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Hemoglobinopatias (anemia falciforme e talassemias)

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Hemoglobinopatias
Talassemias
As talassemias são um grupo variado de 
doenças genéticas que resultam na 
diminuição da síntese das cadeias alfa e 
beta. 
Podem ser classificadas como α-talassemias e 
β-talassemias.
α-Talassemias
As α-talassemias são provocadas pela 
redução da síntese de cadeias alfa. Isso 
acontece, de forma geral, pela deleção de 
cópias do gene que codifica esta cadeia.
Um indivíduo normal carrega 4 cópias do 
gene para a cadeia alfa, todas funcionais. 
Para que ocorra a manifestação da doença, 
são necessárias 3 deleções, ou seja, a 
manutenção de apenas 1 cópia funcional. 
Essa doença também pode ser chamada 
doença da hemoglobina H. 
A Hemoglobina H é formada na ausência das 
cadeias alfa, e consiste de 4 cadeias beta. Essa 
estrutura aumenta a afinidade pelo oxigênio, 
o que impede sua liberação adequada nos 
capilares periféricos.
Provoca uma anemia microcítica com células 
em alvo e corpos de Heinz ao microscópio. 
Esses corpos são acúmulos de HbH. Também 
provoca hepatoesplenomegalia.
A deleção completa do gene (perda das 4 
cópias) é incompatível com a vida e provoca 
um quadro de hidropsia fetal.
Indivíduos que apresentem até 2 deleções 
(ou seja, que possuem mais de uma cópia 
funcional do gene) manifestam apenas o 
traço desta anomalia. 
Ao hemograma, estes indivíduos podem ser 
incorretamente diagnosticados com anemia 
microcítica hipocrômica, devido a redução 
do valor do VCM.
Outras formas da α-talassemia, com 
manifestações diferentes, podem ocorrer por 
mutações pontuais no gene da cadeia alfa ou 
alterações nos genes que regulam sua 
transcrição (localizados sobretudo no 
cromossomo X).
Esfregaço sanguíneo da α-Talassemia, com eritróctios em alvo (3 deleções)
β-Talassemia Major
Os genes para esta talassemia podem 
provocar síntese de quantidade insuficiente 
da cadeia beta (β+) ou ausência completa (β0).
Considerando os cromossomos homólogos, o 
fenótipo para β-talassemia major é expresso 
quando o indivíduo apresenta seus dois 
alelos para ausência completa (β0/β0).
Esses indivíduos apresentam severa anemia 
microcítica hipocrômica com aumento dos 
eritroblastos e corpos de Howell-Jolly, além 
de outras manifestações, incluindo expansão 
da medula óssea eritrocítica e hematopoese 
extramedular.
A expansão da medula eritrocítica deixa o 
córtex dos ossos mais delgado e menos 
resistente às fraturas. A fácie talassêmica 
(boças cranianas e protusão dos maxilares) 
está associada à esta expansão, além do 
aspecto “em fios de escova” da radiografia.
Es tes ind iv íduos podem apresentar 
hepatoesplenomegalia tão severa que 
podem ter indicação para esplenectomia 
(remoção cirúrgica do baço).
O tratamento requer transfusões por toda a 
vida, exceto em caso de cura por transplante 
de medula óssea, além do uso de quelantes 
para conter o excesso de ferro, uma vez que 
não há hemoglobina suficiente para ligá-lo.
À Esquerda, fácie talassêmica em criança 
diagnosticada com a doença.
À Direita, radiografia do crânio de indivíduo com β-
Talassemia Major, apresentando aspecto de fios de 
escova, evidenciando à expansão da medula óssea 
para a porção mais superficial do osso.
Não achei foto decente do esfregaço e a do 
Hoffbrand tá horrorosa ¯\_(ツ)_/¯
β-Talassemia Intermedia e Minor 
A β-Talassemia Intermedia ocorre quando o 
indivíduo possui um alelo para ausência 
incompleta da cadeia beta e um para 
deficiência parcial; ou ainda dois alelos para 
deficiência parcial. 

(β+/β0) ou (β+/β+)
Estes indivíduos não precisam de transfusões 
regulares, exceto em situações especiais 
dependendo da gravidade da anemia 
(durante a gestação, por exemplo).
Curiosamente, deleções dos genes para a 
cadeia alfa (presença do traço para alfa 
talassemia) reduzem a severidade do fenótipo 
intermediário; enquanto cópias adicionais do 
gene para a cadeia alfa agravam a anemia. 
Isso acontece pois a patogenia das beta 
talassemias está associada ao excesso de 
cadeias alfa, que se depositam no eritrócito e 
reduzem a efetividade da eritropoese. 
Nestes casos, o traço alfa talassêmico reduz o 
desequilíbrio entre as cadeias, diminuindo as 
manifestações clínicas.
A β-Talassemia Minor ou Silent se manifesta 
quando o indivíduo possui pelo menos um 
alelo normal (β/β0) ou (β/β+). 
Assim como no traço da alfa talassemia, a 
principal manifestação do traço para beta 
talassemia é a redução do valor do VCM no 
hemograma, que pode provocar confusão 
com outras anemias.
Em ambos os casos, o aconselhamento 
genético é importante porque a herança das 
beta talassemias segue o padrão mendeliano, 
isto é, filhos de pai e mãe com traço para 
beta talassemia possuem 25% de chance de 
ter a doença (forma Major).
Padrão de Herança da Beta Talassemia 
para casais heterozigóticos.
Anemia Falciforme
Ocorre quando há homozigose para os genes 
da hemoglobina S. Mais especificamente, o 
gene afetado é o da cadeia beta, que 
apresenta uma mutação pontual missense 
produzindo globina-beta S.
A hemoglobina S possui a mesma capacidade 
para transportar oxigênio da HbA, porém sua 
forma desoxigenada pode se polimerizar, 
formando precipitados fibrosos no eritrócito 
que distorcem a forma de disco bicôncavo 
em hemácias falcêmicas, em forma de foice.
Na forma polimerizada, a HbS não se 
encontra livre para se ligar ao oxigênio, e os 
eritrócitos tendem serem destruídos ou ainda 
ocluir a microcirculação devido a perda de 
flexibilidade.
Na imagem ao lado, há um desenho 
mostrando porque as hemácias perdem a 
forma de esfirra do habib’s e começam à 
ocluir vasos menores.
A doença da hemoglobina C provoca 
semelhante perda de flexibilidade do 
eritrócito, porém, estes adquirem formato 
rombóide, pois a HbC se cristaliza ao invés de 
formar fibras.
Quando ocorre a heterozigose do tipo S/C, 
ou seja, quando o indivíduo apresenta uma 
cópia codificante para HbS e uma para HbC, 
ele apresenta a doença , porém seus 
eritrócitos são mistos das duas condições.
Quando o indivíduo apresenta o traço HbS 
ou HbC associado à um gene para beta 
talassemia, este apresenta um quadro 
clínico intermediário entre as duas doenças, 
pois ambas afetam as cadeias beta da 
globina.
Por fim, quando o indivíduo apresenta um 
gene para HbS ou HbC associado à um alelo 
normal (para HbA), este não apresenta a 
doença, apenas o traço falciforme. 

Quando o indíviduo apresenta apenas o traço, 
este não apresenta anemia importante pois o 
alelo normal é suficiente para a produção de 
hemácias normais.

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