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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CURSO BACHARELADO EM DIREITO
THANAPOLSK YSKALART FERREIRA DA SILVA
ESTADO DE SÍTIO E ESTADO DE DEFESA
RECIFE
2017
THANAPOLSK YSKALART FERREIRA DA SILVA
ESTADO DE SÍTIO E ESTADO DE DEFESA
 
 Trabalho entregue a professora Maria Lúcia, 
 Da disciplina de Direito Constitucional II
Referente a nota complementar do 2° GQ.
RECIFE
2017
ESTADO DE SÍTIO
(art. 137 CF/88)
 
 O Estado de Sítio é uma medida extrema em que o Governo Federal ganha poder sobre o legislativo e judiciário e sobre as liberdades individuais. adotado, muitas vezes, em casos de Guerra ou de risco à segurança nacional. O Estado de Sítio é um instrumento burocrático e político sobre o qual o chefe de Estado – Presidente da República – suspende por um período temporário a atuação dos poderes legislativo (deputados e senadores) e judiciário. Trata-se de um recurso emergencial que não pode ser utilizado para fins pessoais ou de disputa pelo poder, mas apenas para agilizar as ações governamentais em períodos de grande urgência e necessidade de eficiência do Estado.
 
 A forma como o Estado de Sítio funciona depende muito da legislação constitucional que cada país possui. No Brasil e na maioria dos países, o Estado de Sítio possui uma duração muito limitada – aqui, de 30 dias – e só pode ser estendido em casos de guerra, tendo duração enquanto essa perdurar ou manter-se plenamente ativa. Na Constituição Federal (CF), o funcionamento do Estado de Sítio está fundamentado nos artigos 137 a 141. O art. 137 diz:
 Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
 
 Como pode-se observar não é simples instaura-lo no país, pois demanda uma grande série de fatores tantos sociais e ambientais como políticos. Ressaltando que o mesmo é extremamente burocrático e tem que ser seguido passo a passo para que não haja abuso de poder. Por exemplo, o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional precisam ser consultados e o Congresso Nacional precisa aprovar essa ação por maioria absoluta.
 
 Além de tudo isso, cabe destacar que o chefe de Estado não gozará de total liberdade para tomar qualquer medida contra os cidadãos de seu país. Assim, apenas algumas ações poderão ser tomadas sobre os direitos individuais, tais como: obrigação de permanência em um dado local; detenção em edifícios não destinados a esse fim; restrições a direitos como inviolabilidade da correspondência e outros; suspensão da liberdade de reunião; direito de busca e apreensão, pelo Estado, em domicílios; intervenção de serviços públicos em empresas particulares e a requisição de bens individuais pelo Estado. Tudo isso está definido no Art.139 da CF, que permite, no entanto, medidas mais severas contra os cidadãos em casos de guerra.
ALGUNS MOTIVOS PARA DECRETAR O ESTADO DE SÍTIO
 Segundo a Constituição Federal:
- Ineficácia da medida tomada durante o estado de defesa;
- Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada estrangeira.
 De acordo com o art. 139 CF/88 no estado de sítio decretado por comoção grave ou ineficácia do estado de defesa às consequências serão as seguintes:
- Obrigação de permanência em localidade determinada;
- Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
- Restrições relativas à inviolabilidade de correspondência, ao sigilo de comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão;
- Suspensão da liberdade de reunião;
- Busca e apreensão em domicílio;
- Intervenção nas empresas de serviços públicos;
 
 ESTADOS DE SÍTIO DECLARADOS NO BRASIL
 
 Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves decretava estado de sítio para conter uma revolta popular e impedir um golpe de estado. A revolta ficou conhecida como Revolta da Vacina e foi marcada por manifestações contrarreforma urbana e medidas de saúde pública. Perto de mil pessoas foram presas, além de muitos mortos e uma centena de feridos.
 
 Entre 1922 e 1926 no Governo Artur Bernardes também foi decretado Estado de sítio ele se aproveitou desse dispositivo e governou sob ele, utilizando-o para anular seus opositores políticos. Esse período foi marcado por uma grande instabilidade política por causa da crise econômica e dos conflitos que o país passava.
 E também no durante a presidência de Nereu Ramos, vice-presidente do Senado, que por fim assumiu quando Café Filho teve problemas de saúde e precisou se afastar. Então Ramos juntamente com o Gen. Lott, conseguiu decretar estado de sítio por 30 dias. A determinação foi anunciada no dia 25 de novembro de 1955. A articulação de Lott e Nereu Ramos tinha o objetivo de assegurar a posse de JK e a manutenção da democracia no Brasil.
ESTADO DE DEFESA
(art. 136 CF/88)
 Instituído pela Constituição de 1988, o estado de defesa nunca foi decretado no Brasil. Na prática, ele suspende algumas garantias individuais do cidadão para 'preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados [um bairro, uma cidade ou o país inteiro], a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional'.
 
O objetivo principal do estado de defesa, como dito anteriormente, é preservar ou restabelecer a ordem e a paz social, mediante fatos como:
- A instabilidade institucional grave e imediata;
- Calamidades de grandes proporções na natureza;
 Quando se fala em calamidades de grandes proporções da natureza está se referindo aos fenômenos anormais da natureza, como por exemplo, maremoto, tsunami, secas prolongadas entre outros. Todavia, estes fenômenos da natureza sozinhos não autorizam o Estado de defesa, pois deve estar aliado a instabilidade do país e também a ameaça à ordem pública e a paz social. Para a decretação do estado de defesa o Presidente deve ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, mas não precisa obedecê-los.
As consequências durante o estado de defesa poderão ser:
- Restrição aos direitos de reunião, comunicação telegráfica e telefônica;
- Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos (somente na hipótese de calamidade pública);
- Prisão por crime contra o Estado, determinada diretamente pelo executor do estado de defesa.
Esta prisão não poderá ser superior a 10 dias e será imediatamente comunicada a juiz competente que a relaxará no caso de ilegalidade, sendo ainda vedada a incomunicabilidade do preso.
 No entanto, O executor precisa fundamentar porque está prendendo o indivíduo.
Tem que fazer exame de corpo de delito. E esse indivíduo é um preso porque cometeu um crime político e não pode se misturar com os demais presos.
 O decreto (uma prerrogativa do presidente) entra em vigor imediatamente, mas deve ser aprovado em 24 horas pelo Congresso. Nele, o presidente tem de determinar a duração da medida (até 30 dias, prorrogáveis por mais 30), especificar as áreas de abrangência e indicar que direitos serão restritos sejam eles de reunião,de sigilo de correspondência e de sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. 
 
 O mesmo só poderá ser aplicado quando esta decisão for decretada pelo Presidente da República em exercício, sendo esta ação normalmente indicada pelo Conselho da República e pelo Conselho de Defesa Nacional. As condições que definem o Estado de Defesa no Brasil estão previstas no artigo 136 da Constituição Federal de 1988: 
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
 
 O local onde o Estado de Defesa será aplicado é definido pelo Presidente da República, assim como a sua duração. No entanto, conforme descrito no artigo 136 da CF. O Estado de Defesa é considerado um estado de exceção, isto é, uma condição oposta ao Estado de Direito, e que deve ser temporário. 
 
 O  Estado de Defesa tanto pode ser preventivo, na condição da ocorrência desses fatos, como pode ser repressivo, após os acontecimentos previstos. Configura-se no meio adequado para enfrentar instabilidades sociais que ocorram em partes determinadas e restritas do território da nação. Se houver uma grave ofensa ao País inteiro, o meio mais indicado será o estado de sítio.
 As medidas que podem ser tomadas no Estado de Defesa têm um caráter menos intenso do que as necessárias para o estado de sítio, já que no estado de sítio as ameaças são mais gravosas.
DIFERENÇAS ENTRE ESTADO DE SÍTIO E DE DEFESA
 
 Tanto o Estado de Defesa quanto o Estado de Sítio estão previstos nos art.136 a 141 da Constituição de 1988 e falam das condições em que se possa restringir os direitos fundamentais em prol da conservação do próprio Estado. 
  O Estado de defesa é uma forma mais branda de estado de sítio. Está previsto pelo Art. 136 da Constituição Federal Brasileira de 1988 e pressupões grave perturbação da ordem, ou ameaça iminente de grave perturbação da ordem.
 Acontecendo a perturbação, para que caiba a instauração de estado de defesa, é necessário que a ordem não possa ser restabelecida pelo recurso aos meios coercitivos normais, com que conta, sempre, o Poder Público.
 Só o Presidente da República pode decretar o estado de defesa. Para isto ele deve tomar previamente o parecer do Conselho da República (art. 90, I, CF) e do Conselho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º, I). Entretanto, tais pareceres não são vinculantes, de modo que, sob sua exclusiva responsabilidade, o Presidente da República pode decretar estado de defesa apesar do entendimento contrário desses Conselhos, ou de um deles.
 O estado de sítio, previsto pelo Artigo 137 da Constituição Federal Brasileira, consiste na suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais. Suspende as garantias dos direitos fundamentais e nunca, os próprios direitos fundamentais. Suspende aquelas limitações postas à ação governamental que acompanham a Declaração de Direitos. Com isso, alarga a espera de ação legítima do Estado.
 É competência exclusiva do Presidente da República decretar estado de sítio. Entretanto, ao contrário do que ocorrem com o estado de defesa, só o pode fazer depois de haver obtido a autorização do Congresso Nacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 Apesar de tanto o Estado de Sítio como o Estado de Defesa possuir critérios rigorosos para sua aplicação, percebe-se que ao longo da história os mesmos não foram seguidos, ou até mesmo obedecidos. Mas em contrapartida é observado à utilização deles como manobras politicas para satisfazerem suas próprias vontades, como por exemplo, no Governo de Arthur Bernardes, que usou o poder do Estado de Defesa para inibir seus inimigos, sem se importar com a sociedade a qual deveria governar com justeza. 
Bibliografias
http://brasiljuridico.com.br/professores/gabriel-marques
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 9a edição. São Paulo: Atlas, 2001.
http://www.dji.com.br/constitucional/estado_de_defesa.htm

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