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Principios Gerais do Direito Penal

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Princípios Gerais do Direito Penal 
Dignidade da Pessoa Humana = Tem o objetivo de estabelecer limites à atuação do estado, para tentar coibir os excessos. Vai ao encontro de normas internacionais importantes, tais como pacto San José da Costa Rica e Declaração Internacional de Direitos Humanos.
Quem atua no Estado, são os 3 poderes:
* Legislativo: Formulam as Leis que prevejam os Critérios;
* Judiciário: Aplicar os Critérios previstos em Lei;
* Executivo: Oferecer condições para fiel execução da Pena.
Art. 5º – CF/88 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
+ Princípio da Legalidade / Legalidade Estrita / Reserva Legal – Art. 5º, XXXIX – CF/88 e Art. 1º CP
Consequências.
* Irretroatividade da lei penal: a lei penal não retroagirá, salvo nos casos em que for mais benéfica paro o réu.
* Vedação da criação de crimes pelos costumes.
* Vedação do uso da analogia para criar crimes = (Analogia “in malan partem”). Quando a analogia beneficiar o réu, em alguns casos será admitida.
Obs: A lei penal precisa ser taxativa elencando todas as informações necessárias para sua aplicação.
(Princípio da Taxatividade).
+ Intranscendência da Pena – Art. 5º, XLV – CF/88
A pena não passará da pessoa do condenado por isso, não se pode atribuir a outra pessoa a obrigação de cumprir a pena: Apenas o condenado poderá fazê-lo. Obs: Obrigação de natureza pecuniária podem ser transferidas ao herdeiro, até o limite do patrimônio herdado.
+ Individualização das Penas – Art. 5º, XLVI – CF/88 – A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
+ Limitação das Penas – Art. 5º, XLVII – CF/88 – Não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
+ Princípio da Intervenção Mínima ou “Ultima Ratio”
O princípio da intervenção mínima relaciona-se, assim, com a idéia de dignidade penal do bem jurídico. Portanto, o Direito Penal só deve ser utilizado quando exatamente necessário, devendo ser subsidiário e fragmentário. 
* Fragmentariedade – O direito penal irá se ocupar somente das lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes. Por isso, pode-se afirmar que apenas fragmento de todos os fenômenos sociais será tutelado pelo Direito.
* Subsidiariedade – O direito penal é o “plano B” que se ocupará apenas das situações que não podem ser resolvidas pelos demais ramos do Direito.
+ Princípio da Insignificância ou Criminalidade de Bagatela – Dispõe que o direito penal deve em determinadas circunstâncias se eximir da obrigação de atuar em casos onde a lesividade da conduta seja mínima.
* Reincidência – É uma das circunstâncias que devem ser analisadas pelo juízo quando da aplicação ou não deste princípio. O tema comporta divergências tanto na doutrina quanto na jurisprudência.
* Crime Habitual – É quando o agente faz da atividade criminosa o seu meio de vida, atuando com regularidade. Afasta a aplicação deste princípio.
* Militares – Não se admite a aplicação deste princípio, independentemente de quão insignificante seja a conduta. A ideia e reforçar o senso de disciplina e hierarquia de tais instituições.
* Vítima – Extensão do dano, é necessário avaliar o impacto do dano ao patrimônio da vítima, considerando sua condição socieconômica.
* Valor Sentimental do Bem – Quando o bem não tem valor econômico expressivo, mas há significado histórico / sentimental para a vítima.
Obs: A existência de violência ou grave ameaça a vida quando da consecução do crime, impede a aplicação do princípio da insignificância.
+ Princípio da Alteridade – Dispõe que o agente não deve ser punido se o único prejudicado por sua conduta for ele mesmo. Ex: Pessoa que se mutilam.
+ Princípio da Confiança – Afirma não ser cabível a punição quando o indivíduo pautou sua conduta nas normas vigentes, confiando que os demais também o fariam.
+ Princípio da Responsabilidade pelo Fato – Estabelece que o agente não pode ser punido somente por suas características pessoais, o que se julga é o fato, e não o autor.
+ Princípio da Ofensividade / Lesividade – Não se pode punir um ato que não ofereça ao menos perigo de lesão a um bem jurídico.
Fontes de Direito Penal
* Material – União - Art. 22, I – CF/88 – Quando pensamos em fonte da criação da norma, ou seja, provinda da União, estamos nos referindo à matéria. É o ente que tem legitimidade para produzir normas de Direito Penal.
* Forma – O Modo e a forma de como o Direito é exteriorizado.
* Fontes Formais Imediatas – Diz respeito a lei penal, ou seja, a norma; ou seja, as leis penais que existem. Segundo o princípio de legalidade, não há crime sem definição da lei anterior, nem pena sem prévio aviso legal.
* Fontes Formais Mediatas – De maneira geral, quando se trata de princípios gerais do direito e costumes. Quando a lei se omite, abre a possibilidade da aplicação desses princípios gerais do Direito, a jurisprudência, a doutrina e os costumes, que são fontes formais imediatas. A lei autoriza esses princípios.
Interpretação da Lei Penal – Art. 327 CP - O ato de interpretar é necessariamente feito por um sujeito que, empregando determinado modo, chega num resultado.
* Interpretação quanto ao Sujeito (também chamada de origem):
a) Interpretação autêntica (ou legislativa): É aquela fornecida pela própria Lei. Exemplo, o artigo 327 do CP dá o conceito de Funcionário Público: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Entretanto, a interpretação autêntica se subdivide em:
I) Contextual: quando editada conjuntamente com a norma penal que a conceitua (artigo 327 CP).
II) Posterior: quando Lei distinta e posterior conceitua o objeto da interpretação (muito comum em norma penal em branco).
b) Interpretação doutrinária ou científica: É aquela feita pelos estudiosos (exemplo livro de doutrina).
c) Interpretação jurisprudencial: É o significado dado às Leis pelos Tribunais. Pode ter caráter vinculante.
* Interpretação quanto ao Modo. Pode ser:
a) Gramatical (filológica/literal): O interprete considera o sentido literal das palavras.
b) Teleológico: O interprete perquiri a intenção objetivada na Lei. Por exemplo, os artigo 319-A e 349-A do CP dizem:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
c) Sistemática: Interpretação em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais do direito. Exemplo: o artigo 44 do CP não permite penas alternativas quando o crime é doloso cometido com violência. Porém no caso de crime doloso com violência que incida nos casos de menor potencial ofensivo (lesão corporal leve), a pena alternativa é incentivada tendo em vista a interpretação sistemática do Código Penal e da Lei 9.099/95.
d) Progressiva (ou evolutiva): Busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. Exemplo: Muitos entendem que a Lei Maria da Penha deve amparar o transsexual (homem que passou pelo procedimento clínico de mudança de sexo).
* Interpretação quanto ao Resultado:
a) Extensiva: Amplia-seo alcance das palavras para que corresponda à vontade do texto. Art. 235 CP.
b) Restritiva: A interpretação reduz o alcance das palavras da Lei para corresponder a vontade do texto. Art. 28 CP.
c) Exata (ou declaratória): Aquela que a letra da Lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer, nada suprimindo, nada adicionando. Art. 235 CP.
Resumindo:
	Interpretação quando ao sujeito
	Interpretação quando ao modo
	Interpretação quando ao resultado
	* Autêntica – Legislativa - subdivide em:
I) Contextual: II) Posterior:
* Doutrinária / Autores.
* Judicial / Juízo – Jurisprudência.
	* Gramatical – Sentido literal da lei.
* Teológica / Histórica.
* Sistemática / Comparado.
* Progressiva / Elementos Extras – Jurídicos.
	* Extensiva.
* Restritiva.
*Exata ou Declaratória.
Lei Penal no Tempo – Art. 1º Código Penal – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Art. 5º, XXXIX da CF e Art. 1º Código Processo Militar.
* Abolitio Criminis – Art. 2 CP – O tipo penal deixa de existir.
* Retroatividade – Ocorrerá quando a nova lei for mais benéfica, irá retroagir e alcançar fatos ocorridos antes da sua vigência.
* Ultratividade – Ocorre quando a lei, mesmo revogada, permanece produzindo efeitos em relação aos fatos ocorridos durante sua vigência.
Lei Excepcional e Lei Temporária – Art. 3º do CP – Determina que estas normas continuarão a produzir efeitos em relação aos fatos praticados durante sua vigência.
* Temporária – O prazo de validade é fixado na própria lei.
* Excepcional – Prevê apenas a condição que irá obter seus efeitos.
Lei em Branco – É uma norma penal que precisa de um complemento:
a) Se o complemento estiver vigorando em uma situação normal, as novas determinações irão retroagir. Ex: Lei de Drogas.
b) Se o complemento estiver relacionado a alguma excepcionalidade, ela continuará produzindo efeitos mesmo após a alteração. Ex: Tabelamento de Preços.
Tempo do Crime – Art. 4º do CP – O Brasil adota a teoria da atividade, por esse motivo, leva-se em consideração a data em que ocorreu a ação ou omissão.
Territorialidade – Art. 5º do CP – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
* Território - § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. 
Lugar do Crime – Art. 6 do CP – O Código Penal Brasileiro adotou a Teoria da Ubiquidade, tanto o local onde se praticou a ação ou omissão quando o local do resultado serão considerado.
Obs: Quando se tratar de crimes contra a VIDA, será aplicada a Teoria da Atividade.

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