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Introdução da aula 01 a 10 Arquitetura e Urbanismo

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Arquitetura e Urbanismo / Aula 1 - Introdução ao Universo Arquitetônico
Introdução
Nesta aula, você irá reconhecer os conceitos essenciais da Arquitetura, mas pensando arquitetura como um conjunto de conhecimento, como ciência que se dedica ao estudo de um objeto muito específico, e que tem uma complexidade inimaginável. O espaço da vida humana, a relação dos seres humanos quando estão nele.
Estudaremos como este espaço arquitetônico é formado, física e metafisicamente, sua formação concreta e abstrata, por isso a Arquitetura pode ser examinada desde vários aspectos: como ciência, como arte, como tecnologia, como filosofia. Mais do que a soma, é a matriz de todos estes fatores que pode explicar o fenômeno arquitetônico.
Mas o que é distinto na Engenharia Civil da Arquitetura e Urbanismo? Embora em uma primeira impressão as profissões pareçam atuar em sobreposição, ao reconhecer com evida profundidade cada uma entendemos que a complementação é de fato a relação mais saudável e correta. E é sem dúvida quando os dois conjuntos de conhecimentos funcionam em comunhão que temos as maiores obras da humanidade.
Objetivos
Reconhecer os conceitos essenciais de Arquitetura e Urbanismo;
Relacionar teoria e prática arquitetônica.
Creditos
Aderbal Torres
Redator
Fonte: Kauffmann House ou Fallingwater House (1935) Frank Lloyd Wright / Bear Run - USA
Segundo um grande arquiteto romano, o que diferencia uma construção qualquer de uma obra arquitetônica é que esta última apresenta um equilíbrio entre três aspectos fundamentais: Forma, Estrutura e Função.
Só quando as três qualidades se complementam e estão equilibradas que pode ser chamada de arquitetura.
Portanto a Arquitetura, nessa relação de dependência entre essas qualidades, ganha princípios além do concreto, de abstratos, ou seja, princípios além da física, metafísicos.
Arquitetura
É a criação e o estudo das formas de abrigo do ser humano no seu caráter estrutural (físico) e cultural (metafísico).
FÍSICO 
Contra intempéries, animais e inimigos.
METAFÍSICO
Metafísico
Em relação ao desconhecido e à própria morte
Atenção
A dimensão abstrata da arquitetura fica mais nítida nas construções de fim religioso ao longo da história, por exemplo. Mas as qualidades abstratas tão claras, nos edifícios religiosos, podem e devem inspirar a beleza de edificações para famílias-casas, para o saber — escolas para a cura-hospitalar etc., toda edificação ganha um caráter de importância, relevante ou sagrado quando concebido como arquitetura.
STONEHENGE
Período neolítico e da idade do bronze (de 2750 a.C. a 1500 a.C) salisbury/sul da Inglaterra:
Represente uma das estruturas básicas da arquitetura e reaparece permanente, em todas as épocas e em todas as regiões;
• É constituído pelo conjunto de sistema de sistema de triliticos (uma viga descarregando em dois pilares;
• Pode-se dizer que o sistema estrutural apresentado pelo monumento é utilizado até hoje;
• De acordo com o material utilizado o espaçamento entre os pilares pode ser maior ou menor.
Outras definições
ARQUITETURA É..
Fonte: MicroOne / Shutterstock
Fonte: FabrikaSimf / Shuttertock
Reflexão
Observe as duas imagens e pense sobre a arquitetura de cidades planejadas e a de cidades sem planejamento. Brasília e Paris são cidades planejadas em momentos diferentes.
Atividades
Questão 1 - Quais são as três qualidades que Vitrúvio, arquiteto romano, afirmou serem necessárias para diferenciar uma simples construção da verdadeira arquitetura?
Função — Forma e Arte
Firmeza — Forma e Beleza
Estrutura — Arte e Forma
Nenhuma das anteriores
Função — Forma e Estrutura
Questão 2 - Qual a principal relação que deve existir entre estas três qualidades: Função — Forma e Estrutura?
Dependência
Independência
Igualdade
Concentração
Equilíbrio
Arquitetura e Urbanismo / Aula 2 - Arquitetura na História
Introdução
Na aula anterior, vimos que quando os dois conjuntos de conhecimentos — de Engenharia Civil e de Arquitetura — funcionam juntos é que temos as maiores obras da humanidade. Porém, a divisão exata e formal entre Arquitetura e Engenharia é um conceito criado a partir de Revolução Industrial (1700), quando a classificação dos conhecimentos virou regra.
O primeiro emprego dos termos diferentes data a partir de 1500 no Renascimento. Antes era apenas “edificação”, edificar incluía tanto o ato de projetar, riscar o desenho como o de construir. Quando observamos a história e a evolução da humanidade, o fazemos através dos vestígios, e o mais incontestável sinal de uma cultura, de uma civilização ou um povo que existiu distante na história, é a edificação ou as ruínas.
Objetivos
Reconhecer a evolução da Arquitetura ao longo da história;
Compreender a interação edifício e ambiente construído ao longo da história.
CréditosAderbal Torres
RedatorTainara Oliveira Designer Instrucional Vivian Nunes Web Designer Rostan Luiz
Desenvolvedor
Podemos entender a história da Arquitetura e Urbanismo como uma evolução que depende da geografia, da cultura, da matéria-prima encontrada em abundância, dos sistemas construtivos, mas principalmente pelo sistema de pensamento da época.
Exatamente pelos conceitos estudados, na aula anterior, e pelo fato da Arquitetura ter uma porção abstrata (além da física, uma porção metafísica) é que a evolução da Arquitetura reflete os valores sociais e artísticos, além das manifestações humanas de poder, religião, submissão, tristeza ou felicidade ou a soma de todos eles.
Estes valores também evoluíram com a humanidade. Partimos da casa primitiva que apenas oferecia abrigo e segurança para os homens da época e seus alimentos e fomos até as monumentais catedrais góticas que pretendiam reafirmar o poder da Igreja Católica e a pequenez do individuo perante essa instituição.
A Evolução da Arquitetura
A arquitetura nos diz muito sobre a sociedade que a gerou
Se seguirmos uma linha do tempo o consenso dos historiadores a dividiriam assim:
6000 a 4000 antes de Cristo
Primeiros vestígios de assentamentos humanos que construíram e se organizaram em torno de sistemas religiosos ou de celebrações ligadas às estações do ano, tempo de colheita etc.
Primeira habitação: fogo ao centro, semi-enterradas e com espaço para guardar comida.
Círculos de pedras com finalidade religiosa demarcam locais sagrados.
2000 antes de Cristo — Egito
Apesar de totalmente dependente do Rio Nilo, as pirâmides mais famosas, como as de Gizé, foram construídas com rochas metamórficas trazidas de muito longe, como uma demonstração de poder e tamanho da área de domínio dos faraós.
A pirâmide é a evolução dos primeiros túmulos construídos, chamados de mastabas (foto).
Hoje, sabe-se que as pirâmides não cumpriam a função de câmara mortuária, apenas demonstravam a grandeza do faraó para que seu nome fosse lembrado pela eternidade, pois as câmaras mortuárias com os sarcófagos não se encontravam dentro da pirâmide e sim próximas.
	
Pirâmide em Degraus de Zoser, Sakkara, 2778 a.C.
Erguendo-se em seis degraus, a pirâmide forma o foco do complexo funerário do rei Zoser. Ela foi construída por Imhotep, primeiro arquiteto conhecido pelo nome, deificado na vigésima sexta dinastia. Foi a primeira estrutura a usar somente pedra polida.
No alto Egito, nos 1000 a 900 antes de Cristo, as edificações monumentais passaram a ser os templos, não mais as pirâmides.
Templo de Amon, Luxor, c. 1408-1300 a.C.
O templo, dedicado à tríade tebana, Amon, Mut e Khons, foi iniciado por Amenófis III. O grande pátio frontal (acima), com pilonos, foi acrescentado por Ramsés II. Enormes estátuas de Ramsés II flanqueiam a entrada. Havia originalmente dois obeliscos.
2000 a 200 antes de Cristo — Mesopotâmia
Formada pelos povos sumérios, assírios e persas, esta região influenciou significativamente a evolução da humanidade, pois ali se desenvolveram muitos sistemas, como a escrita cuneiforme, o sistema alfanumérico e a moeda.
Nonosso contexto, foi desenvolvido o tijolo cozido e o conceito da cerâmica, que tem sua resistência aumentada através da exposição da argila a altas temperaturas de cocção. Foi naturalmente que esta matéria-prima evoluiu para a cerâmica vitrificada, bem como para a criação do próprio vidro. A sua edificação mais representativa foi erguida por volta de 2000 antes de Cristo, uma torre escalonada chamada de zigurate.
O zigurate era inteiramente construído em argila, adobe e tijolo cozido.
Em seguida, aproximadamente em 200 antes de Cristo, da Babilônia à Pérsia, os templos foram adotados por praticamente todas as culturas, construídos por uma sucessão de cômodos separados por pátios ou jardins em volta dos quais se desenvolviam pequenas cidades ou agrupamentos.
Planta baixa de uma cidade-palácio.
500 antes de Cristo — Grécia
A cultura grega deu origem a muitos conceitos que estão presentes até os dias de hoje no nosso sistema de pensamento. Isso por que eles influenciaram os romanos, que conquistaram Portugal, que por sua vez conquistou o Brasil. Dessa forma o Brasil está dentro do que se chama cultura do Ocidente, cultura ocidental.Os gregos possuíam uma característica fundamental que possibilitou seu sistema de pensamento e a própria evolução social que os levou a desenvolver conhecimentos como Filosofia e democracia, “a sua origem”.O que chamamos de cultura grega é, na verdade, um conjunto de pequenos povos marítimos que viviam em ilhas ou no litoral do Mediterrâneo, porém todos se reconheciam pertencentes à mesma herança. Eram cidades-estados independentes, mas quando era necessário, quando iam para a guerra, por exemplo, juntavam-se em uma única Nação, a nação grega.
Parthenon, em Atenas, na Grécia.
Unidade e diversidade é um conceito que está no centro do espírito da cultura ocidental graças a esta condição dos povos gregos. Os gregos eram politeístas (muitos deuses), com cultura de pescadores ou agrícolas, associavam as divindades às rotinas da vida (deusas da caça, da guerra, do lar; deuses do raio, do mar etc.)
Curiosamente os templos dedicados a esses deuses, não podiam ser frequentados por todos, apenas o sacerdote poderia entrar no templo. Por isso todas as festas, orações e manifestações aconteciam em volta do templo, nas colunatas, nas escadarias e nos jardins.
Acrópole, cidade alta em Atenas, Grécia.
300 antes de Cristo até 680 depois de Cristo — Roma
Os romanos surgiram no vazio deixado pela cultura grega após a sua decadência, mas herdaram deuses e alguns sistemas militares, além da organização de cidades e de pensamento.
Os romanos foram os maiores edificadores da antiguidade. Nas conquistas responsáveis pela expansão do império, tinham o cuidado de não exterminar o conhecimento dos países submetidos. Na verdade, tinham a preocupação de absorver as novas tecnologias para se desenvolver cada vez mais.
Como exemplo, pode-se citar o tijolo vindo dos sumérios, que adquiriu uma tecnologia muito elaborada de assentamento na construção das alvenarias, o que aumentou a sua capacidade de carga. Isso proporcionou um ganho de altura, viabilizando grandes edificações, em escala monumental, para reproduzir a glória dos grandes Césares.
Aqueduto para transportar água das nascentes, nas partes altas, até as praças no centro da cidade. O aqueduto era construído com arcos de alturas diferentes, pois devia seguir a inclinação da linha piezométrica.
Estrada romana, construída para que o exército romano transitasse com facilidade pelas províncias.
Densidade populacional de uma cidade romana rica. Ruínas da cidade de Pompeia.
Atividade
O desenvolvimento das culturas passadas está diretamente ligado ao seu entorno geográfico que as influenciaram fortemente. Além de retirarem de lá seu sustento, explicam suas formas de organização social e, porque não dizer, suas formas de vida.
Como não poderia deixar de serem, as edificações históricas que sobrevivem como ruínas para contar a glória do passado, utilizaram materiais retirados da natureza para desenvolver seus sistemas construtivos.
Ao longo da história, o emprego de um determinado material resultou no mesmo sistema construtivo?
Veja as imagens a seguir e reflita sobre esses dois sistemas construtivos desenvolvidos a partir da argila, por duas culturas distantes.
Questão 1 - Além das pirâmides qual outra edificação característica da época foi utilizada pelos egípcios para dedicar a suas divindades, deus fará, principalmente no alto Egito?
Aqueduto
Zigurate
Ur
Templo
Masteba
Questão 2 - Mesopotâmia, no meio das águas, nesta região vários povos assírios e sumérios desenvolveram a tecnologia para a elaboração de tijolos em adobe e cozidos. Qual era o nome da construção que tinha forma de torre escalonada, mas sem jardins ainda.
Aqueduto
Zigurate
Ur
Templo
Anfiteatro
Arquitetura e Urbanismo / Aula 3 - Arquitetura na História (continuação)
Introdução
Na aula anterior, vimos que a história e a evolução da Arquitetura e das edificações estão diretamente relacionadas com o espaço geográfico, com os materiais de construção e com as tecnologias construtivas desenvolvidas. Também vimos que, na evolução da Arquitetura, os aspectos socioeconômicos e políticos como guerras, fundação de impérios e conquista de territórios criam condições para a transferência e o melhoramento de algumas técnicas construtivas.
Também vimos que as manifestações culturais, perpetuando os valores que a sociedade deseja passar ou evidenciar para as futuras gerações, se fazem presentes na porção não física da arquitetura através de valores abstratos como poder, escala monumental, igualdade, e outros conceitos que se manifestam nas edificações a partir de decisões arquitetônicas.
Com o avanço da linha do tempo, segue-se um período de evolução das tecnologias construtivas, surgimento de novos territórios com o descobrimento das Américas e de novas formas de produção com a Revolução Industrial. Tudo isso nos levou à explosão tecnológica do século XX.
Percurso histórico
A divisão do Império Romano, no ano 365 depois de Cristo, foi determinante para uma reconfiguração política do velho mundo.
 uma reconfiguração política do velho mundo.
leoks / Shutterstock
Fonte: Didecs / Shutterstock
300 até 700 depois de Cristo – Basílicas Cristãs e Bizantinas
	
Período de evolução dos sistemas construtivos em função dos templos religiosos, igrejas e catedrais e da necessidade de proteção e defesa dos palácios que fez surgir os castelos.
Na Idade Média, a violência da guerra, na Europa, era tão cotidiana que mosteiros e castelos passaram a ter a mesma configuração, tornando-se difícil distinguir um do outro pela necessidade de defesa.
Basílica Cristã — Primeira forma de igreja
Basílica Bizantina, Igreja Bizantina. Originariamente, foi uma Igreja Cristã depois transformada em Mesquita.
Igrejas Românicas – Arquitetura Românica
É a Arquitetura que representa a expansão do cristianismo pela Europa. Esta solução construtiva também foi utilizada em castelos e fortes pela necessidade de proteção.
Devido a isso é comum a associação da arquitetura românica a uma arquitetura de defesa, pois se caracterizam por possuírem torres de defesa, muros fortes, acabamento em torres ou terraços dentados para proteção dos atiradores de flechas, fossos e grandes portões, poucos vãos e janelas que, quando existem, são altos, e cidades muradas.
Construtivamente surgem as abóbadas de berço, de canhão e futuramente a nervurada. Esta seqüência evolutiva buscava melhorar a distribuição de cargas na tentativa de ganhar altura e velocidade nas construções, pois demandavam muito tempo para serem construídas.
Ilustração representando a Catedral de Santiago, Espanha.
1000 a 1300 depois de Cristo – Arquitetura Gótica
Muitas igrejas originariamente românicas receberam obras de remodelação e aumentaram sua escala para transformar-se em catedrais entre 1000 e 1100 D.C.
A grandeza das catedrais foi atingida graças àevolução do sistema construtivo, primeiramente com a utilização de contrafortes e, na seqüência, com os arcobotantes, frutos de inovações nas ferramentas como a polia e os andaimes.
As grandes alturas características das catedrais góticas são estabilizadas pelos arcobotantes como as exuberantes Notre Dame, de Paris, e de Colônia na Alemanha.
 
Catedral de Notre Dame, Paris, França. Catedral de Chartres, França. 
 
Catedral da Colônia, Alemanha.
1400 – 1500 Depois de Cristo - Renascimento
A partir do Renascimento e até o final do século XIX (1880), as modificações nos sistemas construtivos avançaram muito pouco. Neste período, com o descobrimento e a conquista das Américas, surgem novas fronteiras e possibilidades de comércio, de forças políticas e de colônias.
No nosso contexto, aconteceram apenas dois fatos relevantes:
  O fim das cidades muradas já que a pólvora trazida da China leva à invenção do canhão e fragiliza a defesa por muros;
  Formação das urbes: nome que se dava às primeiras cidades com grande concentração de pessoas no final do período feudal. As cidades portuárias de intercâmbio comercial ficam muito ricas e o comércio nas urbes propiciou a produção artesanal.
Florença dos Medici, Cidade Renascentista
Palácios renascentistas
1600 – 1700 - Barroco
É um período de muita riqueza na Europa, principalmente pela exploração das Américas coloniais. Essa riqueza será vista nos altares das Igrejas barrocas, folheados literalmente a ouro e no luxo dos palácios barrocos do Norte da Europa, Alemanha, França, Áustria, e até Espanha e depois Portugal, já que o ouro, no Brasil, foi encontrado tardiamente, em 1692.
As cidades com grande concentração de pessoas experimentam as primeiras reformas urbanas, pois a Peste Negra e outras grandes epidemias acusam a necessidade de saneamento urbano básico. Iniciam-se as primeiras transformações.
 
1770 – 1880 - Neoclássico
Esse período caracteriza-se pelo fim da monarquia e pela Revolução Francesa.
As principais transformações aconteceram nas cidades, mais precisamente na organização de seus espaços devido à explosão demográfica, proveniente do êxodo rural. romanas.
Muitas pessoas vieram do campo, fugindo do trabalho pesado, atrás da promessa de trabalho nas fábricas.
As grandes transformações aconteciam no plano das máquinas. Na Arquitetura, apenas mudaram os tipos de edifícios.
A primeira república tem novas necessidades, como escolas, hospitais, penitenciárias, senado, congresso etc.
Inicialmente, todos estes edifícios tinham aparências semelhantes, fruto de releituras da antiguidade greco-romana, também denominada Antiguidade Clássica. Daí o nome de Novo Clássico, ou seja, Neoclássico.
Os próprios edifícios lembram os antigos templos gregos e as obras romanas.
 Munique, Leo von Klenze, Konigsplatz, 1816.
 
Jacques Germain Soufflot. Panteão (Ste.-Geneviève), Paris, 1755-92.
1880 – 1950 – Art Noveau, Art Déco e Modernismo
Período curto, porém intenso, onde todas as inovações da industria se voltaram para a pesquisa de novos materiais, fato que propiciou novos sistemas construtivos.
ART NOVEAU
Ferro retorcido, ferro fundido, madeira modelada industrialmente, tintas, vidros de panos maiores.
ART DÉCO
Novas ligas metálicas, cromados e banhos de proteção, solda, parafusos, cimento, concreto armado.
MODERNISMO
Sistema construtivo “viga-pilar” em concreto armado, sistema de esqueleto estrutural independente dos fechamentos, permitindo os grandes panos de vidro e no final os polímeros e seus derivados.
 
Acesso ao metrô de Paris, Art Noveau.
Art Déco, Estúdios da Paramount, reconstrução em São Francisco após grande terremoto.
Atividades
Faça um resumo na forma de uma linha do tempo que inclua as culturas anteriores, deixe espaço de maneira que possa continuar com os momentos da evolução da Arquitetura e das edificações nesta aula.
1. Considerada uma grande revolução da tecnologia construtiva da época, nos anos 1000 e 1100, o sistema construtivo que permitiu elevar a altura total das catedrais góticas foi:
O uso de andaimes e polias.
O sistema de contrafortes e arcobotantes.
Estrutura gótica, arcobotantes;
Sistema tijolo cozido e arco pleno.
O sistema abóbada de canhão.
GABARITO
Apesar da abóbada de canhão também ser um sistema construtivo, foi o arcobotante a grande revolução da tecnologia construtiva.
2. O Período Barroco, 1600-1770 d.C., foi considerado um de grande opulência e de luxo nas construções, pelo número de ornamento e pela riqueza de materiais. De onde as cortes europeias da França, Alemanha, Itália, Espanha e depois Portugal obtiveram esses recursos?
Das especiarias vindas da Índia.
Junto com a pólvora vinda da China.
Do ouro vindo da Oceania.
Do ouro vindo da China e colônias da África.
Do ouro vindo das Américas, continente recém-descoberto.
3. Qual foi a principal conseqüência, “na organização das cidades renascentistas”, depois da tecnologia do canhão de pólvora, e que mudou a história da guerra e das invasões militares daí para frente?
A principal conseqüência foi o fim das cidades muradas.
A principal conseqüência foi o fim das cidades muradas.
A principal conseqüência foi a república.
A principal conseqüência foi a ascensão dos reis absolutistas déspotas.
A principal conseqüência foi a saída das pessoas das cidades em direção ao campo.
Arquitetura e Urbanismo / Aula 4 - Condicionantes de Projeto de Arquitetura
Introdução
Ao longo da história, o processo construtivo se subdividiu na mesma proporção em que ficou mais complexo. A partir de 1500, o desenho da edificação passou de uma mera representação para um ensaio, uma antecipação muito detalhada do edifício e que permite numerar tanto as soluções como os futuros problemas na construção. Mas, principalmente, possibilita também estudar o processo de concepção.
Para conceber ou criar arquitetura devemos levantar uma lista de condicionantes, condições ou obrigações que o projeto deve cumprir. Chamamos de diagnóstico-programa e genericamente diretrizes projetuais.
Os arquitetos agrupam as disciplinas e os conhecimentos periféricos ao processo de projetar pela necessidade de cada uma dessas condicionantes.
O que é Projeto de Arquitetura?
Inicialmente chamado de “Composição Arquitetônica” a concepção de um projeto é uma operação abstrata que demanda processos mentais como percepção, imaginação, dedução e abdução, e tem como finalidade fundamental criar espaços.
Os espaços criados devem não só ter todas as qualidades físicas, mas também todas as qualidades metafísicas.
Fonte: leungchopan / Shutterstock
Atenção
Estes dois conjuntos de características físicas e não físicas são as ferramentas para equilibrar função+forma+estrutura nas edificações.
Fonte: Boat Rungchamrussopa / Shutterstock
Etapas do projeto arquitetônico
Programa
Agora, vamos entender melhor o processo de criação da lista de necessidades, chamadas também de condicionantes de projeto.
Para uma melhor organização da informação vamos classificá-las por aspectos:
O quadro deve ser trabalhado preenchendo as informações que cada aspecto demanda. Como a informação tem origem nas mais distintas fontes e se misturam, pode-se dizer que cada um destes aspectos possui:
  Dados levantados: como dimensões, climas, índice de chuva, geografia, atividade urbana, transporte etc.
  Escolhas: decisões que dependem da expertise do arquiteto urbanista e do desejo dos clientes.
  Normas: responsáveis por grande parte destas informações, as normas e os padrões podem ser específicos, como no caso de algumas edificações, por exemplo, uma escola.
Um desdobramentodeste quadro de informações seria o exemplo a seguir retirado da Norma ISSO 9699:
Partido
Exemplo da evolução do partido do arquiteto Louis Kahn para convento em San Francisco, nos Estados Unidos.
Atenção
O partido é um processo onde todas as informações coletadas e trabalhadas no programa são conjugadas e testadas com a intenção de gerar um grupo de problemas e soluções.
Exemplo
O início do Ato do Projeto pode se der pelo estudo das massas e volumetrias ou pela setorização (distribuição no terreno).
Exemplo de estudo de massa e volumetria
Exemplo de estudo de setorização
Exemplo de estudo de setorização
A setorização é comandada pela funcionalidade e atividades exercidas em cada ambiente.
Syda Productions / Shutterstock
Fonte: Archjoe / Shutterstock
Saiba Mais
O conjunto de categorias de problemas e escolhas de soluções, etapa a etapa, é chamado de Partido Arquitetônico. Para um mesmo terreno e edifício, podem ser tomados inúmeros caminhos, ou seja, podem ser adotados inúmeros partidos arquitetônicos.
Quando comparamos dois projetos de arquitetura “corretos” (que podem ser construídos), o que faz de um deles ser mais adequado e eficiente do que o outro?
APÓS REFLEXÃO, CLIQUE AQUI.
Resposta: um partido melhor.
Um arquiteto que não se contenta em apenas achar uma solução, mas testa várias possibilidades, muitos arranjos de soluções e, dentre todos eles, escolhe aquela que soluciona todos os problemas sem causar outros, certamente desenvolverá um projeto melhor, pois terá o melhor partido arquitetônico.
Por isso, não basta que o projeto arquitetônico seja completo, correto e construível. O projeto arquitetônico deve ser o mais adequado, o indiscutivelmente ótimo para aquela situação, para aquele terreno, enfim, para aquele caso.
Protótipo
O Protótipo (ou produto final) pode possuir níveis diferentes de detalhamento. O chamado projeto arquitetônico pode ser Anteprojeto, Projeto Legal ou Projeto Executivo. Depende da quantidade de informações e detalhes, conforme descrito na norma ABNT NBR 13532.
ANTEPROJETO
O site do Colégio de Arquiteto define o anteprojeto como sendo uma etapa intermediária do projeto de arquitetura: que consiste em uma configuração definitiva da construção proposta. É formado por um conjunto de desenhos que representam o projeto com maior clareza e personalidade.
No anteprojeto, são incorporados os dados necessários à sua aprovação pelo cliente e pela autoridade competente. Situa-se entre o estudo preliminar e o projeto de execução, de modo que somente a partir do anteprojeto devem ser iniciadas as atividades dos projetos complementares (estrutura, elétrica e hidráulica).
Para a realização de uma construção estruturada é de fundamental importância possuir um planejamento correto através de um projeto bem definido e aplicável.
Nesse sentido, é essencial a elaboração de um Projeto Arquitetônico preliminar à construção, consistindo no levantamento de informações relevantes para a legalização junto à prefeitura e na elaboração de plantas, sendo estas:
• Planta Baixa;
• Planta de Situação;
• Planta de Corte Longitudinal;
• Planta de Corte Transversal;
• Planta de Fachada;
• Planta de Cobertura;
• Planta de Localização do terreno.
Fonte: http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2014/05/o-que-e-anteprojeto/ acessado em 06/12/2016.
Segundo a NBR-13532, o anteprojeto de arquitetura ou de pré-execução, deve conter:
1. Informações de referência:
a) estudo preliminar de arquitetura;
b) estudos preliminares produzidos por outras atividades técnicas (se necessário);
c) levantamento topográfico e cadastral;
d) sondagens de simples reconhecimento do solo.
2. Documentos técnicos a apresentar:
a) desenhos:
- planta geral de implantação;
- planta de terraplenagem;
- cortes de terraplenagem;
- plantas dos pavimentos;
- plantas das coberturas;
- cortes (longitudinais e transversais);
- elevações (fachadas);
- detalhes (de elementos da edificação e de seus componentes construtivos);
b) texto:
- memorial descritivo da edificação;
- memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes construtivos e dos materiais de construção.
PROJETO LEGAL
Fonte: http://www.renatomelo.com/servicos/fasesdeprojeto.html, acessado em 06/12/2016.
Antes de mencionar o Projeto Legal propriamente dito, vamos falar do projeto básico, que pode ser visto como um avanço do anteprojeto e serve de base para a elaboração dos projetos complementares e para estimar o custo da obra.
Os projetos complementares não fazem parte do projeto de arquitetura e normalmente são elaborados por terceiros. Como exemplo, podemos citar o Projeto de Cálculo Estrutural, o Projeto Elétrico e Dados/Telecom e o Projeto Hidrossanitário.
Podem ainda existir projetos mais especializados, como: prevenção e combate a incêndios (sprinklers), descargas atmosféricas, fundações especiais, cabeamento estruturado, comunicação visual, arquitetura de interiores, decoração, cozinha industrial, ar-condicionado, acústica, orçamento, medições, elevadores, estudos de impacto ambiental, entre outros vários que possam ser necessários em função da demanda/complexidade de cada projeto.
O projeto básico é composto por desenhos técnicos e geralmente contém: implantação, plantas cotadas de todos os pavimentos com um pré-lançamento estrutural, eixos, especificação de materiais, demolição/construção, cortes, fachadas, paginação de piso, plantas de forro e projeto luminotécnico, marcação de pontos elétricos e dados, marcação de pontos hidráulicos e memoriais descritivo dos acabamentos.
Já o projeto legal tem como objetivo cumprir com a obrigação legal de aprovação do projeto na prefeitura local e, se necessário, na administração de bairros, condomínios, shoppings, empresas e outros. Esse projeto será formatado segundo a legislação vigente e/ou exigida por cada órgão fiscalizador, uma vez que as exigências variam de acordo com a localidade.
O projeto legal é composto por uma documentação técnica com o mínimo de informações necessárias para a aprovação do projeto.
Segundo a NBR-13532, o Projeto Legal de Arquitetura deve conter:
• Informações necessárias e suficientes ao atendimento das exigências legais para os procedimentos de análise e de aprovação do projeto legal e da construção, incluindo os órgãos públicos e as companhias concessionárias de serviços públicos, como departamento de obras e de urbanismo municipais, conselho dos patrimônios artísticos e históricos municipais e estaduais, autoridades estaduais e federais para a proteção dos mananciais e do meio ambiente, Departamento de Aeronáutica Civil;
• Documentos técnicos a apresentar: desenhos e textos exigidos em leis, decretos, portarias ou normas e relativos aos diversos órgãos públicos ou companhias concessionárias de serviços nos quais o projeto legal deva ser submetido para análise e aprovação.
PROJETO EXECUTIVO
Fonte: http://www.renatomelo.com/servicos/fasesdeprojeto.html, acessado em 06/12/2016.
O projeto executivo deve ser considerado o "Manual de instruções da Obra". Esse documento deve conter todas as informações necessárias para a perfeita execução e interpretação da arquitetura na obra.
A partir do resultado dos projetos complementares é executada a compatibilização entre eles. Todos os desenhos da arquitetura são revisados e incorporam a posição e dimensão exatas dos elementos construtivos (pilares, vigas, mezaninos, lajes etc.).
São elementos, exclusivos, do Projeto Executivo:
• a ampliação de áreas molhadas (cozinhas, banheiros e lavabos) em desenhos de maior escala;
• os detalhes construtivos de cobertura, calhas, pingadeiras, rufos, escadas, rampas, varandas, guarda-corpos, portões e portas;
• o detalhamento de mobiliário fixo, mapa de corte de esquadrias, entre outros.
Sem dúvida, o protótipo mais esclarecedor para o leigo é o Modelo Reduzido ou Maquete.
Exemplos de maquetes
Questão 1 - Quais são as três etapas do Projeto Arquitetônico?
programa–problema-solução
partido–protótipo-maquetepartido-programa-maquete
programa-partido–protótipo ou produto final
programa–partido-solução
Questão 2 - São aspectos considerados para a lista de necessidades da elaboração do Programa as condicionantes de projetos: aspectos humanos, ambientais, econômicos, segurança, estéticos, culturais, tecnológicos e temporais. Qual o nome que se dá a este conjunto de necessidades?
Partido
Projeto
Plano
Proposta
Programa
Arquitetura e Urbanismo / Aula 5 - Conforto na Arquitetura
Introdução
Estudaremos as condicionantes de projetos com destaque para as Ambientais, determinantes no conforto humano dentro do edifício.
O clima e os fenômenos atmosféricos influenciam diretamente o conforto lumínico (luz), térmico (temperatura), a umidade e as condições acústicas. Portanto, o edifício projetado estará sujeito ou exposto a essas condicionantes.
A evolução da tecnologia proporcionou vencer parcial ou totalmente as condicionantes ambientais dentro do edifício. Hoje, podemos recriar ou reproduzir um clima temperado ou até glacial utilizando equipamento de refrigeração, ventilação e iluminação; o problema é o custo energético, que não é só financeiro. A eficiência energética e as questões de sustentabilidade passam a ser condições de projeto.
Eficiência energética, em Arquitetura, é uma área de estudo que pretende reduzir o consumo energético e essas reproduções artificiais a zero. Como? Estudando as soluções utilizadas na arquitetura dos edifícios quando não existiam esses recursos tecnológicos.
Objetivos
Reconhecer a condicionante de projeto de arquitetura natureza/clima, como o conforto ambiental;
Compreender a interação edifício e ambiente construído com o conforto, térmico, lumínico e acústico.
Créditos
Aderbal Torres
Redator
Tainara Oliveira
Designer Instrucional
Vívian Nunes
Web Designer
Rostan Luiz
Desenvolvedor
Estudar as construções feitas quando não existiam métodos artificiais de vencer o clima é a forma mais eficaz de construir com sustentabilidade hoje. Por isso, o Conforto Ambiental em Arquitetura se dedica, inicialmente, a estudar o clima as condições atmosféricas e as configurações das construções nos quesitos forma, material e técnica construtiva que a Arquitetura “vernacular” utilizou na história.
Arquitetura vernacular é aquela típica de uma região que se adapta eficientemente ao clima e à geografia.
São exemplos:
Assentamento anasazi, Colorado, E.U.A.                                                         Oca indígena, Amazonas, Brasil
A fim de entender como o clima é determinante para a configuração, para a forma e determinação do edifício devemos estudar o clima e como ele afeta o meio no qual construímos.
No mundo, o clima se distribui por faixas, quase seguindo os paralelos, e observamos sistemas construtivos semelhantes nessas regiões.
São classificadas em:
(LAMBERTS, 1997)
Especificações dos tipos climáticos
Esta divisão se torna interessante à medida que elas possuem uma uniformidade nas principais variáveis que impactam o conforto ambiental de uma edificação:
  Temperatura do ar;
  Umidade relativa;
  Temperatura radiante;
  Velocidade do ar.
Atenção
Temperatura do ar é a grandeza física relacionada ao movimento das partículas de um corpo. É a quantificação da energia térmica de um corpo. Tudo o que tem matéria está associado a uma determinada temperatura. Quanto mais agitadas as partículas de um corpo, maior será a sua temperatura.
Unidades: ºC, ºF, K.
A altitude é um dos fatores que influencia o valor da temperatura. A cada 100 metros acima do nível do mar, tem-se menos meio grau centígrado.
L
Lamberts, 1997.
Fonte: andreiuc88 / Shutterstock
Lamberts, 1997.
Umidade
O ar atmosférico contém certa quantidade de vapor de água, que varia de acordo com o tempo e lugar. Sua influência é fundamental e determinante para o clima do lugar. O vapor de água é gerado na atmosfera pelo efeito da radiação solar na evaporação das massas de água que estão na superfície da Terra.
É transportada pelo vento e posteriormente pelas condições termodinâmicas por condensação.
Fonte: Lario / Shutterstock
Temperatura Radiante: Radiação Solar
A radiação solar é a energia emitida pelo Sol que se propaga sob forma de ondas eletromagnéticas, no espaço ou em um meio material.
Veja no mapa de radiação solar.
Clima e Arquitetura
Cabe à Arquitetura, amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, bem como propiciar ambientes que sejam tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos.
CLIMA QUENTE ÚMIDO
As variações diárias e anuais de temperatura são pequenas, elevada umidade e radiação solar. As perdas térmicas do edifício são praticamente nulas durante todo o dia tanto por convecção, radiação ou evaporativas.
Não existe possibilidade de se aproveitar o resfriamento por evaporação, pois as perdas por radiação são muito pequenas. A solução para as edificações são sombreamento e ventilação.
Para aumentar a ventilação, as casas não são grudadas umas nas outras, e os materiais são leves com baixa inércia térmica (resfriam rapidamente).
CLIMA QUENTE SECO
As diferenças térmicas entre o clima quente seco (amplitude térmica) impedem a dissipação de calor por convecção durante o dia e provoca um grande esfriamento pela noite.
A baixa umidade faz com que as perdas de calor por evaporação sejam muito altas todo o tempo.
CLIMA TEMPERADO
As variações climáticas são mais suaves, mas opostas, de acordo com as estações do ano. A captação de radiação solar para aumentar a temperatura interna durante o inverno se opõe à proteção contra a radiação solar durante o verão. As respostas arquitetônicas devem ser variadas, uma para cada estação, ou seja, os edifícios devem ser adaptáveis, com toldos, terraços, varandas, porões etc.
No clima temperado as mudanças de temperaturas, nas diferentes estações do ano, são bem delimitadas e as construções devem ser capazes de se transformar, como as árvores que perdem suas folhas no outono e assim se preparar para o inverno.
CLIMA FRIO
As perdas de calor por convecção são muito altas. Por isso, em locais com baixas temperaturas exteriores, deve-se procurar a redução máxima da troca de calor entre ambientes externos e internos.
Atenção
A convecção é a forma de transmissão do calor que ocorre principalmente nos fluidos (líquidos e gases). Diferentemente da condução onde o calor é transmitido de átomo a átomo sucessivamente, na convecção a propagação do calor se dá através do movimento do fluido envolvendo transporte de matéria.
Leia mais acessando este link.
Conforto Ambiental
Cada uma das regiões climáticas se subdivide em outras, e cada área deve ser estudada em detalhe de acordo com as condições atmosféricas locais, como regime de chuvas, temperaturas históricas e ventos predominantes.
A análise das condições naturais de um terreno específico é fundamental para que um projeto de arquitetura sustentável possa reverter situações adversas em prol do conforto ambiental da edificação.
A utilização de sombreamentos, aberturas para ventilação/iluminação, orientação solar adequada, implantação no terreno, uso estratégico dos materiais e arranjos espaciais são recursos que conseguem promover o conforto ambiental sem alterar o consumo de energia.
A área que estuda o uso destes recursos é denominada de conforto ambiental e eficiência energética.
Hoje, existem funcionalidades computacionais sofisticadas que permitem a simulação do uso destes recursos, demonstrando, em tempo de projeto, como a Arquitetura pode ser mais eficiente e mais sustentável. Algumas dessas ferramentas estudadas nos projetos de arquitetura são:
  Regime dos ventos: rosa dos Ventos;
  Carta solar: azimutes e alturas solares;
  Número de horas de Sol, penetração interior nos ambientes;
  Análise de insolação e obstrução de aberturas;
  Tabela de eficiência energética.
Atenção
A área de conforto ambiental e eficiência energética é muito vasta, e deve ser inserida nos projetosde Arquitetura, além de continuamente estudada e pesquisada produzindo a cada dia novas tecnologias viabilizando edifícios sustentáveis.
Questão 1 - Qual a principal solução adotada para edifícios construídos no Clima Quente úmido?
Fechados, procurando a menor troca entre ambientes externos e internos.
Abertos, propiciando adaptações térmicas segundo as estações do ano.
Dissipando a umidade através de ventilação abundante e sombra para isolar a temperatura por radiação.
Isolando o exterior para evitar a transferência de calor do exterior para o interior.
Propiciando as mudanças de temperatura por evaporação.
Arquitetura e Urbanismo / Aula 6 - Introdução ao Urbanismo
Introdução
Quando funcionam unidas a Engenharia Civil e a Arquitetura, temos as maiores obras da humanidade.
No caso, a Arquitetura e o Urbanismo andam juntos também. É a interação e a soma dos edifícios projetados pela Arquitetura que definem a malha urbana, o conjunto de edificações formam os quarteirões, os bairros, as cidades, enfim o espaço urbano. Chama-se Urbanismo à ciência que estuda principalmente a relação entre os espaços, seu funcionamento, sua organização e planejamento na escala da cidade.
O que é Urbanismo? O termo urbanismo é derivado de urbe, que se refere à concentração de população,
cidades populosas na antiguidade.
O termo urbe foi utilizado por Idelfonso Cerdà (foto) enquanto elaborava um plano
de remodelação da cidade de Barcelona na Espanha de 1858. Nessa época,
foi chamado de Plano Urbanístico e, como consequência,
a ação foi nomeada de urbanização.
Só com o modernismo, a partir de 1920, é que se utiliza o termo específico,
Urbanismo, como uma disciplina ou área de conhecimento.
O Urbanismo, como área de conhecimento, trata do estudo, da organização, da gestão, da avaliação e do planejamento da cidade urbana e seu funcionamento.
Dessa forma, podemos classificar áreas bem distintas para cada ação:
FUNCIONAMENTO E INFRAESTRUTURA
É o que possui a maior relação do Urbanismo com a Engenharia Civil, as obras de infraestrutura urbana nas áreas de saneamento, abastecimento, vias e transportes. São todas as atividades que garantem a vida da cidade, devem obedecer a um planejamento.
TERRITÓRIO
Refere-se à distribuição e ao ordenamento do espaço urbano e tem suas origens na história, nos movimentos migratórios e na evolução da cidade, ou seja, em fatores sociais, políticos, econômicos, geomorfológicos e de clima, que determinam o território e suas características em uma cidade urbanizada.
GESTÃO FUNDIÁRIA
Também possui um forte viés histórico, refere-se à posse da terra e à organização do uso do solo. Tem como instrumentos a municipalidade e a gestão de registros; isso para às relações de posse pré-existentes, e os instrumentos como a legislação, o código de obras e os planos como PEU (Plano de Estruturação Urbana) para novas relações de direitos fundiários. Está em constante desenvolvimento e também se modifica de acordo com o planejamento de um município.
PLANEJAMENTO URBANO
Que já foi citado nas outras três áreas é a chave para o Urbanismo contemporâneo. Na atualidade, o estatuto da Cidade estabelece que toda cidade com mais de 20 mil habitantes é obrigada a ter um Plano Diretor do Município e que deve ser revisto a cada dez anos, já que as cidades estão sujeitas a mudanças sempre mais rápidas.
A lógica do Urbanismo não é a mesma da Arquitetura, cujo projeto pode ser subdividido em anteprojeto, projeto legal e projeto executivo.
No Urbanismo, os projetos podem ser subdivididos segundo sua escala, porém a escala urbana pode ser muito diferente, já que pode abranger o Quarteirão, o Bairro, o Centro de Bairro, o Município, a Metrópole ou a Região metropolitana. Assim a área de trabalho de cada uma das escalas é diferente bem como o produto resultante. Diferente bem como o produto resultante.
Exemplos
• Para escalas que envolvem Quarteirão e Bairro, os estudos das relações espaciais se dão na escala do pedestre e são classificados como “Desenho Urbano”;
• Para escalas relacionadas a Centros de Bairro e Municípios, trabalha-se com projetos de requalificação denominados de “Projetos Urbanísticos”, que envolvem relações de transporte, setorização e cluster regional;
• Para escalas de Metrópoles e Regiões Metropolitanas, trabalha-se com diretrizes de intervenções urbanísticas e projetos de Planejamento Urbano, que tratam relações envolvendo legislação e investimentos e definem vetores de expansão.
Conceito de “Cidade”
Rua na Pompeia
Fonte: Viacheslav Lopatin / Shutterstock
Estrada romana
Fonte: JPRichard / Shutterstock
Ponte de Alcântara
Fonte: Eduardo Estellez / Shutterstock
Arqueduto de Nemausus, Nines na França
Fonte: photolike / Shutterstock
Arqueduto de Segóvia, Espanha
Fonte: Jose Ignacio Soto / Shutterstock
Arqueduto dos Milagres, Espanha
Fonte: KarSol / Shutterstock
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Cidade Medieval
Continua com o formato de Cidade-Palácio. No entanto, com o crescimento do cristianismo, muitas cidades surgem não ao redor dos castelos e sim em torno dos mosteiros e das igrejas, sempre de forma muito orgânica e contando com a proteção de uma muralha.
Fonte: Esboço em lápis de uma cidade medieval - Yoko Design / Shutterstock
Saiba Mais
Este período histórico é determinado pelas guerras, pela invasão do Império Otomano, das Cruzadas, da divisão de terras dos senhores feudais, pelo assalto às cidades e invasão de usurpadores. Portanto, a forma da cidade medieval é altamente influenciada pela necessidade de defesa.
Cidade Renascentista
A cidade no renascimento se caracteriza por uma nova forma de organização, pois o declínio do feudalismo deu lugar a uma nova dinâmica promovida pela atividade comercial intensa. Cidades-porto como Veneza e Florença são exemplos desse sucesso, pois conseguem abastecer a Europa inteira de artigos orientais, de tecnologia e armas.
Seguindo este exemplo, outras cidades europeias adotam o modelo de comércio intenso fazendo com que uma nova classe social ascenda ao poder. Surgem os comerciantes. O comércio, então, torna-se responsável pelo aumento do interesse da população de morar na cidade e não no campo.
As guerras também empurram a população para as cidades, que começam a viver seus primeiros problemas graves como a insalubridade e o aparecimento das pestes.
Fonte: Praça do Capitólio de Michelangelo, Roma Praça renascentista - Songquan Deng / Shutterstock
Cidade Barroca
As cidades barrocas receberam os primeiros grandes planos de intervenção, remodelação e saneamento, principalmente pela necessidade de se livrar da peste que dizimara a população da Europa e algumas colônias.
Estes planos de remodelação e saneamento foram facilitados pela exploração das colônias das Américas. As reformas foram iniciadas por Roma, em 1600, já com um século da conquista do novo mundo e de exploração de suas riquezas.
Cidade Industrial
Durante o período barroco, as cidades deixaram de ter muralhas, pois com o surgimento de armas de fogo, o canhão superou a catapulta, fazendo com que as caras muralhas fossem inúteis na defesa das cidades.
Durante todo o período barroco (1600 até 1800), a diplomacia e as alianças por casamento entre as famílias reinantes foram frequentes.
Fonte: Kues / Shutterstock
No final de 1700, mais precisamente em 1789, a Revolução Francesa encerra o domínio da monarquia na França e, de certa forma, dá o exemplo ao mundo que é possível governar um país com uma república. Um dos motivos pelos quais a população da frança apoiou a queda da monarquia foi a extrema desigualdade social.
O primeiro contato da população com a tecnologia trazida pela Revolução Industrial foi o desemprego da manufatura e do artesanato. Pessoas eram substituídas por máquinas, início do processo de poluição e aglomerações ao redor das fábricas. Assim surgiu a cidade industrial que passou todo o século XIX, ou seja, o período 1800-1900 acertando a sua relação com a tecnologia.
Fonte: Ferdinand Delacroix (1798-1863)"Liberty on the Barricades" (1830) - Oleg Golovnev / Shutterstock
Cidade Contemporânea
Fonte: Sofiaworld / Shutterstock
A formação da cidade contemporânea tem início entre a Primeira e a Segunda Grande Guerra, 1914 e 1945. Com a tecnologia já fazendo parte das vidas das pessoas, surge um elemento determinante para a formação da cidade contemporânea: o automóvel.
A partir de 1930, teve início o processo de adequação de nossas cidades ao sistema rodoviário.
Atenção
Demorou até descobrir-se que o automóvel não é energeticamente eficiente: uma tonelada de equipamento, motor a combustão, cavalos de força, energia cinética... Para transportar 80kg de biomassa da casa para a escola ou para o trabalho, onde toda a potência ficará de 5 a 8 horas parada, aguardando, ocupando 13m² de espaço público, para estar disponível na hora do retorno. No momento em que alguns milhões de pessoas quiseram isso para suas vidas, a cidade parou.
Esse problema da cidade contemporânea, entre outros, será abordado detidamente nas próximas aulas.
Reflexão
Observe as duas imagens e interrogue-se sobre as informações que podem ser extraídas de cada imagem de cidade.
Esta foto foi criada a partir de uma foto aérea que passou por um processamento realizado em um programa vetorial. Este tipo de recurso possibilita às prefeituras enriquecer suas informações associando legendas e dados, sobre arruamentos, futuros projetos, afastamentos e cotas topográficas, das cidades.
Já esta, é uma imagem de satélite obtida na internet, nos fornece informações apenas gráficas, textura da malha urbana.
Ambas são instrumentos de estudo da cidade, mas o que você pode dizer sobre:
  Que trecho de cidade as imagens representam?
  Qual delas tem quarteirões mais regulares?
  Qual delas tem grandes equipamentos urbanos?
  Qual delas inclui uma linha de transporte de massas (trem ou metrô)?
Atenção
Hoje, temos um grande recurso computacional, os sistemas de informações geográficas que utilizam as denominadas informações georregerenciadas (dados que agregam a sua localização). Isso permite que sejam criados os chamados mapas temáticos sobre qualquer tema e superpostos às diversas outras informações da cidade.
Pesquise sobre uso de sistemas de informações geográficas pelas prefeituras.
Questão 1 - Quais são motivos para a população em massa se recolher dentro das muralhas nas Cidades-palácios se a riqueza e fartura estavam no campo? Isso nos períodos até o feudalismo.
A procura de conhecimento e estudos.
A busca da religião.
A procura da ascensão social.
As guerras e invasões.
Para exercer um cargo ou função de governo.
Arquitetura e Urbanismo / Aula 7 - Projeto de Urbanismo e Diagnóstico
Introdução
Vimos que as constantes sociais, econômicas e políticas são fundamentais para entender a evolução histórica de uma cidade. Portanto, não é diferente com o momento contemporâneo da sua cidade.
A cidade em que você mora tem um sistema de governança e uma dinâmica social, econômica e política que determina o seu funcionamento. Além disso, a sua forma “física” depende muito da sua condição geográfica (litoral, serra ou planície) e de suas fontes econômicas e organizações sociais.
“Ler” e entender a cidade são as principais ferramentas do Urbanismo para, a partir do diagnóstico urbano, trabalhar na cidade.
O que traz qualidade ao espaço urbano? O que é uma cidade com qualidade?
Foram exatamente essas perguntas que os primeiros estudiosos da cidade se fizeram.
Como estabelecer o que é bom em uma cidade, sendo que o entendimento e o conceito de cidade já são amplos e complexos?
Pode-se responder: “Qualidade de uma cidade é quando ela funciona bem”.
Fonte: Lifestyle Graphic / Shutterstock
Saiba Mais
Na aula passada, compreendemos que o funcionamento da infraestrutura da cidade é apenas “uma” das ações que uma cidade demanda. Ela deve também ser gerida, planejada e fiscalizada.
O diagnóstico nos permite entender como funciona a cidade
ou uma parte dela e nos levará às seguintes perguntas:
 Esse funcionamento está correto, adequado, suficiente?
 O que deve ser modificado para que funcione melhor?
O diagnóstico como ferramenta do estudo Urbanístico, se refere à:
Exemplo: imagem de levantamento do uso de solo
(Arq. Roberta Vitoriano).
1. Sítio e área urbana: uso do solo, gabarito e densidade;
2. Morfologia urbana e relações funcionais;
3. Sistemas mobilidade urbana, de circulação veicular e acessos;
4. Redes de infraestrutura, iluminação, drenagem e abastecimento;
5. Geografia, insolação e ventos;
6. Dados da população — aspectos qualitativos e quantitativos;
7. Aspectos econômicos e relações de produção;
8. Código de edificações e estrutura do solo.
Os cinco primeiros precisam de levantamento, ou seja, ir até o local e, através de observação, medidas, e fotografias, lançar os dados em um mapa. Para os três últimos, precisamos de consulta aos órgãos responsáveis como IBGE e Prefeitura.
Mapa de uso do solo
Neste primeiro mapa, a legenda indica com cores o uso do solo. Os dados levantados em campo indicam a localização e a distribuição do comércio, das residências e das áreas verdes, possibilitando a percepção da proporção do uso residencial, bem como a sua concentração, que forma um indicativo do tipo de região da cidade que está sendo estudada.
Imagem levantamento da Arq. Roberta Vitoriano.
Atenção
Como se pode observar, a predominante mancha residencial indica que é um bairro residencial. A presença do comércio em uma rua nos indica que é a rua principal, e o tamanho do lote indica que é predominantemente formado por casas (residência unifamiliar).
Mapa figura fundo, e de relevo
Neste mapa, vemos a distribuição da massa edificada e dos vazios. A presença das curvas de nível indica que o terreno é irregular. No mapa pode ser destacada parte da morfologia urbana, que por si só já é uma ciência ou área de conhecimento.
Imagem levantamento da Arq. Roberta
Vitoriano Fluxos
Mapa de fluxos
O mapa de trânsito e de fluxos indica não somente o trânsito rodoviário, mas deve indicar também o levantamento de dados da mobilidade urbana por completo. Lembrando que a mobilidade urbana trata de toda forma de locomoção, incluindo o pedestre na calçada, acessibilidade a cadeirantes e portadores de necessidades especiais (PNE).
A presença de transporte como trem, metrô, ponto de ônibus ou até a ausência deles é um dado a ser lançado no mapa e levado em consideração na análise da qualidade do lugar.
Imagem levantamento da Arq. Roberta Vitoriano. Sítio urbano.
Mapa de entorno, sítio urbano
Nestes mapas, os dados que identifica o sítio, o perfil de bairro, os edifícios relevantes, “marcos que descrevem o lugar” deve ser destacado. É importante que as características do lugar desta região da cidade fiquem claras para possibilitar uma análise correta.
As questões desta análise podem ser:
• Se for um centro de bairro mais comercial;
• Se é de passagem;
• Se é um bairro dormitório;
• Se é verticalizado, ou seja, se tem mais prédios do que edifícios térreos;
• Ou se é um local de triagem dentro da cidade.
Imagem levantamento da Arq. Roberta Vitoriano. Raio de influência.
Mapa de raio de influência
Após o diagnóstico, procede-se a análise que ficará sendo repetidamente revisada a cada novo dado que surge. O passo inicial de um projeto é delimitar a área de intervenção, que no mapa anterior está marcado em cinza claro, e o seu raio de influência.
Esta lógica não é a mesma de um projeto de arquitetura, cujo terreno é pré-existente e previamente definido no início do projeto.
Esta lógica não é a mesma de um projeto de arquitetura, cujo terreno é pré-existente e previamente definido no início do projeto.
Atenção
No projeto de urbanismo a área de intervenção ou área de projeto somente pode ser definida após o diagnóstico. Inverter essa ordem pode levar-nos a análises erradas e projetos urbanos pouco eficientes.
Aspectos econômicos e relações de produção
Na sociedade em quevivemos, predominantemente pós-moderna e capitalista, falar da economia significa falar, praticamente, do que determina o ritmo e a dinâmica da cidade, podendo ser verificado através de levantamento fotográfico, possibilitando o movimento e a “vitalidade” da cidade, como os urbanistas costumam se referir.
Imagens de um trecho da cidade residencial terreno anterior.
O diagnóstico só é possível através:
 Do levantamento de imagem;
 Da determinação dos locais das relações de produção, de permanência, passagem e segurança.
Os dados que levam ao diagnóstico são identificados através de observação e inspeção na área. É impossível realizar o levantamento sem estar presente no local ou somente a partir de entrevistas.
Todos estes dados do diagnóstico devem ser analisados e processados para que se possa avaliar o que acontece de fato na cidade. Devem-se comparar os dados oficiais dos órgãos responsáveis com o diagnóstico feito para apontar um valor (correto, adequado ou suficiente).
FUNCIONAMENTO E INFRAESTRUTURA
Dados associados a transporte, abastecimento, saneamento, iluminação, segurança, fiscalização e serviços públicos.
TERRITÓRIO
Respeito aos recursos naturais, potencialidade de localizações, distribuição da cidade favorável ao seu desenvolvimento correto, distribuição comercial e indústria.
GESTÃO FUNDIÁRIA
Legislação, código de obra e sua aplicação, regularização.
PLANEJAMENTO URBANO
Diz respeito à forma como é aplicado o Plano Diretor da cidade, conforme dita o Estatuto da Cidade. Sua revisão e idoneidade da vigência.
Assim cada rua, cada lote, cada bairro deve refletir o correto funcionamento, gestão e planejamento; expressos na sua qualidade de espaço urbano e na qualidade de vida que possibilita aos seus moradores e transeuntes; refletir o ajuste da cidade.
Atividades
Observe as três imagens a seguir, retiradas de sites de imobiliárias contemporâneas, em cidades distintas; Brasília, Ceará e Londres. Todas propõem cidades muito parecidas, muito próximas na sua organização espacial, distribuição e dimensões (altura, tamanho) das construções, seus usos e o padrão de implantação, frente ou fundos centro etc.
1. Reflita: qual a qualidade de vida “urbana” que os moradores dessas cidades experimentam?
2. Pergunte-se: o que traz qualidade à vida da cidade?
Questão 1
Três tipos de mapas necessários para estudo dos dados levantados, como parte do processo de observação da cidade:
Mapa de Riscos - Mapa de Solo – Mapa de Áreas
Mapa de Uso de Solo - Mapa Figura Fundo - Mapa de Fluxos
Mapa de Riscos - Mapa de Uso de Solo – Mapa de Áreas
Mapa de Riscos - Mapa de Solo – Mapa de Gabaritos
Mapa de Uso de Solo - Mapa Figura Fundo - Mapa de Riscos
Arquitetura e Urbanismo / Aula 8 - Projeto de Arquitetura e a Cidade
Introdução
Na aula anterior, foi visto como o Urbanismo usa instrumentos de diagnóstico para obter os dados de análise e desenvolver seus projetos. Nesta aula, você irá conciliar as escalas, as dimensões de intervenção, ou seja, quanto do projeto de Arquitetura é determinado pela cidade, e como a cidade e sua paisagem urbana é construída, por cada edificação erguida.
Cada tamanho de lote, cada faixa de rua, cada largura de calçada, cada afastamento obrigatório ou gabarito máximo, todos em conjunto determinam o desenho da cidade. A cidade é construída por cada profissional da construção civil, e todos nós temos responsabilidades pela qualidade da cidade.
O Projeto de Arquitetura e a cidade
Definir a cidade como aglomeração de edificações é o jeito mais antigo e simples de conceituá-la. Hoje, sabe-se que a cidade é muito mais complexa do que apenas a soma de várias edificações, pois se assemelha a um organismo vivo, que envolve sua dinâmica, seu ritmo, seu dia a dia, suas relações comerciais e de produção, sua mobilidade, sua infraestrutura, sua governabilidade e seu planejamento
No entanto, quando nos referirmos à configuração, à figura e à forma da cidade estamos falando dos elementos físicos da malha urbana: lote, quarteirão e rua.
Malha urbana é o nome dado ao desenho que se forma quando uma cidade é vista do alto. Construir a cidade como um tabuleiro de xadrez é uma solução muito antiga e utilizada desde a antiguidade clássica greco-romana inspirada em uma tradição militar anterior a estas culturas.
Vista do alto, a malha urbana parece uma grelha, às vezes, muito regular, outras vezes, muito orgânica, mas é a partir dos seus elementos — lote, quarteirão e rua — que a cidade se configura. São chamados de elementos estruturantes do espaço urbano.
Fonte: Estácio
Em matéria de configuração, o fator mais determinante para criar uma cidade é o elemento humano, o número de pessoas que residem, no lote, no quarteirão, na vizinhança, no bairro.
A densidade demográfica é medida em habitantes por hectare, que conceitualmente se associa ao número de habitantes por quarteirão, que conceitualmente teria 100 m x 100 m, área equivalente a um hectare.
Vejamos alguns exemplos:
Imagens de “A cidade como um jogo de cartas”. (SANTOS, 1988)
Lote
O tamanho, a forma como estão agrupados, sua proporção e a ocupação com edificações dos lotes são determinantes para a configuração da malha urbana.
O lote ideal é o retangular, que permite uma distribuição interna do quarteirão e uma implantação das construções de forma a oferecer mais opções do que o lote linear como o primeiro exemplo, que é o típico lote colonial, encontrado nas cidades históricas, já que era o lote padrão dos sobrados.
O lote quadrado diminui o número de fachadas ou deixa os quarteirões muito alongados.
O lote ideal já foi definido como 12x20 ou 12x24, mas hoje o novo urbanismo defende a densificação da malha urbana favorecendo as edificações multifamiliares de baixa densidade.
Imagens de “A cidade como um jogo de cartas”. (SANTOS, 1988)
Quarteirão
O quarteirão, ou quadra, é formado por um conjunto ou aglomerado de lotes. Historicamente, o quarteirão ideal já foi considerado 100x100 m (10,000 m²), mas o urbanismo modernista trabalha o quarteirão de 14,400 m² feito de 100 parcelas de 12x12, como no livro A cidade como um jogo de cartas onde Carlos Nelson F. Santos exemplifica essa tipologia de loteamento.
O Urbanismo contemporâneo presa por quarteirões com calçadas largas, que permitem o confortável percurso dos pedestres, promovendo a acessibilidade a todos (NBR 9050), também conhecido como “Projeto Universal”. Além disso, incentiva o uso misto do solo nos quarteirões (comercial ou institucional), fazendo das esquinas um local de encontros.
Vamos ver alguns exemplos de quarteirões?
Imagens de “A cidade como um jogo de cartas”. (SANTOS, 1988)
Uma área é denominada como non aedificandi (latim) quando não pode ser edificada por se destinar a uma finalidade específica como planejamento e alargamento da rua, afastamento obrigatório, da frente de rua, às vezes, dos lotes vizinhos, conforme a Certidão de Informações (CI) ou o resumo a partir do estudo do Código de Obras do seu município.
Imagens de “A cidade como um jogo de cartas”. (SANTOS, 1988)
O afastamento para servidão é típico de loteamentos antigos. Como varia bastante, devemos nos informar sobre a legislação municipal para o logradouro ou rua.
Rua
A rua deve ser entendida como o lugar do encontro, do convívio, como a teia que costura os quarteirões. O conceito que define a rua como lugar de trânsito, apenas para fins rodoviários, está esgotado. A rua, como espaço público de múltiplos usos, é o termo que define melhor a vida da cidade contemporânea.
As ruas e os espaços públicos equivalentes (avenidas, travessas, passagens) têm como função delimitar o espaço público e seus usos em oposição ao espaço privado ou particular dos lotes, sejam eles residenciais comerciais, institucionais ou mistos.
Quando se diz que a rua é “o lugar do encontro”, é conveniente utilizar uma unidade de vizinhança, que pode ser definida por um percurso/raio de 500m que um morador costuma fazer, confortavelmente, no seu dia a dia, devendo estardentro desse raio as atividades comerciais e de lazer e de transporte para aquele indivíduo.
Se a cidade não for organizada em bairros com unidades de vizinhanças, seu morador pode ter que se deslocar uma distância extrema que o impeça de percorrê-la a pé (cometendo o erro de valorizar o transporte motorizado). Desta forma, bairros com a malha urbana longa ou cujo uso de solo está mal distribuído, reduzem a presença de pedestres na rua, e rua sem pedestres é uma via sem vida, sem segurança, sem comércio e sem convívio.
Fonte: BABAROGA / Shutterstock
No que diz respeito às dimensões e ao uso das vias, elas podem ser classificadas como local, coletora e arterial. Hoje, a cidade que valoriza o automóvel está ultrapassada, pois a consequência direta é a baixa qualidade de vida imposta pelos grandes deslocamentos e/ou problemas de mobilidade urbana.
Vejamos:
Imagens de “A cidade como um jogo de cartas”. (SANTOS, 1988)
Do novo Urbanismo à Arquitetura contemporânea
A Carta do novo Urbanismo, de 1996, é o documento de referência do Congresso do Novo Urbanismo, formado por profissionais da área cujo objetivo foi formalizar um enfoque para o urbanismo nos dias de hoje. A inspiração inicial foi explorar as possibilidades reais do desenvolvimento das cidades norte-americanas, mas terminou influenciando a forma de projetar cidades e a nova arquitetura do século XXI, ou seja, a partir dos 2000.
A Carta estabelece princípios que incentivam a formação do espaço regional tanto da cidade como do bairro, organizando sistemas regionais que articulam áreas urbanizadas em setores bem delimitados do território, evitando a ocupação dispersa. Além disso, valoriza a acessibilidade por transportes coletivos, favorece a superposição de uso do solo como forma de reduzir percursos e criar comunidades compactas, estimula o processo de participação comunitária e retoma os tipos do urbanismo tradicional relativos ao arranjo das quadras e da arquitetura.
Também recomenda especial atenção para a articulação do sistema de transportes, aos conceitos de compacidade do espaço urbano e do projeto da paisagem como um todo. Portanto, o novo urbanismo depende de um bom planejamento urbano e regional, da qualidade dos projetos locais e do envolvimento das comunidades, criando as unidades de vizinhanças.
O Novo Urbanismo propõe a “densificação”, ou seja, o aumento da densidade e distribuição correta das funções.
Na próxima aula, aprofundaremos o conceito do novo urbanismo que pretende equilibrar a qualidade de vida da cidade e dos seus cidadãos através de novos projetos e da requalificação do espaço urbano existente.
Leitura
Para saber mais sobre o novo urbanismo, leia:
NOGUEIRA, Geraldo. Carta do novo urbanismo. Disponível em: http://clickgratis.blog.br/geraldonogueira/126318/carta-do-novo-urbanismo.html. Acesso em: 16 jan. 2017.
Questões
Questão 1 - Quais são as três elementos que estruturam o espaço urbano conhecido como malha urbana?
Rua, Travessa e Coletora
Lote, Quarteirão e Rua
Lote, Avenida e Arterial
Lute rua e Unidade de vizinhança
Função – Forma e Estrutura
Questão 2 - O que é unidade de vizinhança e qual sua importância?
Percurso ou raio de até 500m que um morador costuma fazer confortavelmente no seu dia a dia, devendo estar dentro desse raio as atividades comerciais, de lazer e transporte para aquele individuo.
Áreas urbanizadas centrais com as cidades menores em setores bem delimitados do território, evitando a ocupação dispersa, exclusivamente residencial.
É a área destinada ao planejamento e alargamento da rua, o afastamento obrigatório, da frente de rua, às vezes, dos lotes vizinhos.
É o documento de referência do Congresso do Novo Urbanismo, formado por profissionais cujo objetivo foi formalizar um enfoque para o urbanismo nos dias de hoje.
Percurso ou raio de 500m que um morador costuma fazer confortavelmente no seu dia a dia, reservado única e exclusivamente ao uso residencial não admitindo outros usos, como comercial, lazer e ou pontos de transporte.
Questão 3 - De forma que o projeto de quarteirão seja mais eficiente, desenhando quarteirões proporcionais, podemos considerar o melhor lote definido, nos projetos contemporâneos, como:
Longitudinal, estreito e comprido
Quadrado uniforme
Retangular
NDA
Disperso
Arquitetura e Urbanismo / Aula 9 - Novo Urbanismo e Requalificação Urbana
Introdução
Na aula anterior, vimos os elementos fundamentais do espaço urbano conhecidos como malha urbana (lote, quarteirão e rua), mas também estudamos que o tamanho, a implantação da caixa de rua e as calçadas, ou seja, as variantes são muitas e os projetos que beneficiam o uso exclusivo ou prioritário do sistema veicular não beneficiam a qualidade de vida dos cidadãos.
Nesta aula, aprofundaremos sobre o Novo Urbanismo e os seus princípios elaborados a partir de um estudo profundo das cidades: metrópoles e megalópoles na década de 1990.
No início de 2000, já era generalizado o diagnóstico que apontava como principal problema a escala das cidades construídas para automóveis. O Novo urbanismo trouxe às disciplinas de planejamento urbano e legislação da cidade novos elementos de discussão e questionamento.
 Novo Urbanismo e os projetos contemporâneos de cidade
O Novo Urbanismo é influenciado fortemente por projetos de desenho urbano anteriores ao uso do automóvel, muito visível nas cidades históricas. O Novo Urbanismo organizou-se no “Congresso para o Novo Urbanismo”, fundado em 1993. Seu texto fundacional é a Carta do Novo Urbanismo.
Os novos urbanistas apoiam o planejamento regional para áreas livres, a arquitetura contextualizada, ou seja, surgindo de uma tipologia autóctone, quase vernacular, respeitando raízes culturais; e o desenvolvimento equilibrado entre o trabalho e a residência. Eles acreditam que estas estratégias podem reduzir a congestão de tráfico, aumentar a provisão de moradias disponíveis, e aumentar a oferta de trabalho.
Fonte: VectorPlotnikoff / Shutterstock
A Carta do Novo Urbanismo também cobre assuntos como preservação histórica, ruas seguras, edifícios verdes, reciclagem e revitalização de edifícios e sítios.
Até meados do século XX, as cidades eram geralmente organizadas em consideração principalmente ao pedestre. Para a maioria de história humana, isto significou uma cidade que era completamente transitável por qualquer cidadão sem impedimentos.
Saiba Mais
Com o desenvolvimento de transporte de massas, o alcance da cidade se estendeu ao longo de linhas de trânsito, permitindo o crescimento de comunidades novas como extensão dos antigos subúrbios de bonde e de trem. Mas, com o aparecimento de automóveis baratos e as políticas públicas favoráveis a esta indústria começou-se a focalizar e priorizar as necessidades do carro.
Elementos do Novo Urbanismo
Andrés Duany e Elizabeth Plater-Zyberk
A definição do Novo Urbanismo está no desenho de bairros que podem ser observados através de 13 elementos, de acordo com planejadores Andrés Duany e Elizabeth Plater-Zyberk, dois dos fundadores do Congresso para o Novo Urbanismo. Um bairro autêntico deve conter a maioria destes elementos.
Ilustração de um bairro com unidades de vizinhança
Princípios projetuais do Novo Urbanismo
• A primeira tarefa de toda arquitetura urbana e do paisagismo é a definição física das ruas e dos espaços públicos como lugares de uso comum.
• Projetos de edificações isoladas podem ser perfeitamente ligados a seus vizinhos. Esta questão transcende às razões de estilo.
• A revitalização de espaços urbanos depende de segurança e de proteção, além do desenho das ruas e dos edifícios.
• Pode-se reforçar a segurança dos lugares, desde que não acarrete em prejuízo da acessibilidade e do sentido de abertura.
• Na metrópole contemporânea, o desenvolvimento deve acomodar os automóveis de forma adequada, ou seja, de modo que se respeitem os pedestres e a forma do espaço público.
Fonte: Sky vectors / Shutterstock
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Uma característica dosprojetos do Novo Urbanismo é o domínio do urbanismo sobre a arquitetura. A base do projeto é um plano diretor que determina o desenho da estrutura urbana, a distribuição dos edifícios públicos e privados e os lotes urbanos. Mas também não há uma legislação prévia que condicione o projeto arquitetônico. Fora do Brasil a expansão das grandes metrópoles é tratada seguindo estes estudos.
Uma das principais dificuldades a ser enfrentada é a transformação dos hábitos da visão de cidade.
O Novo Urbanismo preconiza que a cidade deve ser pensada sem a importância que damos aos veículos motorizados, carros, motos e ônibus, o que exige um trabalho árduo de pensar que uma cidade de qualidade é possível e não só no futuro ou em cidades novas em expansões, mas na nossa rua, no nosso dia a dia.
Para isto, a requalificação urbana deve trazer conjuntamente os sentidos de preservação, reciclagem, retrofit e preservação do patrimônio, conjunto de ações denominado de “Re-Arquitetura”, que se refere ao pensar uma nova arquitetura e uma nova cidade a partir da cidade existente.
Yoko Design / Shutterstock
A partir de cada novo projeto, propondo pensar na cidade, pensar o projeto de fora para dentro do lote e não o contrário.
A Carta do Novo Urbanismo é estruturada por princípios que se referem às questões que vão desde o planejamento regional até o desenho de comunidades locais. Tem atenção para o equilíbrio necessário entre as construções para atender as necessidades humanas e o ambiente natural, para a preservação do patrimônio histórico, e para a participação da comunidade e gestão sobre os espaços dos bairros.
Novo Urbanismo: Cidades para pedestres, projeto de acessibilidade universal.
Atenção
No entanto, a cidade contemporânea já está consolidada com desigualdade social, má distribuição de renda, segregação do espaço urbano, problemas de espaços públicos de pouca qualidade e problemas de transporte.
Como falar de novo Urbanismo quando temos ainda tantos problemas para resolver?
Mas este é o assunto da próxima e última aula.
Questões
Questão 1 - O que os novos urbanistas apoiam?
Planejamento regional para áreas livres, a arquitetura contextualizada, quase vernacular respeitando raízes culturais; e o desenvolvimento equilibrado entre o trabalho e a residência.
A setorização da cidade em bairros industriais, bairros comerciais e bairros residenciais.
A recuperação de áreas degradadas construindo rotundas e avenidas expressas que solucionem os problemas de mobilidade urbana.
Construção de viadutos para melhorar a passagem de pedestres pelas vias nos grandes centros urbanos.
Nenhuma das anteriores.
Questão 2 - Qual a principal relação que deve existir entre rua local de bairro?
As ruas devem ser largas relativamente sombreadas por filas de árvores. Isto aumenta a velocidade do tráfico, ao mesmo tempo em que cria um ambiente adequado para pedestres e bicicletas.
As ruas devem ser relativamente estreitas e sombreadas por filas de árvores. Isto reduz a velocidade do tráfico, ao mesmo tempo em que cria um ambiente adequado para pedestres e bicicletas.
Com 23 metros de caixa de rua com espaço destinado ao estacionamento de carros à frente das construções.
Sempre com rotundas de forma a nunca ter esquinas e evitar a interrupção do trânsito por excesso de sinais de trânsito.
Nenhuma das anteriores.
Questão 3 - Qual foi a fonte de inspiração do novo urbanismo, qual sua referência para suas propostas de valorização da unidade de vizinhança?
As cidades históricas com desenho urbano anteriores ao uso do automóvel, quando ainda não se tinha popularizado o automóvel.
As cidades de litoral, com desenho urbano anteriores à revolução industrial, com charretes e embarcações.
As cidades modernistas, com quarteirões bem delimitados, blocos de apartamentos delimitando a cidade em distritos.
As cidades do interior com praças e índole agrícola.
Nenhuma das anteriores.
Arquitetura e Urbanismo / Aula 10 - Arquitetura, Engenharia e Construção
Introdução
Já foi dito que a união da Engenharia civil e da Arquitetura esteve presente nas maiores obras da humanidade. Nesta aula, será discutido o processo de projeto e as novas tendências em AEC.
Os recursos de automação de projeto aumentam a produtividade de todos os especialistas envolvidos e permitem um processo de refinamento e melhoria dos sistemas. No entanto, a falta de interação entre eles leva os problemas de interferência para além do tempo de projeto, trazendo prejuízos em todos os níveis.
Será apresentado o conceito de construtibilidade, que preconiza a participação ativa de todos os envolvidos no empreendimento desde o início do processo de projeto, incluindo aí, além dos especialistas nos sistemas, os responsáveis pelo planejamento, pelo orçamento, pela construção e logística e pela implantação do canteiro;
Por fim, teremos a apresentação do BIM, que é um conceito já suportado por diversas plataformas de software, e é responsável por viabilizar todas as ideias discutidas na aula.
Importância da interação entre os atores envolvidos
É importante reconhecer o processo de interação entre os profissionais arquitetos e engenheiros civis, principalmente em “tempo de projeto”.
A lógica baseada no desenvolvimento de projetos em que o arquiteto trabalha sozinho, interagindo apenas com o cliente, e entrega, como produto de seu trabalho, o projeto de arquitetura para, na sequência, serem desenvolvidos os sistemas prediais (estruturas, água fria, água quente, água de reuso, esgoto, ar-condicionado); elétricos; lógicos; mecânicos; de energia solar (aquecimento de água e/ou energia elétrica) e de automação predial não atende mais às demandas do mercado de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção).
Diante do que foi dito, vamos iniciar nossa aula com uma atividade? Com os conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, você consegue identificar os motivos para essa mudança?
GABARITO
Os motivos são diversos, mas podemos citar inicialmente as interferências físicas entre a Arquitetura e todos os sistemas prediais. A antecipação do estudo das interferências para o “tempo de projeto” evita interrupções na obra, gerando economia e qualidade.
Para atender esta demanda é necessário que os projetos dos sistemas sejam iniciados antes da conclusão do projeto de arquitetura, aumentando a interação entre os atores envolvidos no processo de projeto.
Comprovadamente, qualquer modificação de projeto implica em alteração de custos, mas quanto mais tardia for a alteração/correção, maiores serão as suas consequências e custos associados.
O projeto colaborativo possibilita a detecção de interferência entre os sistemas prediais em tempo de projeto e é suportado pelas tecnologias desenvolvidas por uma área denominada automação de projetos.
Comprovadamente, qualquer modificação de projeto implica em alteração de custos, mas quanto mais tardia for a alteração/correção, maiores serão as suas consequências e custos associados.
O projeto colaborativo possibilita a detecção de interferência entre os sistemas prediais em tempo de projeto e é suportado pelas tecnologias desenvolvidas por uma área denominada automação de projetos.
Saiba Mais
Para saber mais, leia: A evolução da automação de projetos no Brasil.
Disponível em: http://www.ryo-consulting.com/2012/05/evolucao-da-automacao-de-projetos.html#!/2012/05/evolucao-da-automacao-de-projetos.html. Acesso em: 01 fev. 2017.
Inicialmente, a área de automação de projetos desenvolveu sistemas 3D especializados aumentando consideravelmente a produtividade de cada característica envolvida nos projetos de AEC.
Foram lançados no mercado sistemas de CAD 3D para a Arquitetura e ambientes também em 3D para projetos estruturais e de sistemas elétricos e hidráulicos. Como os sistemas eram estanques, o processo de projeto apenas encurtou.
Individualmente, houve um crescimento de qualidade já que passou a ser possível testar mais alternativas e promover “ajustes finos” para a solução adotada,

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