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Mandado de Segurança Constitucional I

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FACULDADE DE DIREITO DE IPATINGA
REMÉDIO CONSTITUCIONAL :
MANDADO DE SEGURANÇA
TURMA : 301
IPATINGA 2017/2
Definição
 A Constituição Federal descreve em seu artigo 5°, inciso LXIX o Mandado de Segurança da seguinte forma: ‘’conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público’’
 Trata-se de garantia constitucional, que se destina à tutela de direito público subjetivo que emana de fato revestido de liquidez e certeza. Segundo Hely Lopes Meirelles, o mandado de segurança é ‘’ o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 Já Maria Sylvia Zanella de Pietro, conceitua Mandado de Segurança da seguinte maneira, é a ação civil de rito sumaríssimo pela qual a pessoa pode provocar o controle jurisdicional quando sofrer lesão ou ameaçado de lesão a direito líquido e certo, não amparado por Habeas Corpus nem Habeas Data, em decorrência de ato de autoridade, praticado com ilegalidade ou abuso de poder.
 Hugo de Brito Machado, definiu direito liquido e certo como sendo aquele cuja demonstração independe de prova. Complementa dizendo que todo direito resulta da incidência de uma norma. Para que o direito seja líquido e certo basta que o fato do qual resulta seja incontroverso, ou seja, quando o exame de sua existência não suscita questões de fato e sim de direito.
Origem
 O mandado de segurança foi instituído pela Constituição de 1934.
 A Lei n° 1533 de 31 de dezembro de 1951, que tratava do mandado de segurança, e que vigorou em nosso país por mais de 50 anos, foi revogada pela Lei n° 12016, de 7 de agosto de 2009, que disciplina o mandado de segurança individual e coletivo.
 Na vigência da Constituição de 1891, pretendeu-se, estender aos direitos públicos subjetivos o habeas corpus, dando caráter abrangente da cláusula constitucional que dizia: ‘’dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder’’. Como no entanto, a revisão da Constituição de 1891, ocorrida em 1926, restringiu o habeas corpus ao direito de locomoção, os demais direitos fundamentais ficaram sem proteção. Assim, a Carta de 1934 criou o mandado de segurança ‘’para defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade.
Natureza Jurídica
 Assim, dispõe Alexandre de Moraes em sua obra:
‘’Trata-se de uma ação constitucional civil, cujo objeto é a proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade Pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.’’
 
Requisitos para propositura da ação
Proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receito de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam.
Objeto do mandado de segurança
 O objeto do Mandado de Segurança é um ato administrativo específico com a condição de que seja ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, líquido e certo do impetrante, mas por exceção também ataca Leis e Decretos de efeitos concretos, as deliberações legislativas e as decisões judiciais para as quais não haja recurso capaz de impedir a lesão ao direito subjetivo do impetrante.
Prazo para Impetrar Ação de Mandado de Segurança
 O prazo para impetração é de 120 dias contado da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado, normalmente por sua publicação em Diário Oficial. Trata-se de prazo decadencial, pelo que não se suspende nem se interrompe, uma vez iniciado. Em se tratando de mandado de segurança preventivo, não há falar em aplicação do prazo decadencial.
 A fixação do aludido prazo, por lei ordinária, não contraria a Constituição Federal.
Sujeito Ativo e Sujeito Passivo
 O sujeito ativo do mandado de segurança é o titular do direito pessoal líquido e certo. Tanto pode ser pessoa física quanto jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira. A despeito de não mencionados na Lei n° 12016/2009, podem ainda figurar como legitimados ativos para a segurança, as universalidades reconhecidas por lei, bem como os órgãos públicos despersonalizados, mas dotados de capacidade processual (como por exemplo a Mesa do Congresso Nacional, do Senado, da Câmara ...).
 Sujeito passivo é a autoridade pública, entendida como todo agente público que exerce sua função estatal, bem como agentes delegados. Considera-se sujeito passivo a autoridade coatora que pratica ou ordena a execução ou a inexecução do ato impugnado, ou seja, que deu causa {a lesão jurídica considerada, e seja detentora das atribuições para fazer cessar a ilegalidade.
Lei Infraconstitucional 
A Lei n° 12.026, de 7 de agosto de 2009, disciplina o mandado de segurança individual e coletivo. Tal lei, sem alterar as linhas básicas da Lei anterior (Lei n° 1533, de 31 de dezembro de 1951), veio consolidar algumas conquistas que já se encontravam presentes na jurisprudência de nossos Tribunais, em especial do Supremo Tribunal Federal, bem como concorrer para a agilização da prestação jurisdicional e efetivação da jurisdição constitucional das liberdades, uma constante em nosso constitucionalismo republicano.
A Liminar em Mandado de Segurança
 A concessão de medida liminar é prevista no artigo 7°, III, da Lei n° 12016/09, quando sejam relevantes os fundamentos da impetração e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da segurança, caso seja ao final deferida. Não se concede a medida liminar como antecipação dos efeitos da sentença final, senão como instrumento acautelador do direito do impetrante, verificados os pressupostos legais. Por isso é que não implica em prejulgamento da segurança, tendo o impetrante direito à sentença final, que apreciará o pedido inicial.
Mandado de Segurança Preventivo e Repressivo
 O mandado de segurança pode ser preventivo ou repressivo. No primeiro caso, é necessário que o impetrante demonstre justo receio de sofrer uma violação de direito líquido e certo pela autoridade coatora, em virtude de um ato ou omissão concreta, pondo em risco o direito do impetrante. 
 O mandado de segurança repressivo objetiva a correção de uma ilegalidade cometida.
Casos em que não se admite ação do Mandado de Segurança
A Lei n° 12016, de 7 de agosto de 2009, no seu artigo 5°, disciplina os casos em que não se concederá mandado de segurança. Quando se tratar 
 I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
 II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
 III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Efeitos da Sentença 
 A decisão em mandado de segurança, que assegura o direito reclamado pelo impetrante, o faz in natura, não podendo ser substituída por perdas e danos.
 Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
 Com relação à coisa julgada, se a decisão judicial aprecia o mérito, declarando que o impetrante não tem direito, há impedimento para a reapreciação da controvérsia em qualquer tipo de ação. Se, no entanto, a decisão se limita a dizer que o impetrante não tem direito líquido e certo, julga oimpetrante carecedor da segurança, indefere de plano a petição inicial, por não ser caso do mandado de segurança ou por falta de requisitos processuais para a impetração, possível será a rediscussão da matéria por ação própria.
 A Lei n° 12016/09, em seu artigo 26, estabelece constituir crime de desobediência previsto no artigo 330 do Código Penal o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei n° 1079/50, quando cabíveis.

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