Buscar

AULA ESTATUTO DO DESARMAMENTO 10 826 2003

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
DIREITO PENAL IV
6º PERÍODO DE DIREITO
UnilesteMG
*
*
	O Código Criminal do Império previa o delito de utilização de armas ofensivas, dentre aquelas proibidas, cominando penas de prisão por quinze a sessenta dias, e multa (art. 297);
	O Código Penal de 1890, previa duas condutas relacionadas a armas de modo geral, ambas contravenções penais: a) o estabelecimento de fábrica de armas, sem licença do governo (art. 376), e, b) o uso de armas ofensivas sem licença da autoridade policial (art. 377) prisão por quinze a sessenta dias.
	A Consolidação das Leis Penais, através do decreto 22.213/32 inalterou o assunto;
	O Código Penal de 1940 não tratou o assunto, mas o decreto 3.688/41 (Lei de Contravenções Penais), previu algumas condutas relacionadas às armas em geral (não havia qualquer distinção, para fins penais entre armas de fogo e o outras espécies de armamento.
*
*
Em 1997, com o advento da lei 9.437, o tratamento dado à matéria foi outro. Finalmente os ilícitos relacionados às armas de fogo foram tratados como CRIMES.
Neste contexto legal, o REGISTRO de arma de fogo passou a ser federal, com validade em todo o território nacional, não obstante continuasse a ser requerido, normalmente às autoridades policiais dos Estados. Contudo, o porte passou a ser federal ou estadual, neste último caso, com eficácia apenas na unidade da federação de residência do titular.
Em 22 de dezembro de 2003, surgiu a lei 10.826/2003 (ESTATUTO DO DESARMAMENTO), diploma em estudo neste momento.
Hoje há dois sistemas diferentes para o registro de armas de fogo:
SINARM (Sistema Nacional de Armas); Ministério da Justiça, âmbito da Policia Federal;
SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas). Ministério da Defesa, âmbito do Comando do Exército. (art. 3º, parágrafo único: As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei
*
*
	Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização
	A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
	A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
*
*
	O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (art. 5º)
	O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm. Observa-se que os requisitos deverão ser comprovados periodicamente, em período não inferior a três anos.
	É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
         I – os integrantes das Forças Armadas;
        II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;
        III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
*
*
        IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (No caso de guardas municipais dos municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço – independe do número de habitantes)
       V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
     VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; 
    VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
  VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta Lei;
     IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
      X – os integrantes da Carreira Auditoria da Receita Federal, Auditores-Fiscais e Técnicos da Receita Federal. 
*
*
        As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI (I – os integrantes das Forças Armadas; II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;   III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal; do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.
	Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência. (O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido.)
	
*
*
       
	O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
	As armas destas empresas somente serão utilizadas quando em serviço. O certificado de registro e a autorização de porte serão expedidos pela Polícia Federal, em nome da empresa.
	A listagem dos empregados deverá ser atualizada semestralmente junto ao SINARM.
*
*
        Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias
químicas ou alucinógenas.
*
*
*
*
Veja o Decreto 3.665/2000 e o Regulamento 105:
ARMA DE FOGO: arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil;
Logo: estão excluídas do alcance do Estatuto as armas que utilizam gás comprimido ou pressão ainda que de uso restrito.
A lei 10.826/2003, cita em seu texto três espécies de armas de fogo, USO PROIBIDO, USO RESTRITO E USO PERMITIDO, contudo para fins legais, no contexto de armas de fogo, as armas de USO PROIBIDO são sinônimas de USO RESTRITO. (veja o inc. LXXX do art. 3º do R-105: uso proibido: a antiga designação "de uso proibido" é dada aos produtos controlados pelo Exército designados como "de uso restrito“.
*
*
►	o Art. 10 do REGULAMENTO PARA A FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS (R-105) fornece quais são as armas de uso permitido;
 ►	O artigo 16 fornece as armas de uso restrito (exemplos: automáticas de qualquer cal; cal. 12 de cano menor de 24 polegadas; .357 Magnun; as dissimuladas.
Art. 3º, inciso LXIV - munição: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais;
Art. 3º, inciso I - acessório: engenho primário ou secundário que suplementa um artigo principal para possibilitar ou melhorar o seu emprego (exemplos restrito: silenciadores, equipamentos de visão noturna, dispositivos de pontaria que empregam luz ou outro meio de marcar o alvo e etc...).
*
*
       Qual é o bem jurídico protegido pela lei 10.826/2003?
Incolumidade Pública (majoritária);
Segurança e a Paz Pública (Guilherme de Souza Nucci);
Segurança Coletiva (Luiz Flávio Gomes).
Natureza Jurídica;
Trata-se de crimes de Dano (lesão) ou de Perigo (concreto ou abstrato)?
Corrente tradicional: Perigo abstrato;
Damásio de Jesus: Lesão (O perigo abstrato é inconstitucional).
Art. 12: Crime comum; sujeito passivo a coletividade; crime de ação multipla, crime permanente; afiançável (própria autoridade policial);
*
*
        Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
        Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
        Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
	O bem jurídico tutelado a segurança pública. Concordamos que, havendo conexão entre o porte ou a posse ilegal de arma de fogo e crime de alçada federal, deve-se aplicar o disposto na Súmula 122 STJ, vale dizer, por conexão, todos devem ser julgados pela Justiça Federal. Porém, discordamos da argumentação de que, se o cadastramento é feito pelo SINARM, serviço federal, somente por isso seria competência da Justiça Federal.
	Sujeito Passivo é a sociedade.
	Norma penal em branco, o uso permitido é fixado em outras normas, que vêem as armas acessórias e munições autorizadas ao uso da particular. Benefício possível, cabe suspensão condicional do processo, nos termos do art. 89 da Lei 9.099/95.
*
*
Com a criação da Lei 10.826/2003, o próprio diploma legal forneceu um prazo de 90 dias para a entrega das armas de fogo e seus registros;
A medida provisória 174 de 18/03/2003, convertida na lei 10.884/2004 esticou o prazo inicial para 180 dias após a data do Regulamento;
A medida provisória 253, convertida na lei 11.191/2005 estabeleceu como prazo final para a entrega das armas de fogo a data de 23/10/2005;
A lei 11.706, de 19/06/2008, fixou outro prazo para a regulamentação das armas, tenham elas registro ou não: 31/12/2008;
A lei 11.922, de 13/04/2009, estabeleceu nova data limite: 31/12/2009.
OAB.: Durantes estes prazos, o crime de POSSE de arma de fogo estava suspenso, visto o chamado período de vacatio legis indireta.
Existiu crime de posse ilegal de arma de fogo, anterior à 01/01/2010?
Existiu a abolitio criminis temporia (descriminalização temporária)? 
*
*
       Abolitio criminis temporária: os arts. 30 e 32 somente dizem respeito á posse ilegal de arma de fogo, mas não ao porte. Nessa ótica: STJ: “Não se pode confundir a posse de arma de fogo com o porte de arma de fogo. 
	medida provisória pode disciplinar matéria de Direito Penal, desde que beneficie o réu.
	medida provisória não pode tratar de matéria penal, ainda que beneficie o acusado
	A referida conduta jamais deixou de ser considerada criminosa, além de que, por tratar-se de norma de caráter transitório, não possui força retroativa. Assim, a Turma negou provimento ao recurso. Precedente citado do STF: HC 90.995-SP, DJ 7/3/2008. RHC 22.668-RS, Rel. Min. Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ-MG), julgado em 2/9/2008. 
	A Lei 11.706 não criou uma estratégia de descriminalização, "na linha de algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça e do próprio Supremo Tribunal Federal", mas somente admitiu a "extinção da punibilidade" pela entrega espontânea.
*
*
       Ora, com a extinção da punibilidade, a própria lei reconhece a existência do delito anterior, pois do contrário não haveria previsão de extinção da punibilidade, onde não há crime, esta não surge.
Veja: STJ, HC 46.322/SP. Min. Nilson Naves. 02.05.2006.
Questiona-se: Se o proprietário da arma levá-la à Polícia Federal para registro depois desta data da entrega, deverá a Autoridade prendê-la em flagrante? 
Ausência de dolo (vontade livre e consciente de manter a arma)
Tipo não prevê a forma culposa.
Apreensão de armas, munições e acessórios no mesmo contexto. Crime único. Bem jurídico atingido uma única vez;
Arma absolutamente imprestável para a realização do disparo. Impossibilidade de ser objeto material do delito.;
O tipo penal menciona munição (singular). Entendimento de que basta a posse de um único cartucho para a configuração do crime;
Perícia técnica na arma, munições e acessórios é de extrema relevância para a comprovação da materialidade
*
*
     	 5) E a arma desmuniciada? Mesmo assim o bem jurídico é atingido, crime consumado (crime de perigo abstrato);
	6) Arma de fogo desmontada. Análise do princípio geral da disponibilidade e da efetiva ofensividade: 
Se, uma vez montada, a arma pode disparar e se esta operação pode ser realizada com certa facilidade, estão cumpridos os dois requisitos mínimos, ofensividade e disponibilidade;
Se a munição está ao alcance do agente, possibilitando a pronta utilização da arma, também cumpridos. Contudo, deve-se analisar em ambos os casos pode ou não efetuar o disparo (ofensividade);
Se a montagem for uma operação complexa, demandando tempo e instrumentos especiais, o crime não existirá.
7) Busca e apreensão cumprida; arma de fogo cal. 38 encontrada, bem como projéteis cal. 38 e .22; agente possui o registro da arma de fogo. Existe crime ou não?
8) Tendo o proprietário o devido registro da arma. Pergunta-se: pode portá-la no interior da residência ou do local de trabalho, sendo o estabelecimento de sua titularidade ou dele gerente?
*
*
     	 9) Agente com arma de fogo de uso permitido, sem registro, em uma discussão com sua esposa, a mata. Haverá concurso do homicídio com a posse de arma? 
	10) Na mesma situação, é tomado de assalto em sua residência, com a morte de alguns familiares, razão pela qual ele pega e atira nos “bandidos”, matando um deles, tendo agido em legítima defesa. Pergunta-se: responderá pelo delito do art. 12 do Estatuto?
	11) Na mesma situação, só possuía a arma em casa visto que estava sendo ameaçado de morte por um terrível serial killer. Neste caso estaria ausente a culpabilidade
por não lhe ser exigível outra conduta. TESE DA INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA como causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
	12) Possibilidade de concurso do art. 12 da lei 10.826/2003 e outro delito previsto na mesma lei (Ex. Posse e porte).
*
*
     	 13) Furto de arma de fogo. Receptação em concurso material com a posse ou porte de arma de fogo.
	14) Porte Ilegal de arma de fogo e crime de quadrilha qualificado pelo uso de arma. Impossibilidade da aplicação do princípio da consunção. Condutas autônomas. Inexistência do nexo de dependência das condutas ilícitas.
*
*
        Omissão de cautela
        Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
        Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
É dever de cuidado objetivo. Elemento subjetivo é a culpa, neste a negligencia.
Concurso de crimes: se a posse da arma for ilegal, caindo em mãos de menor de 18 anos ou portador de deficiência mental, ocorrerá concurso de delitos, devendo o agente responder tanto pela posse ilegal quanto pela omissão de cautela. Admite a transação e os benefícios da lei 9.099/95. Crime de menor potencial ofensivo.
*
*
       	
	 a) E no caso da omissão de cautela em relação à pessoas inexperientes? Constitui a contravenção penal do artigo 19, § 2º,c da LCP;
	b) O tipo não menciona munições e acessórios. Em relação às munições verifica-se a mesma contravenção supracitada;
	
	
	
*
*
        Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
        Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (treze verbos)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
        Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (* cuidado*)
Crime de ação múltipla, conteúdo variado ou plurinuclear, princípio da alternatividade (responde por um único crime. Norma penal em branco (decreto 3.665/2000 e 5;123/2004).
Porte de arma desmuniciada: é crime, visto ser crime de perigo abstrato. Na jurisprudência do STJ: “o demuniciamento da arma não conduz à atipicidade da conduta, bastando, como basta, para a caracterização do delito, o porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.
*
*
        Crime comum. Permanente. Sujeito Passivo é a coletividade (crime vago).
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (* cuidado*) ADI 3.112/DF.j. 02.05.07, julgou inconstitucional os parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do artigo 21 da lei em estudo.
Art. 26 (DEC. 5.123/2004).  O titular de porte de arma de fogo para defesa pessoal concedido nos termos do art. 10 da Lei no 10.826, de 2003, não poderá conduzi-la ostensivamente ou com ela adentrar ou permanecer em locais públicos, tais como igrejas, escolas, estádios desportivos, clubes, agências bancárias ou outros locais onde haja aglomeração de pessoas em virtude de eventos de qualquer natureza.
Agente que furta a arma, e, em seguida sair com ela pela rua, haverá concurso entre a subtração e o porte ilegal?
*
*
        Disparo de arma de fogo
        Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
        Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (ADI 3112/DF.2007).
	VIA público ou em direção a ela: a via pública é constituída dos caminhos pelos quais trafegam pessoas e veículos em geral (ruas, estradas, alamedas etc.) livremente, sem constituir a esfera privada (ex.: as trilhas de uma fazenda particular) de qualquer cidadão. A expressão em direção a ela quer dizer que o disparo foi feito de dentro de uma residência privada, mas tendo por alvo a referida via pública. Exige-se interpretação, valorização, de ordem cultural, leia-se, conforme as características especificas de cada lugar. (caso tiro no pé)
	Finalidade específica e tipo subsidiário: O tipo se auto-proclama subsidiário e concentra essa subsidiariedade na finalidade especifica do agente.	
*
*
        Crime comum. Sujeito Passivo é a coletividade. 
	Não importa para a realização do tipo penal em exame a existência de registro da arma ou de autorização para o porte.
	Exige-se o dolo, o disparo acidental não constitui o ilícito penal.
	Crime de mera conduta, logo não exige perigo concreto à incolumidade Pública, e a inexistência de pessoas no local, no momento dos disparos é irrelevante.
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32.  Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.
	
		
*
*
        Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
        Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
        Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
        Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
     I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
         II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
    III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
      IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;       
*
*
        V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e (veja artigo 242 do ECA);
     VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
	Uso proibido ou restrito: Torna-se fundamental consultar as normas extrapenais para conhecer as armas, acessórios e munições de uso restrito. Na realidade, o Decreto Dec. 3.665/2000, no art. 3º, LXXX, esclarece que armas de uso proibido, essencialmente, são as armas de uso restrito. Logo, somente estas é que estão disciplinadas no referido decreto. No art. 16, encontra-se relação das armas, acessórios e munições controlados e de uso restrito.
	As bombas de fabricação caseira estão inseridas em
explosivos;
	Os Coqueteis Molotov constituem artefatos incendiários.
	
	
	
*
*
        Comércio ilegal de arma de fogo
        Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
         Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
        Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
	Habitualidade da atividade: a inserção no tipo penal da expressão no exercício, referindo-se a comércio ou indústria, demonstra não ser viável enquadrar-se neste crime qualquer pessoa que, eventualmente, receba, venda ou compre uma arma de fogo. 	
*
*
        Tráfico internacional de arma de fogo
        Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: (Justiça Federal).
        Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
 Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
        Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei. (STF ADI 3.112 – artigo inconstitucional).
        Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.
*
*
        As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas
	São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir (art. 26).
	É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando