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Análise do conto Baleia (Graciliano Ramos)

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Análise do conto: Baleia
Na década de 30, segunda fase do modernismo brasileiro, surge o romance regionalista nordestino, caracterizado como uma literatura social. Graciliano Ramos aparece neste cenário como um dos fundadores desse novo estilo moderno regionalista.
No conto, uma família nos é apresentada dentro de um contexto de sofrimento. A família é composta pelo pai Fabiano, a mãe Sinhá Vitória, os filhos e a cachorra Baleia.
O narrador, em terceira pessoa, apresenta logo no primeiro parágrafo a situação degradante da cachorra Baleia. Doente e quase para morrer, Fabiano decide que deve sacrificar a cadela. Sinhá Vitória, mesmo aflita, concorda com a decisão do marido. Temerosos de que Baleia esteja com hidrofobia, Fabiano busca a espingarda enquanto Sinhá Vitória fica com os filhos.  As cenas são descritas através de um narrador que se aproxima de um dos personagens para revelar ao leitor o ponto de vista de cada um deles sobre o conflito.
Entretanto, é evidente que após o tiro dado por Fabiano, que fere Baleia, o narrador em terceira pessoa aproxima-se do ponto de vista de Baleia. Nesta aproximação, Baleia ganha sensações humanas que são descritas dentro de processos mentais de cognição. Os desejos de Baleia, suas aflições e medos são narrados de um ponto de vista próximo ao da cadela para que o leitor tenha a sensação da antroporfomização ainda mais intensa do animal.
No final, quase morta, Baleia só quer dormir e acordar num mundo feliz cheio de preás.
Enquanto nós não nos desenraizarmos dos nossos sentimentos que não nos deixam  enxergar a desumanização, um homem, que revira o lixo,  será menos gente que Baleia.

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