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Aula 3 A percepção

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A percepção pode ser definida como a captação e interpretação dos estímulos ambientais, viabilizada pelo funcionamento pleno dos sentidos.
Perceber, então, envolve capacidades sensórias e de raciocínio
Os estudiosos em percepção são unânimes em afirmar que esta constitui um processo individual, influenciado por diversos fatores, que possibilita o conhecimento do mundo.
Ao nascermos, não estamos aptos a captar e interpretar toda a variedade de estímulos que está presente a nossa volta. Nossos sentidos carecem de maturação biológica para isso, sem falar na nossa capacidade cognitiva ainda extinta. 
Quanto mais amadurecemos, mais expandimos a nossa capacidade de perceber, porque ampliamos a nossa bagagem pelas experiências sensoriais viabilizadas ao longo dos anos. O que inicialmente são só ruídos diferencia-se como música, campainha, buzina de carro. O que experimentamos dos alimentos, na fase inicial de nossas vidas, limita-se à aprovação ou reprovação dos mesmos. Mais tarde, porém, podemos  identificar o salgado,  o doce,  o amargo etc. 
Aos poucos, vamos nomeando tudo o que experimentamos, ampliando e modificando a nossa capacidade perceptiva.
A percepção permite ao homem ajustar-se a meios específicos graças à leitura dos estímulos presentes em cada um deles. Por exemplo,  seu comportamento é distinto em festas, templos religiosos, shows de rock, enterro, praia, entrevistas seletivas etc.
Considerando, ainda, que os papéis desempenhados em cada situação também influencia sobremaneira o comportamento, fica fácil compreendermos sua diferenciação.
O ajustamento social das pessoas ao meio é interpretado, inclusive, levando-se em conta a compatibilidade da conduta à situação.
Os sentidos exercem um papel fundamental no processo perceptivo.  São eles que viabilizam a porta de entrada para os estímulos ambientais. Através deles, tomamos consciência de uma série de informações contidas em nosso ambiente.
VISÂO: A visão, de acordo com pesquisadores, é o sentido humano dominante na percepção. Uma vez captadas pela retina, as informações visuais são levadas ao cérebro e, neste são reconhecidas e nomeadas. É claro que esta capacidade de nomeação depende de experiência prévia. Uma criança não é capaz de nomear objetos desconhecidos. Para isso, ela depende de um adulto que lhe apresente aos mesmos, informando-lhe nomes e explicando sua utilidade. É deste modo que vai sendo formado o “banco de dados” que permitirá à pessoa nomear e compreender situações posteriores pela transferência de aprendizagem.
Pessoas com privação visual desenvolvem mais do que outras sentidos como, por exemplo, o tátil e o auditivo, como forma de compensar sua deficiência.
AUDIÇÃO: A audição é o sentido viabilizado pelos ouvidos que permite captar estímulos ambientais sonoros. Através dela distingüimos campainhas, o toque do telefone, a voz de quem nos chama e tantos outros sons presentes no nosso dia-a-dia.
PALADAR: O paladar é o sentido localizado principalmente na língua, nos chamados papilos gustativos, que permite captar informações sobre sabores e propriedades de substâncias e alimentos.
TATO: O tato é um sentido localizado em toda a pele, portanto em todo o corpo, que nos informa sobre temperatura e textura de objetos em contato conosco.
OLFATO: O olfato é um sentido localizado no nariz, que nos informa sobre odores suspensos no ar ou imersos na água.
Existem, ainda, outros sentidos como o vestibular, que permite orientação e equilíbrio espacial e o cinestésico, que fornece informações sobre o próprio corpo (sensação de fome, sede, taquicardia etc.).
O conjunto de sentidos, em funcionamento, habilita para o fechamento da percepção. As informações são levadas ao cérebro, que consultará rapidamente o “banco de dados”, nomeará os estímulos captados e dará uma resposta correspondente.
ESTÍMULOS: Quando a pessoa desconhece determinado estímulo, não dá uma resposta adequada. Por exemplo, crianças pequenas podem sofrer acidentes domésticos pelo desconhecimento dos perigos que a exposição a determinadas coisas podem acarretar; uma pessoa senil ou um paciente de Alzheimer pode atravessar a rua sem o menor senso de segurança, uma vez que o seu “banco de dados” é progressivamente danificado com o desenvolvimento da doença e redução conseqüente da capacidade de memória.
É importante diferenciar sensação e percepção
Em termos perceptivos, as diferenças são grandes e as pessoas não compartilham uma realidade única. 
Quer ver um exemplo? 
O cinema exibe um filme. Algumas pessoas abandonam o filme e saem do cinema antes mesmo dele terminar; já outras, além de recomendá-lo aos amigos, são capazes de assisti-lo várias vezes. Por que comportamentos tão distintos se falamos do mesmo filme?
Perceber é um ato subjetivo. Ao perceber os estímulos ao seu redor, cada pessoa recebe influências de uma série de fatores que nunca são comuns a todos. 
A seguir, você vai conhecer uma série de fatores responsáveis pelas diferenças perceptivas.
FAIXA ETÁRIA: A idade, além de nos oferecer um indicativo de experiência, traz variáveis quanto ao funcionamento dos sentidos (podendo limitar a capacidade de captação de estímulos), da capacidade de memória, da motivação (por exemplo, se um idoso não manifesta interesse por rock pode percebê-lo de um modo muito negativo) etc.
LINGUAGEM: Quando mais amadurecidos, somos capazes de interpretar metáforas utilizadas por nossos pais e pelas pessoas à nossa volta como, por exemplo, “língua de trapo”, quando se faz menção a alguém maledicente, “ir para o céu”, quando o adulto precisa contar sobre a morte de alguém para uma criança etc. Palavras técnicas ganham mais facilmente significado para quem está na profissão correspondente e expressões regionais, em geral, só são entendidas por quem conhece a cultura da respectiva região que utiliza a expressão.
ESTADO EMOCIONAL: Nossas disposições perceptivas mudam muito conforme as emoções. Por exemplo, um romance sem final feliz pode mobilizar mais a quem esteja vivenciando uma separação.
CONDIÇÕES DE SAÚDE: Nossa saúde é fatalmente projetada sobre as nossas percepções. Por exemplo, um portador de HIV, que tenha feito recentemente a descoberta de que é portador do vírus, tende a ficar muito preocupado com uma simples gripe. A condição de portador muda a percepção da gripe haja vista a queda imunitária normalmente ocasionada pela soroconversão.
CAMPO DE VISÃO: Captamos as informações visuais viabilizadas conforme o nosso campo visual. Por exemplo, a visão de um adulto, que em geral tem o campo muito mais expandido, e aquela de uma criança sobre um mesmo espaço físico tende a ser totalmente diferente.
FUNCIONAMENTO SATISFATÓRIO DOS SENTIDOS: Nas pessoas, as condições de captação das informações ambientais serão idênticas se não houver falha nos órgãos dos sentidos. Por exemplo, um fumante pode ter as condições de olfato alteradas e não perceber o cheiro de queimado.
TRAÇOS DE PERSONALIDADE: Uma pessoa interesseira, que não se relacione com os outros atuando de modo espontâneo, por exemplo, pode não conseguir receber um presente se não entender qual a intenção de quem o deu.
CRENÇAS: Alguns exemplos: pesquisas revelam que a aparição de objetos voadores não identificados é mais comum para as pessoas que acreditam neles; a morte é enfrentada de modo totalmente distinto para quem a vê como uma passagem e para quem é ateu.
ATENÇÃO: Nossa capacidade de apreensão de estímulos e informações é alterada conforme estamos atentos ou não a situações específicas.
CONSCIÊNCIA: Estados alterados de consciência provocados por medicações, sonolência ou drogas ilícitas alteram a condição perceptiva. O retorno à consciência, após o uso de anestésico geral, pode gerar distorções. Febre muito alta provoca a estimulação elétrica do cérebro, podendo provocar delírios (percepção de estímulos não presentes). Portadores de esquizofrenia, quando estão em surto, tendem com frequência a distorcer a realidade.
MOTIVAÇÃO PESSOAL: A leitura que fazemos das coisas que nos despertammaior interesse tende a ser mais favorável do que aquelas que não roubam a nossa atenção. Por exemplo, a percepção da prática de esportes em geral é positiva para quem gosta de praticá-los ou tem consciência real da sua importância.
HISTÓRIA DE VIDA: O que vivenciamos influencia sobremaneira o nosso modo de perceber o mundo. Por exemplo, Chaplin projetou no seu famoso personagem “Carlitos” parte de sua história de abandono e pobreza.  Pessoas que passaram pelos horrores de uma guerra, doenças e outras experiências marcantes tendem a ter alteradas suas condições de percepção diante da vida e das pessoas.
CULTURA E MEIO: Podemos nos referir à cultura tanto pelo nível de formação quanto pela cultura de ambientes específicos. Por exemplo, uma pessoa que vive em comunidade violenta tende a perceber a violência de forma banalizada, como bem mostram os filmes “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”. Um médico percebe um paciente de UTI, totalmente monitorado, de modo completamente diferente do que um sujeito leigo.
Os fatores citados anteriormente garantem que um mesmo objeto seja percebido de forma diferente por cada pessoa. Vale lembrar que existem ainda fatores como, por exemplo, cansaço, doenças ou uso de drogas, que contribuem para as distorções perceptivas.
A análise dos casos a seguir permitirão que você:
aplique os conhecimentos adquiridos sobre “percepção” a situações reais;
aprofunde o conhecimento de fatores de influência que tornam a percepção um processo específico a cada pessoa;
analise o comportamento humano como uma resposta que estabelece uma lógica com a organização perceptiva.
Leia o Caso 1,  analise e comente o prejuízo social vivido pela pessoa citada. A partir do estudo fisiológico da percepção e da importância do funcionamento dos sentidos para a captação satisfatória dos estímulos e nossa adaptação aos ambientes, que argumentos você usaria para convencê-la a utilizar o aparelho auditivo?
CASO 1: 
E.A.M. é uma senhora de 78 anos com privação total da capacidade auditiva em um dos ouvidos. Recentemente, em avaliação médica, descobriu-se que a audição no outro ouvido está em torno de 20%.
A senhora vem experimentando isolamento em função de não conseguir estabelecer uma comunicação satisfatória com as pessoas, pois não consegue dialogar em festas e já não brinca, como de costume, com os bisnetos. 
Não participa mais de festas que não sejam familiares, com receio de que as pessoas a percebam como alienada, e teme sentir-se inadequada às situações. 
Vive ótima condição de saúde física e de memória, mas rejeita a ideia de utilização de um aparelho para a melhoria auditiva pela dificuldade de assumir e expor a limitação sensória.
 - A ênfase do Caso 1 recai nos aspectos fisiológicos da percepção. A percepção dita satisfatória depende do funcionamento pleno dos sentidos, o que não acontece com E.A.M. A privação quase total do sentido auditivo a deixa alienada das situações sociais e do convívio com os bisnetos, o que depõe contra as suas condições de saúde que, salvo pelo problema de audição, são muito boas.
Considerando que o comportamento é mediado pela captação e interpretação de estímulos ambientais e que, neste caso, as falhas já começam na sua captação, as chances de adaptação de E.A. M. ao meio social ficam limitadas.
A recusa pelo uso de aparelho auditivo passa pela dificuldade de assumir limitações, o que cria limitações ainda mais importantes: as de comunicação, sociabilidade, afeto.
Leia o Caso 2 e analise como a estratégia figura-fundo foi aplicada ao conceito de gerência. Depois, diga como você aplicaria esta mesma estratégia à sua vida acadêmica de modo a torná-la bem sucedida.
CASO 2:
A relação figura-fundo discute uma estratégia de processamento das informações visuais. Defende a ideia de que uma forma é sempre destacada de todo o conjunto perceptivo que processamos, o que torna as outras informações coadjuvantes. Este critério explica a natureza seletiva da percepção e o modo de captação das informações visuais que existem, sempre, em maior quantidade do que a nossa capacidade de assimilação.
Sabendo que existem, permanentemente, elementos focais em nossa percepção, podemos criar pontos cegos para determinadas questões com muito maior frequência do que nos damos conta.
Fiorelli (2003), no livro “Psicologia para Administradores” observa que as organizações que realizam sua administração focada por objetivos têm sempre, em termos perceptivos, seus indicadores selecionados e estes se tornam as figuras priorizadas para a gerência. Defende, ainda, a ideia de que a gerência é bem sucedida quando está capacitada para migrar de um indicador para outro (cumpre um objetivo e dirige, então, seus investimentos para outro) e que a escolha de muitos indicadores, ao mesmo tempo, pode resultar em inutilidade e fracasso pela perda de foco de trabalho.
 - A gerência envolve permanentemente a utilização da estratégia “figura-fundo”. A todo tempo elegemos um foco para resolver e mudamos o ponto, uma vez que este esteja concluído. 
Os ambientes multitarefa, que são a marca atual do espaço corporativo, podem levar à existência de muitos focos (ou seja, muitas figuras) simultâneos, o que dificulta a gerência pelo excesso de coisas a administrar e, aos demais colaboradores, pela possibilidade de perder as prioridades. O temerário, nesse tipo de ambiente, é que nada se conclua ou que os processos levem tempo demasiado.
A realização de várias tarefas e/ou projetos concomitantes, comum à vida acadêmica, pode ou não ser bem sucedida. É importante que você liste as condições que o favorecem na administração de seus projetos.

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