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JOSÉ LEOPOLDO DE SOUZA Economia Roteiros de aulas 17/1/2014 Roteiros de aulas de Economia Básica para estudantes de Economia, Direito, Administração, Contabilidade, Turismo, Gestão Financeira etc. 2 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza 1 – Introdução Ciência: do latim scīre (saber), conjunto organizado de conhecimentos sobre um objeto, obtidos especialmente através da observação da realidade e testados pela experiência dos fatos, com método próprio, princípios bem definidos, doutrinadores conceituados e servindo a um fim prático determinado. Teoria: conjunto de ideias sobre a realidade, sempre analisadas de forma independente. Definições: significado dos termos (ideias) da teoria. Argumentos: referem-se às condições nas quais a teoria se sustenta. Argumentos positivos: proposição como se o preço da carne sobe, a quantidade de carne que as pessoas vão comprar tende a diminuir, isto é, do tipo se A, então B, são argumentos positivos de análise que não envolve juízo de valor. É a análise do que é, foi ou será. Argumentos normativos: a afirmação o preço da gasolina não deve subir expressa uma opinião ou juízo de valor. Argumentos normativos são ligados aos conceitos de bom ou mau, certo ou errado. É a análise do que deveria ser, também encontrada em política econômica (policymaker). Hipótese: conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam. Modelos: representação das principais características dos componentes de uma teoria. Método: do grego µέθοδος, ου, significa caminho pelo qual se atinge um objetivo. indutivo: parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais. dedutivo: parte da conclusão geral para explicar o fato particular. dialético: lei hegeliana que caracteriza a realidade em três momentos sucessivos – tese, antítese e síntese – que se manifestam em todos os pensamentos (teorias) humanos e fenômenos materiais. histórico, comparativo etc. Teoria econômica: “leis” que explicam o comportamento humano e fazem parte do conjunto de conhecimentos do homo economicus ou do indivíduo cujas ações sempre racionais derivam exclusivamente de seus interesses econômicos dentro da sociedade. Procedimento científico: hipóteses são formuladas sobre o comportamento da realidade econômica baseando-se nos postulados da teoria econômica processo lógico de deduções implicações originadas das hipóteses confronto com os dados (processo das observações empíricas) conclusões: a teoria explica, ou não, satisfatoriamente a realidade. Se a teoria passa no teste explicando satisfatoriamente a realidade, nada há a acrescentar lhe. Se é rejeitada: a teoria deve ser reformulada com o aparecimento de novos fatos; ou será abandonada em favor, ou não, de uma teoria superior mais adequada. Questões econômicas (entre muitas outras): produção, renda (produto nacional e renda nacional) crescimento e desenvolvimento, subdesenvolvimento econômico aumentos generalizados de preços (inflação) emprego, desemprego e encargos sociais expansão, retração monetária, crédito, falta de dinheiro taxas de juros Comércio exterior, taxa de câmbio Balanço internacional de pagamentos déficit (ou superávit) governamental dívida interna e externa diferenças de renda entre pessoas ou entre regiões do país (ricos e pobres) salários, salário mínimo tributação: impostos, taxas e contribuições de melhoria 3 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza previdência social Infraestrutura. Conceito de Economia (do grego ‟ία, administração, direção, organização da casa) estudo da riqueza; organização das atividades de produção, distribuição e consumo de bens e serviços; estudo das atividades que, com o sem dinheiro, envolvam operações de troca de bens e serviços entre pessoas; estudo da maneira pela qual os homens e a sociedade decidem, com ou sem dinheiro, empregar recursos produtivos limitados para produzir mercadorias ao longo do tempo e distribuí-las, no presente e no futuro, entre várias pessoas e grupos de sociedade. “a ciência social que estuda a administração de recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos” para satisfazer as necessidades humanas. Economia é a “ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas”. Palavras-chaves Riqueza Produção, distribuição e consumo Recursos produtivos escassos Produção de bens e serviços Decidir, escolher Usos alternativos Fins competitivos Satisfazer necessidades humanas Princípios gerais da atividade econômica no Brasil: “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I – soberania nacional; II – propriedade privada; III – função social da propriedade; IV – livre concorrência; V – defesa do consumidor; VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII – redução das desigualdades regionais e sociais; VIII – busca do pleno emprego; IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. (CF, art. 170). Indagações científicas da Economia O que e quanto produzir? Este é o problema econômico típico. Como e onde produzir? Este é o problema técnico de escolha. Para quem produzir? Este é o problema social da distribuição. Diferentes abordagens Economia de deslocamento de curvas: análise dos modelos econômicos, formalizados com gráficos e cálculos algébricos, a economia de letras gregas dos profissionais; Economia de mídia: a que aparece nas seções de finanças e negócios dos jornais e revistas. Tem duas vertentes: – Economia de altos e baixos: notícias voltadas às elevações e às quedas das variáveis numéricas (preços, juros, inflação, emprego etc.) – Avaliação de políticas econômicas: comentários voltados à explicação, ao elogio, ou à condenação de políticas macroeconômicas do governo (monetária, fiscal, cambial, salarial, de emprego,de estabilidade de preços) Economia pop: encontrada nos livros direcionados ao grande público (best-sellers). Não são manuais de Economia, mas trazem tema chamativo, contam estórias de desastres recentes ou 4 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza defendem uma panacéia (do grego: πν + άκος, -ος = remédio para todos os males). É chamada de Economia de aeroportos. Interrelação da Economia com outras áreas do conhecimento Física e Biologia (séc. XVIII – Fisiocracia – François Quesnay; médico de Luiz XVI e Pompadour): Os fenômenos econômicos são governados por uma ordem natural (leis naturais); A Terra e a única fonte de riqueza e a única classe produtiva são os agricultores; Grupo organicista: a economia é um corpo vivo: fluxos, circulação, funções, órgãos etc. ; Grupo mecanicista: termos como estática, dinâmica, aceleração, velocidade, trabalho, fluxos etc. Sociologia, Psicologia e Antropologia(concepção humanística) – exemplos: consumo de miúdos de boi nos EE.UU durante a II Guerra; o caso do sabonete Phebo no Pará. Matemática e Estatística: nascimento da Econometria; Política (Ciências Políticas): Política do “café com leite” antes de 1930 – SP e MG dominavam o cenário político nacional Poder econômico dos latifundiários Poder dos monopólios e oligopólios (cartéis); Poder das corporações (associações, federações, sindicatos etc.); História: Revolução Industrial Ciclos da economia brasileira: açúcar, ouro e café Quebra da Bolsa de NY Crises do petróleo (principais: depois da criação da OPEP, em 1960, o barril de petróleo subiu de U$ 2,9 para U$ 11,65; 1979/1981, de U$ 13 para U$ 34; 1990/1991, pulou para mais de U$ 200). Crise financeira de out. 2008 (Crise do Subprime-Prime, títulos emitidos por um devedor sem vontade (determinação, interesse real) de pagar, derivativos). Geografia: estudos populacionais, características territoriais físicas, acidentes geográficos e climáticos, mercados regionais: UE, NAFTA, MERCOSUL, ALCA etc. Filosofia, Moral, Ética e Religião: na Antiguidade e na Idade Média, a Economia fazia parte deste conjunto: lei da usura, preço justo (Aristóteles e Tomás de Aquino) a vaca e a fome na Índia hoje; Direito: as relações econômicas estão condicionadas ao arcabouço das normas jurídicas (Existe, inclusive, o ramo Direito Econômico). Exemplos leis antitruste (Sherman Act – 1890:) CF/88: Da ordem econômica e financeira, art. 170 (ler) e seguintes; CDC (Lei n. 8.078/90): proteção ao consumidor, parte hipossuficiente CLT: proteção maior ao trabalhador, parte hipossuficiente etc. Administração, Contabilidade e Finanças (Direito Financeiro) etc. Dez princípios de Economia: As pessoas enfrentam tradeoffs ou situação de escolha conflitante: uma ação econômica, que visa à resolução de determinado problema, acarreta outros inevitavelmente. Ex: aumento da taxa de juros para controlar a inflação reduz os investimentos privados, aumenta o desemprego, derruba a renda e o crescimento da economia); O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la (para vir à universidade, você deixa de ter um emprego nesse horário); As pessoas pensam na margem (na hora de comer, a decisão não é entre jejuar ou comer até não poder mais; é entre aceitar um colher a mais de alimento, ou não); As pessoas reagem a incentivos (as pessoas tomam decisões por meio da comparação entre custos e benefícios e eles mudam); O comércio pode ser bom para todos (a competição entre as empresas reduz os preços dos bens, e concorrência entre compradores orienta a produção de bens e serviços); Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade econômica. Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados. O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços. Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. A sociedade enfrenta um tradeoffI de curto prazo entre inflação e desemprego. Referências bibliográficas: Mankiw, N. G. Introdução à Economia. 3. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. Capítulo 1 – Introdução. - Constituição Federal e Código do Consumidor (partes). - Manual de Economia – Equipe de professores da USP 5. ed. S. Paulo: Saraiva, 2005. Capítulo 1 – Introdução à Economia. 5 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Apendice (Para considerações) Brasil - A revolução do real: há duas formas de revolução na história humana: as rumorosas, feitas com o sangue, o suor e as lágrimas das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a ser mais efetivas no que diz respeito aos benefícios proporcionados à maioria. Elas são consideradas silenciosas não porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos olhos das pessoas, mas porque deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam. Seu caráter profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão conta, enfim, das mudanças por elas promovidas. Há quinze anos, começou a ocorrer uma revolução silenciosa no Brasil: o lançamento do real, a moeda que pôs um ponto final na hiperinflação e que, ponta de lança do plano ao qual emprestou seu nome, catapultou o país a um novo patamar de desenvolvimento. Com o real: Os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas. Passaram a planejar seu presente e seu futuro. Elevaram seu padrão de renda e bem-estar. A economia ganhou um arcabouço mais nítido e moderno: 1. Com o saneamento do sistema financeiro 2. As privatizações, as agências reguladoras 3. A Lei de Responsabilidade Fiscal, 4. As metas de superávit primário 5. O câmbio flutuante 6. A autonomia operacional do Banco Central. Na condição de ministro da Fazenda de Itamar Franco, o tucano Fernando Henrique Cardoso lançou plano e moeda. Na Presidência da República, executou reformas essenciais e protegeu as conquistas obtidas com o real de uma série de cataclismos internacionais. Seu sucessor, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, deu continuidade exemplar ao processo de estabilização que, hoje, possibilita ao Brasil singrar, com relativa tranquilidade, os mares tempestuosos da crise planetária. O fato de Lula e o Partido dos Trabalhadores terem perdido suas feições radicais deve-se também ao real. Não era possível continuar a ser contra algo que tanto bem causou a tantos. O real foi uma revolução porque fez com que os brasileiros – praticamente todos – caíssem na realidade. Não com estrondo, mas com um suspiro de alívio. Tamanho do desafio do governo: a presidente Dilma tem nas mãos uma máquina pública poderosa, porém inchada. O país ganharia se ela se tornasse menos custosa para a sociedade e mais eficiente. Cerca de 119 empresas estatais Carga tributária –em torno 37% do PIB Mais de 570.000 funcionários públicos (servidores civis) Mais de R$ 1,3 bi de impostos anuais Os nós: para que o país continue crescendo é preciso desatá-los: Investimento líquido – apenas 18% do PIB: este índice mostra quanto a capacidade produtiva do país vai crescer nos próximos anos. Ele vem aumentando, mas ainda não basta para manter o crescimento. A Indonésia investe 28% do PIB e a Índia 35%. O Brasil tem que chegar ao menos a 23% do PIB. Déficit público –mais de R$ 160 bilhões: esse é o déficit nominal anual, isto é, o que o governo arrecada, menos o que o governo gasta, incluído o pagamento dos juros da dívida pública. Em 2010 fechou perto de 3% do PIB. O governo chegou a prever que ele seria zero até 2013, mas abandonou essa meta. Divida pública –mais de R$ 2 trilhões: a dívida bruta do setor público fechou 2013 acima de 60% do PIB, um nível bom para os padrões internacionais. Mas o país não soube aproveitar a fase boa para reduzi-la. Funcionalismo – mais de R$ 130 bilhões: o valor gasto por ano com os funcionários públicos na ativa (servidores civis da administração direta, autarquias e fundações, inclusive contratados temporariamente) nos três Poderes cresceu 59% só no segundo mandato de Lula. Dilma precisará conter essa expansão para poder investir mais e evitar uma sobrecarga futura com aposentadorias. Aposentados e pensionistas – cerca de R$ 100 bilhões: o gasto anual o governo com funcionários aposentados e pensionistas avançou 52% na segunda gestão de Lula. O saldo negativo dessa conta é de mais de R$ 60 bilhões ao ano e tende a crescer se Dilma mantiver a idéia de não fazer reformas. Carga tributária –em torno 37% do PIB: o governo brasileiro extrai de seus cidadãos e empresas, proporcionalmente, mais riqueza que os governos dos países mais ricos, com o Estados Unidos,Japão e Coreia do Sul. Isso freia a o crescimento e inibe novos negócios e empregos. Déficit externo – US$ 60 bilhões: o Brasil vem importando mais e exportando menos. Para fechar as contas, precisa mostrar-se ao mundo como lugar bom para fazer negócios (e não só atraente por seus 6 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza juros altos). O saldo negativo deverá crescer para mais de US$ 80 bilhões em 2014. Brasil – Desafios econômicos do governo: 1. Controlar as contas públicas: os governos anteriores (principalmente Lula) gastaram além de sua capacidade nos últimos anos, o que aumentou a dívida pública que leva a mais inflação, juros maiores e menos investimentos. Solução: controlar os gastos de custeio do governo (suspender ou desacelerar reajustes de servidores, salário mínimo e bolsa família, e cortar cargos comissionados), vale dizer, enfrentar funcionários públicos federais ativos e aposentados, que exigem aumentos, e políticos frustrados que querem empregos, e são das bases de apoio do PT. 2. Manter a inflação baixa: a inflação (IPC) foi de 5,74% em 2012 (a meta era de 4,5% a.a.), em 2013 subiu para 5,91%. Números oficiais. Solução: controlar as despesas do governo e desacelerar a expansão do crédito dos bancos públicos. De outra forma, vai ser preciso elevar ainda mais os juros. A SELIC está em 10% a.a (dez/2013) e subindo... 3. Diminuir o peso dos tributos: a carga tributária de mais de 37% do PIB drena recursos do setor privado, encarece produtos e compromete a competitividade do país. Solução: fixar um limite para a expansão dos gastos públicos abaixo do crescimento do PIB, vale dizer, mudar a noção governamental de que o Estado, para ser forte, precisa cobrar altos tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria). 4. Reformar as aposentadorias: o sistema de Previdência teve um déficit de R$ 45 bilhões em 2010, mais de 50 bilhões em 2011 e subiu em 2012 e 2013 (R$ 60 bi?) , conta essa que vai estourar no futuro, pois não se quer arcar com o custo político agora. Solução: aprovar regras mais duras para quem está entrando no mercado e individualizar os planos: cada um receberá benefícios de acordo com suas contribuições. 5. Negociar os esqueletos do Congresso: ali há uma série de projetos para concessão de benesses que podem representar despesas de 5% do PIB (cerca de R$220 bilhões ao ano). Solução: usar a maioria do governo no Congresso para minimizar a aprovação desses projetos, mas é complicado dizer não a pressões populares amparadas por forças internas das duas Casas. 6. Segurar o dólar em torno de R$ 2,00: com a queda do dólar US$ 1,00 menor que R$ 2,00), as exportações brasileiras são desestimuladas e as importações se tornam mais baratas. Além de aumentar o rombo nas contas externas, esse processo estimula o consumo de importados e pode levar à desindustrialização. Na outra ponta, se o dólar subir (US$ 1,00 maior que R$2,40), as exportações serão estimuladas e as importações, mais caras. E virá mais inflação... Solução: o governo promete manter o câmbio flutuante e pretende agilizar a devolução dos créditos tributários aos exportadores para amenizar o problema. E também é favorável ao aumento do pedágio para o capital especulativo. 7. Melhorar o ambiente de negócios: um ambiente hostil aos negócios favorece a informalidade, desestimula o empreendedorismo e inibe a geração de empregos. O índice de liberdade econômica reflete a média de notas obtidas pelos países em dez questões: liberdade trabalhista, l. para fazer negócios, l. comercial, l. fiscal, l. monetária, l. de investimento, l. financeira, gastos governamentais, direito de propriedade e nível de corrupção (a cada nível, índice em ordem decrescente): Livre Principalmente livre Moderadamente livre Principalmente não livre Reprimido Hong Kong Austrália Suíça EUA Chile Reino Unido Japão Suécia Alemanha Coréia do Sul Espanha México Portugal França África do Sul Brasil Índia Argentina China Rússia Cuba Coreia do Norte Solução: reduzir tributos, mas... Ascensão da carga tributária no Brasil nos últimos 20 anos (1991-2009) – em % 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 29,9 24,6 25,4 25,1 28,6 28,9 25,2 25,5 27,4 28,6 30,7 31,0 32,6 32,5 33,5 34,1 34,5 34,7 35,2 35,0 7 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Diminuir a burocracia para criação de empresas. Tornar mais flexível a legislação trabalhista. Para não entrar em conflito com os sindicatos, Dilma já declarou que não pretende realizar a reforma trabalhista. Também é pouco provável que ela reduza tributos, mas promete ampliar os limites do Super-simples, o sistema simplificado de tributação das empresas de pequeno porte. 8. Ampliar a poupança interna: o Brasil (poupança doméstica de apenas 18% do PIB, ante 52,3% na China, 37,5% na Índia e 24,3% na Argentina) precisa poupar mais para viabilizar mais investimentos. Solução: estimular a consciência da poupança na população, o que leva tempo. Então o governo precisa controlar suas despesas de custeio, principalmente com a contratação e o reajuste de funcionários públicos. 9. Aumentar os investimentos: sem infraestrutura adequada, a produção encarece e o país perde competitividade e vidas na saúde e nas estradas. Apesar do crescimento recente, o Brasil ainda é um dos emergentes que realizam menos investimentos em % do PIB (2009): China Vietnã Índia 45% 38 35 Indonésia México Malásia 28% 25 24 Rússia R.Tcheca Polônia 23% 22 20 Chile África do Sul Brasil Turquia 19% 19 18 15 Solução: gastar menos com a máquina administrativa e atrair a iniciativa privada para grandes projetos (parceria ou privatização). Arranjar capitais para suprir tantas carências. 10. Preparar o cidadão para o trabalho: a falta de trabalhadores qualificados diminui a eficiência das empresas e encarece produtos e serviços. O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), abastecido por recursos do PIS e do PASEP, somava em 2010 R$ 170,7 bilhões, paga o seguro-desemprego, o abono-salarial e financia o BNDES e programas de formação de trabalhadores. Desde 2004, os desembolsos crescem mais que as receitas, mas o problema maior do FAT está em sua gestão... Solução: no longo prazo, investir no ensino fundamental; no curto prazo, adequar o ensino técnico às necessidades regionais e aproximar as faculdades das empresas. Os brasileiros ainda são pouco exigentes em relação à qualidade do ensino. Há professores que resistem a reformas e à aproximação com o mercado. 11. Conciliar crescimento e preservação: o Brasil precisa crescer sem aumentar suas emissões de gases – o desmatamento de florestas é a nossa maior fonte poluidora – que contribuem para o aquecimento global (economia limpa). Os países que mais contribuem para o aquecimento global, em bilhões de toneladas de gases poluentes (ano 2000): China (em 2005) EUA (em 2005) Indonésia Brasil (em 2005) 7,4 7,3 2,85 2,19 Rússia Japão Índia 1,59 1,21 1,01 Alemanha Malásia Canadá 0,85 0,81 0,59 Solução: investir em fontes alternativas de energia e incorporar a ideia de que desenvolvimento com destruição não é sustentável: impedir que o novo Código Florestal aumente o desmatamento sob a premissa falsa de que se precisa de mais áreas para a agricultura, quando se pretende mesmo é criar gado nesses espaços. 12. Estimular a inovação: um pais que inova pouco tem de ocupar os mercados mais baratos – e ganha menos. O pais está indo bem com a vendade matérias-primas (commodities), de pouco valor agregado. Isso leva à acomodação... A inovação avança devagar no Brasil. Não há cultura generalizada de inovação no país. Ano Empresa que inovaram ou adotaram alguma inovação Fatia do faturamento investida na mudança Enfrentam obstáculos para inovar ou adotar inovação Postos de trabalho em microempresas inovadoras recém- nascidas 2005 34,4% 3,0% 35,4% 28.449 2008 38,6% 2,9% 49,8% –,– 2010 –,– –,– –,– 35.000 Solução: aproximar as empresas dos cientistas, reduzir os custos para os firmas inovarem. Dilma promete integrar as políticas de inovação, investir mais e estimular o surgimento de empresas tecnológicas. As metas do Governo Dilma (Ó ilusão!) – Prioridade máxima à geração de empregos. A taxa de desemprego é a mais baixa de todos os tempos...Por que? Os desempregados deixaram de procurar emprego. Têm a bolsa família (sic)... – Crescimento médio da economia de 5% nos próximos quatro anos. Pibinho médio de 2% a.a... – Inflação de 4,5% em 2011 e 2012, com dois pontos de margem. Oficialmente é de cerca de 6 %... 8 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza – Redução da dívida pública de 41 para 30% do PIB. É de 35% e subindo... – Buscar queda mais rápida da taxa de juros: em janeiro de 2014, Seliq em 10,5% a.a... – Consolidação fiscal, com superávit primário em 3,3%. É de 1,5% e caindo... – Aumentar o investimento no total do gasto público: 2012, Custeio R$ 2.150 bi e Investimentos 107 bi! – Melhorar a qualidade do gasto públicos: Receitas previstas para 2012: R$2.257 bi – Valorizar os servidores públicos federais de forma responsável: em 2012, despesas contingenciadas! Brasil – Realidade em 2013: O que estava ±: – Credibilidade internacional: 7ª economia mundial – Risco-País: em torno de 200 pontos (142, abr. /2007). Investment grade (S&P, Moody‟s, Fitch) – Renda per capita ano: US$ 12.000 ou $ 25.000. – Superávit primário: 2012, menos de 3,0% do PIB, como planejado. Foi de 4,6% em 2007. – Expectativa de vida ao nascer: 73,2 anos em 2009 (H=69,5, M=77). Em 1910: 34 anos (H=33,5, M=34,5). Em 1980: 63 anos (H=60 e M=66) – Investimento estrangeiro: US$ 65 bi. (Inv. Direto 2012).Em 2011, havia sido US$ 67 bi. – Taxa de analfabetismo: em queda, é de <15% (mais de 25% em 1991). Quem é alfabetizado!? – Emprego: 1,9 milhões de vagas em 2011. Desemprego: <7,4%, Europa >20% e EUA, 8% – Reservas cambiais do Brasil em 2012: US$ 380 bi. (Em 2010: China, 2.500. Em 2007: Rússia, 480; Índia, 290; C. do Sul, 260 bi). – De devedor a credor externo: dívida externa de curto prazo coberta pelas reservas como recomenda a Convenção de Bretton Woods - 1944. Mas, cresceu US$ 41 bi em 2011 (16%). Do total US$ 317,8, 280 são de prazo > 1 ano – Brasil paga juros mais baixos que parte dos países europeus, 3.97%; Espanha: 6,51; Itália: 6,88; Irlanda: 8,08; Portugal: 11,32; Grécia: 33,65%, para refinanciar a dívida. – Demanda por energia elétrica aumentará 5,3% a.a. até 2019. Em 2010, 455,2 bi. de kW/h. Em 2019, 712,0 bi de kW/h. A Presidente deu 20% de redução nas contas de energia em 2012. E, ainda assim, energia elétrica pelo método mais barato do mundo e entregue ao consumidor por um dos preços mais altos. O que estava ruim: – Altos e baixos do PIB: 0,9%em 2012, ante 2,7% em 2011 e 7,5% em 2010 (US$ 2,300 tri = R$ 4,400 tri). – A máquina burocrática cresce mais que o PIB... – Perda de R$ 85 bi ao ano para a CORRUPÇÃO. – Harvard e Yale: Lei no Brasil não cria empregos (só 50% das carteiras assinadas). Para R$ 100 pagos por trabalho, R$ 104 de encargos e impostos. País entre os 100 piores no ranking de trabalho escravo, – Poupança interna líquida: 18% do PIB (China: 52% em 2010). Rem. líquida de lucros: US$24 bi/2012 – Carga tributária em 2011: 37% do PIB (uma das mais altas entre os emergentes. Confusa e injusta).– 10 (?) milhões de brasileiros estão na extrema pobreza; vivem com menos de R$70?mês em 2013 – Dívida interna federal > R$ 2.000 tri em jul.2012. – Dívida externa: US$ 317,8 bi (Bancos: 130,5 + Setor privado: 98 + Governo: 85 + BACEN:4,3), em 2012 – Crescimento da dívida federal interna: R$ 200 bi a.a. – Balança Comercial: Superávit US$ 2 (!) bi em 2013 – Melhor ano: superávit US$ 46,5 bi em 2006. – Fatia no comércio mundial: cerca de 1,2%. Participação setorial: Agropecuária: 5,6% Indústria: 27,7% e Serviços:66,7% – Mortalidade infantil: 16%o (em 1998 era de 69,1%o). – Baixo nível educacional: em 65 países – leitura 55º, matemática 58ª e ciências 59º. (Pisa-OCDE* – 2012). Verbas insuficientes, repetência, abandono etc. – Saúde e assistência precárias à população. –Resumo: Pibinho, mão-de-obra sem qualificação, leis trabalhistas obsoletas, infraestrutura capenga, carga tributária escandinava para serviços públicos africanos, mercado de capitais subdesenvolvido, intervencionismo, burocracia asfixiante, privilégios e corrupção *Programa Internacional de Avaliação Estudantil da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico Afogados em dívidas: Em 2011, o endividamento dos governos europeus era enorme. Mas a dívida total (interna e externa) dos países – incluindo o setor privado – era muito maior. Total das dívidas das pessoas + empresas + bancos, como proporção (%) do PIB de cada país: Inglaterra: 497; Japão: 492; Espanha: 336; Portugal: 356; França: 341; Itália: 313; EUA: 289; Alemanha: 284; Grécia: 261; China:184; BRASIL: 148. Os bancos eram os maiores devedores na Inglaterra. O governo era o maior no Japão, na Itália, na Grécia e no Brasil. As empresas eram as maiores na Espanha, em Portugal, na França e na China. Organização Mundial de Saúde (OMS): Saúde no mundo (2008), breves lances... Expectativa de vida Japoneses: 83 anos Serra Leoa: 40 anos Brasil: 72 anos Mortalidade Infantil Islândia: 2/1000 Afeganistão: 165/1000 16/1000 nascidos vivos Óbitos por doenças cardiovasculares/ano Japão: 06/100.000 Turcomenistão: 844/100.0000 341/100.000 nascidos vivos Tabagismo (adultos) Etiópia: 4% Grécia: 52% 16% Despesas com saúde per capita Estados Unidos: US$ 6.350/ano Coreia do Norte: US$ 1 US$ 371 Dez motivos para se indignar com a CORRUPÇÃO: com os 85 bilhões de reais surrupiados pelos corruptos brasileiros em 2010 (720 bilhões de reais nos últimos 10 anos, segundo a FIESP) seria possível*: 9 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza 1. Erradicar a miséria no Brasil (16 milhões de pessoas) e sobrariam R$ 5 bi; 2. Pagar o benefício máximo (R$ 242) do Bolsa Família a 13 milhões de famílias por mais 2 anos; 3. Custear 17 milhões de sessões de quimioterapia; 4. Formar 312.000 médicos; 5. Custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais; 6. Construir 241 quilômetros de metrô; 7. Construir 1,5 milhão de casas (30% do déficit habitacional do Brasil); 8. Custear 2 milhões de bolsas de mestrado; 9. Aumentar em 443 reais o PIB per capita do brasileiro (de R$ 19.265 para R$ 19.708; 10. Reduzir 1,2 ponto percentual na taxa de juros. Escolha uma das alternativas para comentar. BRASIL: ainda longe de ser um país rico no início de 2012 (pesquisa CNT/Sensus): PAÍS PIB - US$ bi PIB per capita - US$ IDH Publicações científicas 1º EUA 15,0 Noruega (84.290) Noruega EUA 2º China 7,0 Luxemburgo (77.160) Austrália China 3º Japão 5,9 Suíça 71.530) Holanda Alemanha 4º Alemanha 3,6 Dinamarca (59.050) EUA Japão 5º França 2,8 Suécia (50.110) N. Zelândia Inglaterra 6º BRASIL* 2,52 Holanda (49.050) Canadá França 7º Reino Unido 2,48 Finlândia (47.720) Irlanda Canadá 8º Itália 2,25 EUA(47.390) Liechtenstein Itália 9º Rússia 1,88 Áustria (47.060) Alemanha Espanha 10º Índia 1,84 Bélgica (45.910) Suécia Índia *Em 2013, PIB do Brasil US$ 2,20 bi 47º BRASIL (12.900) 85º BRASIL 13º BRASIL Investir para crescer: Não existe PIB grátis.A tragédia do crescimento raquítico do PIB atesta a incapacidade da política econômica em atrair os investimentos produtivos. O quadro a seguir fala por mil explicações esfarrapadas. Apresentado em forma gráfica, no eixo dos X, as taxas médias de investimentos produtivos em 10 anos, e, no eixo vertical, a variação do crescimento anual médio do PIB de 18 países, observa-se (determina-se) uma correção linear simples direta (positiva) superior a 73% da contribuição de X para os aumentos de Y. A China investe muito, acima de 40% do PIB, e também cresce muito. O Brasil investe pouco, e o crescimento nada tem de espetacular. Os investimentos são o alimento da expansão econômica. Não existe avanço duradouro sem infraestrutura, oferta de mão de obra capaz, ampliação e renovação de fábricas, construção de usinas, modernização agrícola – ou, em resumo, sem aumento da produtividade. Conclusão da análise: os países de rápida expansão econômica estão entre os que mais investem na capacidade produtiva. O Brasil não aparece entre eles... E no mesmo ano em que subiu ao patamar da 6ª. Economia do mundo, devolveu a posição à Inglaterra por causa de um crescimento ridículo em 2012. Análise de regressão (linear simples) e de correlação: X =Taxa de investimento (em relação ao tamanho do PIB); Y = Crescimento do PIB (média em 10 anos) Países X Y XY X2 Y2 x=X-Xm y=Y=Ym Xy x 2 y 2 Alemanha 18 0,9 16 324 0,81 -4,67 -2,88 13,43 21,78 8,28 A. Saudita 21 4,7 99 441 22,09 -1,67 0,92 -1,54 2,78 0,85 Austrália 27 2,8 76 729 7,84 4,33 -0,98 -4,24 18,78 0,96 BRASIL 17 3,4 58 289 11,56 -5,67 -0,38 2,14 32,11 0,14 Canadá 23 2,6 60 529 6,76 0,33 -1,18 -0,39 0,11 1,39 China 40 10,1 404 1.600 102,01 17,33 6,32 109,59 300,44 39,97 C. do Sul 29 4,2 122 841 17,64 6,33 0,42 2,67 40,11 0,18 EUA 16 2,1 34 256 4,41 -6,67 -1,68 11,19 44,44 2,81 França 19 1,5 29 361 2,25 -3,67 -2,28 8,35 13,44 5,19 Holanda 19 0,8 15 361 0,64 -3,67 -2,98 10,92 13,44 8,87 Índia 31 8,2 254 961 67,24 8,33 4,42 36,85 69,44 19,56 Indonésia 24 5,6 134 576 31,36 1,33 1,82 2,43 1,78 3,32 Inglaterra 16 2,3 37 256 5,29 -6,67 -1,48 9,85 44,44 2,18 México 22 3,2 70 484 10,24 -0,67 -0,58 0,39 0,44 0,33 Japão 23 1,4 32 529 1,96 0,33 -2,38 -0,79 0,11 5,65 Rússia 20 5,8 116 400 33,64 -2,67 2,02 -5,39 7,11 4,09 Suíça 22 2,2 48 484 4,84 -0,67 -1,58 1,05 0,44 2,49 Turquia 21 6,2 130 441 38,44 -1,67 2,42 -4,04 2,78 5,87 408 68 1.734 9.862 369,02 192,47 614,00 112,13 10 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Coef. de determinação de Y por X: n=Σf 18 X=∑X/n 22,7 Y=∑Y/n 3,8 Y=aX+b Y=0,3135 X-3,3274 Coef. de correlação de X para Y: “Correlação média alta a = 0,3135 = 0,31 r 2 0,5380 b = -3,3274 = -3,33 R 0,7335 r (pela covariância) 0,7335 __________________________________________________________________________________ População brasileira é a que tem menos retorno dos impostos que paga (UOL, 24/01/2012) A população brasileira é a que vê menos retorno dos impostos que paga ao governo. É o que mostra um levantamento feito pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) com os 30 países que têm as maiores cargas tributárias do mundo. Segundo o estudo, a carga tributária brasileira é de 35,13% (sic). Isso significa que os impostos pagos pela população ao governo federal, Estados e municípios correspondem a 35,13% de toda a riqueza gerada no país (PIB). PAÍS CARGA TRIBUTÁRIA (2010) IDH(2011) ÍNDICE DE RETORNO 1º - AUSTRÁLIA 25,90% 0,929 164,18 2º - ESTADOS UNIDOS 24,80% 0,910 163,83 3º - COREIA DO SUL 25,10% 0,897 162,38 4º - JAPÃO 26,90% 0,901 160,65 5º - IRLANDA 28,00% 0,908 159,98 6º - SUÍÇA 29,80% 0,903 157,49 7º - CANADÁ 31,00% 0,908 156,53 8º - NOVA ZELÂNDIA 31,30% 0,908 156,19 9º - GRÉCIA 30,00% 0,861 153,69 10º - ESLOVÁQUIA 28,40% 0,834 153,23 11º - ISRAEL 32,40% 0,888 153,22 12º - ESPANHA 31,70% 0,878 153,18 13º - URUGUAI 27,18% 0,783 150,30 14º - ALEMANHA 36,70% 0,905 149,72 15º - ISLÂNDIA 36,30% 0,898 149,59 16º - ARGENTINA 29,00% 0,797 149,40 17º - REP. CHECA 34,90% 0,865 148,39 18º - REINO UNIDO 36,00% 0,863 146,96 19º - ESLOVÊNIA 37,70% 0,884 146,79 20º - LUXEMBURGO 36,70% 0,867 146,49 21º - NORUEGA 42,80% 0,943 145,94 22º - ÁUSTRIA 42,00% 0,885 141,93 23º FINLÂNDIA 42,10% 0,882 141,56 24º - SUÉCIA 44,08% 0,904 141,15 25º - DINAMARCA 44,06% 0,895 140,41 26º - FRANÇA 43,15% 0,884 140,52 27º - HUNGRIA 38,25% 0,816 140,37 28º - BÉLGICA 43,80% 0,886 139,94 29º - ITÁLIA 43,00% 0,874 139,84 30º - BRASIL 35,13% 0,718 135,83 IDH: Índice de Desenvolvimento Humano Índice de retorno: calculado com base na carga tributária e no IDH Brasil tem IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo Essa não é a maior carga tributária do mundo. Na Suécia, por exemplo, o índice é de 44,08%. Mas, para verificar se os valores arrecadados estariam retornando à população por meio de serviços de qualidade, o estudo considerou também o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de cada país. Nesse quesito, o Brasil aparece em último lugar entre os países pesquisados, com IDH 0,718. Isso fez com que ele ficasse também em último lugar na lista geral. 22 2 2 YnY YnXYaYb r 22 XnX YXnXY a XaYb 2222 YYnXXn YXXYn r 22 yx xy r 11 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Austrália figura no primeiro lugar da lista O Brasil aparece no último lugar do ranking pelo segundo ano consecutivo. O país está atrás de outros países da América do Sul. O Uruguai, por exemplo, aparece na 13º posição do ranking, com carga tributária de 27,18% e IDH de 0,783. A Argentina está no 16º lugar. A carga tributária no país vizinho é de 29% e o IDH, de 0,797. Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão são os países que melhor fazem aplicação dos tributos arrecadados, segundo o levantamento do IBPT. Alguns países da Europa também aparecem mal posicionados no ranking. É o caso, por exemplo, de França (26º lugar) e Bélgica (28º). A Itália é o segundo com pior colocação (29º), à frente apenas do Brasil. Notícia não muito boa:Maio/2013 Editoria de Arte/Folhapress É preciso mudar a mentalidade – O ano de 2013 foi medíocre: no lugar de grandes reformas, o Brasil fez só remendos que não trazem crescimento de longo prazo. – A produtividade é o nome do jogo, a força propulsora das economias que mais crescem no mundo. Desde 1989, os Estados Unidos aumentaram a produtividade em 12%, a China aumentou a sua em mais de 50%, a Coreia do Sul em 65%, e o Brasil não saiu do lugar. Isso é imperdoável, diz José Alexandre Scheinkman, brasileiro, economista e professor universitário em Chicago, Princeton e, agora, em NY (Colúmbia). – O Brasil ocupa os últimos lugares nos rankings mundiais de inovação. Em 1999, o número de registros de patentes brasileiras nos Estados Unidos era praticamente igual ao da China e da Índia: cerca de 100 por ano. Hoje , a Índia registra anualmente 4.000 patentes, a China, 6.000 e o Brasil quase não andou, informa o mesmo professor (Veja, ed. 2354, jan/2014). O que a China tem e nós não temos (em milhões)Com mais de 1,3 bi de habitantes, PIB de 8 tri de dólares e crescimento anual de 10%, a China vai se tornar o maior mercado consumidor do mundo em 5 anos. Algumas áreas nas quais já é líder na indústria digital: China EUA Mundo Computadores (unidades vendidas em lojas nacionais em 2012) 69 66 350 E-commerce (número de consumidores on-line em 2012) 270 156 1.000 Linhas de celular (em usuários ativos) 1.200 867 6.800 Internet (numero de usuários em 2013) 568 254 2.700 Smartphones (previsão de unidades vendidas em 2013) 301 137 900 12 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza 2 – Necessidades x utilidades Os problema básicos das economia são decorrentes da existência de recursos limitados ante as necessidades virtualmente ilimitadas. O petróleo, o trabalho, as máquinas etc. estão disponíveis em quantidades limitadas. Com escassos recursos produzem-se bens e serviços (alimentos, víveres, automóveis, saúde, educação, lazer etc.). A escassez sempre existirá, já que os desejos são superiores aos meios disponíveis para satisfazê-los. Utilidade, lei da escassez, valor e preço A noção de utilidade e o princípio da escassez constituem os fundamentos da ciência econômica. Utilidade é a propriedade que as coisas (bens e serviços) têm para satisfazer necessidades humanas. Utilidade é uma medida de felicidade ou satisfação.Daí o valor dos bens e serviços, e o preço que se paga por eles. Escassez é a falta de um bem ou serviço em relação à sua necessidade. Escassez é a natureza limitada dos recursos da sociedade. O que produzir, como e quanto produzir e para quem produzir não constituiriam problemas se os recursos fossem ilimitados. Não haveria bens econômicos, só livres.. Não se teria de fazer uma escolha. No mundo real, até as crianças aprendem cedo que “ambas” não é uma resposta para “qual das duas?”. Conceito de necessidade Sensação de carência (falta) de algo, unida ao desejo de satisfazê-la. “Deve haver algo que possa ser a medida de tudo. (...) Ora, essa medida, na verdade, é apenas a necessidade, que está na base de tudo. Com efeito, se não necessitássemos de nada, ou se necessitássemos de tudo, da mesma forma não haveria troca de bens”. (Ética a Nicômaco. V. 8 – Aristóteles -384-322 a.C.) Aumento da população mundial e falta de comida e combustível O mundo está ficando sem tempo para garantir que haja alimentos, água e energia para atender a demanda de uma população em rápido crescimento e evitar que 3 bilhões de pessoas sejam levadas à pobreza, advertiu um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas em 30.01.2012). Enquanto a população mundial parece preparada para crescer dos 7 bilhões de hoje para quase 9 bilhões até 2040 e o número de consumidores de classe média aumentar em 3 bilhões nos próximos 20 anos, a demanda por recursos crescerá exponencialmente. Mesmo para 2030, o mundo precisará de ao menos 50% a mais de alimentos, 45% a mais de energia e 30% a mais de água, de acordo com as estimativas da ONU, em uma época em que o ambiente em modificação cria novos limites ao abastecimento.Se o mundo fracassar em lidar com esses problemas, o risco é condenar 3 bilhões de pessoas à pobreza, afirmou o relatório. Tipos de necessidade: a) Segundo o requerente: Necessidades do indivíduo: naturais – comer, dormir etc. sociais – convívio com outras pessoas, festa de casamento, encontro com amigos; Necessidades da sociedade: coletivas – São satisfeitas por bens e serviços usados coletivamente: ônibus. públicas – São satisfeitas por bens e serviços proporcionados pelo governo: ordem pública, ordem jurídica. b) Segundo sua natureza: Necessidades vitais ou primárias: alimentos, roupas, habitação, remédios etc.; Necessidades civilizadas ou secundárias: educação, saúde, segurança, lazer, turismo, serviços bancários, seguros etc. Satisfação das necessidades Acontece através das utilidades, isto é, dos bens e serviços produzidos pela sociedade com os recursos escassos. Bem Utilidade que satisfaz, direta ou indiretamente, os desejos e necessidades dos seres humanos. Tipos de bens Segundo seu caráter: 13 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza livres – ilimitados (teoricamente) ou muito abundantes ou, ainda, não são aproveitáveis economicamente; existem potencialmente, mas sem economicidade. econômicos – escassos (limitados em quantidade) e aproveitáveis. Segundo sua natureza: de capital ou de produção – não atendem diretamente às necessidades dos indivíduos na sociedade, mas são usados para produzir outros bens e serviços que satisfazem diretamente tais necessidades; de consumo – destinados a satisfazer diretamente as necessidades. Podem ser: duráveis – permitem um uso prolongado (geladeira, automóvel, vídeo, etc.); não duráveis – acabam com o consumo ou se tornam bens estritamente pessoais. Segundo sua função: intermediários – devem sofre transformação antes de se converter em bens de consumo ou de capital; finais – prontos para o uso ou consumo imediato. Segundo sua aplicação (uso): complementares – consumidos em conjunto com outros (meias e sapatos, pneus e jantes (aros), armação e lentes dos óculos etc. substitutos ou concorrentes – o consumo de um supre o consumo do outro (manteiga e margarina, gasolina e álcool num carro flex) Segundo a Lei (CC, art. 79 a 103): imóveis (“solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”) e móveis (“suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social”); fungíveis (substituíveis “por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”) e consumíveis (“uso importa destruição imediata da própria substância”); divisíveis (“que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”) e indivisíveis; singulares (“embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais”) e coletivos (quando se encaram agregados em todo) ou universais (“constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenha destinação unitária”). Ex: patrimônio, herança. públicos (“bens de domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno”). Não estão sujeitos a usucapião (CF, art. 183, § 3º e 191, Parágrafo único). Podem ser: de uso comum do povo (“tais como rios, mares, estradas, ruas e praças”) os de uso especial (“tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias”) os dominicais (“que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades”). Somente estes “podem ser alienados, observadas as exigências da lei”. particulares (“todos os outros ..., seja qual for a pessoa a que pertencerem”). principal (“o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente”) e acessórios (“aquele cuja existência supõe a do principal”) pertenças (“bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro”). benfeitorias: voluptuárias (“as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de valor elevado”), úteis (“as que aumentam ou facilitam o uso do bem”) e necessárias (“as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore”). Serviço Atividade que, sem criar objetos materiais, se destina, direta ou indiretamente, a satisfazernecessidades. Exemplos: educação, saúde, segurança, transportes, comunicações, comércio, seguros, sistema bancário, turismo, lazer, jurisdição, religião etc. Referências bibliográficas: (Holanda, N. Introdução à Economia – Da teoria à prática e da visão micro à macroperspectiva 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 21, A água – um bem livre ou econômico) e 14 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Apêndice: ÁGUA: TRANSPARENTE, INSÍPIDA, INODORA E FINITA. Recursos escassos: a ameaça de escassez dos recursos hídricos coloca a questão das águas no centro das preocupações mundiais. Com cada vez mais pessoas no mundo, e menos água disponível para todas elas, não é de surpreender que uma hora dê briga.Motivos para isso não faltam. A Terra possui 23 grandes bacias hidrográficas. Em algumas, o ritmo de extração de água já é maior do que sua taxa se renovação. As regiões onde elas estão são as mais prováveis focos de conflito por causa do líquido: o Oriente Médio, onde a falta de água só esquenta a conhecida instabilidade da área, e África e Ásia, de um modo geral, onde a pobreza e a superpopulação tornam a água tratada um bem especial escasso. Apenas 3% de toda a água disponível no planeta é doce. E somente 0,007% é de fácil acesso (as demais fontes (2,993%) são geleiras e lençóis subterrâneos); De toda a água doce disponível na Terra, apenas 1% está a céu aberto, em forma líquida ou gasosa.Setenta por cento estão depositados em forma de gela na geleiras e calotas polares. Os 29 restantes estão justamente debaixo da terra, depositados em aquíferos que abrigam 100 vezes mais água que os rios e lagos do globo. Os aqüíferos são enormes camadas subterrâneas de rochas permeáveis agindo como uma esponja, retendo a água filtrada da superfície e acumulando-a ao longo de sua extensão por milhões de anos; A agricultura e pecuária respondem por 70% do consumo de água mundial; Nas cidades maiores do planeta, o uso municipal e industrial de água aumentou 24 vezes no último século Mais de 1.250.000.000 de pessoas não têm água potável hoje; Até 2025, a degradação ambiental e a cultura do desperdício vão comprometer a vida de 2/3 da população mundial, mais de 5 bilhões de seres humanos. Grandes regiões da Ásia e África, além de trechos menores de Austrália, EUA, América Central e América do Sul (inclusive o nordeste do Brasil) já estão hoje em situação de escassez ou se aproximando disso. Os resultados podem ser devastadores. Se afeta a agricultura, a seca é capaz de forçar populações a migrar para não sofrer com a falta de alimentos e doenças. Em 1932, vítimas da seca no Ceará deixaram o interior em busca de socorro no litoral, por exemplo. Ficar onde moravam poderia levar à morte – o que aconteceu com 1 milhão de etíopes após uma queda no volume de chuvas em 1984. As perspectivas para o futuro são que as secas se intensifiquem. O aumento da temperatura global alimentou a evaporação no solo de países como a Austrália. A chuva gerada por esse vapor caiu em outras regiões, e o resultado são solos mais áridos naquele país. Produção mundial: o planeta ainda dispõe de reservas suficientes para matar a sede de todos os seres vivos. Mas A distribuição das águas no planeta não é regular e proporcional à ocupação humana; A produção de água fresca não é infinita e representa menos 0,5% do estoque total; A produção mundial de água doce dos rios é de 1,488 milhão m3/s; A produção da América do Sul é 334 mil m3/s (cerca de 23% da produção mundial); O apelo para a utilização das águas subterrâneas é inevitável.Dos três maiores aqüíferos conhecidos até 2012 (1º - Arenito Núbia, na Líbia, Egito, Chade e Sudão, com 2,2 milhões de km 2 ; 2º - Grande Bacia Artesiana, na Austrália, com 1,7 milhão de km 2 ), o 3º, o Guarani corre sob oito Estados brasileiros e se espalha sob o território argentino, paraguaio e uruguaio, com 1,2 milhão de km 2 A revista científica Geophysical Research Letters (2010) apontou que a extração de águas subterrâneas duplicou na Terra em quatro décadas passando de 126km 3 anuais em 1960 para 263km 3 em 2000. Estimativas recentes (2012) dizem que os aqüíferos são responsáveis por 1 de cada 3 litros de água utilizada para consumo humano e agropecuária. Eles também mantêm o nível de muitos rios em épocas de seca e garantem a água que aflora nos oásis do Deserto do Saara; A extração de água do Aquífero Guarani é economicamente viável em apenas 10% do seu volume, pois, a partir de 400m de profundidade, o custo de energia gasta para extrair água é maior que o de obtê-la de outras fontes. E mais: existe uma maior concentração de sais no centro do Aquífero Guarani, onde ele é mais profundo, tornando sua água imprópria para consumo humano Todavia, os cientistas russos acabam (fev/2012) de alcançar o Lago Vostok na Antártica, isolado há 15 milhões de anos por uma camada de gelo de 3.769m. A pressão de 400 atmosferas do gelo e o calor do centro do planeta evitam que a água (6,3 mil k𝑚3) congele nos 15.400 k𝑚2 , 40 vezes a extensão da Bahia da Guanabara. Os países que mais utilizam a água de aquíferos são os que se dedicam a grandes produções agrícolas: Índia, China, Paquistão, EUA. Não há dados sobre o Brasil, neste aspecto. 15 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Brasil: 5º país do mundo em extensão (47,7% da América do Sul) e população, ocupa posição de destaque no cenário internacional pelo volume e pela disponibilidade de água doce em seu território. Clima diversificado, abundância de chuvas em mais de 90% do país e uma das mais extensas e densas redes de rios perenes do planeta; A produção brasileira de água doce dos rios é de 177,9 mil m3/s (cerca de 53% da produção da América do Sul ou 12% da produção mundial). São 8 bacias principais: Amazonas (57% do território nacional), Tocantins, Atlântico Norte- Nordeste, São Francisco. Atlântico Leste, Paraná, Uruguai e Atlântico Sudeste; A bacia do Amazonas é responsável por 72% da produção brasileira (128,09 mil m3/s); As bacias do Amazonas, São Francisco e Paraná cobrem 72% da superfície do país. A bacia do Rio São Francisco abrange 7 unidades da federação e 504 municípios, produz energia, irriga vastos plantios numa região extremamente árida, garante peixe e transporte, mesmo não sendo tão generosa. Riscos da globalização: o mundo está sendo forçado a tomar decisões cruciais e inadiáveis sobre águas.Já se tem notícia de navios que deixaram cargas no Brasil e retornaram abarrotados de água para seu país. Um crescente movimento de pessoas acredita que os imperativos do crescimento ilimitado, da globalização econômica, do mercado consumidor global sem restrições, das regras das corporações, das desregulamentações, da privatização e do mercado livre são as forças que estão por trás da manutenção dos atuais sistemas de exploração irracional das águas. Águas subterrâneas brasileiras: de excelente qualidade, são a maior reserva brasileira de água doce encontrada em todas as regiões e facilmente acessível; A Província Hidrogeológica do Paraná (Aquífero Guarani) é a maior reserva com volume estimado de 50,4 mil km 3 (50% do total do Brasil = 105 mil km 3 ); A Província Hidrogeológica do Amazonas tem o 2º lugar com 32,5 mil km3 de água armazenada e área coberta de cerca de 1 milhão de km 2 ; A Província Hidrogeológica de Parnaíba (bacia do Maranhão) vem em 3º lugar com l7,5 mil km3 de reserva hídrica, cobrindo 700 mil km 2 . Concentração das águas brasileiras: a má distribuição A região Norte detém 80% do volume total de águas e só5% da população do país; Aos 95% dos habitantes compete dividir 20% das águas disponíveis; O Nordeste tem 29% da população brasileira e apenas 2,5% da produção hídrica. Os Estados de Pernambuco e Paraíba estão abaixo do índice de 2,5 mil m3/habitante/ano, considerado mínimo pelas Nações Unidas. Em São Paulo, cerca de 3 milhões de pessoas ficam sem água nos períodos de estiagem: há 4 regiões paulistas também abaixo daquele índice, sendo que na região metropolitana, a disponibilidade de água é a menor do país ou 200 m 3 /hab./ano; 69% da população rural brasileira e 15% da população urbana não contam com abastecimento de água potável, o que representa 28% da população total sem o abastecimento. Situação da água no Brasil: o detentor da maior reserva hídrica do planeta não pode orgulhar-se de suas águas. 70% dos rios em território brasileiro estão contaminados; 80% dos domicílios brasileiros (43,4 milhões) não contam com serviço de tratamento de esgoto antes de ser despejado nos corpos hídricos; Vale dizer: dos 34,6 milhões de domicílios brasileiros (63,9% do total de 54,2 milhões) que contam com serviço de coleta de esgoto, apenas em 35,3% ou 12,1 milhões de domicílios, o esgoto recebe algum tipo de tratamento; Detritos e sucatas do chão das cidades, dos pavimentos, erosões, lixo da rua, óleo de avenidas e rodovias são carreados pelas chuvas para poluir, de forma crescente, os rios; O mal das águas: a cultura da abundância – o uso da água sem controle e o desperdício generalizado: no campo (processos inadequados de irrigação), nas cidades (uso industrial, lavagens de ruas, carros, vazamentos etc.), nas casas (jardins, piscinas, uso doméstico descontrolado etc.) Fatores degradantes da água: além dos já mencionados, A deficiência e insuficiência dos serviços de saneamento; O baixo índice de coleta de lixo e, na destinação, a ausência de reciclagem e compostagem; As grandes superfícies impermeabilizadas das cidades (cultura de pavimentação); A inadequação do processo agrícola (uso e ocupação do solo, agrotóxicos etc.); A devastação da vegetação nas nascentes dos rios e a degradação das matas ciliares: assoreamentos, e desmatamentos das cabeceiras e margens; As erosões naturais não prevenidas e, pior, as provocadas; 16 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Os afluentes industriais: resíduos altamente poluentes, tóxicos, mortais; Governos que se desviam de suas responsabilidades regulatórias e fiscalizadoras; Grandes corporações de alimento energia e transporte, que estão ganhando o controle sobre barragens e vias de água que já parece uma commodity privada. Conscientização de todos: a mobilização da sociedade como um todo – governos, empresas e pessoas – em torno de um projeto ecologicamente sustentável. Água é bem de domínio público, de valor ecológico, social e econômico (CF, 20, III e VI; art. 26. e 200, VI). A proteção das águas deve reunir os usuários (indústrias, produtores rurais, pecuaristas, famílias etc.), comerciantes, hidroelétricas e empresas de abastecimento, e o poder público em todas as suas representações; A cultura do desperdício precisa ser combatida em várias frentes e nos menores detalhes; Em Israel, os produtores privilegiam métodos de irrigação mais caros, como o do gotejamento, porém mais racionais em termos de consumo de água; Na Suíça, os ralos de banheiro têm ¾ de polegada , dimensão que inibe o consumo por provocar maior alagamento. No Brasil, os ralos têm geralmente 6 polegadas. Recentemente, a Companhia Siderúrgica Nacional anunciou que estuda reutilizar em grande parte a água empregada em seus processos. Pesquisa de 1980 em países desenvolvidos demonstra que fica muito mais em conta preservar e economizar os recursos disponíveis do que buscar novas fontes, sendo complacente com o desperdício; Em 2011, o volume total de água reusada pela Petrobrás superou 20 bilhões de litros, o equivalente a 10% do necessário às operações da empresa. Com a conclusão dos projetos em curso, a Petrobrás pretende chegar a 2013 com uma economia anual superior a 30 bilhões de litros de água por ano. No Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), no Rio de Janeiro, 75% dos 800 milhões de litros de água que serão utilizados anualmente virão da captação de chuva e da água de reúso gerada a partir do tratamento, com economia anual de R$ 12 milhões. A Refinaria do Vale do Paraíba (Revap), em S. José dos Campos (SP) recebeu uma nova estação de tratamento com capacidade para tratar 300 mil litros/hora, além da modernização e ampliação de sua estação de tratamento de água. Economia anual de 2,6 bilhões de litros de água. O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) inicia suas operações em 2014 com o maior projeto de reúso de água do mundo (vazão de 1,5 mil litros de água por segundo). Gestão de recursos hídricos: é o conjunto de práticas destinadas a regular o uso da água e o controle dos processos de degradação dos recursos hídricos. A água de reúso é importante para esse tipo de gestão, pois é destinada a fins que não necessitam potabilidade: processos industriais, refrigeração de equipamentos, geração de energia, sistema anti- incêndio, lavagem de ruas, praças e veículos, irrigação de campos de futebol etc. A gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos devem orientar toda a agenda ambiental e social; A mobilização e participação da sociedade devem orientar as ações para a construção de políticas públicas de gestão democrática dos recursos hídricos; Mesmo com o avanço da legislação de recursos hídricos, as leis brasileiras devem contemplar melhor a notável diversidade de nossos ecossistemas e o respeito pela soberania de nossa biodiversidade. Resíduo que dá lucro: subprodutos industriais se tornam um bom negócio para as empresas que adotam tecnologias ambientais. O conceito de valorização dos resíduos tem ganhado cada vez mais destaque por conta da saturação de aterros sanitários, da crescente procura por matérias-primas e da legislação que impõe às indústrias a gestão de seus resíduos. Mais do que apenas reciclar, essa nova cultura gera subprodutos que diminuem custos paras as empresas e contribui para a valorização de sua imagem no âmbito social e ambiental. Exemplos: Compostagem: este sistema aproveita os resíduos orgânicos transformando-os em adubo orgânico ou condicionador dos solos de qualidade que, ao contrário dos agroquímicos, previne sua erosão e a, contaminação das águas e pode, inclusive, ser utilizado no cultivo de alimentos orgânicos; Reciclagem de entulhos:os resíduos da construção civil podem ser reciclados e transformados em areia, pedriscos, britas, bica corrida e metais segregados para uso na própria obra ou, ainda, como base de uma ação social, sendo doados às prefeituras para a reparação de estradas rurais entre outras finalidades; Frota verde: há empresas que recolhem o óleo de cozinha usado em residências e cozinhas industriais e produzem combustível para ser utilizados em sua frota de distribuição; 17 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Geração de energia: muitas empresas estão procurando gerar energia complementar a partir de seus próprios resíduos (bagaço da cana das usinas de açúcar e álcool), num claro compromisso com as futuras gerações; E-waste (leia: i-ueist): num mundo que usa cada vez mais eletrodomésticos, o processo de reaproveitamento do lixo das matérias-primas e dos produtos usados nessa área precisa garantir o descarte ambientalmente seguro dos que não puderem voltar para a produção. É a proteção dada às gerações vindouras contra o dano ambiental que causao descarte irresponsável dessas substâncias que contaminam fontes de ar, água e alimentação. Legislação brasileira sobre águas: Ordenações Filipinas (1604), Código Civil (1916), Código das Águas (1934), Constituição Federal (l988), Lei n. 9.433 (1997) e Código Civil (2002). 18 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza 3 – Origem e evolução da Economia Ordenamento da economia: visão de conjunto, sob perspectiva histórica. Da Antiguidade ao século XXI 1)Da Antiguidade ao final da Idade Média Períodos Características básicas da ordem econômica Fase pré-científica Continentes perdidos: Pangéia Continente antigo que, conforme certa teoria, era constituído pela reunião dos atuais continantes. O mito da Atlântida: segundo Sólon (séc. 7 a.C.) e Platão (séc. 4 a.C.), os atlantes eram pessoas muito inteligentes, que viviam em uma esplêndida cidade circular numa ilha-continente logo além das Colunas de Hércules (Estreito de Gilbratar, canal de 13 km entre a Europa e a África), tragada pelo mar 9 mil anos antes de Platão. Povos primitivos: Era neolítica (3.000 a. C), Idades da pedra, do bronze e do ferro, Antiguidade grega (Sócrates, Xenofontes, Platão e Aristóteles): Antiguidade romana (Catão, Varrão e Paládio): Idade Média (séc. V a XV): mil anos até o colapso do Império Romano do Oriente (1453), quando os turcos conquistaram Bizâncio (Constantinopla) Escolástica (Tomás de Aquino, Nicolau Oresmo e Antonino de Florença), Feudalismo: retrocesso econômico, feudos isolados, a terra como base do poder, produção de subsistência, reis fracos e dependentes do senhor feudal, trabalhadores rurais e servos da gleba. Mercantilismo (1450 a 1750): (Bodin, Montchrétien, John Low, Cantillion, Colbert). Renascimento: (Copérnico, Galileu, Descartes, Newton) Reforma: (Lutero, Calvino) Descobrimentos: (Caminho da Índia, América, Brasil). Começou a fracionar há 200 milhões de anos, formando a Laurásia ao Norte e a Gondwana ao Sul. A ilha de Sparttel, entre a Espanha e Marrocos, pode ser um vestígio desse enigma da arqueologia. Segundo estudos recentes do historiador e arqueólogo da Universidade do Mediterrâneo, na França, o francês Jacques Collina-Girard (2001), a ilha teria sido submersa há 11 mil anos. Coincidência? Caçadores, pastores (nômades) e agricultores (estáveis, moradias fixas). Economia de trocas incipiente. “Quando a agricultura prospera, todas as outras artes florescem; mas quando se abandona o cultivo da terra, por qualquer razão que seja, todos os outros trabalhos, em terra ou no mar, desaparecem ao mesmo tempo” (Sócrates apud Xenofontes). Formas primitivas de mercado. As conquistas, a repartição de terras, retorno populacional ao campo e declínio da agricultura. Propriedade privada, condenação da usura e do lucro exagerado, preços justos,defesa de salários. Alocação de recursos e processo distributivo sob orientações centrais. Bases em que se assentava a ordem econômica: formas autocráticas de poder; conservadorismo: tradição reproduzida; e mística proteção Traços dominantes: comandos centralizados, localismo e autossuficiência. Trabalho escravo ou servil. Despontar incipiente dos mercadores e, no século XVIII, da burguesia. Transformações políticas, econômicas e de padrões de vida. Transformações intelectuais, científicas, artísticas e literárias. Transformações religiosas, culturais e sociais Transformações geográficas, econômicas e de padrões de vida. 2) Séculos XVI, XVII e XVIII Criação científica da Economia Tableau Économique des Physiocrates, de François Quesnay (1758): Fisiocratas: governo da Natureza – a terra é a fonte da riqueza ou Naturalistas: “máxima satisfação com o mínimo de esforço”. A Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776) e Princípios de Economia Política e Tributação, de David Ricardo (1817) Clássicos: Malthus, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Léon Walras, Stanley Jevons, Alfred Marshall, John Maynard Keynes etc. Proposição do laissez-faire sob quatro princípios: 1) racionalidade do homo economicus; 2) virtudes do individualismo; 3) automatismo das forças de mercado; e 4) ajustamentos da concorrência. Revolução Industrial: Processo de superação do modo feudal de Criação de Estados soberanos e fortes. “Tentei construir um quadro fundamental da ordem econômica, para nele representar as despesas e o produto numa forma fácil de aprender e para formar uma clara opinião sobre os arranjos e desarranjos que o Governo pode ocasionar” (Quesnay, em carta ao Marquês de Mirabeau). Traços dominantes da ordem econômica: liberdade econômica sob restrições; empreendimentos privados sob regulamentações detalhadas; e mercados sob o poder regulatório da autoridade pública. Segundo Paul Samuelson, Smith foi o “gênio tutelar da escola clássica” e gerou David Ricardo (1772-1883), o “pai de todos” os clássicos, que gerou duas correntes opostas: a ortodoxa e a marxista. A primeira: Expansão de mercados: diversificação fundamentada na divisão social do trabalho e na especificação, e trocas internacionais sob orientação centralizada. Formulação do pensamento liberal clássico: conceito de ordem natural e crença na mão invisível do mercado. Traços dominantes da ordem econômica: Estado minimalista; propriedade privada dos meios de produção; livre iniciativa empresarial; e mercado como centro de coordenação da economia. Método científico de organização do trabalho e dos processos produtivos, 19 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza produção e comércio artesanatos e manufaturas domésticos ou putting out system pelo capitalismo industrial ou factory system (séc. XVI, XVII e mais no XVIII); com aumento de escala, especialização de funções e divisão do trabalho, utilização crescente de máquinas (fábricas e não manufaturas), expansão da produtividade etc. Fatores que a antecederam: Revolução Agrícola com aumento de alimentos e liberação da mão-de-obra, concentração de capitais financeiros e criação de bancos, êxodo rural e crescimento urbano. 3) Séculos XVIII (final), XIX e início de XX até 1929. Elaboração dos princípios teóricos fundamentais Marxistas: Engels, Karl Marx (Das Kapital,, de 1867) , Lênin etc. Condenação do modo capitalista de produção: ênfase na justiça distributiva. Construção da economia de comando central. Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca (Carl Menger, Ludwig von Mises); Teoria do Marginalismo: Stanley Jevons, Léon Walras, Pareto e Alfred Marshall, com a primeira síntese neoclássica; Escola Neoclássica Sueca ou Neoclassismo (Wicksell, Veblen) Economia do Bem-estar ou welfare (Pigou e Knight). Fase da Ciência Econômica a partir de 1929 Revolução Keynesian - John Maynard Keynes (Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda – 1935). Argumentos contra o laissez-faire. Economia do pleno emprego de fatores. Socialismo realizado Pós-keynesianos. Economia Humanística: da educação, do trabalho, da saúde, dos recursos humanos, do turismo, sociológica, psicológica, etc.: E a segunda: Karl Marx se baseou na dialética (tese –antítese–síntese) de Hegel, onde tudo nasce, vive e morre, para renascer qual Fênix. A – Construção da economia de comando central: Criação da URSS Extensão do modelo à Europa do Leste, China, Cuba e outras economias da Ásia e da África Traços dominantesda nova ordem econômica: propriedade coletiva dos meios de produção; restrições quase totais à liberdade de empreendimento; e organização de centrais de planificação para coordenação da economia. Marshall usou a metodologia dedutiva ou abstrata (“análise marginal”) para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o aparecimento do preço de equilíbrio; Débâcle: de 1920 a 1929, os americanos compraram diversas ações de empresas. De repente, o valor das ações despencou. Os investidores queriam vendê-las, mas ninguém queria comprá-las. Esse quadro desastroso culminou na “5ª feira Negra” de 24/10/29. A crise foi até 1933 quando Roosevelt elaborou o New Deal (um grande programa de investimentos públicos) e o Estado passou a vigiar o mercado. B – Intervencionismo na economia de mercado: Fim do laissez-faire. Novas funções do Estado: regulação, empreendimento e bem-estar. Traços dominantes da nova ordem econômica: restrições seletivas ao empreendimento privado; estatização parcial; e mercados submetidos ao poder regulatório da autoridade pública. C – Economias em transição: Reestruturação e abertura das economias de comando central. 4) Século XX (final) e Século XXI (início) Segunda síntese neoclássica: Kalecki, Hicks, Paul Samuelson, este com a grande síntese econômica do que antes eram visões esparsas, um coerente painel de equações matemáticas e princípios lógicos explicativos da Economia. – Estruturalistas (CEPAL): Ahumada, Celso Furtado, Oswaldo Sunkel. – Institucionalistas: Galbraith, Buchanam e Wagner – Monetaristas: Milton Friedman, von Mises, Hayek, Mario Henriques Simonsen - Marxismo “keynesiano”: Paul Baran, Sweezy, Leo Huberman. – Economia globalizada: O fenômeno da globalização econômica. A crise de outubro/2008 e os policy markers. – Triplo cenário econômico: revisão dos papéis, do tamanho e dos limites do governo nas economias de mercado. Síntese ao lado. I – Economia ortodoxa de mercado: As diferenças interclasses são acentuadas. Apenas as classes de alta renda têm acesso a todos os mercados e, neles, podem adquirir quaisquer bens e serviços que desejarem. Subsistem classes abaixo da linha de pobreza absoluta. Estas estão excluídas de grande número de mercados. As classes médias e médias-baixas têm acesso menos fácil, mas ainda assim tangenciam a maior parte dos mercados. II –Economia coletivista ortodoxa: Não há classes diferenciadas. No limite, estabelece-se uma sociedade sem classes. Todas as unidades familiares têm acesso a todos os mercados e, neles, têm acesso a todos os produtos. As quantidades dos variados bens e serviços disponíveis são igualitariamente apropriados por todos. III –Economia social de mercado (parece ser esta a mais consistente): As diferentes interclasses são decorrentes de causas socialmente aceitáveis. Prevalecem os princípios da equitatividade, não os do pleno igualitarismo. Todas as classes têm acesso a todos os mercados, embora com diferentes poderes de aquisição. Não há os que se excluam de quaisquer mercados. À satisfação das necessidades básicas todos têm amplo acesso. É nula a incidência de pobreza absoluta. 20 Economia – Roteiros de aulas – José Leopoldo de Souza Síntese geral da evolução da Economia – Outro enfoque Épocas Principais Escolas Enfoques Pensadores Principais 1) Fase pré-científica: era neolítica – 3.000 a.C. Idade da pedra do bronze do ferro Caça e pesca Pastoreio Agricultura Nomadismo sedentarismo Antiguidade: Grécia Primeiras manifestações econômicas Planificação do Estado. Formação da riqueza – usura, salário, valor. Agricultura e formas de aumentar a riqueza. Sócrates (470-399 a.C.) Xenofontes (440–335 a.C) Platão (429–347 a.C) Aristóteles (384–322 a.C) Antiguidade: Roma As consequências das conquistas romanas Repartição das terras Retorno ao campo Declínio da agricultura Catão, Varrão, Columela e Paládio Idade Média Escolástica: pen- samento cristão. Feudalismo Propriedade privada, usura, preços justos, lucro e salários. Retrocesso na economia: a terra como base de poder, trabalhadores como servos da gleba e atividades de subsistência Tomás de Aquino, Nicolau Oresmo e Antonino de Florença Renascimento (1450– 1759), uma revolução filosófica, científica e cultural: Gutenberg (1390?-1468), Copérnico (1473-1548), Galileu Galilei (1564- 1646), René Descartes (1596-1650), Isaac Newton (1642-1727) . Mercantilismo (1613-1767) Bulionismo Colbertismo Cameralismo A Reforma e descobrimentos. Acumulação de riqueza. Burguesia. Revolução comercial Comércio exterior. Pirataria, guerras. Estoques de metais preciosos (bullion, barras de ouro e prata) como forma de pagamento e riqueza. Estado absolutista equilibrado tem superavit externo. Administração das rendas e dos gastos do Príncipe. Espanha e Portugal: Olivares, Ortiz e Serra França: Antoine Montchrétien, Jean Bodin, Cantillion, Jean Baptiste Colbert Inglaterra (1664): Thomas Mun: Englands Treasure by forraign Trade Alemanha: Seckendorff, Becher e Hornick 2) Criação cientifica da Economia (1750 a 1870): Racionalismo (2ª met. do séc. XVIII) Iluminismo Idade da Razão Liberalismo: Escola Fisiocrata Escola Clássica Primeira manifestação científica econômica: crença na ordem natural (φίσіо); a agricultura era o único setor produtivo; e imposto único sobre a renda da terra. Oposição ao Mercantilismo: preocupação com o bem-estar da população. Estado e laissez-faire: a “mão invisível”. Renda da terra. Rendimentos decrescentes. Valor e distribuição da riqueza. Moeda, juros, lucros, tributos e salários. Quesnay: Tableau Économique – fluxos, funções, circulação, órgãos etc.), Gournay, Turgot, William Petty, Mirabeau e Carl Friedrich Adam Smith (Wealth of Nations - 1776), Malthus (teoria da população), Ricardo (teoria do valor-trabalho), Stuart Mill (consolidação de princípios), Senior e Say (“a oferta cria sua própria demanda”) Reações às escolas liberais (século XIX) Escola Histórica Alemã Desenvolvimento de um povo está ligado à sua civilização Roscher, Hildebrand, Karl Knies e Schmoller Segunda metade do séc. XIX Escola socialista: Marxismo Forças que criam uma ordem, procuram estabilizá-la sufocando o crescimento de outras forças até aparecerem forças novas que realizam suas aspirações. Teoria do valor trabalho. PNB=C+E+V. C+E = Capital constante e variável. Mais valia = V. Taxa de exploração = Te = E/V. Condenação do modo capitalista de produção: ênfase na justiça distributiva. Construção da economia de comando central (URSS e outras). Thomas Morus (Utopia - séc. XVI), Saint-Simon e Proudhon (séc. XVIII), Hegel. Friedrich Engels e Marx (Manifesto Comunista – 1848) e Karl Marx (Das Kapital –1867) que se baseou na dialética (tese –antítese–síntese) de Hegel, onde tudo nasce, vive e morre, para renascer qual Fênix. 3) Elaboração dos princípios teóricos fundamentais (1870 a 1929): últimas décadas do séc. XIX Escola de Viena ou Escola Psico- lógica Austríaca Teoria do Margi- nalismo Defesa do capitalismo de livre mercado, melhor forma de promover o desenvolvimento. Contra a
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