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GABARITO DO 3o TESTE DE FUNDAMENTOS DE MECAˆNICA - TURMA B2 - 22/11/2017 1- A figura ao lado mostra 4 estrelas de mesma massa m colocadas nos ve´rtices de um quadrado plano de lado a e isoladas do resto do Universo. 1.a– Calcule o mo´dulo da forc¸a gravitacional resultante em cada uma das estrelas e desenhe essa forc¸a na figura, para uma das estrelas. 1.b– Calcule a velocidade angular que o sistema tem que possuir, para que girem em o´rbita em torno umas das outras mantendo a con- figurac¸a˜o de um quadrado, sem se aproximarem ou se afastarem umas das outras. Soluc¸a˜o A forc¸a gravitacional e´ conservativa possui uma energia potencial associada. Cada par de part´ıculas de massas m1 e m2 separadas por uma distaˆncia r possui um par de forc¸as associado, sempre de atrac¸a˜o, cujo mo´dulo e´ ra io m a am m a a m 2 34 F21 F31 F41 CM F21 = Gm1m2 r2 (1) 1.1– Enumerei artificialmente as part´ıculas nos ve´rtices do quadrado de 1 a 4, em sua posic¸a˜o inicial. Cada estrela sofre a atrac¸a˜o das outras 3 estrelas (e, pela 3a Lei de Newton, os atrai tambe´m). Forc¸a e´ um vetor e deve ser somado como tal. Considere a forc¸a que a estrela 1 sofre das estrelas que esta˜o nos outros 3 ve´rtices do quadrado que formam, as estrelas 2, 3 e 4. A forc¸a resultante claramente apontara´ para o centro do quadrado e valera´ Fres,1 = F21 cos 45 ◦ + F31 + F41 cos 45 ◦ = 2 Gm2 a2 √ 2 2 + Gm2 2a2 = Gm2 a2 (√ 2 + 1 2 ) (2) 1.2– Pela segunda Lei de Newton, a forc¸a resultante sobre uma massa constante e´ igual ao produto dessa massa pela sua acelerac¸a˜o. Se as estrelas devem rodar em torno do centro do quadrado sem alterar sua forma, o raio desse movimento sera´ igual a` metade da diagonal do quadrado, r = a √ 2 2 . Portanto, cada estrela, que sofre uma forc¸a igual a` dada pela Eq.(2), sofrera´ a acelerac¸a˜o centr´ıpeta devida ao movimento circular Fres,1 = Gm2 a2 (√ 2 + 1 2 ) = ma1c = mω 2r = mω2a √ 2 2 (3) de onde se tira ω = √ 2Gm a3 ( 1 + 1 2 √ 2 ) (4) 2- Considere 2 sate´lites artificiais, B e C, de mesma massa e em o´rbita circular em torno da Terra. O raio da o´rbita de C em relac¸a˜o ao cento da Terra e´ duas (2) vezes o da o´rbita de B, RC/RB = 2. Qual e´ 2.a– a raza˜o de suas velocidades tangenciais, vB vC . 2.b– a raza˜o so mo´dulo de seus momentos angulares em relac¸a˜o ao centro da Terra, LB LC , 2.c– a raza˜o de suas energias potenciais (em relac¸a˜o a` separac¸a˜o infinita), Epot,B Epot,C , Soluc¸a˜o 2.a– A velocidade de um sate´lite em o´rbita pode ser calculada com a segunda Lei de Newton e a expressa˜o que relaciona a velocidade tangencial com a acelerac¸a˜o centr´ıpeta em um movimento circular. Por exemplo, para o sate´lite B: FB = G MTmB R2B = mBaB = mB v2B RB ou, rearranjando os termos vB = √ GMT RB . (5) A equac¸a˜o vale, de forma ana´loga, para C e podemos calcular vB vC = √ RC RB = √ 2. (6) 2.b– A quantidade de movimento angular de um sate´lite em o´rbita circular pode ser calculada de va´rias formas, inclusive com a definic¸a˜o, ~L = ~r × ~p. No caso de uma o´rbita circular a velocidade e o raio sera˜o constantes e, para o sate´lite B, o mo´dulo da quantidade de movimento angular sera´, usando a Eq.(5), LB = mBvBRB = mB √ GMTRB. (6) Portanto LB LC = √ RB RC = √ 1 2 . (7) 2.c– A energia potencial gravitacional, por exemplo, do sate´lite B e´ Epot,B = −G MTmB RB , (8) com uma expressa˜o ana´loga para C. Enta˜o Epot,B Epot,C = mBRC mCRB = 2. (9) 3– Uma barra fina de massa M e comprimento L repousa sobre uma superf´ıcie horizontal sem atrito. Um pequeno disco de massa m se movimenta, tambe´m sem atrito, com velocidade v e colide elasticamente com a barra, batendo nela a uma distaˆncia b de seu centro, como mostra a figura. O disco fica parado apo´s a colisa˜o. 3.a– Quais grandezas, entre (A) quantidade de movimento linear, (B) quantidade de movimento angular e (C) energia cine´tica, se conservam no processo? Explique porque se conservam ou na˜o. 3.b– Escreva (em termos de m, M , L, b, v) as equac¸o˜es que rela- cionam os valores iniciais das grandezas A, B e C da questa˜o 3.a– com seus valores finais. 3.c– Qual deve ser o valor de m, em termos de M , L, b e v, para que o disco de massa m fique parado apo´s a colisa˜o? m v b M,L V =0 ω =0 0 0 Soluc¸a˜o 3.a– O enunciado fala claramente que houve uma colisa˜o ela´stica entre os dois corpos. Pelo simples fato de ter havido uma colisa˜o, se considerarmos os dois corpos como sendo um sistema, as forc¸as internas que aparecem na˜o conseguem produzir qualquer variac¸a˜o de momento linear ou de momento angular. Portanto tanto o (A) momento linear quanto o (B) momento angular se conservam imediatamente antes e depois da colisa˜o. Pelo fato de o enunciado dizer que a colisa˜o foi ela´stica, a (C) energia cine´tica do sistema tambe´m se conserva durante a colisa˜o. 3.b– Considerando a informac¸a˜o que a massa m deve parar apo´s a colisa˜o, as equac¸o˜es que relacionam essas grandezas antes e depois da colisa˜o sa˜o: pantes = mv + 0 = pdepois = 0 +MVCM (10) LCM,antes = mvb+ 0 = LCM,depois = 0 + ICMω = ML2 12 ω (11) Ecin,antes = 1 2 mv2 + 0 + 0 = Ecin,depois = 0 + 1 2 MV 2CM + 1 2 ICMω 2 = 1 2 MV 2CM + 1 2 ML2 12 ω2 (12) onde calculou-se o momento angular em relac¸a˜o ao centro de massa da barra e usou-se a tabela de momentos de ine´rcia fornecida no in´ıcio do teste.para o momento de ine´rcia da barra em relac¸a˜o a seu centro de massa. 3.c– Reescrevendo, temos mv =MVCM ou v = M m VCM (10a) (mv)b = (MVCM)b = ML2 12 ω ou ω = 12VCMb L2 (11a) 1 2 mv2 = 1 2 MV 2CM + 1 2 ML2 12 ω2. (12a) Levando tanto v da Eq.(10a) como ω da Eq.(11a) na Eq.(12a), 1 2 m ( M m VCM )2 = 1 2 MV 2CM + 1 2 ML2 12 ( 12VCMb L2 )2 . (13) Apo´s simplificac¸a˜o, a Eq.(13) fica M m = 1 + 12b2 L2 = L2 + 12b2 l2 ou m =M ( L2 L2 + 12b2 ) . 4a– Um planeta em o´rbita el´ıptica em torno de uma estrela possui quantidade de movimento linear contante em todos os pontos de sua o´rbita. A afirmativa esta´ INCORRETA. A justificativa pode ser obtida pela pro´pria forma da o´rbita, que e´ curva e varia em direc¸a˜o. Como a velocidade e´ sempre tangente a` o´rbita, e sua direc¸a˜o varia, o vetor velocidade varia. Consequentemente, o momento linear varia. Podemos, ainda, usar a segunda lei de Newton, lembrando que a forc¸a da estrela sobre o planeta so´ seria nula se a separac¸a˜o entre eles fosse infinita. Como a forc¸a resultante sobre o planeta na˜o e´ nula, sua acelerac¸a˜o e´ diferente de zero e a velocidade, portanto, tem que variar. 4b– Um planeta em o´rbita el´ıptica em torno de uma estrela possui menor quantidade de movimento angular quando esta´ mais pro´ximo da estrela que quando esta´ mais distante. A afirmativa esta´ INCORRETA. A justificativa pode ser obtida pela segunda Lei de Kepler, que afirma que o raio vetor que liga o planeta a` estrela varre a´reas iguais em tempos iguais. Foi demonstrado, tanto no livro como em sala de aula, que a a´rea de um setor de o´rbita e´ proporcional ao momento angular do corpo na o´rbita. Portanto, se a a´rea varrida pelo raio vetor do planeta e´ a mesma num determinado tempo, o momento angular tambe´m e´ o mesmo. Podemos, ainda, usar o fato de que a forc¸a gravitacional na˜o consegue exercer torque em relac¸a˜o a quem a exerce. Se o torque for nulo, a segunda Lei de Newton para rotac¸a˜o implica que a variac¸a˜o do momento angular e´ nula e, portanto, o momento angular e´ contante em todos os pontos da o´rbita. 4c– Se a forc¸a resultante que age sobre um sistema fornula, o torque resultante sobre esse sistema pode na˜o ser nulo. A afirmativa esta´ CORRETA. Apesar de relacionados, forc¸as e torques dependem das condic¸o˜es do problema. Considere a figura ao lado, onde uma roda esta´ sob a ac¸a˜o de duas forc¸as iguais e opostas, ~F1 e ~F2. A resultante das mesmas e´ nula, mas o torque que elas produzem em torno do eixo na˜o o e´. F2 F1 4d– Se o torque resultante que age sobre um sistema for nulo, necessariamente a forc¸a resultante sobre esse sistema tambe´m e´ nula. A afirmativa esta´ INCORRETA. Apesar de relacionados, forc¸as e torques dependem das condic¸o˜es do problema. Considere a figura ao lado, onde uma roda esta´ sob a ac¸a˜o de duas forc¸as iguais, ~F1 e ~F2. A resultante das mesmas na˜o e´ nula, mas o torque que elas produzem em torno do eixo e´ nulo. F2 F1
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