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Conceitos básicos de farmacologia

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1° Estudo Dirigido
CONCEITOS
Fármaco:
Principal substância da formulação do medicamento, responsável pelo efeito terapêutico. Composto químico obtido por extração, purificação, síntese ou semi-síntese.
É uma molécula química que interage com o nosso organismo possuindo efeitos terapêuticos. É um pó que precisa ser transformado em medicamento. Modificam funções fisiológicas que já existem, ao interagirem com nosso organismo.
Sal de fármaco:
Substância que irá exercer a ação terapêutica no organismo.
É um fármaco que foi transformado em sal sódico para mudar suas propriedades físicas para diluir.
Medicamento:
Forma farmacêutica acabada, contendo o princípio ativo ou fármaco, apresentado em variadas formas farmacêuticas: cápsula, líquido, entre outros.
É um fármaco que foi preparado para ser administrado.
Tratamentos com medicamentos curam doenças?
Não, o fármaco tem efeito transitório (tratamento), e não definitivo.
Medicamentos não curam doenças, pois os fármacos têm efeito transitório, ou seja, apenas quando os está tomando. Eles curam doenças em situações onde o fármaco é para microrganismos. Eles apenas controlam os sintomas das doenças, os tratamentos que curam são os cirúrgicos.
Remédio:
Tudo o que é produzido com objetivo.
É o sinônimo informal de medicamento.
AÇÂO FARMACOLÓGICA: 
Como o fármaco age no organismo? 
O fármaco chega em uma célula e a ativa, se ligando ao seu receptor.
Os fármacos possuem efeito transitório não definidos, eles interagem com partes de células do nosso organismo modificando então uma ação já existente.
Existe “criação” de uma ação ou um efeito? 
Não, o fármaco “trabalha” de acordo com os limites do organismo. É o efeito propriamente dito.
O fármaco não cria uma ação ou um efeito, ele apenas modifica uma ação já existente. Modifica a função fisiológica/bioquímica que já existe.
Explique o mecanismo de ação do salbutamol:
O salbutamol é um broncodilatador agonista β adrenérgico, capaz de ativar a célula ao se ligar ao receptor β adrenérgico. O receptor, ligado à proteína Gs, ao ser ativado, estimula a enzima adenilciclase, que transforma ATP em AMP0.
O salbutamol é um agonista de moléculas beta-2-adrenérgicas, que induzem o relaxamento das células musculares lisas das vias respiratórias.
Como o salbutamol provoca broncodilatação, que o torna útil no tratamento da asma?
A enzima adenilciclase, estimula a hiperpolarização da célula, pois aumenta o sódio e diminui o cálcio, fazendo com que ela não seja capaz de se despolarizar e, com isso, a célula não é capaz de se contrair, ela se dilata, ocorrendo a broncodilatação.
O salbutamol é um agonista dos receptores beta adrenérgicos. Ao estimularem os receptores beta adrenérgicos, ocorre a broncodilatação e inibição da função de várias células inflamatórias. Os fármacos estimulam receptores do tipo beta-2-adrenérgicos da membrana celular, resultando em aumento do AMPC intracelular, que causa então o relaxamento da musculatura lisa, aumento da frequência do batimento ciliar e redução da viscosidade do muco.
EFEITO FARMACOLÓGICO 
Todos os efeitos são facilmente percebidos? Explique.
Não, Depende da dose administrada, do tempo de ação, da finalidade e do efeito tópico. Para atingir o steady state devem ser administradas várias doses do medicamento para conseguir o efeito farmacológico esperado.
Nem todos os efeitos são facilmente percebidos. Alguns efeitos de fármaco são percebidos apenas através de exames ou, muitas vezes, nem eles, sendo necessário que o indivíduo relate.
Dê exemplos dos tipos de efeitos exemplificando com nomes de fármacos.
Tempo de ação do fármaco, efeito sistêmico ou tópico e receptores agonistas e sistêmicos.
Ação sistêmica: distribuída por todo o corpo, podendo agir em diversos receptores. 
Exemplo: Servoflurano (anestésico que age no cérebro); 
 Nafarelina – Synarel ( intranasal, trata endometrioses) 
 Calcitonina – Miacalcic (intranasal, trata osteoporose)
Ação tópica: ação local 
Exemplo: Busonida – busonid (intranasal, tratamento para rinite) 
 Etinilestradiol – Evra (pele, contraceptivo feminino) 
FARMACOCINÉTICA
Faça um esquema que contemple os quatro pontos importantes da farmacocinética.
A farmacocinética aborda, principalmente, a absorção, distribuição, metabolização e eliminação.
Absorção: via oral, sublingual, subcutânea, inalatória (boca), intranasal, pele, oftalmica, retal.
Distribuição: distribuídos para todo o corpo por meio da corrente sanguínea. Farmaco livre ou farmaco preso. 
Metabolismo: 
Excreção: 
Defina absorção:
É a passagem de substâncias do local de contato, que pode ser um órgão, a pele e os endotélios, para a corrente sanguínea. Esta passagem é efetuada através de membranas celulares, que atuam como barreiras. Portanto, a absorção só é possível para fármacos aplicados por via enteral (intestino- oral, sublingual e retal) e tópica. Não existe absorção para fármacos que são injetados diretamente na corrente sanguínea.
Absorção é a passagem do fármaco do local de administração, atravessando as barreiras biológicas, até o sangue (circulação sistêmica).
Como os fármacos são absorvidos?
A absorção consiste na transferência do fármaco desde o seu local de aplicação até a corrente circulatória. É o processo que influencia o início e a magnitude de efeito dos fármacos, sendo um dos determinantes da escolha de vias de administração e doses. Se um fármaco é inadequadamente absorvido, seus efeitos sistêmicos inexistem. A absorção está na dependência trans-membrana. Também depende de fluxo sanguíneo no sítio absortivo, extensão e espessura da superfície de absorção e vias de administração escolhidas. Algumas situações fisiológicas (menstruação e puerpério) ou patológicas (edema, inflamação e ulceração) a modificam.
O processo de absorção se dá por meio do transporte do fármaco através das membranas biológicas, principalmente por processos passivos, para alcançar a corrente sanguínea. Nesse sentido, as características físico-químicas dos fármacos podem influenciar durante o processo de absorção como: lipossolubilidade (quanto maior a lipossolubilidade, mais facilmente o fármaco atravessa a membrana), hidrossolubilidade (para permear facilmente pela membrana o fármaco deve ser lipossolúvel, mas para ser absorvido o fármaco deve estar dissolvido em um fluido corpóreo, logo ele deve ser hidrossolúvel também), carga elétrica (substâncias com carga elétrica tendem a permear mais facilmente seja por atração ou por repulsão com a carga existente na membrana, assim o ideal é que o fármaco não possua carga elétrica no momento de sua absorção, ou ele esteja em sua forma não ionizada), massa molecular (compostos com alto peso molecular atravessam a membrana com muita dificuldade), estabilidade química (fármacos com baixa estabilidade, geralmente apresentam perfil de absorção baixo) e velocidade de dissolução (quanto mais rápido for essa velocidade de dissolução, mais rapidamente atingirá a corrente sanguínea).
	FATORES
	ABSORÇÃO AUMENTA
	ABSORÇÃO DIMINUI
	Concentração (dosagem)
	Maior
	Menor
	Peso molecular
	Pequeno
	Grande
	Solubilidade
	Lipossolubilidade
	Hidrossolubilidade
	Ionização
	Forma não ionizada
	Forma ionizada
	Forma farmacêutica
	Líquida
	Sólida
	Dissolução das formas sólidas
	Grande
	Pequena
	pH local ácido
	Ácidos fracos (moleculares)
	Bases fracas (ionizadas)
	pH local alcalino
	Bases fracas (moleculares)
	Ácidos fracos (ionizadas)
	Área absortiva
	Grande
	Pequena
	Espessura de membrana absortiva
	Menor
	Maior
	Circulação total
	Grande
	Pequena
	Condições fisiológicas
	Menstruação e puerpério
	-
	Condições patológicas
	Inflamação, ulceração e queimaduras
	Edema e choque
A forma ionizada do fármaco se dá pela interação ácido+base, enquanto que a interação ácido+ácido ou base+base faz com que o fármaco permaneça na sua forma molecular.
Quando se administra um medicamento,o fármaco é sempre absorvido?
Não, há fatores que interferem na absorção, tais como: 
-Membranas biológicas;
-Propriedades físico-químicas das moléculas da droga, onde o fármaco deve apresentar um caráter lipossolúvel para sofrer absorção, mas deve sempre apresentar um certo grau de hidrossolubilidade para garantir o seu transporte através do meio aquoso predominante dos sistemas;
-Modalidade de absorção das drogas, onde a maioria dos fármacos atravessa as barreiras biológicas por processos passivos quando se encontram livres no plasma;
-Locais de absorção das drogas e vias de administração.
Não, os fármacos de ação tópica não necessariamente precisam ser absorvidos, exceto se forem preparados pela indústria farmacêutica para essa finalidade.
Exemplo: triancinolona acetonida+ sulfato de neomicina + nistatina (omicilon – AM, alívio de inflamações e coceiras causadas por dermatoses).
Os fármacos são absorvidos através da passagem pelas membranas por meio de processos passivos. E, para efetivarem sua ação, entram nas células por meio de receptores acoplados à proteína. 
Se for administrado pelas vias de administração abaixo o fármaco será absorvido?
-Cutânea utilizando cremes, loções, géis, adesivos transdérmicos e sprays: sim, são absorvidos como o uso de spray com testosterona (axeron) ou o gel (estreva) que contém estradiol. Porém, pode ser efeito tópico no local administrado e não ser absorvido como o uso do mentol + cânfora + salicilato de metila (gelol).
*Os fármacos administrados na via cutânea são absorvidos quando são muito lipossolúveis ou quando as moléculas são muito pequenas.
-Intranasal utilizando sprays: sim, a absorção de análogos de hormônios peptídicos como o hormônio antidiurético, libertador de gonadotrofina e da calcitonina ocorre através da mucosa que recobre o tecido linfoide nasal.
Obs: todo fármaco constituido de polipeptídeos não pode ser ingerido, pois sofre ação de lise pelo suco gástrico, quebrando a molécula do fármaco. 
-Otológica utilizando soluções: absorção muito baixa, não há absorção sistêmica (pouca vascularização).
Exemplo: Sulfato de gentamicina e fosfato dissódico de betametasona (garasone)
 fosfato de dexametasona (decadron colírio).
-Oftálmica utilizando colírios: Sim, pode ser absorvido pelo canal lacrimal (timolol) ou pode ter ação tópica como o cloridrato de epinastina (relestat).
-Pulmonar, fazendo inalação utilizando sprays, nebulizadores e dispositivos para administração de pós e líquidos voláteis:
Pulmonar: sim, portanto são administrados por essa via para se obter altas concentrações locais.
Exemplo: salbutamol e dipropionato de beclometasona.
Pós e líquidos voláteis: são absorvidos até a via sistêmica para agir no cérebro.
Exemplo: enflurano (etrane).
-Anal utilizando supositórios e enemas: pode haver absorção pelos vasos do plexo hemorroidário (dipirona sódica, novalgina-supositório) ou pode ter ação tópica não sendo absorvido (acetato de hidrocortisona, xyloproct-anestésico).
-Parenteral (EV, SC e IM) utilizando soluções, suspenções e emulsões: não, pois o fármaco é liberado na circulação sistêmica não passando pelas barreiras biológicas para alcançar a circulação sistêmica.
Exemplos: tratamento de meningite com ceftriaxona (keftron) por administração intravenosa e intramuscular; tratamento de trombose por enoxaparina sódica (clexane) por administração subcutânea e no tratamento da anemia por sacarato de hidróxido férrico (noripurum) por via endovenosa.
*O fármaco NUNCA é absorvido pela via endovenosa (EV).
-Oral utilizando soluções, xaropes, elixires, comprimidos, cápsulas e drágeas: sim, contudo somente os fármacos não proteicos, visto que o processo de degradação proteica no estômago impediria a “íntegra” absorção dos fármacos proteicos. 
Exemplo: cápsula de fluoxetina (prozac), comprimido de escitalopran (lexapro), xarope de cloridrato de ambroxol (sedavan), entre outros.
Nebulizadores são indicados para qual faixa etária?
Uso pediátrico e adultos.
Emulsões podem ser administradas pela via EV? Exemplifique.
Emulsões contendo óleos podem ser administrados por via endovenosa (lipídeos e vitaminas). Por exemplo, emulsões intravenosas de meio de contraste e de nutrição parenteral.
Sim.
Exemplos: contraste, scott e intralipid.
Lipofundin: rico em lipídeos, faz nutrição perenteral total (aminoácidos, glicose, vitaminas, sais minerais). Emulsão de lipídeos feita especialmente para administração intravenosa para a nutrição parenteral total. 
ABSORÇÃO
Qual é a influência do pH do fármaco, pH do meio e pKa do fármaco na absorção de fármacos no estômago e intestino?
Via de regra os fármacos são ácidos fracos ou bases fracas, logo existem na forma ionizada e não ionizada no meio. A forma não ionizada do fármaco é mais apolar e mais fácil de ser difundida pela membrana plasmática, diferente da forma ionizada, que possui carga e uma polaridade elevada. Os fármacos polares possuem alto grau de dificuldade em transpor a membrana plasmática (impermeabilidade membranar absoluta a moléculas polares).
No estômago o pH é ácido, sendo assim, um fármaco com pH ácido vai promover uma relação físico-química, onde o fármaco ficará mais na sua forma molecular (não ionizada), ou seja, será bem absorvido no estômago e pouco absorvido pelo intestino que é um meio básico. Porém, quando o pH do fármaco é básico, em contato com o meio ácido (estômago) vai ocorrer o inverso, onde o fármaco ficará na sua forma ionizada, sendo menos absorvido no estômago e melhor absorvido quando chegar no intestino.
S fármacos possuem uma constante, o pKa. Quando o fármaco encontra no pH semelhante ao pKa, ele está 50% na forma iônica e 50% na forma molecular. Quanto mais ácido for o pH onde o fármaco ácido se encontra, a forma molecular aumenta cada vez mais. A regra geral é: as drogas ácidas são favorecidas, em relação a sua absorção, no pH ácido e sua eliminação é favorecida num pH básico. Ocorre o inverso para os fármacos básicos, onde sua absorção é favorecida em um pH básico, ele vai ser melhor absorvido no intestino e se o pKa for baixo, a absorção é melhor ainda, pois não tem grandes riscos de ficar ionizada, e quanto mais próximo do pH do fármaco, pior é a absorção, pois vai estar apenas 50% na forma molecular e vice-versa.
A forma ionizada dos fármacos apresenta uma solubilidade lipídica muito baixa, portanto, é mais difícil de difundir-se através das membranas, a não ser que exista um mecanismo específico de transporte. A maioria das drogas penetra nas células por difusão na forma não ionizada, dessa forma: bases fracas tem boa absorção em pH mais alto e ácido fraco em pH mais baixos. A aspirina que é um ácido fraco é melhor absorvida no estômago devido ao meio ácido.
O pKa da droga é o pH em que 50% da droga encontra-se ionizado e 50% não ionizado. Droga com pKa ácido em meio ácido encontra-se geralmente não ionizado, ou seja, melhor absorvida. Já drogas básicas em meio ácido encontram-se geralmente ionizadas, ou seja, baixa absorção.
*Quando mais diferente o pH ser do pKa, melhor ou pior será a absorção, dependendo do meio.
Exemplo: Fármaco básico – tylex, absorvido no estômago 
Dê exemplos de interação entre alimentos e fármacos, nas situações abaixo citando as indicações terapêuticas dos fármacos.
Fármacos instáveis em meio ácido que possuem uma diminuição da absorção e consequentemente do efeito farmacológico.
A ampicilina é um fármaco ácido, com pKa próximo de 3; quando ingerimos um alimento, o estômago fica com pH próximo de 3, há o risco de a molécula ficar instável 50% na sua forma iônica, piorando sua absorção. Se não ingerirmos nenhum alimento, o pH do estômago fica perto de 1,5, então não ocorre grandes riscos de ser ionizado e tem uma melhor absorção.
Com a ingestão de alimentos ou líquidos o pH de 1,5 do estômago se eleva para aproximadamente 3,0, afetando a desintegração das cápsulas, drágeas ou comprimidos e, consequentemente, a absorção do fármaco. O aumento do pH gástricoem função dos alimentos ou líquidos, pode reduzir a dissolução de comprimidos de eritromicina ou de tetraciclina (antibiótico para tratar infecções). Medicamentos como a fenitoína ou dicumarol (anticoagulantes)desintegram-se mais facilmente com a alcalinização do pH gástrico.
Os ácidos e sais biliares, pelas suas propriedades tensoativas, auxiliam a solubilização e favorecem a absorção de fármacos lipossolúveis. Medicamentos ácidos fracos (ácido acetilsalicílico, aminoglicosídeos, diuréticos e penicilina) podem ter sua excreção aumentada por dietas predominantemente alcalinas devido a alcalinização da urina.
Fármacos que formam complexos com cátions bivalentes e que possuem absorção e efeito diminuídos.
A interação fármaco-nutriente pode ocorrer por mecanismo de complexação, resultando na diminuição da sua disponibilidade. Os íons di e tetravalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+), presentes no leite e em outros alimentos, são capazes de formar quelatos não absorvíveis com as tetraciclinas, ocasionando a excreção fecal dos minerais, bem como do fármaco.
Os íons di e tetravalentes (Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) são capazes de formar quelatos não absorvíveis com a tetraciclina, ocasionando a excreção fecal dos minerais e dos fármacos.
A tetraciclina deve ser tomada com o estômago vazio, mas machuca a mucosa gástrica (inativação de moléculas). Quando é ingerida com o estômago cheio (após uma refeição), a tetraciclina permanece muito tempo no meio ácido do estômago, tendo seu efeito diminuído. 
Por exemplo, quando leite é ingerido (cálcio – Ca2+) junto a tetraciclina, a mesma não realiza bem seu efeito, pois o fármaco fica instável em meio ácido.
Dê exemplos de fármacos pertencentes ao mesmo grupo dos exemplificados no item a cima, mas que não possuem interações com alimentos.
A amoxilina tem o anel de betalactano, que possui ação antibiótica com uma ligação –OH que deixa o medicamento mais estável em meio ácido e aumenta a sua biodisponibilidade. Como, por exemplo, o medicamento clavulin (antibiótico), que é composto pelos fármacos amoxilina e ciavulanato de potássio.
A amoxilina pertencente ao mesmo grupo que a ampiclina, não apresenta interação ao interagir com refeições ricas em macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas). A ofloxacino e a lomefloxacina são do mesmo grupo da eritromicina e da ciprofloxacina e não interagem com alimentos ricos em cátions bivalentes, portanto, não tem seu efeito alterado.
O clavulin é estável, pois na sua composição, a ampicilina está junto a -OH.
Explique o mecanismo da interação medicamentosa entre antibacterianos de amplo espectro e anticoncepcionais combinados. Como se pode prevenir essa interação?
Os contraceptivos orais mais modernos vêm tendo a concentração de seus ativos diminuída a fim de minimizar seus efeitos adversos. Sob circunstâncias normais, estas concentrações mais baixas são bastante efetivas. Porém, na presença de antibióticos, os níveis hormonais, já reduzidos, podem cair ainda mais, comprometendo a eficácia dos contraceptivos orais. A redução da eficácia contraceptiva ocorre por alteração da flora intestinal. Quando os anticoncepcionais orais são ingeridos, o estrógeno e a progesterona são prontamente absorvidos do trato gastrointestinal para a corrente circulatória, sendo conduzidos até o fígado, onde são metabolizados. Cerca de 40% a 48% do estrógeno são transformados em conjugados sulfatados e glucuronídeos, os quais não têm atividade contraceptiva. Estes metabólitos estrogênicos são excretados na bile, a qual se esvazia no trato gastrointestinal. Uma parte desdes metabólitos é hidrolisado pelas enzimas das bactérias intestinais, liberando estrógeno ativo, sendo o remanescente excretado nas fezes. O estrógeno liberado pode então ser reabsorvido, estabelecendo-se o ciclo êntero-hepático, que aumenta o nível plasmático de estrógeno circulante.
O mecanismo responsável pelo fato dos antimicrobianos reduzirem os níveis plasmáticos hormonais é a indução das enzimas microssomais do citocromo p-450 no fígado acelerando o metabolismo dos contraceptivos orais. Os passos do ciclo catalítico são:
1.Ligação do substrato à forma férrica da enzima.
2.Redução do grupo heme de Fe3+ para Fe2+ por um elétron vindo do NADPH.
3.Ligação do O2.
4.Transferência de um segundo elétron.
5.Quebra da ligação O-O (O2).
6.Oxigenação do substrato.
7.Liberação do substrato.
Os antimicrobianos atingem a flora intestinal, matando bactérias benéficas e maléficas. O fármaco inativo precisa dessas bactérias para ser ativado. 
Para a prevenção, é recomendado o uso de preservativos, ingerir o antimicrobiano junto a probióticos e a administração de antimicrobianos específicos, substituindo o de amplo espectro.
No metabolismo de primeira passagem inativa o fármaco antes de cair na via sistêmica.
Por que o piroxicam 20mg, quando administrado pela via sublingual, não apresenta efeito de primeira passagem?
A absorção diretamente da cavidade oral pode ser útil quando se deseja um efeito rápido e o fármaco é instável no pH gástrico ou rapidamente metabolizado. O piroxicam absorvido pela boca passa diretamente para a circulação sistêmica sem entrar no sistema porta, escapando do metabolismo de primeira passagem pelas enzimas da parede do intestino e do fígado, e os órgãos do trato gastrointestinal.
O fármaco administrado via sublingual, passa para a via sistêmica para depois ir para o fígado e ser metabolizado, não havendo o efeito de primeira passagem.
DISTRIBUIÇÃO
O que você esperaria do efeito de um fármaco em um paciente com hipoalbuminemia?
Paciente com hipoalbuminemia, ou seja, com diminuída concentração da proteína plasmática albumina, não tem o fármaco devidamente transportado para seu sítio de ação, biotransformação e excreção; a ausência de proteínas para o transporte do fármaco, eleva suas concentrações séricas, podendo levar a um aumento dos efeitos farmacológicos e possivelmente o aparecimento de efeitos tóxicos.
Quando o fármaco é absorvido, liga-se às proteínas plasmáticas disponíveis (cada fármaco em uma fração diferente) para ser transportado ao longo do corpo. Ao administrar um fármaco em um paciente com hipoalbuminemia, aumenta-se a fração livre dessa molécula química e potencializam-se os efeitos do fármaco ácido, principalmente os efeitos adversos, podendo levar o paciente a óbito.
*O fármaco não é absorvido quando está ligado a proteína, apenas sua forma livre é absorvida.
Por que o tratamento de sinusite, otite média e infecções ósseas são mais prolongadas?
O fármaco é distribuído para todo o organismo, mas de forma desigual. Há órgãos muito perfundidos/vascularizados como o coração, cérebro, pulmão, fígado e rim; há órgãos que são poucos perfundidos/vascularizados, como o osso. Assim, órgãos muito vascularizados recebem maior quantidade de fármaco. A sinusite é uma inflamação da mucosa dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos; e a otite média é a infecção do ouvido médio, espaço cheio de ar atrás do tímpano, que contém pequenos ossos vibratórios do sistema auditivo.
As regiões dos sinus da face, do ouvido e do tecido ósseo são exemplos de locais pouco vascularizados. Por este motivo, os fármacos para o tratamento dessas infecções serão pouco absorvidos e, dessa forma, necessitam de um tempo maior de administração para provocarem o efeito terapêutico desejado.
Qual a diferença entre biodisposnibilidade e bioequivalência?
A biodisponibilidade é um termo farmacocinético que descreve a velocidade e o grau com que uma substância ativa ou a sua forma molecular terapeuticamente ativa é absorvida a partir de um medicamento e se torna disponível no local de ação. A avaliação da biodisponibilidade é realizada com base em parâmetros farmacocinéticos calculados a paritr dos perfis de concentração plasmática do fármaco ao longo do tempo. Um estudo de bioequivalência tem por objetivo comparar as biodisponibilidades de dois medicamentos considerados equivalentes farmacêuticosou alternativas farmacêuticas e que tenham sido administrados na mesma dose molar. Entende-se por equivalentes farmacêuticos os medicamentos que contêm a mesma substância ativa, na mesma dose e na mesma forma farmacêutica. Se nestas condições as biodisponibilidades de dois medicamentos forem consideradas similares, os seus efeitos, no que respeita à eficácia e segurança dos mesmos, serão essencialmente os mesmos.
A biodisponibilidade refere-se à quantidade disponível do fármaco para promover o efeito esperado. A bioequivalência está relacionada à análise pela qual se compara a biodisponibilidade do fármaco no medicamento teste com a dos medicamentos referência.
Você confiaria em um medicamento genérico?
O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de referência no país, podendo este ser intercambiável. O Ministério da Saúde através da ANVISA, avalia os testes de bioequivalência entre o genérico e seu medicamento de referência, apresentados pelos fabricantes, para comprovação da sua qualidade.
Apesar do medicamento genérico passar por testes de bioequivalência que garantem a mesma biodisponibilidade do fármaco presente no medicamento de referência, não garantem que os efeitos gerados por ambos sejam os mesmos. Por isso, não confiaria em um medicamento genérico que não fosse da mesma indústria detentora da patente do medicamento de referência.
*Se espera que o efeito seja o mesmo.
Por que é necessário fazer uma dose de ataque e depois continuar com doses de manutenção quando se inicia um tratamento com digoxina ou leflunomide?
Dose de ataque ou inicial é a dose de determinado fármaco que deve ser administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente a concentração efetiva (concentração-alvo). Já a dose de manutenção é a dose necessária para que se mantenha uma concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável (steadystate).
A digoxina ou leflunomida são fármacos que possuem uma janela terapêutica estreita, com orientações de administração em concentrações subterapêuticas, a fim de não causarem intoxicação. Em situações emergenciais, no entanto, deve-se administrar doses de ataque para que possam atingir concentrações terapêuticas em um curto espaço de tempo. Depois, prossegue-se com doses de manutenção para preservar os efeitos e não permitir a intoxicação.
Por que a dexclorfeniramina provoca sonolência e a loratadina e a fexofenadina não, sabendo que esses fármacos são anti-histamínicos usados no tratamento da rinite alérgica?
A dexclorfeniramina é um anti-histamínico muito lipossolúvel. Por isso, consegue atravessar a barreira hematoencefálica, chegar no líquor, inibir os receptores histaminérgicos e, assim, provocar sonolência. Já a loratadina e a fexofenadina são fármacos menos lipossolúveis e que, portanto, não atravessam a barreira hematoencefálica. Dessa forma, apesar de também serem anti-histamínicos, não permitirão inativação do cérebro pela histamina, nem o efeito da sonolência.
O fármaco, para provocar sonolência, deve chegar ao sistema nervoso, atravessando a barreira hematoencefálica, ou seja, tem que ser muito lipossolúvel.
Por que fármacos com janela terapêutica estreita não podem ser manipulados?
“Dose” consiste na quantidade de fármaco capaz de provocar alterações no organismo. Esta dose pode ser eficaz (DE), letal (DL), de ataque ou de manutenção. A DE é a dose capaz de produzir o efeito terapêutico desejado, podendo ser classificado em mínima eficaz e máxima tolerada. A DL por sua vez é a dose capaz de causar mortalidade. Em ambos os casos (DE e DL) a eficácia pode ser determinada em porcentagem, portanto, DE50 é a dose eficaz em 50% dos tecidos ou pacientes. A janela terapêutica é a faixa entre a dose mínima eficaz e máxima eficaz.
As farmácias de manipulação possuem uma maior margem de erro para a produção dos medicamentos. Visto isso, na possibilidade de manipularem fármacos com janela terapêutica estreita, podem atingir facilmente concentrações que intoxicam.
Explique o mecanismo da interação medicamentosa entre varfarina e piroxicam.
A varfarina (anticoagulante) e o piroxicam (anti-inflamatório não esteroidal) apresentam um índice de ligação proteica acima de 80%. Assim, haverá interação medicamentosa baseada no mecanismo de ligação às proteínas plasmáticas. Isso resulta no deslocamento da ligação da varfarina com as proteínas, promovido pelo piroxicam, e consequente aumento da fração livre e ativa dela, promovendo prolongamento do quadro de hemorragia.
A varfarina e o piroxicam irão competir pelo mesmo receptor. O piroxicam (99% de afinidade) “ganha” e se liga, fazendo com que a varfarina (95% de afinidade) fique “solta” na corrente sanguínea. O excesso de varfarina, que é um anti-coagulante, causa hemorragia.
*anti-inflamatórios não esteroidais, hipoglicemiantes e ácido mefenâmico.
Por que é obrigatório evitar o consumo de vegetais verdes escuros em pacientes tratados com varfarina?
A varfarina é um anticoagulante que inibe as enzimas epóxidoredutase e quinonaredutase, impedindo a síntese de fatores de coagulação (vitamina K). Caso haja a ingestão de vegetais verdes-escuros (espinafre, couve e almeirão) pelos pacientes em tratamento com esse fármaco, ocorrerá um efeito enzimático reverso, pois esses alimentos são fontes de vitamina K, a qual inibe a atividade anti-coagulante da varfarina, havendo a coagulação.

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