AULA 06 DM2016 2

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DESENVOLVIMENTO DE MINA
UEMG – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS
PLANEJAMENTO E 
CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS 
DE REJEITOS
Rejeitos de mineração
Rejeitos de mineração são materiais (sólidos e líquidos) gerados
pelas usinas de beneficiamento do minério, principalmente da sua
concentração, e que não apresentam interesse comercial para a
indústria mineral, considerados produtos não-úteis, no presente
momento, em uma concentração de, aproximadamente, 40 a 50%
de sólidos em peso.
Barragens de rejeitos de mineração
São estruturas que têm a finalidade de armazenar permanentemente os
resíduos sólidos e reter, temporariamente, a água e os demais efluentes
líquidos, resultantes dos processos de beneficiamento do minério. A sua
constante necessidade decorre dos seguintes fatores:
-Aumento das indústrias mineiras;
-Melhoria das técnicas de tratamento de minérios;
-Lavra de minérios com teores cada vez mais baixos.
Diferença básica entre um depósito de 
estéril e uma barragem de rejeitos
As barragens de rejeitos armazenam sólidos e líquidos. Pelo contrário, os
depósitos de estéreis armazenam apenas sólidos, sendo a água um
agente altamente nocivo à sua estabilidade.
Fases de uma barragem de rejeitos
Planejamento
Construção
Monitoramento
Basicamente, os mesmos procedimentos que são adotados para o
planejamento, construção e monitoramento de Depósitos de Estéreis são
também utilizados para os mesmos propósitos de uma Barragem de
Rejeitos.
Limites da jazida mineral
Distâncias de transporte do rejeito à barragem
Geologia local do terreno e fundação da barragem
Capacidade de armazenamento de rejeito
Topografia do terreno
Restrições ecológicas existentes na área pretendida
Necessidade de desmatamento controlado
Implicações com áreas urbanas ou rurais à jusante da barragem
Características da rocha ou solo que compõem a base da barragem
Critérios utilizados para seleção do local de 
uma barragem de rejeito
Manter a estabilidade permanente da barragem
Prevenir alterações e impactos em habitats de espécies protegidas
Minimizar, ao máximo, a área afetada pela barragem
Principais objetivos da seleção do local de 
uma barragem de rejeito
Topografia do terreno de fundação da barragem;
Geologia estrutural do terreno de fundação da barragem;
Hidrologia e hidrogeologia;
Clima da região;
Nascente e direções dos cursos d’água;
Áreas pantanosas;
Proximidade com áreas habitadas;
Sísmica da região
O local deverá atender requisitos de ordem econômica, ambiental e de
segurança.
Principais informações a serem coletadas 
no local que é pretendido para uma 
barragem de rejeitos
O local pretendido não pode ser destinado a parques nem a reservas
ecológicas. Não deve ser sítio arqueológico, patrimônio histórico nem
nacente de bacia hidrográfica.
Todos os possíveis impactos ambientais a serem causados pela barragem
de rejeitos deverão ser previamente determinados.
Escolha do local da barragem sob o ponto 
de vista ambiental
Preparação do terreno de fundação da barragem;
Construção da barragem
Estapas de construção de uma barragem 
de rejeitos
Métodos de construção de barragens de 
rejeitos
Existem três métodos de construção de barragens:
-Alteamento à montante
-Alteamento à jusante
-Alteamento central
Alteamento à montante
Após a conclusão do dique de partida o rejeito é lançado a montante,
formando uma praia. Essa praia será a fundação e a fonte de material
de construção do próximo alteamento.
A fundação deve ser resistente o suficiente para resistir a deslizamentos
e ter capacidade de suporte adequada.
É o método mais econômico e de maior facilidade construtiva; entretanto
com maior risco de ruptura.
Alteamento à montante
Alteamento à Jusante
Após a conclusão do dique de partida, iniciam-se os alteamentos
sucessivos do rejeito, no sentido jusante do dique, de acordo com a
produção da mineradora, até atingir a cota do projeto; cada avanço da
barragem e direcionado a jusante do rejeito depositado anteriormente.
Mais eficiente que o método de montante, pois previne a ruptura por
liquefação. Maior custo.
Alteamento à Jusante
Alteamento Central
Após a conclusão do dique de partida, os alteamentos são executados,
mantendo-se inalterado o eixo da barragem. Os rejeitos são lançados
para montante e jusante, a partir da linha de centro, sobre o dique de
partida.
Vantagens:
- Maior segurança em relação ao método de montante
- Menor custo em relação ao método de jusante.
Alteamento Central
Mecanismos de ruptura em uma barragem 
de rejeitos
As barragens de rejeito estão constantemente submetidas a
deslocamentos e deformações, devido à sua natureza e dimensões,
agentes internos e externos. Rupturas ocasionadas por deformações
podem ser identificadas pela ocorrência de recalques excessivos e trincas
de tração na crista dos taludes.
Vários fatores influenciam as deformações em barragens, tais como: baixa
resistência dos materiais da barragem, método construtivo, altos niveis de
poropressão, fundação que deve ser de baixa permeabilidade para
minimizar a percolação, variação do nível de água do reservatório.
Mecanismos de ruptura em uma barragem 
de rejeitos
As causas de ruptura podem ser atribuídas tanto a erros de projeto quanto
a falta de fiscalização durante a construção, bem como as condições de
segurança da barragem durante sua operação.
Um dos fatores com grande potencial de desestabilização da barragem é a
vazão de água e a poropressão. Rupturas por liquefação, erosão interna e
transbordamento são exemplos de fenômenos que podem levar a ruptura
de uma barragem de rejeitos.
Critérios para definição do porte da 
barragem
Cristiano Sales
As barragens devem possuir sistema de extravasão, que é um dispositivo de segurança
com a finalidade de eliminar o excesso de água que ameaça a estabilidade da barragem,
ou de impedir que o nível de água suba acima de certa cota.
O sistema extravasor tem seu nível elevado com os sucessivos alteamentos da
barragem ou elevação do nível do reservatório.
• 1986. Rompimento da barragem de rejeitos da Mina de
Fernandinho, em Itabirito, na região Central, é o registro
mais antigo desse tipo de acidente em MG. Sete pessoas
morreram.
• 2001. Barragem da Mineração Rio Verde se rompe em
Macacos, distrito de Nova Lima, na região metropolitana
da capital. Cinco operários morrem no acidente que
atingiu 43 hectares e assoreou 6,4 km do leito do córrego
Taquaras.
Cristiano Sales
MATERIAL PROVENIENTE DA RUPTURA DA BARRAGEM DE REJEITOS DA 
MINERAÇÃO RIO VERDE, EM 2001
• 2003. Em 29 de março, em Cataguases, na Zona da
Mata, a barragem de um dos reservatórios da Indústria
Cataguases de Papel Ltda se rompe, liberando no
córrego do Cágado e no rio Pomba cerca de 1,4 bilhão de
litros de lixívia (licor negro), sobra industrial da produção
de celulose. O acidente afetou três Estados, deixando
600 mil pessoas sem água. A Fundação Estadual de Meio
Ambiente (Feam) começa então a fiscalizar barragens no
Estado.
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A subida rápida do nível de água devido às chuvas, atingindo a crista da barragem, provocou o vazamento de lama acumulada 
na barragem, num volume estimado de dois bilhões de litros. Miraí, Zona da Mata,em 2007 
2007. Em Miraí, na Zona da Mata, uma barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases se rompe, atingindo bairros de Miraí e 
Muriaé, na mesma região. Mais de 4.000 moradores ficaram desalojados, e ao menos 1.200 casas foram atingidas.
LAMA RESULTANTE DA RUPTURA DA BARRAGEM DA MINERAÇÃO RIO POMBA 
• Doze anos após o rompimento da barragem na cidade de
Cataguases, localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, a
estrutura segue desativada e a Indústria Cataguases de Papel,
responsável por ela, luta na Justiça para reverter a multa de
R$ 50 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O
processo ainda não foi julgado, de acordo com a própria
indústria. A causa do rompimento em Cataguases foi a falta de
manutenção do barramento.
Cristiano Sales