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TRABALHO DIREITO PENAL I - TEORIAS DA CONDUTA NO DIREITO PENAL - DOCENTE: Mariana Krause Corrêa

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
UCS – CAHOR
DIREITO PENAL I – DPU0419K
PROFESSORA: Mariana Krause Corrêa
ACADÊMICOS: 
Eduardo Pereira da Silva; 
Victor Machado Leal;
Diogo José Cantele;
Rafael Schneider Adam;
TEORIAS DA CONDUTA NO DIREITO PENAL
A conduta humana é o que norteia a teoria do delito. É com base nela que se
formulam todos os juízos que compõem o conceito de crime, que são: tipicidade,
antijuridicidade e culpabilidade. 
Com base nisto, temos o pensamento de COÊLHO:
A conduta é o elemento central do tipo, é o elemento de
enlace das estruturas dogmáticas, possuindo funções que
se revelam necessárias à manutenção de um sistema penal
calcado em bases democráticas, sob pena de
endurecimento e quebra das garantias constitucionais. 
Para Cláudio Brandão1, em seu artigo Teorias da Conduta no Direito Penal:
As modalidades de conduta humana são a ação e a
omissão. Muitas vezes, toma-se o termo ação como
sinônimo de conduta, o que ao nosso ver está correto. Isso
se dá porque o termo ação envolve a comissão, que se
identifica com a ação positiva, e a omissão, que se identifica
com a ação negativa. 
O direito penal não cria o conceito de ação, ele o retira do
mundo fenomênico dos fatos. Ainda que não houvesse o
Direito, é obvio que se realizariam ações. Não se pode,
pois, pensar em vida humana sem o agir. E esse conceito
de ação, retirado do mundo dos fatos, funciona como um elo
de ligação entre os elementos do crime, possibilitando a
sistematização desses ditos elementos. Portanto, deve-se
enfatizar, todos os elementos do crime referem-se, de um
modo ou de outro, à ação. 
A necessidade da existência de uma ação para a
constituição do conceito de crime, fato que hoje parece
óbvio, é uma grande conquista de um direito penal liberal,
voltado para a proteção dos bens jurídicos vitais para o
homem e a sociedade. Todavia, em tempos remotos, o
1 Professor da Faculdade de Direito do Recife – UFPE, da Faculdade de Direito de Olinda e da Escola Superior da 
Magistratura de Pernambuco. 
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UCS – CAHOR
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PROFESSORA: Mariana Krause Corrêa
direito penal prescindiu do conceito de ação para aplicar a
pena, desse modo até coisas e animais poderiam ser
punidos. 
Podemos dividir, então, as teorias da conduta em três fases: Teoria causalista da
ação, Teoria finalista da ação e Teoria Social da Ação, a qual se explicam a seguir.
1 – TEORIA CAUSALISTA DA AÇÃO:
A teoria causalista, segundo Rodrigo Santos Emanuele, foi concebida no século
XIX, no Tratado de Franz Von Liszt, com o intuito de abrandar a sensação vivida na época
do Império em que a vontade do Rei prevalecia.
Segundo RODRIGUES, a teoria causalista foi a primeira desenvolvida acerca da
ação humana, e complementa que:
Os seus defensores, embora não neguem que a conduta
implica numa finalidade, entendem que a apreciação do
comportamento e verificação da existência de ação típica
devem ser feitas sem qualquer indagação a respeito de sua
ilicitude ou culpabilidade. O conteúdo finalístico só terá
importância na culpabilidade, como elemento dela. 
A teoria causalista limita a função da ação à atribuição de uma modificação no
mundo exterior a uma volição. Ou seja, para a Teoria Causalista da Ação, a ação é o
movimento corpóreo voluntário que causa modificação no mundo exterior. 
Os grandes expoentes dessa teoria foram Franz von Lizt e Ernst von Beling, sendo
que a conceituação de Lizt tem três elementos (vontade, modificação no mundo exterior e
o nexo de causalidade), enquanto para Beling, como a ação tem uma fase objetiva e uma
fase subjetiva, exclui-se do seu conceito aqueles fenômenos humanos que são somente
objetivos ou somente subjetivos, como uma mera propriedade do homem (sua
perigosidade não-manifestada); um mero estado do homem (enfermidade); um simples
querer ou pensar puramente interno; os estados de inconsciência (por exemplo, um dano
causado por um desmaio); ou aqueles comportamentos que são provenientes de
excitações irresistíveis (por exemplo, os movimentos reflexos).
Vejamos o exemplo de Rodrigo Santos Emanuele em seu artigo no site Direito Net:
Para esclarecer melhor a teoria causal, partimos de um
exemplo: Imagine uma pessoa que, ao sair de um
restaurante, dirija-se ao depósito para retirar seu guarda-
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chuva e, por engano, retira guarda-chuva alheio. Para a
teoria causal da ação essa pessoa praticou fato típico
(furto), visto que subtraiu para si coisa alheia móvel. Mesmo
que tal pessoa não tenha agido com dolo, praticou fato
típico, ou seja, a conduta descrita em lei como crime.
Não havia campo de justificativa para as condutas 
praticadas, era uma simples aplicação das leis da física no 
campo jurídico e nada mais. Praticada a conduta definida 
como crime, praticou fato típico. Os elementos volitivo e 
normativo (dolo e culpa), seriam averiguados na esfera da 
culpabilidade, onde aí poderiam ser absolvidos.
Avaliar os elementos do dolo e da culpa apenas na fase da 
constatação da culpabilidade repercute negativamente no 
campo processual onde, no caso supracitado, por exemplo, 
deveria o órgão do “Parquet” oferecer a denúncia para 
somente numa fase posterior avaliar a conduta do agente. 
Sendo assim, a resposta estatal para o fato praticado será 
mais demorada para a teoria causal.
Esta teoria esvazia o conteúdo da vontade, o que indaga o questionamento de
EMANUELLE de que “Se todo o subjetivo deve ser analisado na culpabilidade, deve-se
deslocar o estudo do conteúdo da vontade da ação para a culpabilidade, esvaziando-se,
enfatize-se, o conteúdo da própria ação”.
2 – TEORIA FINALISTA DA AÇÃO:
A teoria finalista da ação foi criada por Hans Welzel, na primeira metade do século
XX, e aperfeiçoada logo em seguida à queda do nacional-socialismo alemão, na 2ª
Guerra Mundial, surgindo diante das constatações neoclássicas, onde se observou
elementos finalísticos nos tipos penais. 
Pela corrente neoclássica, também denominada neokantista, foi possível
determinar elementos subjetivos no próprio tipo penal e não somente na culpabilidade. 
Para a teoria finalista da ação, que foi a adotada pelo Código Penal Brasileiro, será
típico o fato praticado pelo agente se este atuou com dolo ou culpa na sua conduta, mas,
se ausentes tais elementos, não poderá o fato ser considerado típico, logo sua conduta
será atípica. 
Ou seja, a vontade do agente não poderá mais cindir-se da sua conduta pois
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ambas estão ligadas entre si. 
Quando projetamos a nossa reflexão na teoria finalista da ação, vemos que nela
temos todos os elementos da teoria causalista (manifestação de vontade no mundo
exterior e nexo de causalidade) e um elemento a mais: a vontade dirigida a um fim. É por
isso que já se afirmou que a teoria finalista apareceu como uma conclusão dos sistemas
de Liszt e Beling.
Em outras palavras, para a teoria finalista, importa saber se o agente atuou com
dolo ou culpa. Diferente da teoria causal, em que sua conduta seria típica, porém ele não
seria culpável por ausência de dolo e culpa, nesta teoria, não estando presentes dolo e
culpa, sua conduta será atípica. 
3 – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO:
O conceito social de ação tem sua origem em 1932, por meio de Eberhard
Schmidt, que, ao atualizar o tratado de von Lizt, procurou dar uma nova feição ao conceito
causalista de seu mestre, livrando-o da excessivainfluência do positivismo naturalista. Ou
seja, a teoria social da ação tem como fundamento a relevância da conduta perante a
sociedade. 
Para essa teoria, não basta saber se a conduta foi dolosa ou culposa para saber se
o caso é típico ou atípico, mas, também, fazer uma análise de tal comportamento e
classificá-lo como socialmente permitido ou não, pois se a conduta do agente for
considerada social (aceita pela sociedade), será atípica. 
Logo, o conceito social é um conceito valorativo, que reúne as categorias finalidade
e causalidade, as quais são contraditórias no plano do ser.
Para BRANDÃO, os críticos à teoria social alegam que esta implica num risco à
segurança jurídica, pois caberia ao magistrado decidir se tal conduta é típica ou não de
acordo com os costumes (que não revoga lei), ou seja, se o juiz entender que a ação do
agente foi absolutamente sociável, classificará aquela como atípica, ignorando, assim, o
direito positivo. 
Tal teoria não foi concebida pela nossa legislação, entretanto, não se deixa de
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avaliar a sociabilidade da ação, podendo esta ser utilizada pelo magistrado como critério
de fixação da pena base, com fundamento no artigo 59 do Código Penal.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITENCOURT, Cezar. Manual de direito penal. São Paulo : RT, 1999.
BRANDÃO, Cláudio. Teorias da Conduta no Direito Penal. Disponível em: 
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/631/r148-05.pdf?sequence=4 Acesso 
em 14 jun. 2016.
COÊLHO, Yuri Carneiro. As teorias da conduta no direito penal: o conceito de 
conduta e sua importância para um direito penal de garantia. Disponível em: 
https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9025. Acesso em 15 jun. 2016.
EMANUELE, Rodrigo Santos. Teorias da conduta no Direito Penal. Disponível em: 
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3538/Teorias-da-conduta-no-Direito-Penal 
Acesso em 14 jun. 2016.
RODRIGUES, Rodrigo Cordeiro de Souza. As teorias da Ação no Direito Penal. 
Disponível em http://www.jurisite.com.br/doutrinas/Penal/douttpen23.html. Acesso em: 15 
jun. 2016.
SILVA, Marco Aurélio Leite da. Teorias naturalista, finalista e social da ação. Disponível
em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/teorias-naturalista-finalista-e-social-da-a
%C3%A7%C3%A3o. Acesso em 15 jun. 2016.
ACADÊMICOS: 
Eduardo Pereira da Silva; 
Victor Machado Leal;
Diogo José Cantele;
Rafael Schneider Adam;

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