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O PAPEL DO BR NAS MISSÕES DE PAZ DA ONU FINAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF
GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Isadora da Paz Maciel e Vitor Andrade Alves 
O papel do Brasil nas Missões de Paz da ONU 
Niterói 
2017
Sumário 
1 Introdução ……………………………………………………………………….……... 02
2 A importância da Política Externa Brasileira ………………………………….……. 04
3 Operações de Paz: ética ou política? ………………………………………..………… 06
4 A participação e os interesses do Brasil nas Missões de Paz ……..…………………. 09
5 Participação civil e questões de gênero nas Operações …………………………….... 13
6 Propostas da Política Externa para melhorias em Missões de Paz …………………. 16
7 Conclusão ………………………………………………………………………………. 19
9 Bibliografia ……………………………………………………………………………... 21
Introdução 
 Ao esquematizar e desenvolver esse ensaio, adotamos o objetivo de explicitar, junto com a nossa opinião acerca do assunto tratado, o papel fundamental que o Brasil exerce nas Missões de Paz da Organização das Nações Unidas. Buscamos mostrar, a partir desse contexto, o viés estratégico e diplomático no qual o Brasil se baseia para demonstrar maior força e atuação no cenário internacional, principalmente através da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). 
 É de extrema importância analisar esse assunto das Missões e como o Brasil se enquadra nele, haja vista que há grandes contribuições para o desenvolvimento das nossas Forças Armadas. Além disso, amplia-se a organização e os equipamentos do Exército Nacional e da Intelligentsia, bem como o know-how utilizado para pacificações dentro do próprio território do País. 
 Para melhor fomentar o ponto de vista exposto, utilizamos o livro: “Vinte Anos de Crise: 1919-1939”, escrito por Edward Hallett Carr. Essa obra foi e continua a ser de uma importância ímpar para o estudo e compreensão das Relações Internacionais. Ademais, grande parte do debate teórico e da discussão sobre o contexto do período entreguerras que Carr desenvolve é feito com base na oposição constante entre o Realismo e o Idealismo. Apresentaremos, nesta Introdução, os conceitos fundamentais que foram úteis para a compreensão do trabalho do Carr e para a construção do nosso: 
o Idealismo é a corrente das relações internacionais que se apresenta, quando de modo bastante claro, como uma doutrina de preceitos morais únicos, abrangendo quesitos que demonstram como o mundo deveria ser. No século XIX, Jeremy Bentham foi fundamental para a formulação dessa doutrina ao passo que formulou um ideal expresso por “a maior felicidade para o maior número de pessoas”. Para ele, o conhecimento deveria ser levado à sociedade e, com isso, a opinião pública prevaleceria. Esse quesito foi retomado, após a Primeira Guerra Mundial, pelo presidente americano Woodrow Wilson ao formular seus 14 pontos bem como as bases da Liga das Nações. 
em completa oposição está o Realismo, o qual analisa os fatos da política mundial e age de modo pragmático. A corrente realista é extremamente estatocêntrica, focando seus parâmetros no cálculo político proposto por Nicolau Maquiavel. Além disso, preza pelo poder e pela sobrevivência do país, pregando também a plena e total soberania dos Estados. 
Buscamos apresentar a perspectiva da atual política externa do Brasil atrelado a uma das correntes teóricas discutidas pelo autor durante a construção de sua obra, bem como a conexão entre as Operações no Exterior com a implantação de determinadas políticas domésticas. 
 Adotamos como metodologia para a formulação deste trabalho a comparação e a exposição de artigos acadêmicos, ensaios sobre o assunto, materiais disponibilizados pelo Ministério das Relações Oficiais, bem como documentos oficiais da ONU e do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB). Serão desenvolvidos assuntos, por tópicos, que permeiam as Missões de Paz para que, ao cabo desse texto, possamos abordar as propostas de Política Externa e analisá-las tematicamente. Com isso, por fim, temos o intuito de relacionar e demonstrar a união entre a linha teórica trabalhada durante a disciplina de Introdução às Relações Internacionais e os posicionamentos diplomáticos do País dentro da perspectiva do tema abordado.
A importância da Política Externa brasileira
“Nossa política externa não pode estar confinada a uma única região, nem pode ficar restrita a uma única dimensão. O Brasil pode e deve contribuir para a construção de uma ordem mundial pacífica e solidária, fundada no Direito e nos princípios do multilateralismo, consciente do seu peso demográfico, territorial, econômico e cultural, e de ser uma grande democracia em processo de transformação social.” [0: Discurso do Ministro Celso Amorim por ocasião da transmissão do cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores. Brasília, 1º de janeiro de 2003.]
 Entre 1964 e 1985, período compreendido como Ditadura Militar, a política externa brasileira negava as organizações internacionais, encarando-as como autoras da rivalidade entre as superpotências e, por conseguinte, responsáveis pelo desequilíbrio global. Esse paradigma mudou com a restauração da democracia e o surgimento do conceito de globalização após a Guerra Fria. Os líderes brasileiros instauraram uma política pautada na integração, para isso o multilateralismo passou a ser empregado em todas as instâncias da política externa. 
 A política externa brasileira, deve ser estipulada através dos interesses domésticos e da realidade do cenário internacional. O Itamaraty tem como função maior criar diretrizes que, por meio da diplomacia, respondam aos anseios dos domínios governamentais e da sociedade. Diante dessa dualidade, é necessário que a sociedade tenha conhecimento das problemáticas e conjunturas que regem o sistema internacional. Somente a o tecido social pode legitimar e fortalecer as decisões da política externa brasileira. De acordo com o Ministro das Relações Exteriores, José Serra:
 “ A diplomacia voltará a refletir de modo transparente e intransigente os legítimos valores da sociedade brasileira e os interesses de sua economia, a serviço do Brasil como um todo e não mais das conveniências e preferências ideológicas de um partido político e de seus aliados no exterior. A nossa política externa será regida pelos valores do estado e da nação, não do governo e jamais de um partido”. 
 Diante do cenário político brasileiro atual - protestos populares em junho de 2013, recessão econômica em 2014, expansão da operação lava-jato em 2015 e o impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016 - a política externa foi sendo cada vez mais desvalorizada e reduzida. Todavia, é preciso que novas propostas sejam feitas para que as iniciativas governamentais possam ser alavancadas pelo mundo e as políticas públicas nacionais reformadas.
 A credibilidade de um país na esfera internacional está intrinsecamente ligada a sua participação e colaboração ao sistema internacional, baseando-se em princípios e valores contidos nos Direitos Humanos e na Carta das Nações Unidas. A imagem externa de um país atrai prosperidade nas mais diversas searas da política interna, tendo reflexo principalmente na economia, política e meio ambiente. 
 Desde a sua criação a ONU - Organização das Nações Unidas - busca promover e manter a paz e a segurança das nações. Dessa forma, a participação do Brasil nas operações de paz desenvolvidas pela ONU mostra seu engajamento e comprometimento com a comunidade internacional. Ademais, tal postura aproxima cada vez mais o Brasil de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. 
Operações de Paz: ética ou política?
 A partir do momento em que se começa a analisar as Missões engendradas pela ONU e a atuação efetiva dos países, uma das primeiras questões que devem ser levantadas é: até que ponto as operações realmente são humanitárias,strictu senso, e se há maiores interesses políticos por detrás. Enquanto contrapõe as duas teorias das Relações Internacionais, Edward Carr expõe a dicotomia entre as atitudes éticas e morais, marcadamente utópicas, e as políticas, efetuadas pelos realistas: 
 
“Mais fundamental do que tudo, a antítese entre utopia e realidade é baseada numa diferente concepção da relação entre política e ética. [...] O utópico estabelece um padrão ético que proclama ser independente da política, e procura fazer com que a política adapte-se a ele. O realista não pode aceitar logicamente nenhum valor padrão, exceto o dos fatos. Em seu modo de ver, o padrão absoluto do utópico é condicionado e ditado pela ordem social, sendo, portanto, político.” [1: CARR, Edward H. “Vinte Anos de Crise: 1919-1939” - pp. 29]
 É evidente esse caráter dicotômico também na formulação das Missões e na argumentação a favor delas por parte das Nações Unidas ao apresentar, no capítulo V da Carta da ONU, os princípios da Organização para as operações. Inicialmente, de modo bastante utópico - em semelhança com a criação das bases da Liga das Nações por Woodrow Wilson - A Carta afirma que, para ocorrer uma Missão, deve haver “consentimento das partes e imparcialidade dos agentes internacionais”. No entanto, no Artigo XLII do Capítulo VII, há uma medida realista que permite a imposição da Paz por meio das forças armadas empregadas:
 “No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas [...] são inadequadas, poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas.” [2: A Carta - Organização das Nações Unidas, 1945]
 Vale ressaltar que as operações de paz são arquitetadas sob a luz da escola liberal, paradoxalmente, a aceitação do uso da força pela maioria do países pode ser justificada pelo realismo. As missões de paz anteriores a Guerra Fria não recorriam à força, sendo pautadas no tripé: imparcialidade, consentimento e uso mínimo da força; a retomada da Holy Trinity, como é chamada essa tríada, permeia as atuações recentes (FAGANELLO, 2013). Tendo fim a Guerra Fria a atuação das Nações Unidas foi ampliada com o aumento de conflitos interestados. Adjunto a essas mudanças, tragédias humanitárias como os massacres de Ruanda e Somália fomentaram medidas de proteção aos civis.
 Todo esse cenário deu origem ao Relatório Brahimi, o qual é uma análise da ONU que define mudanças conceituais no modo de conduzir as Missões de Paz; definiram que os agentes envolvidos no conflito podem autorizar o uso das forças para garantir a pacificação, com a extrema obrigatoriedade da prevalência dos Direitos Humanos. Em 2008, durante uma revisão de tal relatório, gerou-se a Doutrina Capstone, a qual prevê um contraponto em questão: a missões garantem a paz ou a impõem? [3: Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em Novembro de 2000][4: Doutrina criada, em 2008, para consolidar o Relatório Brahimi ]
 Atrelado a isso, compreende-se, então, se tal situação supracitada é permeada na ética ou se todos os projetos são demarcados por articulações políticas. Em relação a esse cenário de manutenção da paz internacional, Carr evidencia que há sim um viés de pragmatismo político por detrás, uma vez que, ao pregar a necessidade da estabilidade mundial, os países dominantes são favorecidos: 
“O interesse comum na paz mascara o fato de que algumas nações desejam manter o status quo sem terem de lutar por ele, e outras, mudar o status quo sem precisarem lutar para isso” [5: CARR, Edward H. “Vinte Anos de Crise: 1919-1939” - pp. 53]
 Vê-se, por conseguinte, que a harmonia é o interesse comum pela paz, como explicitado por Carr (1939, pp.70-72); quem tem esse tipo de ambição são os atores que pretendem manter a situação do sistema internacional. Isso se dá porque grandes mudanças são feitas por meio da violência ou com um emprego direto da Força, logo a Paz serve para a manutenção do status quo da Sociedade dos Estados, como defendido no trecho acima. Por fim, deixa praticamente evidenciado que as operações são de grande valor humanitário e assistencialista para as demais nações, não podendo, no entanto, notar o grande valor delas para as articulações políticas no cenário mundial; a ética fica submetida à política de acordo com o plano de fundo realista. 
 
 A participação e os interesses do Brasil nas Missões de Paz
“Apesar da atuação brasileira em operações de paz ter ganhado mais notoriedade recentemente, o país participa desse instrumento internacional desde seu início. O Brasil participou em mais de 70% das operações de paz já autorizadas pela ONU, atuando em mais de trinta países em diferentes continentes e enviando ao terreno mais de 46 mil militares e policiais.” [6: BLANCO, Ramon, “A miopia brasileira na construção da paz internacional” Le Monde Diplomatique - edição 103, acessado em 24/11/2017]
 O Brasil é um recorrente atuante nas peacekeeping operations, seja no envio direto de tropas - como é de costume - ou na arquitetação e comando, como o caso do Force Commander da MINUSTAH da ONU, que foi encabeçado por brasileiros. A política externa brasileira considera as operações de paz como uma ferramenta de auxílio na solução pacífica e eficaz de conflitos, além de auxiliarem negociações político-diplomática ( não sobrepõem os métodos tradicionais de negociação).
 Desde a década de 60, a participação brasileira nas missões de paz evolui consideravelmente, tendo início com somente o envio de tropas militares - operações no Egito (UNEFI) e prestação de serviços aéreos no Congo (ONUC) - passando a integrar, na década de 90, civis e policiais - as tropas brasileiras contaram com o auxílio de uma companhia de engenharia e postos de saúde em Angola (UNAVEM III) em 1994 - até a coordenação das atividades no Haiti (MINUSTAH).
 As atuações brasileiras durante a Guerra Fria tinham fortes relações com a tentativa da política externa, via Itamaraty, de desenvolver uma maior aproximação com os países de língua portuguesa. Assim, contingentes foram enviados para Angola, Moçambique e Timor-Leste, numa clara intenção de ampliar relações diplomáticas, culturais e comerciais. Num último momento, esse cenário evoluiu e o País começou a atuar em casos como o Haiti e Líbano. [7: Trecho baseado na palestra do Coronel Comandante Carlos Augusto Ramires Teixeira, atualmente comandante do CCOPAB, do dia 10\10\2017 na Universidade Federal Fluminense]
 Essa mudança e empenho mostra à comunidade internacional que há responsabilidade e força para ser visto como importante ator nas questões mundiais, além de exprimir o compromisso brasileiro com o multilateralismo. Para atuação do Brasil no Haiti, foi o maior contingente para outro país desde a Guerra do Paraguai na segunda metade do século XIX. Essa entrada brasileira efetiva demandou uma importante reorganização militar e readequação do perfil de treinamento dos soldados que seriam enviados, inserindo novos componentes militares, nova logística e parâmetros fundamentais como os Direitos Humanos. 
“O Brasil necessita que a sua participação na Minustah, a mais duradoura e profunda de sua história, seja vista como um grande caso de sucesso e de atuação singular. Qualquer fissura nesta imagem otimista coloca em xeque a narrativa sobre o posicionamento brasileiro enquanto construtor da paz na cena internacional.”[8: BLANCO, Ramon, “A miopia brasileira na construção da paz internacional” Le Monde Diplomatique - edição 103, acessado em 24/11/2017]
 É importante ressaltar que, para se alcançar maior expressão no sistema internacional contemporâneo é preciso haver demonstração militar de poder e disposição decolocá-lo para contribuir na comunidade internacional. Diante disso, a participação brasileira tem como objetivo - não exclusivo mas fundamental - demonstrar aos grandes países que nós também temos plena capacidade de influenciar a construção e manutenção da ordem e da paz mundial - um acometimento de caráter desenvolvimentista e de segurança- mesmo sendo historicamente pacífico. As conquistas na política doméstica do Brasil - redução da pobreza, inovações tecnológicas e combate a fome - quando interligadas ao crescimento das habilidades das Forças Armadas resultam em capacidades inovadoras de operações de consolidação da paz (peacebuilding) do país. Ademais, mostra também a capacidade de se organizar internamente e conseguir exportar suas tropas com grande qualidade e eficiência. 
 Por um outro viés, exposto pelo Edward Carr e, em outro contexto, por Ramon Blanco, o desejo pela instauração da paz internacional esteve acoplada à ambição dos “países do Norte” em transplantar as democracias liberais - inicialmente, com as primeiras expedições na década de 1950 - e depois para “manter a ordem internacional neoliberal” a partir do período de 1990. Carr afirma que essa visão, puramente teórica, é um equívoco dos idealistas utópicos, os quais são os “intelectuais míopes”; imaginaram o transplante das democracias como condição sine qua non para criar um período prolongado de Paz, mas esqueceram de analisar as condições culturais, econômicas e sociais dos países periféricos: 
“Quando as teorias da democracia liberal foram transplantadas, por um processo puramente intelectual, a um período e a países cujo estágio de desenvolvimento e cujas necessidades práticas eram tremendamente diferentes dos da Europa ocidental no século dezenove, esterilidade e desilusão foram a seqüela inevitável. A razão pode criar a utopia, mas não pode torná-la real.” [9: CARR, Edward H. “Vinte Anos de Crise: 1919-1939” pp. 39]
 No parâmetro mais recente, Blanco também caracteriza a análise do papel brasileiro nas operações como “míope e subalterno”, pois é utilizada apenas para envio de tropas terrestres com nítida subordinação às decisões dos países que “comandam” as decisões internacionais, ou seja, os membros permanentes do Conselho de Segurança. O Brasil teve grande interesse nessas missões para conseguir demonstrar - o que fez com sucesso - a sua capacidade de promover pontos importantes para a reestruturação do sistema e manutenção da ordem e não somente da paz. Os peacekeepers enviados foram responsáveis por garantir que seria possível a reestruturação da democracia, a promulgação de eleições diretas e reformulações econômica e constitucional, exemplificado a seguir por Blanco: [10: China, Estados Unidos da América, França, Reino Unido e Rússia ]
“Para visualizar claramente a miopia brasileira, é necessário ter em mente o que são as operações de paz e, sobretudo, a função destas na política internacional.Além de integrarem também civis em suas atividades, elas passaram a atuar em esferas tão diversas como manutenção da lei e da ordem; realização de eleições; escrita de constituições; fomento dos direitos humanos; reforma dos setores da polícia e do exército; (re)estruturação da esfera econômica; e (re)construção do Estado, para mencionar apenas algumas.”[11: BLANCO, Ramon, “A miopia brasileira na construção da paz internacional” Le Monde Diplomatique - edição 103, acessado em 24/11/2017]
 Isso é importantíssimo para a construção de uma imagem diplomática mais forte do Brasil perante a sociedade internacional, ao mostrar que consegue desempenhar papéis fundamentais e “promover a reestruturação e implantação da Democracia” em países abalados. Ademais, essa perspectiva nacional dá força para as ambições do País na reivindicação, frente à Assembleia Geral, para que se reformule o Conselho Permanente de Segurança. Além disso, o sucesso das forças militares solidifica a postura nacional de valorização do multilateralismo e do Direito Internacional, o que promove uma imagem positiva do país frente a ONU. 
 
 
Participação civil e questões de gênero nas Operações 
“A falta de uma política para maior participação de policiais e civis brasileiros em missões de paz coloca o país em desvantagem em um debate que hoje é fundamental na agenda da segurança internacional. Enquanto a visibilidade do componente militar traz importantes benefícios para a política externa brasileira e para a imagem do país internacionalmente, a ausência de uma discussão profunda sobre o papel que civis e policiais brasileiros poderiam desempenhar em missões de paz limita seu desempenho em missões de paz e reconstrução.”[12: GIANINNI, Renata. Revista Carta Capital - Acessado em 29\11\2017]
 O componente civil foi um critério extremamente importante para a readequação do perfil de organização e de atuação das Operações de Paz. Atrelado aos contingentes militares, a participação dos civis foi fundamental na regulamentação e implantação de diversos direitos sociais da população nativa dos países que recebem as Missões, especialmente em casos ligados aos Direitos Humanos. A ordem é garantida pelo poder de força desempenhado pelo Exército atuante, no entanto é de grande valor a atuação dos civis na logística de questões eleitorais, por exemplo, inclusive com diversas parcerias com ONG’s não vinculadas a ONU: Médicos Sem Fronteiras e Comitê Internacional da Cruz Vermelha. 
 Cria-se, dessa maneira, um mosaico complexo de interações entre os integrantes civis participantes da Operação com o os militares, a fim de desenvolverem, em conjunto, uma maior aceitação e desenvolvimento da população afetada. Esse overview já se tornou uma questão bem aceita dentro da organização do CCOPAB, e já contam com essa atuação dupla nos países escolhidos para a pacificação. 
“O diálogo essencial e as interações entre atores civis e militares nas emergências humanitárias é o necessário para proteger e promover os princípios humanitários, evitando competições, minimizando inconsistências e, quando apropriado, almejar objetivos comuns. As estratégias básicas vão desde a coexistência até a cooperação. A coordenação é uma responsabilidade compartilhada, facilitada pelo conexão e treinamento comum.” - OCHA Annual Report 2008[13: “The essential dialogue and interaction between civilian and military actors in humanitarian emergencies that is necessary to protect and promote humanitarian principles, avoid competition, minimize inconsistency, and when appropriate pursue common goals. Basic strategies range from coexistence to cooperation. Coordination is a shared responsibility facilitated by liaison and common training.” - OCHA, 2008]
 Praticamente todas as normas e diretrizes que regem a relação entre civis e militares, bem como a abordagem e o trabalho feito por eles com a população local é ditado pelo Escritório para Coordenação de Questões Humanitárias, o OCHA (Office for Coordination of Humanitarian Affairs). No caso da MINUSTAH, por exemplo, a influência civil é fundamental em dois dos três “braços” de atuação da operação. São eles que fazem a estruturação e articulação do policiamento populacional proporcionado pelas Nações Unidas e do remodelamento da Justiça em todos os âmbitos, principalmente para questões administrativas e eleitorais. 
 Entram também, neste trabalho, as demais áreas da ONU que garantem e gerem o bom desenvolvimento e condições básicas para as crianças, mulheres, além de prover alimentos, educação e saúde aos haitianos: FAO, PNUD e UNESCO. Uma questão muito importante nessa cooperação, tanto em âmbito cívico quanto militar, é a participação e o engajamento cada vez mais ativos da Mulher. 
 O desempenho feminino tem sido notório nas missões de paz; é fundamental - e foi especial na era MINUSTAH - para consolidar as relações com a população do país sob a Operação. Isso, no entanto, de forma alguma se relaciona comum estereótipo equivocado de que esse gênero “é responsável por questões mais amenas como laços sociais”. Pelo contrário: é por meio da intensa atuação de mulheres capacitadas e bem treinadas que se se cria um sentimento de maior legitimidade e confiança com os afetados. 
 Isso se deve porque, em outras Missões gerais antigas, diversos casos de abusos sexuais e de tráfico (Kosovo e Bósnia) foram relatados contra jovens garotas nativas. Tal fato afeta em demasia a comunidade que está sendo apoiada, além da legitimidade e efetividade da operação. É dessa forma, também, que participação feminina foi fundamental para aumentar o número de denúncias de exploração realizadas. [14: As informações sobre as questões de gênero foram apresentadas pela prof. Adriana Erthal Abdenur, professora e pesquisadora de temas de paz e segurança no Instituto Igarapé, em palestra na Universidade Federal Fluminense em 10\10\2017.]
 “Durante as três primeiras fases da MINUSTAH, não havia preocupação explícita, por parte do contingente brasileiro, para a inclusão de uma perspectiva de gênero em suas ações. Apesar disso, a consolidação da estratégia dos pontos fortes favoreceu a incorporação de ações diferenciadas de atenção aos civis, inclusive às mulheres. Neste processo, as ações do batalhão brasileiro tiveram um impacto positivo no que diz respeito ao entendimento de que situações instáveis – a exemplo da violência urbana no Haiti – têm impactos diferentes nos distintos grupos de gênero.” [15: Dra Renata Avelar Giannini e Ivana Mara Ferreira da Costa, “A participação do Brasil na MINUSTAH (2004-2017): percepções, lições e práticas relevantes para futuras missões” Instituto Igarapé]
 Por mais que o Brasil não possui, ainda, uma presença feminina em atuação direta nas linhas de frente do Exército, promoveu-se estudos e mecanismos para que fossem firmados atuações paralelas e eficazes. Como apresentado pela Dra. Renata Gianinni, “o engajamento com a Unidade de Gênero não foi uniforme ao longo das cinco fases. No entanto, é evidente que esta desempenhou um papel fundamental para um maior entendimento a respeito da importância de uma perspectiva de gênero em componentes militares. Exemplo disso foi a obrigatoriedade – demanda desta Unidade – para que os distintos batalhões designassem um ponto focal de gênero com função e treinamento específico para este trabalho.” (GIANINNI, 2017).
 Vale ressaltar, dentro de toda essa perspectiva de gênero, que esse desempenho de atividades femininas voltadas para o cuidado, social é dado pela Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a qual compreende - implicitamente - que as mulheres têm grande capacidade na resolução de problemas e em lidar com partes sensíveis. Mesmo com alguns embates, esse fato foi muito satisfatório pois trouxe o reconhecimento, por parte da Sociedade Internacional, do grande valor da participação feminina para a construção e manutenção da paz, inserindo-as na base das relações com a população. 
“A comunidade internacional reconheceu que a participação das mulheres é fundamental para alcançar e manter a paz. As mulheres são agentes de mudança comprovadas e são capazes de fazer muito mais se tiverem a oportunidade de se manifestar. Em 2000, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a histórica Resolução 1325 sobre mulheres, paz e segurança. Ela exige a participação das mulheres na construção da paz, a proteção das violações dos direitos humanos, e a promoção do acesso à justiça e aos serviços para enfrentar a discriminação.”[16: ONU Mulheres - Paz e Segurança, acessado em 30\11\2017 ]
Propostas da Política Externa para melhorias em Missões de Paz
 Tendo em vista as vantagens já citadas, da participação nas missões de paz, faz-se necessário haver a promoção e ampliação do Brasil no engajamento solidário da comunidade internacional. Apesar do país ter um histórico de robusta presença nas operações de paz, sua atuação nem sempre alcançou o potencial que pode oferecer. 
 Primeiramente, é indubitável que há a necessidade de recursos financeiros que sustentem as missões. Sob este viés, é imprescindível a contribuição dos Estados membros (obrigatório de acordo com a Carta das Nações Unidas). O Brasil atualmente tem aumentado suas cotas ao fundo de manutenção da paz da ONU (60% entre 2000 2016) e deve continuar trabalhando para obter mais. Além disso, é sabido que as operações dependem da presença das forças armadas, logo, o Ministério da Defesa brasileiro precisa transferir os recursos necessários para a participação militar possa ser aprimorada e capacitada. É recomendável ainda uma gradual especialização das unidades destinadas a essa área. Só assim, poderá haver o aumento no envio de tropas (unidades militares) aos países necessitados.
 Outrossim, a maior participação das forças armadas brasileiras em situações de conflito onde ocorrem as missões de paz permite expandir as competências de atuação através da prática e da convivência com outras tropas de diversos países. Tal fato pode ser observado, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, em que a tropa da Brigada de Infantaria Paraquedista, que agiu no Haiti durante a MINUSTAH, foi a primeira responsável pela ocupação do conjunto de favelas do Complexo Alemão, como Força de Pacificação em 2010. 
 Dessa forma, o investimento no poder militar é vantajoso pois garante aos países em conflito a vigência dos Direitos Humanos e a existência de um ambiente seguro e pacífico, promovendo assim a Democracia. Somado a isso, o fortalecimento da Expressão Militar do Poder Nacional tem um reflexo positivo no cenário internacional, que aproxima o país da categoria de Membro Permanente do Conselho de Segurança da ONU. 
 Outro fator a ser levado em conta, no que tange o melhoramento da participação brasileira nas missões de paz, é a morosidade do processo de tomada de decisão. A Lei Complementar de nº 97 de 9-6-1999 foi a primeira a tratar das operações de paz no sistema normativo nacional, mas não abordou o assunto de maneira específica. Atrelado a isso, é função do Legislativo conceder recursos que banquem os contingentes armados, sendo que, é papel do Itamaraty elaborar essa concessão. Ademais, o setor econômico-financeiro do Governo nao lida com essa matéria, passando sua análise ao Congresso tornando o Ministério do Orçamento e Gestão o órgão responsável pelo pedido. No fim, o Brasil é prejudicado pela demora do processo, o que inviabiliza sua participação com pessoas e equipamentos nas operações de paz, que requerem uma resposta imediata dos países.
 Para melhorar esse paradigma, o Legislativo e Executivo, através da co-responsabilidade podem atuar de maneira que o Executivo mantém o Legislativo atualizado sobre as iniciativas e mudanças na matéria e dar apoio a causa, aprimorando o processo burocrático nacional. 
 Consoante sob o mesmo ponto de vista, existe uma forte demanda por civis capacitados, que possam melhorar o desempenho das missões e facilitar o trabalho dos militares. Esse contingente de pessoas, apesar de pouco ainda, desempenha papel fundamental no desenvolvimento das operações. Suas tarefas consistem em apoio interativo: faz a tradução entre os empregados na missão e os civis do país em necessidade, logística, recursos humano e auxílio em atividades como distribuição de água e alimentos, ações na área da saúde e primeiros socorros comunitário. Apesar dessa enorme importância da participação civil, a realidade brasileira mostra que há pouco envolvimento da sociedade com a defesa e escassez de pessoas especializadas na paz, segurança e desenvolvimento externo. 
 A integração de civis e policias nas operações de paz tem sido ínfima em comparação com o contingente militar. A falta de uma política que atenda a ampliação da participação de civis e policiais tem como consequência a diminuição do desempenho das operações. Tendo em vista os objetivos de visibilidade internacional que o país busca, não se pode ignorara participação da sociedade na política externa brasileira e na resolução de conflitos. 
 Diante disso, é preciso haver uma maior propaganda que vise atrair a sociedade para as operações de paz. Outrossim, esses civis devem estar devidamente preparados para atuar em um país estrangeiro, logo, o CCOPAB - Centro Conjunto de Operações de Paz no Brasil - deve se empenhar em lecionar tanto civis, quanto militares nos conhecimentos acerca da cultura, história e valores do país em questão e de sua política. Não só estar a par de funcionamento do país em conflito, o civil deve também ter consciência dos objetivos nacionais e políticas de atuação de seu país de origem.
 No que tange a procura de maior eficiência nas missões de paz, é de extrema importância que a presença feminina, até agora extremamente escassa, seja intensificada e incentivada, devido a sua enorme contribuição. Segundo o subsecretário-geral da ONU para missões de paz, Jean-Pierre Lacroix em sua visita ao Brasil, salientou que a participação de mulheres aufere confiança por parte dos civis nativos, visto que, é sabido que as mulheres se sentem mais seguras quanto a presença das Forças Armadas, se houver um contingente feminino que integre as operações. 
 O efetivo feminino mostra-se preciso também na elaboração de processos estratégicos e diálogos, assim como nas atividades militares. A desigualdade de gênero não pode ser ignorada em nenhum âmbito. Desse modo deve-se incluir as mulheres em todos os processos que encadeiam as missões de paz, assim como aumentar o número de nomeação para cargos de liderança. O Brasil já mostrou uma grande avança ao lançar o Plano Nacional de Ação sobre Mulheres apesar de extremamente coerente e pioneiro, é preciso que esse seja colocado em prática de maneira eficaz para que a igualdade de gênero nessa seara se torne uma realidade. É fundamental haver a preparação e capacitação do público feminino visando que ele possa adentrar em funções de maior significância e especialidade. 
 A implementação de tais medidas aumente a credibilidade do Brasil, ao mostrar que o país está engajado com a agenda das mulheres e responsável por estimular ações inclusivas e sustentáveis. Por conseguinte, será visto nas missões maior eficiência e sucesso. 
 Por fim, em 2015 foi concretizado o Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz - HIPPO. Esse Painel teve como objetivo estipular propostas modernas de melhoria das missões que promovem segurança e paz em conflitos através do aumento da efetividade e incentivando a cooperação entre os países participantes. É papel do Brasil agora, seguir com essas diretrizes e cobrar da ONU a garantia de que os países membros também se empenhem em melhorar progressivamente as operações. 
 
 
Conclusão
 Por meio da construção de todo esse panorama, é perceptível que a política externa é o mecanismo do país para projetar seus interesses nacionais no âmbito internacional. Fica claro também que todo o caminho percorrido durante a formulação de política exterior é visando ampliação do reconhecimento do Estado como um membro importante no cenário internacional. O Itamaraty é o grande responsável por criar e administrar as diretrizes que regem o modo como o Brasil se insere no contexto internacional. 
 É com o objetivo crescente de se fazer presente na Sociedade Internacional que o Brasil tem se inserido constantemente em Missões de Paz formuladas pela Organização das Nações Unidas. Ao passo que se compromete com a construção e reformulação da paz, o País mostra às potências centrais que possui plena capacidade de ser considerado um importante agente mundial. Além disso, consolida “seu lugar ao sol”, como diria Otto von Bismarck, por meio da demonstração de seu poder militar efetivo e de sua capacidade consolidada em organizar o envio de tropas para as Operações. 
 Vê-se, então, que as Operações de Paz possuem forte cunho político para o Brasil, o qual vislumbra nessas missões a oportunidade de pôr em práticas os interesses nacionais, pela lógica realista das relações internacionais. Conecta-se, através delas, aos demais países com os quais manterá laços diplomáticos e, possivelmente, comercial: consolida-se alianças e parcerias interestatais. 
 Outro ponto fundamental apresentado é a utilização, pelo Estado Brasileiro, das Missões da ONU para ampliar e fortalecer o treinamento e atuação das Forças Armadas, bem como se associar à organizações civis para melhorar e aumentar o reconhecimento das operações. A presença do contingente cívico-feminino é extremamente importante para reestruturar o país em que a Missão se instala, isso porque é justamente esse grupo o que mais auxilia a população diretamente. É por meio desse viés que o Brasil consegue ótimos desempenhos cívico-militares e garante notoriedade internacional a fim de consolidar seus objetivos externos. 
 Por fim, conclui-se com as propostas de melhoria e maior projeção da política externa, buscando atuações mais efetivas e que consolida os interesses nacionais atrelado à capacitação doméstica. 
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