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Dir Adm Aula 03

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PACOTE PREPARATÓRIO PARA TÉCNICO JUDICIÁRIO DO STF 
PROF. FABIANO PEREIRA – NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
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 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
 
Olá! 
 
A nossa aula de hoje é extremamente especial, pois versará sobre tema 
presente em quase todos os editais do CESPE: atos administrativos. 
De todos os tópicos que serão apresentados, gostaria que você 
concedesse uma atenção especial aos requisitos e atributos do ato 
administrativo, pois esses são os assuntos mais frequentes em provas da 
banca. 
Com relação aos itens “6” e “7”, aconselho que você faça uma breve 
leitura, apesar de não constar expressamente no conteúdo programático, pois 
facilitará o entendimento de vários outros tópicos da aula. 
No mais, fico aguardando eventuais dúvidas em nosso fórum. 
 
 Bons estudos! 
 
 
 
 
 Fabiano Pereira 
 fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 FACEBOOK: www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor 
 
 
 
 
"Direcione sua visão para o alto, quanto mais alto, melhor. Espere que 
as mais maravilhosas coisas aconteçam, não no futuro, mas 
imediatamente. Perceba que nada é bom demais para você. Não permita 
que absolutamente nada te impeça ou te atrase, de modo algum." 
(Eileen Caddy) 
 
 
 
 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. Considerações iniciais ............................................................. 03 
 
2. A distinção entre atos administrativos, fatos da Administração 
Pública, atos da Administração Pública e fatos administrativos 
2.1. A expressão “atos da Administração” ............................ 05 
2.2. A expressão “fatos da Administração” .......................... 05 
2.3. A expressão “fatos administrativos” .............................. 06 
 
3. Conceito ................................................................................... 07 
 
4. Elementos ou requisitos do ato administrativo ......................... 08 
 4.1. Competência ou sujeito ................................................. 08 
 4.2. Finalidade ..................................................................... 10 
 4.3. Forma ........................................................................... 11 
 4.4. Motivo .......................................................................... 12 
 4.5.Objeto ou conteúdo ........................................................ 15 
 
5. Atributos do ato administrativo ................................................ 15 
 5.1. Presunção de legitimidade ............................................ 16 
 5.2. Imperatividade ............................................................. 17 
 5.3. Autoexecutoriedade .................................................... 18 
 5.4. Tipicidade ..................................................................... 20 
 
6. Extinção dos atos administrativos ............................................ 21 
 
7. Convalidação de atos administrativos ....................................... 27 
 
8. Classificação dos atos administrativos ..................................... 29 
 
9. Espécies de atos administrativos .............................................. 35 
 
10. Revisão de véspera de prova – “RVP”...................................... 40 
 
11. Questões comentadas ........................................................... 42 
 
 
 
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1. Considerações iniciais 
 
 Ao exercer a função administrativa com o objetivo de satisfazer as 
necessidades coletivas primárias, a Administração Pública utiliza-se de um 
mecanismo próprio, que lhe assegura um conjunto de prerrogativas 
necessárias ao alcance das finalidades estatais: o denominado regime 
jurídico-administrativo. 
 É o regime jurídico-administrativo que garante à Administração Pública a 
possibilidade de relacionar-se com os particulares em condição de 
superioridade, podendo impor-lhes decisões administrativas 
independentemente da concordância ou da aquiescência, pois são necessárias 
ao alcance das finalidades estatais. 
 Com o intuito de materializar as funções administrativas, ou seja, para 
realmente colocar em prática a vontade da lei, a Administração irá editar 
várias espécies de atos, cada um com uma finalidade específica, a exemplo de 
uma portaria, um decreto de nomeação de servidor, uma ordem de 
serviço, uma certidão negativa de débitos previdenciários, uma instrução 
normativa, uma circular, entre outros. 
Apesar de ser regra geral, é válido esclarecer que nem sempre os atos 
editados pela Administração serão regidos pelo direito público, pois, 
dependendo do fim visado legalmente, alguns atos podem ser praticados sob o 
amparo do direito privado. 
Diante disso, é possível concluir que a Administração Pública edita dois 
tipos de atos jurídicos: 
1º) atos que são regidos pelo direito público e, consequentemente, 
denominados de atos administrativos; 
2º) atos regidos pelo direito privado. 
Os atos administrativos editados pela Administração estão amparados 
pelo regime jurídico-administrativo, portanto, expressam a sua 
superioridade em face dos administrados. Por outro lado, nos atos regidos 
pelo direito privado a Administração apresenta-se em condições 
isonômicas frente ao particular, como acontece, por exemplo, na assinatura 
de um contrato de aluguel. 
 Quando a Administração deseja celebrar um contrato de locação (ato 
regido pelo direito privado, mais precisamente pelo Direito Civil) com um 
particular (deseja alugar um imóvel para instalar uma unidade administrativa 
da Polícia Federal, por exemplo), essa relação bilateral é consequência de 
um “acordo de vontades” entre as partes. 
No referido contrato, as cláusulas não foram definidas e elaboradas 
exclusivamente pela Administração, existiu uma negociação anterior até que 
se chegasse a um consenso sobre o que seria melhor para as partes e, 
somente depois, o contrato foi assinado. 
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Pergunta: Professor Fabiano, então é correto afirmar que, nos atos 
regidos pelo direito privado, a Administração jamais gozará de qualquer 
prerrogativa ou “privilégio”? 
Não. Tenha muito cuidado com a expressão “jamais”, “nunca”, 
“exclusivamente”, “somente”, entre outras, pois excluem a possibilidade de 
exceções, existentes às “milhares” no Direito. 
Como regra geral, entenda que, nos atos regidos pelo direito privado 
a Administração encontra-se em uma relação horizontal em face do 
particular, ou seja, uma relação isonômica, em igualdade de condições. Desse 
modo, não irá gozar de prerrogativas. 
Todavia,em situações excepcionais, tanto o direito privado como o 
Direito Administrativo (direito público) podem estabelecer prerrogativas 
(“privilégios”) à Administração, caso seja necessário ao alcance do interesse 
público. 
Exemplo: Como estudaremos adiante, todos os atos regidos pela 
Administração, inclusive os regidos pelo direito privado, gozam do atributo 
denominado “presunção de legitimidade”. Sendo assim, da mesma forma que 
ocorre em relação aos atos administrativos, os atos regidos pelo direito privado 
também são presumivelmente editados em conformidade com o direito. 
Pergunta: Professor, quando você afirma que a Administração Pública 
pode editar atos regidos pelo direito público e pelo direito privado, você 
está incluindo no conceito de Administração também os poderes Legislativo e 
Judiciário? 
É claro que sim. Lembre-se de que a função administrativa é típica do 
Poder Executivo, mas não é exclusiva. Portanto, os poderes Legislativo e 
Judiciário também poderão exercê-la atipicamente. 
Atenção: Essas informações sobre os atos regidos pelo direito privado 
são muito importantes para responder algumas questões em prova. Contudo, o 
nosso foco de estudo neste capítulo são os atos administrativos, ou seja, 
aqueles regidos pelo direito público. 
Dificilmente você irá encontrar uma prova de Direito Administrativo que 
não exija conhecimentos sobre o tema, principalmente sobre os “requisitos” e 
“atributos” do ato administrativo. Tente assimilar todos os conceitos que 
serão apresentados, bem como todas as questões que serão disponibilizadas 
ao término da aula, pois serão essenciais para o seu sucesso no concurso do 
Supremo Tribunal Federal. 
Aproveitando a oportunidade, gostaria de convocá-lo para 
participar do fórum de dúvidas. Tenho constatado que poucos alunos 
estão participando efetivamente do fórum e isso dificulta a elaboração 
das próximas aulas, pois não consigo perceber a evolução do curso. 
 
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Não consigo saber, por exemplo, se a linguagem está sendo 
acessível, se as questões de fixação do conteúdo estão sendo 
respondidas facilmente, enfim, preciso desse retorno. 
Caso você não queira se manifestar no fórum, envie o seu e-mail 
para fabianopereira@pontodosconcursos.com.br. 
 
No mais, vamos voltar para o “batente”! 
 
2. A distinção entre atos administrativos, fatos da Administração 
Pública, atos da Administração Pública e fatos administrativos 
 Apesar do CESPE não cobrar esse tema com muita frequência em suas 
provas, é necessário que você conheça as diferenças conceituais existentes 
entre essas expressões. 
 
 2.1. A expressão “atos da Administração” 
 Podemos definir como “atos da Administração” todos os que são 
editados pela Administração Pública, sejam eles regidos pelo direito público ou 
direito privado. Nesse caso, é suficiente que o ato tenha sido editado pela 
Administração Pública para ser considerado “ato da Administração”. 
 A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro informa que podem ser 
incluídos como atos da Administração: os atos de direito privado (a exemplo 
de uma doação ou locação); atos materiais (que envolvem apenas a 
execução de determinada atividade, a exemplo de uma demolição); os atos 
de conhecimento, opinião, juízo ou valor (que não expressam uma 
vontade, e, portanto, não podem produzir efeitos jurídicos, a exemplo de 
atestados e certidões); os atos políticos; os contratos; os atos 
normativos; e, ainda, os atos administrativos propriamente ditos. 
 
 2.2. A expressão “fatos da Administração” 
 A expressão “fato da Administração” é utilizada para referir-se a 
determinados fatos ocorridos no âmbito da Administração Pública e que não 
repercutem no âmbito do Direito Administrativo. 
 Se o servidor derramar um copo de café em cima da toalha da mesa do 
refeitório do órgão que trabalha, por exemplo, estaremos diante de um fato, 
um acontecimento. A princípio, esse fato não produz qualquer efeito no 
âmbito do Direito Administrativo, pois é suficiente que o servidor limpe a 
toalha, lave o copo e tudo está resolvido. Eis o fato da Administração. 
De outro lado, se o café estava muito quente e “derrete” a toalha da 
mesa, avaliada em R$ 100,00 (cem reais), esse mesmo fato irá produzir 
efeitos no âmbito do Direito Administrativo, pois o servidor estará 
obrigado a restituir aos cofres públicos o prejuízo causado. 
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 Nesse caso, não teremos um simples fato da Administração, mas sim um 
fato administrativo. 
 
2.3. A expressão “fatos administrativos” 
 Apesar de o conceito de “fato administrativo” não ser pacífico na 
doutrina, penso que é conveniente, para as provas do CESPE, adotar o 
entendimento de Maria Sylvia Zanella di Pietro, que conceitua como fato 
administrativo o “fato” ocorrido no âmbito da Administração Pública e que gera 
efeitos jurídicos no âmbito do Direito Administrativo (a exemplo da obrigação 
do servidor restituir aos cofres públicos o valor da toalha que derreteu com o 
café derramado). 
O fato administrativo também pode ser entendido como uma 
consequência do ato administrativo. Primeiro, edita-se o ato administrativo e, 
posteriormente, no momento de colocá-lo em prática, de executá-lo, ocorre o 
fato administrativo, que também é denominado de “ato material” da 
Administração. 
Exemplo: Imagine que um servidor, ao se deparar com um 
carregamento de produtos impróprios para o consumo (com prazo de validade 
expirado), tenha que efetuar a apreensão dos mesmos. Nesse caso, a 
apreensão dos produtos é um ato material, ou seja, o servidor irá retirar os 
produtos do veículo que os transportava e levá-lo para o depósito do órgão 
público. Entretanto, a apreensão somente ocorreu em virtude da lavratura de 
um ato administrativo de apreensão. 
Ainda podemos citar como exemplos de fatos administrativos a limpeza 
de vias públicas, uma cirurgia médica realizada em um Posto de Saúde do 
Município, a aula ministrada por um professor de Universidade Pública, a 
edificação de uma obra, entre outros. 
 
2.3.1. Fato administrativo involuntário 
É aquele que decorre de um evento natural que produziu 
consequências jurídicas no âmbito do Direito. Podemos citar como exemplos a 
morte de um servidor, um raio que causou um incêndio em uma repartição 
pública, ou, ainda, o nascimento do filho de uma servidora. 
Pergunta: Nos exemplos citados, quais as consequências jurídicas 
(efeitos jurídicos) que a morte e o nascimento podem produzir na 
Administração? 
Bem, com o falecimento do servidor, ocorrerá a vacância do cargo e 
surgirá o direito de seus dependentes receberem pensão. Por outro lado, como 
o nascimento do filho de uma servidora, esta passará a usufruir da famosa 
“licença-maternidade”. 
 
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2.3.2. Fato administrativovoluntário 
Os fatos administrativos voluntários são consequência de atos 
administrativos ou de condutas administrativas que refletem os 
comportamentos e as ações administrativas que repercutirão no mundo 
jurídico. 
Segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, os fatos 
administrativos voluntários se materializam de duas maneiras distintas: 
a) por atos administrativos, que formalizam a providência desejada 
pelo administrador através da declaração de vontade do Estado; 
b) por condutas administrativas, que refletem os comportamentos e 
as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato administrativo 
formal. 
 
3. Conceito 
 
 São vários os conceitos de ato administrativo formulados pelos 
doutrinadores brasileiros, cada um com as suas peculiaridades. Entretanto, 
percebe-se nas provas de concursos públicos uma maior inclinação pelo 
clássico conceito elaborado pelo professor Hely Lopes Meirelles, que assim 
declara: 
“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim 
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.” 
 
Analisando-se o conceito do saudoso professor, podemos concluir que o 
ato administrativo possui características bastante peculiares e, 
consequentemente, muito exigidas em provas de concursos: 
1ª) É uma manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública: nesse caso, é suficiente esclarecer que a Administração não está 
obrigada a consultar o particular antes de editar um ato administrativo, ou 
seja, a edição do ato depende, em regra, somente da vontade da 
Administração (pense no caso da aplicação de uma multa de trânsito, por 
exemplo). 
2ª) É necessário que o ato administrativo tenha sido editado por 
quem esteja na condição de Administração Pública: é importante 
destacar que, além dos órgãos e entidades que integram a Administração 
Pública direta e indireta, também podem editar atos administrativos entidades 
que estão fora da Administração, como acontece com as concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, desde que investidos em 
prerrogativas estatais. 
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3ª) O ato administrativo visa sempre produzir efeitos no mundo 
jurídico: segundo o professor, ao editar um ato administrativo, a 
Administração visa adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou, ainda, impor obrigações aos administrados ou a si 
própria. 
Além das características que foram apresentadas acima, lembre-se ainda 
de que, ao editar um ato administrativo, a Administração Pública encontra-se 
em posição de superioridade em relação ao particular, pois está 
amparada pelo regime jurídico-administrativo. 
4ª) O ato administrativo está sujeito à exame de legitimidade 
pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração Pública: conforme 
analisaremos posteriormente, a Administração Pública poder exercer o poder 
(ou princípio) de autotutela sob os seus próprios atos. No mesmo sentido, 
constatado que um ato administrativo foi editado em desconformidade com o 
ordenamento jurídico vigente, o Poder Judiciário está autorizado a analisá-lo, 
procedendo à respectiva anulação, se for o caso. 
 
4. Elementos ou requisitos do ato administrativo 
 Os elementos ou requisitos do ato administrativo nada mais são que 
“componentes” necessários para que o ato seja considerado inicialmente 
válido, editado em conformidade com a lei. 
 Não existe uma unanimidade doutrinária sobre a quantidade e as 
características de cada requisito ou elemento do ato administrativo. 
Entretanto, como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso público, 
iremos adotar o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que 
entende serem cinco os elementos dos atos administrativos: competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto. 
 Como não poderia ser diferente, as bancas adoram abordar os 
“requisitos” ou “elementos” do ato administrativo, a exemplo do que 
ocorreu na prova para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 10ª 
Região, oportunidade na qual o CESPE considerou correta a seguinte 
assertiva: “Consoante a doutrina, são requisitos ou elementos do ato 
administrativo a competência, o objeto, a forma, o motivo e a 
finalidade”. 
 
 4.1. Competência ou Sujeito 
 O ato administrativo não “cai do céu”. É necessário que alguém o edite 
para que possa produzir efeitos jurídicos. Esse alguém é o agente público 
(também chamado por alguns autores de “sujeito”), que recebe essa 
competência expressamente do texto constitucional, através de lei (que é 
a regra geral) ou, ainda, segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, 
através de normas administrativas. 
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 Neste último caso, o ilustre professor informa que “em relação aos 
órgãos de menor hierarquia, pode a competência derivar de normas expressas 
de atos administrativos organizacionais. Nesses casos, serão tais atos editados 
por órgãos cuja competência decorre de lei. Em outras palavras, a 
competência primária do órgão provem da lei, e a competência dos segmentos 
internos dele, de natureza secundária, pode receber definição através dos atos 
organizacionais”. 
Para responder às questões do CESPE: A competência constitui elemento 
ou requisito do ato administrativo vinculado, cabendo, entretanto, ao próprio 
órgão público estabelecer as suas atribuições (Analista Administrativo/MPU 
2010/CESPE). Assertiva considerada incorreta pela banca. 
 
 Sobre a competência, além de saber que se trata de um requisito 
sempre vinculado do ato, é importante que você entenda ainda quais são as 
principais características enumeradas pela doutrina, pois é muito comum 
encontrarmos questões em prova sobre o assunto. 
1ª) É irrenunciável: já que prevista em lei, a competência é de 
exercício obrigatório pelo agente público sempre que o interesse público 
assim exigir. Não deve ser exercida ao livre arbítrio do agente, mas nos termos 
da lei, que irá definir os seus respectivos limites. 
2ª) É inderrogável: os agentes públicos devem sempre exercer a 
competência nos termos fixados e estabelecidos pela lei, sendo-lhes vedado 
alterar, por vontade própria ou por atos administrativos, o alcance da 
competência legal. 
3ª) Pode ser considerada improrrogável: quando a agente público 
edita um ato que inicialmente não era de sua competência, isso não significa 
que, a partir de então, ele se torna o único competente legalmente para 
exercê-lo, pois, provavelmente, o ato foi editado em razão de avocação ou 
delegação, ambos estudados anteriormente. 
4ª) É intransferível: como a avocação e a delegação estão 
relacionadas exclusivamente com o exercício da competência, é válido 
destacar que a sua titularidade permanece com a autoridade responsável 
pela delegação, que poderá ainda continuar editando o ato delegado, por 
exemplo. 
5ª) É imprescritível: o exercício de determinada competência pelo seu 
titular não prescreve em virtude do lapso temporal, independentemente do 
tempo transcorrido. A obrigação de exercer a competência subsistesempre 
que forem preenchidos os requisitos previstos em lei. 
Para responder às questões do CESPE: A delegação da competência para a 
realização de um ato administrativo configura a renúncia da competência do 
agente delegante (CESPE/Analista Judiciário – TJ ES/2011). Assertiva 
considerada incorreta pela banca. 
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 Além das características apresentadas, atente-se ainda para as regras 
básicas previstas na Lei 9.784/99 (Lei do processo administrativo federal), 
objeto frequente nas provas de concursos. 
1ª) Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver 
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou 
titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de 
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial; 
2ª) Não pode ser objeto de delegação a edição de atos de caráter 
normativo; a decisão de recursos administrativos; e as matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade; 
3ª) O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio 
oficial; 
4ª) O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade 
delegante; 
5ª) As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente 
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado; 
6ª) Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a avocação temporária de competência 
atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
 
Para responder às questões do CESPE: Um órgão administrativo e seu 
titular podem, na ausência de impedimento legal, delegar a sua competência a 
outros órgãos ou titulares, desde que estes lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial (Analista de Recursos Humanos / MCT – FINEP / 
CESPE 2009 adaptada). Assertiva considerada incorreta pela banca. 
 
 4.2. Finalidade 
 Trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que impõe a 
necessidade de respeito ao interesse público no momento da edição do ato 
administrativo. 
 Tenho certeza de que você se recorda de que a finalidade do ato 
administrativo deve ser atingida tanto em sentido amplo quanto em sentido 
estrito para que este seja considerado válido. 
Em sentido amplo, significa que todos os atos praticados pela 
Administração devem atender ao interesse público. Em sentido estrito, 
significa que todo ato praticado pela Administração possui uma finalidade 
específica, prevista em lei. 
 
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 Apesar de a Administração ter por objetivo a satisfação do interesse 
público, é válido ressaltar que, em alguns casos, poderão ser editados atos 
com o objetivo de satisfazer o interesse particular, como acontece, por 
exemplo, na permissão de uso de certo bem público (quando o Município, por 
exemplo, permite ao particular a possibilidade de utilizar uma loja do Mercado 
municipal para montar o seu estabelecimento comercial). 
Nesse caso, o interesse público também será atendido, mesmo que 
secundariamente. O que não se admite é que um ato administrativo seja 
editado exclusivamente para satisfazer o interesse particular. 
Dentre todos os requisitos do ato administrativo, o da finalidade é o 
que mais condiz com a necessidade de observância ao princípio da 
impessoalidade, pois, se o agente público está praticando o ato com o 
objetivo de satisfazer o interesse coletivo, não beneficiará ou prejudicará 
determinados grupos ou pessoas em razão de características ou condições 
pessoais. 
Para responder às questões de prova: A alteração da finalidade do ato 
administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da 
administração caracteriza o desvio de poder (CESPE/Perito Médico – 
INSS/2010). Assertiva considerada correta pela banca. 
Em suma, lembre-se de que o requisito denominado “finalidade” tem 
que responder à seguinte pergunta: para que foi editado o ato? 
Para responder às questões de prova: Lembre-se sempre de que a 
finalidade é o efeito jurídico mediato (secundário) que o ato administrativo 
produz. 
 
4.3. Forma 
A forma, que também é um requisito vinculado do ato administrativo, 
a exemplo dos requisitos da competência e finalidade, também pode ser 
compreendida em sentido estrito e em sentido amplo. 
Em sentido estrito, a forma pode ser entendida como a exteriorização 
do ato administrativo, o “modelo” do ato, o modo pelo qual ele se apresenta ao 
mundo jurídico. 
Em regra, o ato administrativo apresenta-se ao mundo jurídico por 
escrito. Entretanto, existe a possibilidade de determinados atos surgirem 
verbal, gestual, ou, ainda, virtualmente. 
Exemplo: Quando o guarda de trânsito emite “dois silvos breves” com o 
seu apito, ocorre a edição de um ato administrativo informal, pois ele está 
determinando que você pare o veículo para que seja fiscalizado. Da mesma 
forma, quando o semáforo de trânsito apresenta a cor vermelha, está sendo 
editado um ato administrativo informal determinando que você também pare 
o veículo. 
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Ao contrário do princípio da liberdade das formas, que vigora no 
direito privado, segundo o qual os atos podem ser praticados por qualquer 
forma idônea para atingir o seu fim, vigora no Direito Administrativo, em 
regra, o princípio da solenidade das formas, segundo o qual, para a edição 
de um ato administrativo, devem ser respeitados procedimentos especiais e 
forma prevista em lei. 
O princípio da solenidade das formas está consagrado no § 1º, artigo 
22, da Lei Federal 9.784/99, ao estabelecer que “os atos do processo devem 
ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua 
realização e a assinatura da autoridade responsável”. 
Sendo assim, em âmbito federal existe norma expressa que impõe a 
regra da forma escrita para o exercício das competências públicas, o que nos 
leva a entender que, em regra, os atos administrativos devem ser formais. 
Em sentido amplo, a forma pode ser entendida como a formalidade 
ou procedimento a ser observado para a produção do ato administrativo. Em 
outras palavras, entenda que a lei pode determinar expressamente outras 
exigências formais que não fazem parte do próprio ato administrativo, mas 
que lhe são anteriores ou posteriores (exigência de várias publicações do 
mesmo ato no Diário Oficial, por exemplo, para que possa produzir efeitos). 
Ao contrário do que ocorre em relação ao princípio da solenidade das 
formas, que impõe a necessidade da vontade administrativa se exteriorizar 
por escrito, em relação à formalidade ou procedimento, somente será 
exigida uma dada formalidade se a lei expressamente determinar. Inexistindo 
lei impondo uma exigência formal além da exteriorização escrita, não há queser requerer qualquer procedimento complementar. 
Esse é o teor do caput do artigo 22 da Lei 9.784/99, ao declarar que “os 
atos do processo administrativo não dependem de forma determinada 
senão quando a lei expressamente a exigir”. 
 
Para responder às questões do CESPE: Sempre que a lei expressamente 
exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado 
válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato (Auditor 
Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE). Assertiva considerada 
correta. 
 
4.4. Motivo 
O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato 
e de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. 
O motivo se manifesta através de ações ou omissões dos agentes 
públicos, dos administrados ou, ainda, de necessidades da própria 
Administração, que justificam ou impõem a edição de um ato administrativo. 
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Para que um ato administrativo seja validamente editado, faz-se 
necessário que esteja presente o pressuposto de fato e de direito que 
autoriza ou determina a sua edição. 
 
a) Pressuposto de fato: É o acontecimento real, uma circunstância 
fática concreta, externa ao agente público e que ensejou a edição do ato. 
Exemplos: a circunstância fática concreta que enseja a edição de um 
ato administrativo de desapropriação para fins de reforma agrária é a 
improdutividade de um latifúndio rural; a circunstância fática concreta que 
enseja a edição do ato que concede a licença-maternidade a uma servidora é o 
nascimento do filho; a circunstância fática concreta que enseja a edição do 
ato concessivo da aposentadoria compulsória é o implemento da idade de 
setenta anos, etc. 
b) Pressuposto de direito: é o dispositivo legal em que se baseia a 
edição do ato. Em outras palavras, são os requisitos materiais estabelecidos 
na lei e que autorizam (nos atos discricionários) ou determinam (nos atos 
vinculados) a edição do ato. 
Exemplos: 
1º) No ato de desapropriação para fins de reforma agrária, o 
pressuposto de direito para a edição do ato está no artigo 184 da CF/88, 
que assim declara: “Compete à União desapropriar por interesse social, para 
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função 
social”[...] . Foi o artigo 184 da CF/88 que fundamentou juridicamente a 
edição do ato. 
2º) No ato concessivo de licença-maternidade, em âmbito federal, o 
pressuposto de direito que autoriza a edição do ato é o artigo 207 da lei 
8.112/90, ao declarar que “será concedida licença à servidora gestante por 
120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração”. 
3º) No ato concessivo da aposentadoria compulsória, o pressuposto de 
direito, em âmbito federal, é o artigo 186 da Lei 8.112/90, ao afirmar que “o 
servidor será aposentado compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com 
proventos proporcionais ao tempo de serviço”. 
 
4.4.1. Motivo e motivação 
É necessário que você tenha muita atenção ao responder às questões de 
prova para não confundir motivo e motivação, que possuem significados 
diferentes. 
O motivo, conforme acabei de expor, pode ser entendido como o 
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a edição do 
ato administrativo. Por outro lado, a motivação nada mais é que exposição 
dos motivos, por escrito, no corpo do ato administrativo. 
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Exemplo: Na concessão de licença à servidora gestante por 120 (cento 
e vinte) dias consecutivos, já sabemos que o nascimento do filho 
corresponderá ao pressuposto de fato e o artigo 186 da Lei 8.112/90 
corresponderá ao pressuposto de direito (ambos formando o motivo). 
Entretanto, a motivação somente passará a existir a partir do momento 
que o agente público do setor de recursos humanos declarar 
expressamente, por escrito, o pressuposto de fato e de direito que 
justificará a edição do ato. 
 
4.4.2. Teoria dos motivos determinantes 
Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo 
agente público, no momento da edição do ato, deve corresponder à realidade, 
tem que ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o interessado que o 
motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que 
sequer existiu, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário. 
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, ao explicar a teoria dos 
motivos determinantes, afirma que “os motivos que determinam a vontade do 
agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a 
validade do ato. Sendo assim, a invocação de ‘motivos de fato’ falsos, 
inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, 
conforme já se disse, a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos 
que ensejariam a prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos 
em que se calçou, ainda quando a lei não haja expressamente imposto a 
obrigação de enunciá-los, o ato só será válido se estes realmente ocorreram e 
o justificavam”. 
 Exemplo: Suponhamos que o Prefeito de um determinado Município 
tenha decidido exonerar o Secretário Municipal de Turismo, ocupante de 
cargo em comissão. Entretanto, por ser colega do Secretário e temer 
inimizades políticas, decidiu motivar o ato alegando a necessidade de reduzir 
a despesa com pessoal ativo (motivo) em virtude da queda no montante 
de recursos recebidos do Fundo de Participação dos Municípios. 
Porém, três meses após a exoneração do ex-Secretário de Turismo, 
imaginemos que o Prefeito tenha decidido nomear a sua irmã para ocupar o 
mesmo cargo, mas sem motivar o ato. 
Pergunta: No referido exemplo, ocorreu algum vício (irregularidade) na 
exoneração do Secretário Municipal de Turismo, já que o Prefeito sequer era 
obrigado a motivar o ato de exoneração? 
 Sim. Realmente o Prefeito não era obrigado a motivar o ato de 
exoneração, pois se trata de cargo de confiança (em comissão), de livre 
nomeação e exoneração. Contudo, já que decidiu motivar o ato, a motivação 
deveria corresponder à realidade, ser verdadeira e real, o que não 
aconteceu no caso. 
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Como o motivo alegado (redução de despesas) foi determinante para 
a edição do ato de exoneração, mas, posteriormente, ficou provado que ele 
não existia, deverá ser anulado o ato por manifesta ilegalidade, seja pela 
própria Administração ou pelo Poder Judiciário. 
 
Para responder às questões do CESPE: De acordo com a teoria dos 
motivos determinantes, o agente que pratica um ato discricionário, embora 
não havendo obrigatoriedade, opta por indicar os fatos e fundamentos jurídicos 
da sua realização, passando estes a integrá-lo e a vincular, obrigatoriamente, 
a administração, aos motivos ali expostos (Técnico Federal de 
Controle/TCU 2009/CESPE). Assertivaconsiderada correta. 
 
4.5. Objeto ou conteúdo 
O quinto requisito do ato administrativo, que pode ser discricionário ou 
vinculado, é o objeto (também denominado de conteúdo por alguns 
autores), entendido como a coisa ou a relação jurídica sobre a qual recai o 
ato. Trata-se do efeito jurídico imediato (primário) que o ato administrativo 
produz. 
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o objeto é o efeito 
jurídico que o ato produz. O que o ato faz? Ele cria um direito? Ele extingue 
um direito? Ele transforma? Quer dizer, o objeto vem descrito na norma, ele 
corresponde ao próprio enunciado do ato. 
Para os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, o objeto do ato 
administrativo identifica-se com o seu próprio conteúdo, por meio do qual a 
Administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações pré-
existentes. 
Assim, continuam os professores, é objeto do ato de concessão de alvará 
a própria concessão do alvará; é objeto do ato de exoneração a própria 
exoneração; é objeto do ato de suspensão do servidor a própria suspensão 
(neste caso há liberdade de escolha do conteúdo específico – número de dias 
de suspensão – dentro dos limites legais de até noventa dias, conforme a 
valoração da gravidade da falta cometida); etc. 
 
5. Atributos do ato administrativo 
 
Como consequência do regime jurídico-administrativo, que concede à 
Administração Pública um conjunto de prerrogativas necessárias ao alcance 
do interesse coletivo, os atos administrativos editados pelo Poder Público 
gozarão de determinadas qualidades (atributos) não existentes no âmbito do 
direito privado. 
 
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Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos 
inerentes aos atos administrativos, mas, para responder às questões de 
provas, é necessário que estudemos a presunção de legitimidade ou 
veracidade, a imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade. 
 
5.1. Presunção de legitimidade e veracidade 
Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou 
seja, considera-se editado em conformidade com o direito (leis e princípios). 
Essa presunção é consequência da confiança depositada no agente público, 
pois se deve partir do pressuposto de que todos os parâmetros e requisitos 
legais foram respeitados pelo agente no momento da edição do ato. 
A presunção de legitimidade dos atos administrativos tem o objetivo de 
evitar que terceiros (em regra, particulares) criem obstáculos insensatos ou 
desprovidos de quaisquer fundamentos, que possam inviabilizar o exercício da 
atividade administrativa. 
Para responder às questões da prova: A presunção de legitimidade alcança 
todos os atos administrativos editados pela Administração, 
independentemente da espécie ou classificação. 
Não é correto afirmar que a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos seja juris et de jure (absoluta), pois o terceiro que se sentir 
prejudicado pode provar a ilegalidade do ato para que não seja obrigado a 
cumpri-lo. Desse modo, deve ficar claro que a presunção de legitimidade será 
sempre juris tantum (relativa), pois é assegurado ao interessado recorrer 
à Administração, ou mesmo ao Poder Judiciário, para que não seja 
obrigado a submeter-se aos efeitos do ato (que considera ilegítimo ou ilegal). 
Enquanto o Poder Judiciário ou a própria Administração não 
reconhecerem a ilegitimidade do ato administrativo, todos os seus efeitos 
continuam sendo produzidos normalmente, e o interessado deverá cumpri-
lo integralmente. 
Para responder às questões do CESPE: A doutrina majoritária afirma ser a 
presunção de legitimidade, atributo dos atos administrativos, privilégio típico 
de um Estado autoritário, por ser absoluta e não admitir prova em contrário 
(Técnico Federal de Controle/TCU 2009/CESPE). Assertiva considerada 
incorreta pela banca. 
 
 
No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do 
TRE/MS, realizado em 2013, o CESPE considerou correta a seguinte 
assertiva: “O ato administrativo ilegal praticado por agente 
administrativo corrupto produz efeitos normalmente, pois traz em si o 
atributo da presunção, ainda que relativa, de legitimidade”. 
 
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Para responder às questões de prova: O atributo da presunção de 
legitimidade também tem sido cobrado em provas como “presunção de 
legalidade”, apesar de alguns autores discordarem desse entendimento. 
 
Quando se afirma que o ato administrativo é presumivelmente legitimo, 
está se afirmando que foi editado em conformidade com o direito, ou seja, 
respeitando-se as leis e princípios vigentes. Por outro lado, ao se afirmar que 
o ato administrativo é presumivelmente legal, restringe-se a presunção ao 
respeito à lei. 
 
Para responder às questões do CESPE: Os atos administrativos trazem em 
si a presunção de legitimidade, ou seja, a presunção de que nasceram em 
conformidade com as normas legais, razão pela qual só podem ser contestados 
na via judicial, mas não na via administrativa (Auditor Interno/AUGE 
2009/CESPE). Assertiva considerada incorreta pela banca. 
 
 Atenção: A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro ainda afirma que, 
além de serem presumivelmente legítimos, os atos administrativos também 
são presumivelmente verdadeiros. Segundo a professora, a presunção de 
veracidade assegura que os fatos alegados pela Administração são 
presumivelmente verdadeiros, assim como ocorre em relação a certidões, 
atestados, declarações ou informações fornecidas, todos dotados de fé pública. 
 Por último, lembre-se sempre de que é do particular a obrigação de 
demonstrar e provar a ilegalidade ou possível violação ao ordenamento 
jurídico causada pela edição do ato. Enquanto isso não ocorrer, o ato continua 
produzindo todos os seus efeitos. 
Esse é o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, ao afirmar 
que essa presunção “autoriza a imediata execução ou a operatividade dos atos 
administrativos, mesmo que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à 
invalidade. Enquanto, porém, não sobrevier o pronunciamento de nulidade, os 
atos administrativos são tidos por válidos e operantes, quer para a 
Administração, quer para os particulares sujeitos ou beneficiários de seus 
efeitos”. 
 
5.2. Imperatividade 
A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se 
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou 
aquiescência. 
Ao contrário do que ocorre na presunção de legitimidade, que não 
necessita de expressa previsão em lei, a imperatividade exige autorização 
legal e, portanto, não incide em relação a todos os atos administrativos. 
 
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No concurso público para o cargo de Escrivão de Polícia do Estado 
de Alagoas, realizado em 2012, o CESPE considerou correta a seguinteassertiva: “A coercibilidade e a imperatividade não permeiam os atos 
negociais”. 
Para responder às questões do CESPE: A imperatividade é atributo que 
não alcança todos os atos administrativos, já que os atos meramente 
enunciativos ou os que conferem direitos solicitados pelos administrados não 
ostentam referido atributo (Técnico Judiciário/TRE MG 2009/CESPE). 
Assertiva considerada correta. 
 
É o atributo da imperatividade que permite à Administração, por 
exemplo, aplicar multas de trânsito, constituir obrigação tributária que vincule 
o particular ao pagamento de imposto de renda, entre outros. 
Para responder às questões de prova: O professor José dos Santos 
Carvalho Filho considera os termos coercibilidade e imperatividade 
expressões sinônimas, ao declarar que “significa que os atos administrativos 
são cogentes, obrigando a todos quantos se encontrem em seu círculo de 
incidência (ainda que o objetivo a ser por ele alcançado contrarie interesses 
privados), na verdade, o único alvo da Administração Pública é o interesse 
público”. 
 
Em virtude da unilateralidade, a Administração Pública não precisa 
consultar o particular, antes da edição do ato administrativo, para solicitar a 
sua concordância ou aquiescência, mesmo que o ato lhe cause prejuízos. 
A doutrina majoritária entende que a imperatividade decorre do poder 
extroverso do Estado, que pode ser definido como o poder que o Estado tem 
de constituir, unilateralmente, obrigações para terceiros, com 
extravasamento dos seus próprios limites. 
O poder extroverso pode ser encontrado, por exemplo, na cobrança e 
fiscalização dos impostos, no exercício do poder de polícia, na fiscalização do 
cumprimento de normas sanitárias, no controle do meio ambiente, entre 
outros. 
 
5.3. Autoexecutoriedade 
A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a 
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos 
editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. 
O referido atributo garante à Administração Pública a possibilidade de ir 
além do que simplesmente impor um dever ao particular (consequência da 
imperatividade), mas também utilizar força direta e material no sentido de 
garantir que o ato administrativo seja executado. 
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A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos 
administrativos (atos negociais e enunciativos, por exemplo), ocorrendo 
somente em duas hipóteses: 
1ª) Quando existir expressa previsão legal; 
2ª) Em situações emergenciais em que apenas se garantirá a satisfação 
do interesse público com a utilização da força estatal. 
 
Para responder às questões do CESPE: A autoexecutoriedade é um atributo 
de todos os atos administrativos (Técnico Judiciário/TRE-BA 
2010/CESPE). Assertiva considerada incorreta pela banca. 
 
Exemplo: Imagine que a Administração Pública se depare com a 
existência de um imóvel particular em péssimas condições, prestes a desabar e 
que ainda é habitado por uma família de cinco pessoas. 
Nesse caso, a Administração não precisará recorrer ao Poder 
Judiciário para retirar obrigatoriamente as pessoas do local, utilizando a força 
se preciso for, pois está diante de uma situação emergencial, na qual a 
integridade física de várias pessoas está em risco. 
Também podem ser citados como exemplos de manifestação da 
autoexecutoriedade a destruição de medicamentos com prazo de validade 
vencido e que foram recolhidos em farmácias e a demolição de obras 
construídas em áreas de risco (zonas proibidas). 
Atenção: Conforme já informei, nem sempre os atos administrativos 
irão gozar de autoexecutoriedade e, para fins de concursos públicos, a multa 
(ato administrativo) é o exemplo mais cobrado em relação à ausência de 
autoexecutoriedade. 
Nesse caso, apesar de a aplicação da multa ser decorrente do atributo da 
imperatividade, se o particular não efetuar o seu pagamento a Administração 
somente poderá recebê-la se recorrer ao Poder Judiciário. 
No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 
10ª Região, realizado em 2013, o CESPE considerou correta a seguinte 
assertiva: “Em razão da característica da autoexecutoriedade, a 
cobrança de multa aplicada pela administração não necessita da 
intervenção do Poder Judiciário, mesmo no caso do seu não 
pagamento”. 
 Conforme nos informam os professores Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo, a única exceção ocorre na hipótese de multa administrativa aplicada por 
adimplemento irregular, pelo particular, de contrato administrativo em que 
tenha havido prestação de garantia. Nessa hipótese, a Administração pode 
executar diretamente a penalidade, independentemente do consentimento do 
contratado, subtraindo da garantia o valor da multa (Lei nº 8666/1993, artigo 
80, inciso III). 
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Por último, é necessário deixar bem claro que os atos praticados sob o 
amparo do atributo da autoexecutoriedade podem posteriormente ser revistos 
pelo Poder Judiciário, sempre que provocado pelos interessados. Para tanto, 
basta que os interessados demonstrem que tais atos foram praticados de 
forma arbitrária, desproporcional, desarrazoada ou abusiva, por 
exemplo, para que o Poder Judiciário possa anulá-los retroativamente. 
 
5.4. Tipicidade 
Não existe consenso doutrinário sobre a possibilidade de incluir a 
tipicidade como um dos atributos do ato administrativo. Todavia, como o 
CESPE eventualmente utiliza o livro da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro 
como base para a elaboração de questões, é bom que o conheçamos. 
Para responder às questões do CESPE: Tipicidade é o atributo que 
determina a correspondência do ato administrativo às figuras definidas 
previamente em lei. Esse atributo é corolário do princípio da legalidade, 
representando garantia para o administrado, pois a administração só poderá 
fazer o que a lei determina. A tipicidade é característica exclusiva dos atos 
unilaterais (Técnico Superior/IPAJM 2010/CESPE). Assertiva 
considerada correta. 
 
Segundo a ilustre professora, podemos entender a tipicidade como “o 
atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. 
Como é possível observar, o princípio da tipicidade decorre da aplicação 
do princípio da legalidade. Segundo o entendimento da professora di Pietro, 
para cada finalidade que a administração pretende alcançar existe um ato 
definido em lei, logo, o ato administrativo deve corresponder a figuras 
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados. 
Resumidamente falando, a professora entende que, para cada finalidade 
que a Administração deseja alcançar, existe uma espécie distinta de ato 
administrativo e, portanto, é inadmissível que sejam editados atos 
administrativos inominados. 
Para responder às questões do CESPE: A tipicidade só existe com relação 
aos atos unilaterais; não existe nos contratos porque, com relação a eles, não 
há imposição de vontade da Administração, que depende sempre da aceitação 
do particular; nada impede que as partes convencionem um contratoinominado, desde que atenda melhor ao interesse público e particular (Maria 
Sylvia Zanella di Pietro). 
 
 
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6. Extinção dos atos administrativos 
 Todo ato administrativo, após ter sido editado, deve necessariamente ser 
respeitado e cumprido, pois goza do atributo da presunção de legitimidade, 
que lhe assegura a produção de efeitos jurídicos até posterior manifestação da 
Administração Pública ou do Poder Judiciário em sentido contrário. 
 Apesar disso, deve ficar claro que os atos administrativos não são 
eternos, já que podem ser extintos após a sua edição em virtude da 
constatação de ilegalidade (anulação), em razão de conveniência ou 
oportunidade da Administração (revogação) ou, simplesmente, em virtude de 
seu destinatário ter deixado de cumprir os requisitos previstos em lei 
(cassação). 
 Professor, as hipóteses citadas são as únicas que podem ensejar a 
extinção do ato administrativo? 
 Não. Cassação, revogação e anulação são as principais para fins de 
concursos públicos, mas existem várias outras, conforme estudaremos na 
sequência. 
 
 6.1. Anulação ou invalidação 
 Quando o ato administrativo é praticado em desacordo com o 
ordenamento jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim, deve ser anulado 
pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração 
(de ofício ou mediante provocação). 
A anulação de um ato administrativo opera-se com efeitos retroativos 
(ex tunc), isto é, o ato perde os seus efeitos desde o momento de sua 
edição (como se nunca tivesse existido), pois não origina direitos. 
 Esse é o teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal ao afirmar que 
a “Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos”. 
 Sendo assim, é necessário ficar bem claro que os atos ilegais não 
originam direitos para os seus destinatários. Entretanto, devem ser 
preservados os efeitos já produzidos em face de terceiros de boa-fé (que 
não têm nenhuma relação com o ato nulo). 
 Exemplo: os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino citam o 
caso de um servidor cujo ingresso no serviço público decorre de um ato nulo (a 
nomeação ou a posse contém vício insanável). Imagine-se que esse servidor 
emita uma certidão negativa de tributos para João e, no dia seguinte, seja ele 
exonerado em decorrência da nulidade de seu vínculo com a Administração. Os 
efeitos dos atos praticados entre ele e a Administração devem ser desfeitos. 
Mas João, que obteve a certidão, é um terceiro, portanto, sua certidão é 
válida. 
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 Grave bem as informações abaixo sobre a anulação dos atos 
administrativos, pois, assim, você jamais errará uma questão de concurso 
sobre o tema: 
1ª) A anulação é consequência de uma ilegalidade, de um ato que foi 
editado contrariamente ao direito; 
2ª) A anulação de um ato administrativo pode ser feita pelo Poder 
Judiciário, quando for provocado pelo interessado, ou pela própria 
Administração, de ofício ou também mediante provocação do 
interessado; 
3ª) A anulação possui efeitos retroativos (ex tunc) , ou seja, deixa de 
produzir efeitos jurídicos desde o momento de sua edição (como se 
nunca tivesse existido); 
4ª) A anulação não desfaz os efeitos jurídicos já produzidos perante 
terceiros de boa-fé; 
 
Para responder às questões do CESPE: O direito de a administração anular 
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários expira em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé (Analista Judiciário/TRT 17.ª 
2009/CESPE). Assertiva considerada correta. 
 
É importante esclarecer que alguns autores, a exemplo da professora 
Maria Sylvia Zanella di Pietro, costumam utilizar a expressão “invalidação” 
para se referir às hipóteses de anulação do ato administrativo. De outro lado, 
alguns autores costumam valer-se da expressão “invalidação” como um 
gênero, abrangendo tanto as hipóteses de anulação quanto de revogação. 
 
 6.1.1. Prazo decadencial para a anulação 
 Apesar do dever imposto à Administração Pública de anular os atos 
manifestamente ilegais editados pelos seus agentes, destaca-se que a 
legislação cuidou-se de fixar um prazo decadencial (que não admite 
suspensão ou interrupção) para que isso ocorra, conforme preceitua o art. 54 
da Lei 9.784/1999: 
 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os 
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que 
foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
 
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Assim, podemos concluir que a partir do momento que o ato ilegal é 
praticado, passa a ser contado o prazo de cinco anos para que a 
Administração Pública possa promover a sua anulação. Ultrapassado o prazo 
de cinco anos sem a respectiva anulação, o ato administrativo será 
automaticamente convalidado (não poderá mais ser anulado), desde que o seu 
destinatário esteja de boa-fé. 
 Fique atento ao responder às questões de prova, pois, no 
julgamento do recurso especial nº 1.114.938/AL, de relatoria do 
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, o Superior Tribunal de Justiça 
ratificou o entendimento de que antes da publicação da Lei 
9.784/1999 (que ocorreu em 01/02/1999), a Administração Pública 
não possuía prazo para a anulação de seus próprios atos. Todavia, com 
a publicação da Lei 9.784/1999, foi fixado o prazo decadencial de 5 
(cinco) anos para anulá-los. 
 Em relação aos atos editados antes da vigência da Lei 
9.784/1999, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que a 
Administração Pública tem o prazo de 5 anos, contados do início de 
sua vigência (01/02/1999), para providenciar a anulação. Caso 
contrário, não poderá mais anulá-los. 
 
 
6.1.2. Necessidade de processo administrativo 
 O atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme se 
constata na decisão referente ao julgamento do Agravo Regimental em Agravo 
de Instrumento nº 710.085/SP, publicado no DJE em 05/03/2009, é no sentido 
de que a anulação de ato administrativo não dispensa a instauração de 
processo administrativo prévio, com a observância dos princípios da ampla 
defesa e contraditório, principalmente quando os efeitos da anulação 
repercutirem no campo de interesses individuais (de particulares). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No julgamento do Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 
710.085/SP, publicado no DJE em 05/03/2009, de relatoria do Min. Ricardo 
Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “embora a 
Administração esteja autorizada a anular seus próprios atos quando eivados 
de vícios que os tornem ilegais (Súmula 473 do STF), não prescinde do 
processo administrativo, com obediênciaaos princípios constitucionais da 
ampla defesa e do contraditório”. 
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6.2. Revogação 
A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide 
retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato 
administrativo válido, mas que deixou de atender ao interesse público em 
razão de não ser mais conveniente ou oportuno. 
Ao revogar um ato administrativo a Administração Pública está 
declarando que uma situação, até então oportuna e conveniente ao interesse 
público, não mais existe, o que justifica a extinção do ato. 
Para responder às questões do CESPE: Um ato ilegal jamais será 
revogado, mas sim anulado. Da mesma forma, se a questão de prova 
afirmar que um ato inconveniente ou inoportuno deve ser anulado, 
certamente estará incorreta, pois conveniência e oportunidade estão 
intimamente relacionadas com a revogação. 
A revogação de um ato administrativo é consequência direta do juízo de 
valor (mérito administrativo) emitido pela Administração Pública, que é a 
responsável por definir o que é bom ou ruim para coletividade, naquele 
momento. Assim, é vedado ao Poder Judiciário revogar ato administrativo 
editado pela Administração. 
 Atenção: o Poder Judiciário, no exercício de suas funções atípicas, 
também pode editar atos administrativos (publicação de um edital de licitação, 
por exemplo). Sendo assim, caso interesse público superveniente justifique a 
revogação do edital licitatório em momento posterior, o próprio Poder 
Judiciário poderá fazê-lo. 
Neste caso, o edital estaria sendo revogado pelo próprio Poder 
Judiciário, pois ele foi o responsável pela edição do referido ato administrativo. 
O que não se admite é que o Poder Judiciário efetue a revogação de atos 
editados pela Administração Pública, pois estaria invadindo a seara do mérito 
administrativo. 
Nos mesmos moldes, quando o Poder Legislativo edita um ato 
administrativo no exercício de sua função atípica, também pode efetuar a sua 
revogação, sendo proibido ao Poder Judiciário manifestar-se em relação ao 
mérito desse ato. 
No concurso público para o cargo de Técnico em Comunicação 
Social do MPS, realizado em 2010, o CESPE considerou incorreta a 
seguinte assertiva: “É permitido ao Poder Judiciário avaliar e julgar o 
mérito administrativo de ato proveniente de um administrador 
público”. 
Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex tunc”, na 
revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso significa dizer 
que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja, para frente, 
conservando-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos. 
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Exemplo: imagine que um determinado servidor público federal esteja 
em pleno gozo (no terceiro mês) de licença para tratar de interesses 
particulares, que foi deferida pela Administração pelo prazo de 02 anos (artigo 
91 da Lei 8.112/90). Neste caso, mesmo restando ainda 21 (vinte e um) 
meses para o seu término, a Administração poderá revogá-la a qualquer 
momento, desde que presente o interesse público. 
Da mesma forma que agiu discricionariamente a Administração no 
momento de concessão de licença para tratar de assuntos particulares, nos 
termos do artigo 91 da Lei 8.112/90, será discricionária também a revogação 
da licença, caso assim justifique o interesse público. 
O ato de revogação possuirá efeitos “ex nunc” (para frente), ou seja, o 
servidor irá retornar ao trabalho somente após a edição do ato revocatório, 
sendo considerado como de efetivo gozo o período de três meses que usufruiu 
da licença. 
Pergunta: professor, o que preciso saber para não errar nenhuma 
questão de prova sobre revogação? 
Anote aí: 
1º) Que a revogação é consequência da discricionariedade 
administrativa (conveniência e oportunidade); 
2º) Que os atos inválidos ou ilegais jamais serão revogados, mas sim 
anulados; 
3º) Que somente a Administração Pública pode revogar os seus próprio 
atos administrativos; 
4º) Que a revogação produz efeitos ex nunc, enquanto na anulação os 
efeitos são ex tunc. 
 
Pergunta: professor Fabiano Pereira, é ilimitado o poder conferido à 
Administração para revogar os seus atos administrativos? 
Não! Existem alguns atos administrativos que não podem ser revogados, 
são eles: 
1º) os atos já consumados, que exauriram seus efeitos: 
suponhamos que tenha sido editado um ato concessivo de férias a um 
servidor e que todo o período já tenha sido gozado. Ora, neste caso, não 
há como revogar o ato que concedeu férias ao servidor, pois todos os 
efeitos do ato já foram produzidos; 
2º) os atos vinculados: se a lei é responsável pela definição de todos 
os requisitos do ato administrativo, não é possível que a Administração 
efetue a sua revogação com base na conveniência e oportunidade 
(condição necessária para a revogação); 
3º) os atos que já geraram direitos adquiridos para os 
particulares: trata-se de garantia constitucional assegurada 
expressamente no inciso XXXVI do artigo 5º da CF/88; 
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4º) os atos que integram um procedimento, pois, neste caso, a cada 
ato praticado surge uma nova etapa, ocorrendo a preclusão de 
revogação da anterior. 
5º) os denominados meros atos administrativos, pois, neste caso, 
os efeitos são estabelecidos diretamente na lei; 
 
Para responder às questões do CESPE: Tendo em vista razões de 
conveniência e oportunidade no atendimento do interesse público, mesmo os 
atos administrativos dos quais resultarem direitos adquiridos poderão ser 
revogados unilateralmente pela administração (Analista Judiciário/TRT 17.ª 
2009/CESPE). Assertiva considerada incorreta. 
 
6.3. Cassação 
A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude do seu 
destinatário ter descumprido os requisitos necessários para a sua 
manutenção em vigor. Nesse caso, deve ficar bem claro que o particular, 
destinatário do ato, é o único responsável pela sua extinção. 
Exemplo: se a Administração concedeu uma licença para o particular 
construir um prédio de 03 (três) andares, mas este construiu um prédio com 
05 (cinco) andares, desrespeitou os requisitos inicialmente estabelecidos e, 
portanto, o ato será cassado. 
 
8.4. Outras formas de extinção do ato administrativo 
Além das hipóteses de desfazimento do ato administrativo estudadas até 
o momento, que dependem da manifestação expressa da Administração ou do 
Poder Judiciário, a doutrina majoritária ainda lista as seguintes: 
1ª) extinção subjetiva: ocorre em virtude do desaparecimento do 
sujeito destinatário do ato. Por exemplo, se a Administração concedeu ao 
servidor uma licença para tratar de assuntos particulares, mas, durante o gozo 
da licença, ele faleceu, considera-se extinto o ato, por questões óbvias. 
2ª) extinção objetiva: ocorre em virtudedo desaparecimento do 
próprio objeto do ato. Exemplo: se o particular possuía permissão para 
instalar uma banca de revista em uma praça, mas, posteriormente, a praça foi 
destruída para a construção de uma escola, o ato de permissão 
consequentemente será extinto. 
3ª) extinção natural: ocorre após o transcurso normal do prazo 
inicialmente fixado para a produção dos efeitos do ato. Exemplo: se foi 
concedida licença-paternidade a um servidor, o ato será extinto naturalmente 
depois de 05 (cinco) dias (que é o prazo legal de gozo da licença). 
 
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4ª) caducidade: ocorre quando a edição de lei superveniente à edição 
do ato administrativo impede a continuidade de seus efeitos jurídicos. A 
professora Maria Sylvia Zanella di Pietro cita como exemplo o caso de um 
parque de diversões que possuía permissão para funcionar em uma região da 
cidade, mas que, em razão de nova lei de zoneamento, tornou-se 
incompatível. 
Neste caso, o ato anterior que permitia o funcionamento do parque 
naquela região (hoje proibida por lei) deverá ser extinto, pois ocorrerá a 
caducidade. 
5ª) contraposição: ocorre porque foi emitido ato com fundamento em 
competência diversa que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são 
contrapostos aos daqueles. É o caso da exoneração de servidor, que tem 
efeitos contrapostos ao da nomeação. 
6ª) renúncia: neste caso, os efeitos do ato são extintos porque o 
próprio beneficiário abriu mão de uma vantagem de que desfrutava. 
 
 
7. Convalidação de atos administrativos 
 
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, “convalidação é o 
ato administrativo através do qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, 
com efeitos retroativos à data em que este foi praticado”. 
Na verdade, a convalidação nada mais é que a “correção” do ato 
administrativo portador de defeito sanável de legalidade, com efeitos 
retroativos (ex tunc). 
Para responder às questões de prova: A convalidação consiste em 
instrumento de que se vale a Administração para aproveitar atos 
administrativos eivados de vícios sanáveis, confirmando-os no todo ou em 
parte. 
 
A lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) estabelece 
expressamente que: 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco 
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada 
má-fé. 
§ 1º. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência 
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
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§ 2º. Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de 
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
 
Para responder às questões do CESPE: A convalidação é ato administrativo 
por meio do qual é suprido o vício constante de um ato ilegal. Trata-se de ato 
privativo da administração pública, já que, em nenhuma circunstância, a 
convalidação pode ser feita pelo administrado (Técnico Judiciário/TRE MG 
2009/CESPE). 
Comentários: Eis uma assertiva interessante, que acabou confundindo o 
entendimento de vários candidatos. Na verdade, a convalidação de um ato 
administrativo não é ato privativo da Administração Pública, já que o particular 
também pode fazê-la, tornando o texto da assertiva incorreto. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que a convalidação é feita, 
em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita pelo 
administrado, quando a edição do ato dependia de manifestação de sua 
vontade e a exigência não foi observada. Nesse caso, a manifestação pode 
ocorrer posteriormente, convalidando o ato. 
 
Para responder às questões de prova, lembre-se de que a convalidação 
de um ato administrativo somente pode ocorrer em relação aos vícios 
sanáveis (hipótese em que o ato administrativo será considerado anulável), 
isto é, aqueles detectados nos requisitos “competência” e “forma”. 
Se o ato administrativo apresentar vícios insanáveis (a exemplo 
daqueles encontrados nos requisitos “finalidade”, “motivo” e “objeto”), 
deverá ser necessariamente anulado. Nesse caso, o ato não pode ser 
convalidado por ser considerado nulo. 
Apesar de não ser entendimento majoritário na doutrina, é importante 
destacar que o professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que também é 
possível convalidar atos com vício no objeto ou conteúdo, mas apenas 
quando se tratar de conteúdo plúrimo. 
Nesse caso, como a vontade administrativa se preordena a mais de 
uma providencia administrativa no mesmo ato, é viável suprimir ou alterar 
alguma providência e aproveitar o ato quanto às demais, não atingidas por 
qualquer vício. 
Para responder às questões de prova: Em relação ao requisito “forma”, a 
convalidação é possível se ela não for essencial à validade do ato 
administrativo. 
O prazo que a Administração possui para anular os atos ilegais é de 05 
(cinco) anos. Ultrapassado esse prazo, considera-se que o ato foi tacitamente 
(automaticamente) convalidado, salvo comprovada má-fé do beneficiário. 
 
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8. Classificação dos atos administrativos 
 Não existe uma uniformização doutrinária sobre a classificação dos atos 
administrativos, pois cada autor possui uma classificação própria, segundo os 
critérios adotados para estudo. 
 Entretanto, para fins de concursos públicos, penso que o mais sensato é 
focarmos a classificação do professor Hely Lopes Meirelles, que tem sido 
adotada pelas principais bancas examinadoras do país, inclusive o CESPE. 
 
8.1. ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS 
Os atos administrativos gerais ou regulamentares são aqueles que 
possuem destinatários indeterminados, com finalidade normativa, tais 
como os decretos regulamentares, as instruções normativas, etc. 
Caracterizam-se por serem de comando abstrato e impessoal 
(destinados a sucessivas aplicações, sempre quando ocorrer a hipótese neles 
prevista), muito parecidos com os das leis, e, portanto, revogáveis a qualquer 
tempo pela Administração. Geralmente são editados com o objetivo de explicar 
o texto legal a fim de garantir a sua fiel execução. 
Podemos citar como principais características dos atos gerais: 
1ª) Devem prevalecer sobre o ato administrativo individual; 
2ª) Para que produzam efeitos em relação aos particulares, necessitam 
de publicação na imprensa oficial; 
3ª) Podem ser revogados a qualquer momento, respeitados os efeitos 
já produzidos; 
4ª) Os administrados não podem impugná-los diretamente no Poder 
Judiciário, salvo em razão de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

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