
Já a medida socioeducativa tem um caráter pedagógico, que tem como objetivo propor ao adolescente 
um reordenamento dos seus valores e de seus padrões de conduta.
A importância da participação da família no cumprimento de medida é muito importante; os 
familiares devem reconhecer seu papel na ocorrência do ato infracional e no enfrentamento desta pelo 
adolescente.
Segundo Carvalho e Gomide (2005), os pais tendem a atribuir a uma causa externa o comportamento 
infrator do adolescente, mas reconhecem que mudanças na relação pais-filhos poderiam auxiliar o 
adolescente.
As medidas socioeducativas não foram pensadas e elaboradas aleatoriamente. A medida de 
advertência equivale a um aconselhamento pedagógico e socioeducativo que prevê benefícios ao 
adolescente. Esta deveria ser uma função ativa da família, que, muitas vezes, falha em repreender o 
adolescente verbalmente.
Na “obrigação de reparar o dano”, o que está em jogo não é o bem em si, mas é importante que 
o adolescente conheça as consequências de seus atos. Aqui, a família deve ser um “devedor solidário” 
junto com o adolescente e exercitar a cobrança de bons comportamentos por parte do adolescente.
A “prestação de serviço à comunidade” é uma medida que, se bem aplicada, oportuniza ao adolescente 
a formação de valores e atitudes construtivas através de sua participação solidária nos trabalhos 
voluntários. Trabalhar gratuitamente possibilita ao adolescente adquirir valores sociaispositivos, através 
da vivência de relações de solidariedade.
A liberdade assistida tem como objetivo a ressocialização do adolescente, a reflexão do seu ato 
infracional, porém, tudo isso sem afastá-lo da convivência com sua família e nem mesmo com a 
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DIREITO DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E ESTATUTO DO IDOSO
sociedade. Os jovens devem ser assistidos, orientados e auxiliados no seio sociofamiliar, interagindo e 
convivendo com todos. Esta proposta busca, uma vez que a família também é convidada a participar 
deste processo/intervenção, a interação das relações e superação das dificuldades sociofamiliares.
Em relação à família, na medida de semiliberdade, esta busca resgatar e preservar os vínculos familiares 
dos adolescentes atendidos, através da participação da família em atividades dentro da instituição onde 
ele está. A medida prevê sempre sua educação e preparação para exercer com responsabilidade o direito 
à liberdade irrestrita.
A internação é a medida mais severa, pois retira o adolescente do convívio social e de sua família. 
Aqui, as visitas devem ser estimuladas para que o adolescente não perca o convívio com seu núcleo 
familiar e possa, com isso, resgatar seus vínculos e interação com todosde forma mais saudável.
MÓDULO 7
Caro aluno
Neste módulo, vamos estudar de forma mais aprofundada a questão do adolescente em conflito 
com a lei. Neste momento, vamos conversar sobre a importância das famílias no acompanhamento dos 
adolescentes que estejam em cumprimento de medida socioeducativa e o quanto a participação das 
famílias neste processo faz diferença e contribui de forma positiva.
Usaremos como base de estudo e leitura o texto: COSTA, L S. Intervenção com famílias de adolescentes 
em conflito com a lei: reflexão sobre uma prática no CREAS. In: CARVALHO, M C N (ORG.). Psicologia e 
justiça: infância, adolescência e família. Curitiba. JURUÀ. 2012. 221-234.
Espero que tenham uma ótima leitura e bons estudos!
Conforme tem se discutido no decorrer de nossa disciplina, para compreendermos o impacto e a 
importância das famílias tanto no comportamento quanto na intervenção junto ao adolescente em 
conflito com a lei, é primordial contextualizar a família dos dias atuais.
Esta é uma família que tem, muitas vezes, a mãe como provedora e responsável pela educação dos 
filhos. Nesse sentido, as famílias em situação de vulnerabilidade também contam com uma realidade 
diferente e muito particular, marcadas pela desigualdade e exclusão.
Não que este novo arranjo familiar não seja competente para cuidar de seus filhos, mas com certeza 
marca um novo paradigma na compreensão e na necessidade de novas estratégias de enfrentamento 
em relação às dificuldades vividas por eles. Esta situação reforça a ideia de que algumas condutas 
infracionais praticadas pelos adolescentes (filhos desta nova concepção familiar) são favorecidas por 
este ambiente e por contextos sociais desfavorecidos.
Vários autores e várias pesquisas tentaram e ainda tentam traçar um perfil do adolescente infrator. 
Todas elas buscam dar explicações para os comportamentos destes adolescentes. Muitos acreditam 
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que existam variáveis biológicas, genéticas e sociais. No entanto, o fato predominante é que nenhuma 
destas variáveis terá peso se não houver um ambiente familiar propício, ou seja, condições favoráveis 
dentro do núcleo familiar para que isto ocorra.
Nota-se que quando um ambiente familiar é agressivo, incontinente e com isso desfavorável a uma 
boa saúde mental de seus membros, existem possibilidades importantes para o desenvolvimento de 
comportamentos antissociais, sendo que o contrário é verdadeiro, ou seja, quando o ambiente familiar é 
bom, os comportamentos antissociais são reprimidos e os pró-sociais e/ou pró-ativos são incentivados.
Diversos estudos também reforçam a influência do histórico de maus-tratos ou negligência 
e distúrbios de aprendizagem como fazendo parte da construção de padrões de comportamento 
antissocial, que acarretam em uma acentuada baixa autoestima (GOMIDES, 2003).
Desta forma, percebe-se que o adolescente passa a ser rotulado e excluído nos dois ambientes 
mais importantes da sua vida: a família e a escola. Aqui, os dois ambientes falham em apoiá-lo e dar 
oportunidades para um crescimento e amadurecimento de fato. A família o negligencia e a escola o 
classifica como “garoto/a problema”, o que o coloca em um grupo desviante, que, por sua vez, o recebe 
de “braços abertos”.
O que ocorre é que como eles se sentem abandonados por todos e inábeis em responder às 
expectativas da sociedade em geral, tomam para si como verdade o rótulo que lhes foi dado. Eles são 
vítimas, mais uma vez, de um comportamento disfuniconal da sociedade e do seu núcleo familiar.
É importante que este adolescente seja acompanhado por uma equipe interdisciplinar quando 
estiver em cumprimento de medida socieducativa. Esta terá como objetivo interromper esta ideia de 
que ele não tem “jeito” e de que nada pode ser feito por este adolescente. As famílias também precisam 
ser acompanhadas e é preciso que os pais saibam ser menos punitivos sem deixarem de ser disciplinados, 
e que utilizar uma monitoria positiva é uma forma bastante interessante de estilo parental. Os pais 
também devem ser orientados a melhorar o contato interpessoal e oferecer apoio na resolução de 
problemas, quando se fizer necessário.
A atuação da Psicologia Social com adolescentes em conflito com a lei e suas famílias envolve um 
campo complexo de relações, inseridas em um contexto permeado por violações de direitos, vitimizações 
e revitimizações, além da reprodução de realidades excludentes e desiguais (COSTA, 2012).
O acompanhamento destes adolescentes e de suas famílias é importante para que estes retomem 
padrões de comportamento social mais adequados e que possam evitar uma evolução gradativa para 
condutas infratoras de maior gravidade.
A proposta de acompanhar e orientar os pais dos adolescentes em conflito com a lei é: desenvolver 
habilidades e boas práticas parentais e fortalecer a presença da família na educação dos filhos (COSTA, 2012).
Infelizmente nota-se uma baixa adesão dos pais em relação a estas atividades. Isto ocorre porque 
eles não entendem que esta é uma prioridade e muitas vezes o deslocamento também é complicado e 
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DIREITO DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E ESTATUTO DO IDOSO
caro. Eles precisam ser incentivados a participar por causa da importância que esta proposta tem e o 
quanto sua presença fará diferença no acompanhamento e no cumprimento da medida socioeducativa 
deseu filho.
MÓDULO 8
Caros alunos, neste módulo vamos estudar o Estatudo do Idoso e seus itens mais importantes para 
compreendermos as questões que envolvem o envelhecimento no Brasil e os direitos dos idosos.
Assim, é importante que você acesse o Estatuto do Idoso (http://www.planalto.gov.br/cCivil_03/
LEIS/2003/L10.741.htm) e conheça o texto da Lei na íntegra. Desta forma, você conhecerá todos os 
detalhes que compõem esta Lei tão importante em vigência em nosso país.
Também é importante que você complemente seus estudos com a leitura do texto: MENDES, MRSS; 
GUSMÃO, JL; MANCUSSI E FARO, AN; LEITE, RCBA. A situação social do idoso no Brasil: uma breve 
consideração. Acta Paulista Enfermagem. 18 (4):422-426.2005.
Boa leitura!
Bons Estudos!
Em 1º de Outubro de 2003 foi promulgado o Estatudo do Idoso (Lei10.741/2003) e com ele uma nova 
fase na regulação dos direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos surgiu em nosso país.
O Estatuto do Idoso dispõe em seu artigo 2º que todo idoso gozará de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem que tenha com isso prejuízo algum de nenhum outro aspecto de sua 
vida pessoal, social, financeira e/ou familiar. Fica assegurado, por força do Estatuto, que todo idoso 
terá direito à vida, saúde, alimentação, educação, cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, 
dignidade, respeito e convivência familiar e comunitária.
Ainda segundo o Estatuto, é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público 
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, todos os direitos descritos acima.
A questão da violência contra o idoso também foi contemplada pelo Estatuto e em seu parágrafo 
4º, ele afirma que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, 
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da 
Lei. Assim, torna-se dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos dos idosos.
O Estatuto deixa claro em seu texto o quanto o envelhecimento é um direito de todos e o quanto o 
Estado deve cuidar para que isto ocorra de forma digna e cuidadosa. O artigo 9º diz que devem existir 
políticas públicas efetivas que garantam ao idoso um envelhecimento saudável e digno.
As políticas públicas destinadas aos idosos falam a favor de uma efetivaação de direitos prestados 
pela assistência social (no caso do idoso que não tem condições de prover seu sustento, por exemplo) 
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e pela saúde, com programas oferecidos pelo SUS, que lhes garantam acesso universal e igualitário, 
além de ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo atenção especial às 
doenças que afetam, preferencialmente, os idosos.
Os casos de suspeita de violência praticada contra idosos serão objeto de notificação compulsória 
pelos serviços de saúde públicos e privados e, para efeitos desta lei, considera-se violência contra o 
idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou 
sofrimento físico ou psicológico.
Vale ressaltar que o Estatuto do Idoso também regula todas as ações das instituições que cuidam 
e abrigam idosos, impondo regras de cuidados básicos, alimentação, saúde e moradia. As entidades 
governamentais e não governamentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do 
Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária, entre outros.
Assim, envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e é uma 
fase que se caracteriza pela reflexão, por parte do idoso, de toda sua história de vida, seus sucessos e 
fracassos e, este mesmo idoso, conclui que alcançou muitos e muitos objetivos, mas também sofreu 
muitas perdas, das quais a saúde destaca-se como um dos aspectos mais afetados.
A qualidade de vida e o envelhecimento saudável requerem uma compreensão mais abrangente e 
adequada de um conjunto de fatores que compõem o dia a dia do idoso no Brasil. Este fenômeno cresceu 
muito nas últimas décadas, solicitando da nossa sociedade uma visão mais abrangente e humanizada 
desta população.
O sujeito que envelhece apresenta uma interação maior entre os estados psicológicos e sociais 
refletidos em sua adaptação às mudanças, e suas habilidades pessoais de se envolver e buscar significado 
para viver influenciam diretamente a forma como este processo será vivenciado por ele.
O papel social dos idosos é um fator importante no significado do envelhecimento, pois este depende 
da forma de vida que as pessoas tenham levado, assim como as condições atuais que se encontram 
(MENDES e COLS, 2005).
A prevenção para um envelhecimento saudável deve começar muitos anos antes, através da adoção 
de um modo sadio de viver. Faz parte desta vida saudável uma atitude otimista diante da vida e o cultivo 
de relações afetivas familiares e sociais, mais significativas e saudáveis.
O medo de envelhecer e a incapacidade de muitos de se confrontar com seu próprio processo de 
envelhecimento podem levar ao preconceito e à discriminação contra a pessoa idosa.
Compreendendo o idoso e respeitando sua condição peculiar, muitos dos mitos que envolvem esse 
processo podem ser eliminados.Os idosos precisam ser tratados com dignidade e encorajados a manter 
sua autonomia, com isso, sua qualidade de vida será muito melhor.
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DIREITO DA CRIANÇA, ADOLESCENTE E ESTATUTO DO IDOSO
O papel da família, portanto, é fundamental no cuidado do idoso e esta predomina como alternativa 
no sistema de suporte ao idoso. Assim, estas precisam estar preparadas para cuidados de saúde 
diferenciados, oscilações de humor, quadros depressivos, dependência física e psicológica, entre outras.
Desta forma, a família cuidadora necessita de informação sobre como realizar os cuidados e 
adaptação ao idoso, até porque cada família assume o envelhecimento de forma diferente e estas 
podem entendê-lo como algo muito bom ou algo muito ruim.
O envelhecimento, então, é um fenômeno recente e irreversível, e essa questão tem sido abordada 
cada vez mais. Todas as pessoas envolvidas neste processo e, principalmente, o idoso, devem ser 
respitados e cuidados para que este processo ocorra de forma saudável e satisfatória.
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Unidade II
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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