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RELATÓRIO 1 DE TGC Evolução histórica do Direito Penal

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
A doutrina mais aceita tem adotado uma tríplice divisão, que é representada pela vingança privada, vingança divina e vingança pública, todas elas sempre profundamente marcadas por forte sentimento religioso/espiritual. 
VINGANÇA DIVINA: Nas sociedades primitivas, os fenômenos naturais maléficos eram recebidos como manifestações divinas revoltadas com a prática de atos que exigiam reparação. Nessa fase, punia-se o infrator para desagravar a divindade. 
O castigo aplicável consistia no sacrifício da própria vida do infrator. Na verdade, a pena em sua origem distante representa o simples revide à agressão sofrida pela coletividade, absolutamente desproporcional, sem qualquer preocupação com algum conteúdo de Justiça. 
VINGANÇA PRIVADA: Quando ocorria um crime a reação a ele era imediata por parte da própria vitima, por seus familiares ou por sua tribo. Comumente esta reação era superior à agressão, não havia qualquer idéia de proporcionalidade.
Foi um período marcado por lutas acirradas entre famílias e tribos, acarretando um enfraquecimento e até a extinção das mesmas. Deu-se então o surgimento de regras para evitar o aniquilamento total e assim foi obtida a primeira conquista no âmbito repressivo - a Lei de Talião - que com o passar do tempo evoluiu, surgindo a possibilidade do agressor satisfazer a ofensa mediante indenização em moeda ou espécie (composição).
VINGANÇA PÚBLICA: Com a melhor organização social, o Estado afastou a vindita privada, assumindo o poder-dever de manter a ordem e a segurança social, surgindo a vingança pública, que, nos seus primórdios, manteve absoluta identidade entre poder divino e poder político. A primeira finalidade reconhecida desta fase era garantir a segurança do soberano, por meio da aplicação da sanção penal, ainda dominada pela crueldade e desumanidade, característica do direito criminal da época.
Direito Penal Romano
De inicio, em Roma, a religião e o direito estavam intimamente ligados, o Pater Famílias consistia no poder de exercitar o direito de vida e de morte (jus vitae et necis) sobre todos os seus dependentes, inclusive mulheres e escravos.
Com a chegada da Republica Romana ocorreu uma ruptura e desmembramento destes dois alicerces, a vingança privada foi abolida passando ao Estado o magistério penal.
Direito Penal Germânico
O Direito era visto como uma ordem da paz; desta forma o crime seria a quebra, a ruptura com este estado.
Inicialmente eram utilizadas a vingança e da composição, porém, com a invasão de Roma, o poder Estatal foi consideravelmente aumentado, desaparecendo a vingança.
As leis bárbaras caracterizavam-se pela composição, onde as tarifas eram estabelecidas conforme a qualidade da pessoa, o sexo, idade, local e espécie da ofensa. Para aqueles que não pudessem pagar eram atribuídas as penas corporais.
Direito Canônico
É o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana.
Inicialmente o Direito Canônico tinha o caráter meramente disciplinar, porém com o fortalecimento do poder papal, este direito passou atingir a todos da sociedade (religiosos e leigos).Tinha o objetivo de recuperação dos criminosos através do arrependimento, mesmo que fosse necessária a utilização de penas e métodos severos.
Período Humanitário
Em fins do século XVII,I com a propagação dos ideais iluministas, ocorreu uma conscientização quanto às barbaridades que vinham acontecendo, era preciso romper com os convencionalismos e tradições vigentes. Houve um imperativo para a proteção da liberdade individual em face do arbítrio judiciário e para o banimento das torturas, com fundamento em sentimentos de piedade, compaixão e respeito à pessoa humana.
TEORIA DA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS
DIREITO PENAL NA GRÉCIA ANTIGA
Por serem diversos os estados na Grécia antiga, as legislações penais também eram diferentes, existindo destas apenas fragmentos.
As mais importantes leis penais gregas da Antigüidade são as atenienses, que não se inspiravam, de forma absoluta, em princípios religiosos, mas nelas se afirma o conceito de Estado. O fundamento da pena era a intimidação e a vingança, tendo sido concebida como meio de retribuição, de intimidação e de expiação. 
O Direito Penal grego, em especial o de Atenas, marcou a passagem do Direito Oriental para o Direito Ocidental. A ele coube o mérito de afastar a influência religiosa, marcante até então, e dar início à humanização da pena. Contudo, a justiça penal grega refletia as dificuldades da época, constituindo-se em um meio de preservação do poder pelos governantes.
DIREITO PENAL NO ORIENTE
Nas sociedades do antigo oriente, o direito, ainda rudimentar, tinha um cordão umbilical intrínseco ao meio religioso. Sendo assim o crime era a conduta que ofendia preceito divino, e consequência seria o castigo dos deuses. Por conseguinte, o líder religioso tinha primordial tarefa em trazer a vontade dos deuses até o alcance do seu grupo. O sistema jurídico hebreu era baseado nesses moldes. Embora sofresse alterações no decorrer da história daquela nação, o sistema punitivo era basicamente baseado na vingança primitiva conforme consta no Talmud, o livro que trazia o resumo da lei, denominada de Torá.
Contudo a cultura oriental antiga deixou como legado o Código de Hammurábi. Em tal escrito, a punição não se caracteriza como um castigo divino a determinada prática, mas como uma vingança pública, cujo instrumento para tal vingança era comumente a pena de talião, que preceituava que a punição deveria ser proporcional a lesão cometida pelo infrator, da onde surgiu a famosa expressão olho por olho, dente por dente. No código da Hamurabi eram previstas várias penas, dentre elas: castração para os crimes contra os costumes; extirpação da língua, nos crimes contra a honra, amputação da mão do médio em caso de procedimentos cirúrgicos mal efetuados.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
BITENCOURT, César Roberto. Manual de direito penal - Parte geral. vol. 1
 
HORTA, Ana Clélia Couto. Evolução historica do Direito Penal e Escolas Penais. Em: Âmbito Jurídico 
 
MIRABETE, Júlio Fabrini: Manual de Direito Penal.
 
BRUNO, Aníbal. Direito Penal Parte Geral Tomo I (apud Alan Reis em "História do Direito Penal", disponível em: jusbrasil.com.br/artigos/251270057).
ROXIN, Claus. Novos estudos de Direito Penal. Organizado por Alaor Leite

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