Buscar

Leishmania. Parte 2

Prévia do material em texto

Leishmania é um parasito com ciclo heteroceno. Tem um ciclo que compreende 2 hospedeiros: 1 invertebrado (inseto vetor) e 1 hospedeiro vertebrado. O inseto vetor pode picaro hospedeiro vertebrado, que pode ser o homem, cachorro, alguns animais silvestres, etc. 
2 estágios de desenvolvimento: o amastigota intracelular obrigatório no hospederio vertebrado e o promastigota no inseto vetor. Quando se alimenta do hospedeiro infectado, ele vai coletar sangue que contém macrófagos cheios de amastigotas intracelulares. Dentro do inseto vetor, o vacúolo se rompe e os amastigotas se diferenciam para a forma promastigota. A amastigota tem aspecto ovoide com flagelo pequeno, e a promastigota comprida, fusiforme, com flagelo longo. Promastigota se multiplica e se diferencia para a forma infectiva. O promastigota tem 2 formas:procíclica, que é proliferativa e não infectiva e uma forma metacíclica, que é não proliferativa e é infectiva. Quando o inseto pica, inocula o hospedeiro com a forma promastigotainfectiva que vai ser fagocitada pelo macrófago e dentro de um vacúolo parasitófagose diferencia para amastigota,o lisossomo se funde a esse vacúolo criando um ambiente acídico e assim a amastigota se prolifera por divisões binárias sucessivas enchendo o citoplasma de parasitas. Esse macrófago pode então se romper e libera amastigota para o sistema que vai ou infectar outros macrófagos ou ser sugado pelo inseto vetor.
A fêmea infectada não consegue se alimentar porque o sangue retorna. Por isso faz vários repasses sanguíneos na tentativa de se alimentar infectando mais pessoas e acaba morrendo.
O parasito pode invadir células dendriticas, fibroblastos, neutrófilos e principalmente macrófagos. Só infecta células que conseguem fazer fagocitose.
Teoria do cavalo de Tróia: leishmania infecta o neutrófilo que já está morrendo por apoptose, e macrófagos internalizam os neutrófilos infectados. No neutrófilo não se diferencia para amastigota e não se prolifera. 
A primeira infecção é sempre cutânea, visceraceração é posterior. A saliva do inseto recruta células do sistema imune para o local. Bactérias da flora bacteriana também podem influenciar na suscetibilidade à infecção.
Promastigota: mitocôndria única e ramificada, que possui região com organização especial chamada de cinetoplasto (região da mitocôndria onde esta o DNA). É uma célula polarizada, tem uma região diferente da outra. Sistema em rede multivesicular. Região da onde emerge o flagelo é a anterior, por causa da movimentação flagelar. Fica aderida às microvilosidades intestinais no inseto.
Os protozoários fazem uma mitose fechada (o envoltório nuclear não se fragmenta) com fuso mitótico intranuclear.
Por viver intracelular, a amastigota tem flagelo reduzido.
O flagelo emerge da bolsa flagelar, que é uma invaginação da membrana plasmática. MP com 3 domínios: corpo celular, bolsa flagelar e flagelo, com composição lipídica diferente.
Membrana do corpo celular tem associados microtubulossubpericulares. 
Megasomo: lisossomo gigante no amastigota.
Promastigota procíclico não tem as moléculas de evasão e de inibição da resposta microbicida dos macrófagos, por isso é não infectiva.
Na porção anterior do intestino médio do inseto vetor as formas promastigotas metacíclicas estão mergulhadas num gel rico em proteofosfoglicanos secretado pelo parasito.Interação parasito-hospedeiro é toda mediada por interações proteína-ligante.Secretam exossomos.
A infecção se estabelece pela infecção dos macrófagos.
Os neutrófilos podem internalizar a leishmania por fagocitose ou por netose.
Proteínas de superfície da leishmania (promastigota): ancoras de GPi, glicoproteínas. 
LPG (lipofosfoglicano) no promastigota, é um glicolipidiohiperglicosilado, é altamente expresso em espécies mais patogenicas. Confere proteção contra o sistema complemento. É um ligante direto ou indireto ao intestino do inseto e em receptores do macrófago. O conjunto de açucares da forma metaciclica (mais açucares) é diferente do prociclica. Faz a metaciclica ser infectiva. LPG recruta actina e impede a fusão dos lisossomos, quando se diferencia para a forma amastigota perde o LPG e permite a fusão do lisossomo, porém o amastigota sobrevive.
Gp63 ou leishmanolisina é uma metaloprotease capaz de se ligar a diferentes receptores, dentre eles do sistema complemento CR1 e CR3. Receptores de manose e fibronectina. Cliva C3b em C3bi, que opsioniza o parasito para a fagocitose. Pode ser secretada. 
Proteofosfoglicanos (PPG) ancorados a GPi ou secretados. Proteção contra mecanismos microbicidas e é fator de virulência.
Glicoinositolfosfolipideos (GIPLs)
Em conjunto essas moléculas formam um glicocálix. 
Na amastigota predomina os GIPLs e glicolipideos derivados do hospedeiro. Secretam PPG.

Continue navegando