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Hematologia Forense

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Centro universitário Una
Hematologia forense
 Analise de manchas de sangue 
Professor : Pablo Marinho
Alunas : Alyssa Amato Miranda RA:31724889
 Jessica Thais Diniz Coelho RA:31321189
Belo Horizonte 2017
Hematologia Forense
Introdução
A hematologia forense é uma subdivisão da biologia forense que observa e investiga manchas e gotas de sangue, analisando informações e as esclarecendo como exemplo: origem do sangue, ângulo, velocidade e também esclarecer quantos golpes ocorreram, tipo de arma utilizada (faca, arma ou qualquer outro objeto), a sequência dos fatos e etc. (CHEMELLO, E. 2007)
Existem duas subdivisões na hematologia forense que são a identificadora e a reconstrutora. A hematologia identificadora procura desvendar as particularidades do material encontrado, buscam descobrir suas características como o DNA, sexo, tipo sanguíneo e etc. A hematologia reconstrutora elucida a dinâmica e como de fato ocorreu o crime. (CHEMELLO, E. 2007)
Sangue
O sangue é composto pelo plasma sanguíneo, plaquetas, glóbulos brancos e os glóbulos vermelhos. A análise das machas de sangue para fins forenses faz parte da serologia. (CHEMELLO, E. 2007)
Na hematologia forense é utilizado os glóbulos vermelhos para ajudar o profissional a constatar e confrontar a amostra de sangue ao indivíduo, por meio de marcadores existentes nesse componente sanguíneo, capazes de identificar o grupo sanguíneo exato. (CHEMELLO, E. 2007)
A começar a coagulação do sangue, é viavel fazer uma estimativa do tempo decorrido após a morte, com base no sangue encontrado, pois a coagulação acontece quando as plaquetas existentes no sangue, revestem a parede de um vaso sanguíneo lesado, de forma a estancar a hemorragia e criar o reparo do vaso que foi danificado. (CHEMELLO, E. 2007)
1.2 Tratamento de vestígios biológicos – Sangue
Deve verificar-se uma análise inicial do local do crime antes que seja posta qualquer método de busca, apreenção e tratamento de vestígios, tendo a cena de crime como um todo e interpretando tecnicamente os possíveis acontecimentos decorridos. Um exame de local do crime acarreta uma recolha criteriosa de todos os vestígios que poderão ter interesse criminalístico/probatório. (Inspecção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009)
Os vestígios biológicos estão emoldurados nos vestígios orgânicos, podendo ser sangue, saliva, esperma, material fetal, secreções, pelos ou cabelos, unhas, etc. São de grande interesse dado o seu carácter identificador, em razão que são origem de material genético compondo-se um ressaltado valor probatório. (Inspeção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009)
Note-se que a arrecadação deste tipo de vestígios deve ser desempenhada após a interpretação técnico-científica dos episódios ocorridos, para esquivar-se a recolha excessiva de vestígios que possam não possuir valor criminalístico. Uma vez que são vestígios particularmente frágeis, devem ser protegidos das condições climáticas e da luz solar bem como conservado de eventuais contaminações, o que deverá ser feito no menor espaço de tempo possível de modo a guardar a sua integridade e evitar a sua degradação. (Inspeção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009)
Habitualmente, esta coleta de amostras se faz através de suabis bucais, fechadas num envelope de papel, conforme as normas da Polícia Científica, sendo necessário obter o consentimento escrito dos envolvidos no ato da recolha. (Inspeção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009)
A recolha dos vestígios executa-se aplicando determinados princípios e segundo uma ordem lógica:
 Proceder ao registo documental do local do crime, com recurso a fotografias, representações gráficas e descrições;
 Preservar separadamente os vestígios recolhidos;
 Para a recolha de vestígios fluidos, utilizar um suabi de algodão;
 Deixar secar o vestígio no material de suporte sempre que possível e preservar o objeto inteiro. Se não for possível, recolhe-se o vestígio com um suabi ligeiramente humedecido com água destilada;
 Numa superfície absorvente, recolhe-se o vestígio recortando a zona onde este se encontra (usando sempre material esterilizado).
Os vestígios hemáticos devem ser acondicionados individualmente, em embalagens de papel devidamente identificadas, à temperatura ambiente e sem luz solar. O investigador deve proceder à sua entrega para análise o mais rapidamente possível, assegurando que o recipiente se encontra devidamente protegido de eventuais danos que levem à sua contaminação. Em relação às peças de roupa ou tecido, estas devem ser corretamente acondicionadas em folhas de papel e só posteriormente dispostas nas embalagens, também de papel. (Inspecção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009)
Técnicas da Hematologia forense
A partir da confirmação de que as manchas coletadas e analisadas são de sangue, resta estabelecer a sua procedência humana. Uma possível mancha de sangue é coletada, a mesma é sujeita a testes de presunção. (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005).
 Esses são geralmente catalíticos e envolvem o uso de agente oxidante. Um exemplo é o reagente de Kastle-Meyer, um indicador que pode mudar de cor (ou luminescente) e que sinaliza a oxidação catalisada pela hemoglobina. (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005).
 Se a amostra for de sangue, esta terá, necessariamente, hemoglobina, a qual possui a característica de decompor o peróxido de hidrogênio (comportamento de peroxidase) em água e oxigênio nascente. (Figura1). Então, este oxigênio promoverá a forma colorida (rosa) da reagente fenolftaleína, evidenciando ao perito que a amostra pode conter sangue. Esse procedimento pode ser encontrado em Dias F° e Antedomenico (2010). (DELECAVE, 2011)
Figura1- Revelação com reagente de Kastle-Meyer.	
Existem duas técnicas mais utilizadas e equipamentos empregados na identificação das manchas de sangue são: Luz forense, através da emissão de luz ultravioleta em diferentes comprimentos de onda atuando no intuito de evidenciar manchas biológicas invisíveis a olho nu. E o luminol, que reage com vestígios de sangue, gerando o fenômeno da quimiluminescência que pode ser observado com o auxílio da luz forense. (CHEMELLO, 2007)
Esses métodos da hematologia forense, auxiliam no descobrimento de resíduos microscópicos de sangue mesmo estando ocultos, onde não é possível identificar visualmente, ele reage com resíduos microscópicos de sangue, sua sensibilidade é impressionante mesmo em diferentes superfícies, geralmente pelo fato de terem sido modificados por lavagem ou submetidos à alguma substancia ou reagente químico, na tentativa de mascarar o crime ocorrido. A eficácia do produto é tão grande que é possível a detecção de sangue mesmo que já tenham se passado anos da ocorrência do crime. A reação química produzida não afeta a cadeia de DNA, permitindo o reconhecimento dos criminosos ou das vítimas. (CHEMELLO, 2007).
Classificação das manchas de sangue
Ao se investigar manchas de sangue em um local de crime, primeiro se faz através de um exame visual, a demarcação de quais manchas combinam à vítima e, se for o caso, quais podem ser do autor, ou ocasionadas a partir da movimentação deste na área do evento. Como por exemplo: Um cadáver é encontrado em meio a uma grande poça de sangue, compreende-se que o morto caíra naquele local para não mais levantar, pois o acúmulo de sangue assim o indica. (JAMES & KISH, 2005; PESCHEL et al., 2007)
O perito de local não pode deixar de cogitar: forma, posicionamento e cor das manchas, são informações que podem levar a importantes conclusões sobre a dinâmica dos fatos, área onde de fato  ocorreu ou teve início e hora aproximada do evento. Por meios da dinâmica do exame, é possível compreeder dados a respeito dos movimentos da vítima e a classificação para os padrões de manchas de sangue  quanto a sua forma, através delas, podendo ser determinar a altura, o ângulo e a violência que o atingiu. (JAMES & KISH, 2005; PESCHELet al., 2007).
Os principais tipos de manchas são:
Manchas por projeção: Gotas: forma circular = pequena altura; forma estrelada, com bordos irregulares = altura aproximada de 40cm; forma estrelada com bordos denteados, gotas satélites= altura superior a 125 cm; gotículas = altura superior a 2m.
Salpicos = quando a projeção do sangue é feita sob impulso e uma segunda força e cai sob a ação da gravidade (forma alongada na fase final).
Manchas por escorrimento: caracteriza-se quando o sangue se apresenta sob a forma de poças, arco ou filetes decorrentes de grande perda de sangue.
Manchas por contato: são originárias do contato de uma parte do corpo ou de um objeto com as amostras de sangue, e posterior fiação de manchas de sangue em outro local em decorrência de novo contato, podendo deixar moldes de impressões digitais nas áreas de fixação.
Manchas por impregnação: quando um tecido ou papel entra em contato com manchas de sangue líquido e são absorvidas, produzindo manchas características que são denominadas manchas por impregnação.
Manchas por limpeza: quando se procura limpar uma mancha de sangue, comumente o agente não consegue excluir todos os vestígios, sendo que apenas a olho nu a mancha parece ter desaparecido. Nesses casos, com a ajuda de reagentes ou utilizando-se a luz forense, estas manchas podem ser observadas, e podem indicar a tentativa de ocultar provas de um crime. (JAMES & KISH, 2005; BEVEL & GARDNER, 2008)
Quantidade de sangue perdido: Esta questão é abordada quando se alega como causa da morte hemorragia externa, ou também para se ter uma ideia do enfraquecimento do eventual ferido que tenha se locomovido, pois pela contagem das gotas encontradas, avaliação do tamanho, bem como pelo cálculo do volume das poças e coágulos, é possível se chegar à quantidade de sangue perdido. (James & Kish, 2005; Peschel et al., 2007)
Finalmente, o assinalamento das manchas é o procedimento em que todas as manchas devem ser assinaladas e fotografadas. Uma descrição detalhada em que cada mancha terá um número ou uma letra indicativa que acompanhara a fotografia. Se as manchas estiverem localizadas em pequenos objetos devem ser acondicionados de maneira que não sofram alterações e encaminhadas para análise no laboratório. (Peschel, 2007)
Figura 2- Ângulo das manchas de sangue
Área de convergência e área de origem
As manchas podem ajudar a recriar a cena de um crime observando maneira como o sangue se comporta. Ele sai do corpo na forma liquida, seguindo as leis do movimento, do atrito e da gravidade. Ao se movimentarem, as gotas tomam a forma esférica por causa da tensão superficial. As moléculas do sangue se atraem umas às outras, apertando-se até ficarem de um formato com a menor área possível. Assim as gotas se comportam de maneiras previsíveis quando caem sobre uma superfície ou quando uma força age sobre elas. (James & Kish, 2005)
O formato e o tamanho dependem da quantidade de sangue estendida, da altura em que estava o corpo e se ele caiu em alguma superfície com o carpete, madeira, ou algum outro plano. Uma grande quantidade de sangue forma uma poça maior. Em uma superfície dura irá manter uma forma circular, enquanto o carpete absorve um pouco de sangue fazendo as bordas aumentarem, ou seja, a circunferência de uma mancha de sangue ela tende a aumentar conforme aumenta a altura. (Bevel & Gardner, 2008) como mostra a Figura 3.
Figura 3 Análise da circunferência de uma mancha de sangue
Para mapear uma cena de crime e alcançar a interpretação corretamente dos padrões de manchas de sangue presentes no local do crime e reconstituir os eventos que ocorreram, é indispensável efetuar o cálculo da área de convergência e a partir dessa, determinar da área de origem. Chama-se à atenção para ocorrências de padrões importantes para esta análise, os padrões de impacto, aqueles que são criados por pancadas, objetos contundentes ou perfurantes. É importante selecionar as superfícies e sua análise, e ter certeza de que não foram movidas, móveis de grandes dimensões, objetos etc. (JAMES & KISH, 2005; PESCHEL et al., 2007)
É importante entender o conceito de direcionalidade, que se entende como a característica, de uma determinada mancha, capaz de fornecer a indicação da direção do movimento do sangue quando a sua disposição (Terminologia recomendada, PJ).
A área de convergência contém todas as interseções criadas a partir do eixo mais longo (comprimento) das manchas individuais. Para que a área de convergência seja determinada, é preciso escolher algumas das manchas bem definidas que compõem o padrão em estudo, com as seguintes caraterísticas:
Demonstra uma direcionalidade e procedência da mesma direção;
Encontrarem-se em superfícies verticais;
Não serem muito pequenas nem grandes demais.
Após a seleção, fotografam-se e marcam-se as manchas, delineando-as posteriormente uma linha ao longo do eixo correspondente ao comprimento de cada mancha e no sentido da direção por ela indicada. Em cada local em que ocorra a convergência e interseção de várias linhas, deve considerar-se a hipótese de ser aquela a área de convergência. O cálculo da área de origem advém do estudo do ângulo de impacto da mancha (Figura 4 ), que é o ângulo agudo (representado na figura 4 com um ) ao qual uma gota de sangue colide com um certo plano (Terminologia recomendada, PJ).
Figura 4 – Ângulo de impacto.
Para a área de origem ser determinada, é imperativo calcular o ângulo de impacto de algumas manchas, escolhidas pelo perito, que formam o padrão das manchas de sangue. Deste modo, a área de origem define-se como a localização tridimensional na qual o padrão teve origem (Terminologia recomendada, PJ). Existem três métodos para determinar a área de origem: stringing, tangente e análise computacional com software apropriado (no caso concreto de Portugal o HemoSpat).
Método de stringing.
Para este método é necessário:
 Aristo (para medir os ângulos de impacto);
 Instrumento de medição;
 Fios coloridos;
 Fita adesiva;
 Máquina calculadora.
A técnica exige poucos recursos para ser executada, este método é vagaroso e requer a presença de mais do que um perito. O procedimento de colocar fios sobre cada respingo é apenas uma maneira de determinar a fonte de sangue ou a área de convergência inicias se medindo o comprimento e largura de cada uma das manchas selecionadas previamente, o perito documenta a localização de cada respingo usando o sistema de coordenadas. (JAMES & KISH, 2005; PESCHEL et al., 2007)
A seguir, ele forma uma base para comprovar onde o pingo está voltado em relação ao chão e ao teto. Usando fios elásticos, coloca-se linhas a partir de cada respingo até a base. Em seguida põe um transferidor na base da área onde os fios convergem para determinar o ângulo de lançamento de cada gota. Se foram encontrados especialmente na parede, é possível medir a distância entre a área de convergência e o objeto para descobrir onde a vítima estava. (JAMES & KISH, 2005; PESCHEL et al., 2007). Como mostra a figura 5
 Figura 5 Produto final do método de stringing
2.2.2 Método da tangente
Neste método também recorre as às funções trigonométricas, os recursos utilizados para esta técnica é uma fita métrica, uma calculadora e um bloco de notas para apontar os resultados. Após determinar a área de convergência, a distância é medida entre a borda de cada mancha utilizada e o ponto situado no centro desta mesma área. No passo seguinte calcula-se a tangente do ângulo de impacto () calculado para cada uma das manchas e multiplica-se pela distância previamente medida. Assim, obtém-se a área de origem do padrão de impacto em três dimensões, o que fornece a localização onde este foi gerado. (James & Kish, 2005)
2.2.3 software HemoSpat
O software é utilizado pela Polícia Judiciária para a análise de padrões de manchas de sangue, foi desenvolvido com a finalidade de determinar o ponto de convergência e a área de origem dos padrões de impacto no local do crime. Os dados fornecem aoinvestigador informações essenciais acerca da localização e da posição de um determinado sujeito na cena de crime. As principais vantagens da utilização deste software prendem-se com três fatores principais: redução do risco, redução do custo por ser reutilizável. Maior precisão do método reduzindo o risco em comparação com o método convencional de stringing, para determinar a área de origem, pois este tem a necessidade de mais de um perito trabalhando na área e demanda muito mais tempo, o processo tem que ser realizado no local do crime, aumentando o risco de possíveis contaminações da cena. Já o software fornece a ponto de vista de duas dimensões (2D) do local denominado. Para se obter uma visão a três dimensões (3D) é utilizado o programa The Crime Zone. (Karger et al, 2009; Burnett et al, 1997; Kleiber et al, 2001; Risenbatt et al, 1995; Wilson et al, 2004; Yen et al, 2003)
Por fim o software HemoSpat determina o ponto de convergência através do ponto médio das interseções das linhas criadas pela análise das manchas individualmente, mostrando múltiplos ângulos da cena do crime: de frente, de cima e de lado.
3.0 Conclusão
Quando o perito chega ao local de crime pela primeira vez, deve seguir a metodologia científica delineada, certificando-se de que são tomadas todas as medidas de proteção e preservação do local do crime, no sentido de evitar contaminações que possam comprometer toda a investigação. Assim, por forma a preservar e proteger a integridade dos vestígios e de todo o local do crime, há diversas considerações que se devem ter em conta aquando do seu tratamento, mais especificamente:
 Usar luvas, fato, sobrebotas e máscara aquando da pesquisa, recolha e acondicionamento dos vestígios;
 Trocar de luvas entre cada recolha e não falar durante a mesma;
 Proteger os vestígios da humidade, luz solar direta e calor; 
 Deixar secar o vestígio húmido à temperatura ambiente e de preferência na escuridão; 
 Perfurar o tudo plástico de suporte da zaragatoa de algodão para que o vestígio não se degrade. (Inspecção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009) 
O perito deve então começar a sua análise por uma apreensão inicial da cena de crime como um todo, tendo uma ideia geral da distribuição e localização dos padrões de manchas de sangue (Peschel, 2007). Posteriormente, o perito deve concentrar a sua atenção em cada um dos padrões individualmente, avaliando-os e tentando determinar os mecanismos que estiveram na sua origem, postulando uma hipótese. Contudo, existem muitas variáveis que podem interferir na aparência das manchas de sangue. O volume de sangue derramado, a altura a que este cai, o tipo de superfície que atinge e também o ângulo de impacto são alguns dos fatores que poderão dificultar a determinação dos eventos através da análise dos padrões de manchas de sangue. Assim o perito deve manter-se fiel apenas aos factos que observa e que podem ser potencialmente provados, sendo objetivo e não fazendo quaisquer interpretações subjetivas. No final, o perito deve ter a certeza que analisou a totalidade do local do crime, até ao mais ínfimo pormenor (Peschel, 2007), tendo todos os detalhes bem documentados. 
A análise de padrões de manchas de sangue é, como se viu, essencialmente um estudo analítico executado com recurso à documentação fotográfica e posterior processamento informático que implica a máxima preservação do local do crime tal como foi encontrado (Inspecção Judiciária – Manual de Procedimentos, 2009). 	
Referência
ALBERTIN, Ricardo et al. QUIMILUMINESCÊNCIA ORGÂNICA: ALGUNS EXPERIMENTOS DE DEMONSTRAÇÃO PARA A SALA DE AULA. Química Nova, São Paulo, n. , p.1-8, 19 maio 1998.
ALMEIDA, Juliana Piva de. INFLUÊNCIA DOS TESTES DE TRIAGEM PARA DETECÇÃO DE SANGUE NOS. 2009. 49 f. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
ASSUNÇÃO, Milene Stangherlin. QUIMILUMINESCÊNCIA E BIOLUMINESCÊNCIA. 2009. 44 f. Dissertação (Graduação) - Universidade De Itaúna, Itaúna, 2009.
SHEEHAN, F. X., KOBILINSKY, L. Human Blood Identification: A Forensic Science Approach. Journal Of Chemical Education. Vol. 61, n° 6, June 1984.
Inspecção judiciária – Manual de Procedimentos (2009). 1.ª edição, Lisboa: Polícia Judiciária.
Pinheiro, M. d. (2004). Genética e Biologia Forense, e Criminalística, in Noções Gerais sobre Outras Ciências Forenses. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
CHEMELLO, E. Ciência forense: manchas de sangue. Química virtual, p. 01- 11, jan. 2007
Bevel, T., & Gardner, R. M. (2008). Bloodstain Pattern Analysis, with an Introduction to Crime Scene Reconstruction (3rd Edition). USA: CRC Press.
Inspecção judiciária – Manual de Procedimentos (2009). 1.ª edição, Lisboa: Polícia Judiciária.
James, S. H., & Kish, P. E. (2005). Principles of Bloodstain Pattern Analysis: Theory and Practice. USA: Taylor & Francis Group.
Karger B, Rand S, Fracasso T, Pfeiffer H. (2009). Bloodstain pattern analysis – casework experience. Forensic Sci Int 2009;181(1):15–20
Young, B., Lowe, J. S., Stevens, A., & Heath, J. W. (2006). Weather's Functional Histology - A text and colour altas, 5th edition. Elsevier.

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