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Direito Penal - Função-Missão-Objeto do Direito Penal

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___________________ 
Filipe Gabriel da Silva Ferreira 
Acadêmico de Direito pela Universidade Católica de Pernambuco 
Recife, 2014. 
 
Função/Missão/Objeto do Direito Penal 
 
De certo modo, falar de Direito Penal é falar de violência. Atualmente, se diz 
que a criminalidade é um fato social normal, contudo, esse discurso não é de agora, 
Durkheim já dizia que a criminalidade era um fato social normal, inerente e necessário a 
todas as sociedades humanas, uma vez que é a responsável por manter aberto um canal 
de transformações necessário à sociedade. 
Ao observar o discurso de Durkheim sob outro prisma, Bitencourt concorda com 
a afirmação de que a criminalidade corrompe os homens e que, por isso, há a 
necessidade das normas jurídicas que os regulem. 
O fato social que contraria o ordenamento jurídico é chamado de ILÍCITO 
JURÍDICO, cuja modalidade mais grave é o ILÍCITO PENAL - atos contrários às 
disposições da legislação penal. 
Bitencourt em 2003 afirmo que Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas 
que tem por objeto a determinação das infrações de gênero penal e suas respectivas 
sanções - penas e medidas de segurança. 
NOTA: O "ius puniendi" é de responsabilidade do Estado, ou seja, apenas o 
Estado tem a competência de punir. Os cidadãos têm o chamado "ius accusationis", ou 
seja, têm a competência de acusar, mas não de punir. 
Uma das principais características do Direito Penal moderno é a "finalidade 
preventiva" que, antes de punir um infrator da ordem jurídico-penal, visa motivá-lo a 
não se afastar da ordem, estabelecendo normas proibitivas e suas respectivas sanções 
com o objetivo de evitar o crime, (BITENCOURT). 
O Direito Penal é uma ciência normativa porque tem como objeto de estudo a 
norma, do Direito positivo. A ciência do Direito Penal tem como objeto o estudo do 
conjunto dos preceitos do "dever ser", bem como as consequências do não cumprimento 
das normas. 
O Direito Penal não deixa de se preocupar com a gênese do crime, sendo assim, 
possui "função criadora". É valorativo, ou seja, estabelece sua própria escala de valores, 
que varia de acordo com o fato que lhe dá conteúdo. Tem caráter finalista, na medida 
ema que visa a proteção dos bens jurídicos fundamentais, como garantia de 
sobrevivência da ordem jurídica e, por fim, é sancionador, já que protege a ordem 
jurídica comandando sanções. 
 
NOTA: O Direito Penal é sancionador quando incorpora bens jurídicos regulados por 
outras matérias a sua tutela penal e é constitutivo quando protege bens ou interesses não 
regulados por outras áreas. 
 
MISSÃO/OBJETIVO DO DIREITO PENAL 
 
- Proteger bens jurídicos; 
- Diminuir a violência do Estado. 
 
FUNÇÃO DO DIREITO PENAL 
___________________ 
Filipe Gabriel da Silva Ferreira 
Acadêmico de Direito pela Universidade Católica de Pernambuco 
Recife, 2014. 
 
 
- LEGÍTIMA: Instrumental para a proteção dos bens jurídicos. 
 
- SIMBÓLICA: Utilizada para acalmar a população, para passar a impressão de que 
com o DP todos os problemas sociais são resolvidos. 
 
- PROMOCIONAL - Por vezes tida como ilegítima, a função promocional promove 
demais certos bens jurídicos e pouco os demais. 
 
De fato, existem várias ciências criminais e não apenas uma, todavia, nem todas 
são dotadas de normatividade, como é o caso da antropologia criminal, da sociologia 
criminal, da criminologia, da medicina legal e da criminalística, ao contrário das 
normativas, Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito de Execuções Penais. Nas 
ciências não normativas o enfoque é zetético, enquanto que nas normativas é 
dogmático. 
O Direito Penal enquanto conhecimento possui três institutos, através dos quais 
se centra o conceito do Direito Penal. Esses institutos são a pena, a medida de segurança 
e o crime. A partir disso é possível afirma que o Direito Penal é uma ciência normativa 
que vai trabalhar com o crime e a punição, ou seja, é um conjunto de normas que vai 
determinar o crime (tipificação) e sua respectiva sanção – pena ou medida de segurança. 
Quando se fala em Direito Processual Penal trata-se do conjunto de regras que 
vai permitir a aplicabilidade do Direito Penal, que vai permitir a realização do ius 
puniendi do Estado, visto que o Estado só pode punir quando ele faz uso de 
determinados atos processuais que confirmam a ilicitude da ação, ou seja, que mostram 
que determinada conduta é crime. Então, o Direito Processual Penal é quem vai dizer 
que é necessário uma denúncia, um inquérito, uma audiência, testemunhas, o 
contraditório e por aí vai. 
Já o Direito de Execuções Penais é o terceiro direito, é a última fase. Atua 
quando há uma sentença do judiciário, ou seja, quando houve uma condenação, ele vai 
atuar dizendo como o Estado deve se comportar. Vai dizer quais são os direito do preso 
– preso que está em regime fechado, como vai se dar a mudança de regime para regime 
aberto, semiaberto. 
As ciências criminais são bastante normativas, elas têm regras próprias, é o 
direito positivo, já as não normativas estudam o crime por outra ótica; não são ciências 
do dever ser, não são dogmáticas – que quando se está trabalhando com a dogmática se 
trabalha com a ideia de verdade, de modo que, não se abrem espaços para 
questionamentos, o direito é o direito posto, é o direito pelo direito – as não normativas 
são ciências que se preocupam com o saber de algo, então, são ciências que utilizam o 
método indutivo – trabalha a partir da observação; conhecer a realidade para explicá-la, 
enquanto que as normativas se utilizam do método dedutivo. 
A criminologia é uma ciência que busca conhecer a realidade criminal para 
explicá-la e dar elementos para o Direito Penal e possui vários marcos teóricos. Com o 
positivismo (criminologia positivista) no século XIX era uma ciência causal-explicativa, 
acreditava que as pessoas que cometiam crime tinham uma patologia (Lombroso), fazia 
o etiquetamento das pessoas. 
___________________ 
Filipe Gabriel da Silva Ferreira 
Acadêmico de Direito pela Universidade Católica de Pernambuco 
Recife, 2014. 
 
A criminologia interacionista que acredita que as questões centrais da prática 
criminológica não devem se voltar ao crime e sim ao sistema de controle adotado pelo 
Estado em campo normativo, preventivo e de reação à criminalidade. 
E, por fim, a criminologia crítica que tem por base o sistema punitivo e diz que o 
Direito Penal não pode ser o único instrumento, ele não tem condição para resolver 
todas as situações e que, muitas vezes, boa parte dessas situações não deveria ser de 
responsabilidade do Direito penal. Então, ela tem uma preocupação a vítima, o 
criminoso e o Controle Social Formal, ou seja, vai dizer que não temos como analisar o 
sistema punitivo sem analisar quem é a vítima e o criminoso. O direito Penal não pode 
ser o único instrumento de controle e prevenção da criminalidade. 
As agências Punitivas ou Controle Social Formal é composto pelo legislador, 
pelas polícias, pelo Ministério Público, pelo sistema prisional e pelo Poder Judiciário. 
 
Legislador Poder Legislativo – Diz o que é crime. 
Polícias Poder Executivo – Vai autuar o delito. 
Ministério Público 
Sistema Prisional 
 
É o Estado quem deve traçar, elaborar a Política Criminal, que é um conjunto de 
ações articuladas com a finalidade de controlar e prevenir a criminalidade. É um plano 
de ação dentro do qual se encontram três políticas, a de segurança pública, a 
penitenciária e a judiciária. 
 
Política de Segurança Pública – Responsabilidade do Executivo 
(Responsabilidade dos Estados) 
Política Judiciária – Executar as ações ditadas pelo legislador 
Política Penitenciária – Política da repressão(Responsabilidade do Direito 
Processual Penal) 
 
A perspectiva mínima do Direito Penal é justamente a que trata da 
incapacidade do Direito Penal em resolver todas as situações, acredita que a origem de 
alguns delitos é sociocultural, de modo que, faz-se necessário a busca de outros 
mecanismos que possam resolver esses conflitos – que não o Direito Penal. 
Existe uma articulação entre a criminologia e o Direito Penal ao passo que a 
primeira vai subsidiar de forma crítica o legislador sobre a questão de como proceder 
em determinada situação, ou seja, vai fornecer-lhe informações que permitiram a 
Poder Judiciário – Vai aplicar o que foi determinado pelo 
legislador. 
___________________ 
Filipe Gabriel da Silva Ferreira 
Acadêmico de Direito pela Universidade Católica de Pernambuco 
Recife, 2014. 
 
elaboração de leis que se adequem à realidade social. Essa criminologia vai, de certa 
forma, pressionar o legislativo para que repense o Direito Penal. 
 
JUSTIÇA RESTAURATIVA – Visa restaurar o sistema penal, visa reintegrar o 
delinquente à sociedade, o que não consegue. 
 
Direito Penal – Criminologia – Política Criminal 
 
Direito Penal e Criminologia são ciências complementares, de modo que, a 
Criminologia, ciência não normativa, portanto usa o método indutivo, vai a partir de 
uma análise da realidade social tentar explicar o fenômeno criminológico e proporcionar 
meios ao legislador para a elaboração de normas úteis ao Direito Penal, que é uma 
ciência normativa, sendo assim se utiliza do método dedutivo, tida como a última razão, 
que deve ser aplicada quando os demais direitos falharem. Entre Criminologia e Política 
Criminal existe uma relação de duplicidade, as duas têm o mesmo objetivo, a 
elaboração de mecanismos que controlem e diminuam o fenômeno criminal dando, 
também, de certa forma, suporte ao Direito Penal.
??? 
 
O sistema penal só serve para quem tem imunidade frágil, Zaffaroni. 
 
São os órgãos e poderes do Controle Social Formal que vão dar a possibilidade 
de aplicação do Direito Penal. 
 
Do Controle Social Formal 
Legislador – é quem vai definir quais são as condutas delituosas. 
Polícias – podem ter papel ostensivo (polícia militar) e judiciário (polícia civil). 
São as polícias que têm o primeiro contato com a questão da violência e da 
criminalidade. 
Ministério Público – como fiscal da lei é responsável pela denúncia, pela ação 
penal. 
 
Só se tem uma ação penal quando a polícia instaura o inquérito, manda o 
relatório para o Judiciário que encaminha para o Ministério Público que vai elaborar um 
documento especializado chamado denúncia, através de qual pede o arquivamento ou a 
condenação. 
 O grande problema do Direito Penal é quando uma das políticas o julga como o 
único instrumento necessário para o controle e prevenção da criminalidade, visto que, 
ele não tem como dar conta da criminalidade.

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