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EXISTENCIALISMO - HUMANISMO E FENOMENOLOGIA

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Para a fenomenologia, a ciência não precisa corrigir nosso primeiro conhecimento, porque ele é bom. Se o indivíduo conseguir se aproximar do objeto percebido, suspendendo juízos, se tem um pensamento bom, assim se tornando reflexivo. Então, a subjetividade é a fonte do conhecimento 
Os objetos não carregam conhecimento em si mesmo, eles só ganham significados a partir da perspectiva subjetiva de alguém. Não há uma identidade constante do objeto. Então, o objeto ganha uma função para nós a partir da nossa perspectiva 
Essa busca de congelar o sentido das coisas (vivencia) não cabe ao homem; a vivência é aberta, é fluxo. Então o que se mostra para a fenomenologia é esse ato intencional da consciência. É o eu (subjetividade) não é pura interioridade, ou seja, o sujeito não é uma subjetividade com contornos definidos e, também, o que esta fora de mim não é puramente exterioridade, pois o objeto sempre aparece para o sujeito a partir do seu ato de consciência 
O objeto não pode ser objeto sem uma consciência D, pois ele sinaliza o estado de abertura da nossa subjetividade. Se o sujeito fosse subjetividade encapsulada, ele seria imutável ao longo de toda vida. Mas pelo falo de não sermos subjetividade encapsulada, podemos nos relacionar com outras subjetividades em abertura (consciência D)
Ai chegamos naquilo que a feno chama de “intersubjetividade”. Intersubjetividade é o que acontece entre nós e que não está pronto/prévio/pré-estabelecido antes do nosso encontro. O encontro dos sujeitos não é pré-definido. Essa possibilidade aparece no “entre” da relação. É o encontro de subjetividades em estado de abertura, como saída de si (intersubjetividade). Nós nos constituímos intersubjetivamente
A Feno entende que o homem é uma vivência em fluxo, que é toda experiência que ocorre em nossa interioridade, que é saída de si, que se abre à todo momento praquilo que se mostra. Então, essa vivencia é toda experiência que ocorre em nossa interioridade a partir de nosso atrelamento com o mundo (como vivemos com o mundo). Então, o sentido do objeto aparece para a consciência D do sujeito e esse aparecer é fenômeno
Vivencia: a vivencia é a totalidade da percepção, junto com o significado, tonalidade afetiva e a ação
A vivência é singular e esta situada na história do indivíduo. O encontro de sujeitos subjetivos é absolutamente singular, pois cada um tem um modo de vivenciar as percepções, assim atribuindo significados diferentes. Deste modo, a fenomenologia se propõe a investigar de modo direto e prescritivo a essência da vivência 
Segundo a fenomenologia, fenômeno existe a partir da vivencia experimentada no encontro do homem com aquilo que ele quer conhecer
Positivismo: A ciência positivista busca sempre a verdade radical (verdade é única e absoluta), controlando variáveis, se apoiando em teoria e levantando hipóteses que nortearão a explicação da realidade. Então, o pesquisador positivista já tem uma maneira prévia de compreender os fenômenos estudados, o que acaba tendo contorno na forma de se relacionar com o objeto de estudo. Ou seja, há uma dissociação entre o sujeito e objeto de conhecimento através da neutralidade, padronização e o anonimato do sujeito/pesquisador que conhece
Se valoriza o raciocínio explicativo, tendo a essência das coisas de modo exato e generalista. 
Fenomenologia: Para a feno a verdade é inesgotável, sem significado cumulativo, pois ela depende da perspectiva de quem esta conhecendo; é temporal e histórica, situada em determinado contexto. A essência das coisas não é exata e sim fluída, pois ela é suscetível a mudanças. O sujeito sempre vai ter um pensamento renovado/inédito sobre tal objeto porque ele é/precisa ser aberto para novidade. Então, o sujeito reconhece a sua participação naquilo que vê, ou seja, o objeto se desvela para o sujeito e sua consciência intencional está sempre direcionada para fora de si. 
A feno tenta desnivelar, descrever e compreender o fenômeno, usando como base a leitura/descrição compreensiva. 
Qual recurso o pesquisador ou psicólogo tem de fazer para conseguir acessar a essência do fenômeno, da vivencia como tal experimentada por alguém? 
Através da REDUÇÃO FENOMENOLÓGICA, que nada mais é do que suspensão de juízos. O sujeito precisa reduzir o seu conhecimento, as suas referências e pré-concepções do que pretende conhecer. A redução é um recurso metodológico para o sujeito compreender a essência do fenômeno. 
Então a feno se propõe a investigar diretamente o fenômeno, livre de qualquer saber a priori; tudo isso para que o sujeito, sem intermediações teóricas e hipotéticas, consiga se aproximar da vivencia do outro. Sendo assim, o pesquisador não pode levantar hipóteses a respeito de um fato a partir de teorias pré-estabelecidas a respeito do objeto. Na verdade, o sujeito tem de colocar aquele discurso científico/senso comum entre parênteses, para que seja possível estabelecer com o outro uma relação absolutamente genuína, que de margem para que seja possível revelar o que foi vivenciado, na singularidade da sua existência
É ai que Husserl propõe uma psicologia eidética, deixando de ser uma psicologia empírica e se torne uma psicologia do sentido da vivencia
Essa redução fenomenológica requer uma transição de posturas, de uma atitude natural para uma atitude fenomenológica. 
A atitude natural é aquela na qual acreditamos que o sentido das coisas estão nelas, assim, acabamos por neutralizar o seu sentido. Já na atitude fenomenológica, o pesquisador assume que o homem é quem doa significado às coisas; é a relação estabelecida entre homem e objeto 
Então, o já sabido esconde de nós aquilo que queremos conhecer. Deste modo, é preciso que o pesquisador saia da caixa do senso comum e conheça as coisas com uma atitude fenomenológica (estabelecendo uma relação entre subjetividade e objeto). Sendo assim, se o pesquisador se propõe a conhecer as coisas de um modo genuíno, ele precisa se abdicar de parâmetros cristalizados, pois o discurso já sabido pode estar errado e não dizer nada a respeito do objeto/sujeito de conhecimento 
Essa atitude natural ignora a existência da consciência como doadora de significados e o mundo existe por si mesmo, igual para todo mundo, sempre chegando ao mesmo lugar. É uma postura de naturalizar o sentido das coisas. A atitude natural repete os sentidos. Sentidos esses que não emergem da sua relação com algumas coisas (reprodução). É uma atitude impensada na qual o sujeito nega a consciência como doadora de significados ao mundo, pois se acredita que tais significados já estão pré-estabelecidos. O pesquisador acaba não compreendendo que o sujeito estabelece com o seu ato uma relação de doação de sentido 
Atitude fenomenológica: o pesquisador se abdica da atitude natural para ser possível assumir a atitude fenomenológica. O pesquisador assume que é o homem que doa sentido ao mundo através da sua consciência intencional. 
Então a redução fenomenológica possibilita ao fenômeno falar de si mesmo, mas para isso é preciso usar a redução fenomenológica para que o fenômeno se mostre. A redução nada mais é do que esse movimento de deixar que as coisas apareçam a partir do momento que colocamos entre parênteses o nosso conhecimento, tomando uma posição de “não saber” diante da experiência genuína do outro, assim, deixando o fenômeno falar por si sem nenhuma hipótese norteando o raciocínio do pesquisador. Não é se prender ao senso comum/ciência
A redução fenomenológica requer um envolvimento existencial com o objeto de conhecimento e ao mesmo tempo um distanciamento reflexivo, pois se não houver um distanciamento com o objeto, a existência dele pode ser confundida com a do pesquisador. Por isso é necessário haver um distanciamento das experiências do pesquisador com o objeto, senão não será possível compreender a sua vivencia, pois ela estará contaminada pelo pesquisador
Então, o envolvimento existencial é esse mergulho do pesquisador no vivido do outro através de uma redução fenomenológica, mas ele é pré-reflexivo, pois o pesquisadorse deixa tocar pela experiência/vivência do objeto sem nenhuma concepção acompanhando seu raciocínio. Mas não é um distanciamento pessoal e sim de raciocínio, de reflexão 
A essência da vivencia é fluída, que não varia no fenômeno, mas o fenômeno é circunstancial/histórico/temporal, pois o modo como o objeto aparece para o pesquisador hoje em dia pode ser distinto do modo como o objeto aparece amanha. Então, o invariante do fenômeno é a identificação do mesmo (essência), que é aquilo que não conseguimos excluir e que nos ajuda a identificar o objeto para alguém. Ou seja, é o resíduo que identifica o fenômeno sem o qual o fenômeno não poderia ser descrito 
FENOMENOLOGIA, HUMANISMO E EXISTENCIALISMO
Filosofia clássica: estava centrada nas essências do homem – ente em manifestação. Então, elas são centradas nas condições primordiais da existência humana, ou seja, de quem é o homem e o que possibilita a ele, se manifestar enquanto homem
Filosofias da existência: 1. Todos os filósofos e escritores procuram valorizar o homem, descrever e explicar o seu modo concreto de viver (refletindo a angustia, a liberdade) - centrada nas condições primordiais da existência humana. Elas não falam da existência em manifestação, pois isso é manifestação ôntica, mas elas vão se ocupar da ontologia da existência humana
ALGUMAS CONFUSÕES 
A fenomenologia como método não esta restrita a filosofia da existência, nem a psicologia (autônoma). Então, esses movimentos, a princípio, não tiveram como solo de emergência a psicologia. São campos do saber diferentes. Então, é preciso entender que a fenomenologia enquanto movimento filosófico é um movimento autônomo que, a princípio, não tem ligação com a filosofia da existência e nem com a psicologia, embora a ela tenha feito críticas ao modo como a psicologia tomou o homem como objeto
Husserl não se baseou em Kierkegaard (sem relações entre os dois ) já o existencialismo direcionado por Heidegger faz menções a Husserl. É por isso que o existencialismo guarda com a fenomenologia certa relação de dependência, pois a partir de um determinado momento, esses autores começaram a utilizar a fenomenologia como método para o entendimento da existência humana
E a psicologia se apropria da fenomenologia e das filosofias da existência para compreender os fenômenos psíquicos, mas em um momento posterior aos anos 50
HUMANISMO- Seu conceito se refere a época do renascimento, antes da psicologia nascer como ciência/profissão, com o objetivo de voltar aos estudos dos autores greco-latinos. Essa recuperação de saberes antigos possibilitava o crescimento do homem
Por outro lado, o humanismo como possuidor do significado ideal, designa a existência do homem como centro, isto é, o homem passa a ser reconhecido como o centro da própria existência. Então, o humanismo, antes de entrar na psicologia, se consolidou em diferentes momentos da historia como uma concepção de mundo e de existência que tem o homem como centro. É nesta perspectiva que é preciso entender o movimento humanista na sociedade americana e que foi responsável pelo aparecimento da psicologia humanista que se apresentou como a terceira força da psicologia 
A psicologia humanista é um retorno ao estudo da experiência consciente que constitui-se em oposição à objetividade do behaviorismo, e, embora em acordo com a ênfase subjetiva da psicanalise, opõe-se ao reducionismo do comportamento a defesas e pulsões
O movimento cultural que sustentou esta transformação foi chamado por Gomes de humanismo individual e “sua historia está associada com o desempenho da economia em ascensão, decorrente das transformações sociais pós-guerra, valores tais como, independência, heroísmo, dissidência, tolerância, permissividade, auto-expressão ganham proeminência. Todo este movimento liberalizante e permissivo alcança seu pico no governo Kennedy onde suas qualidades anunciam mudanças rápidas e significativas” 
Nós assistimos a invasão da sociedade pelo EU, onde tudo, a partir dos anos 60, se estruturou tendo nas preocupações pessoais seu lugar privilegiado.. 
Este clima de centramento no sujeito é a matriz de vários movimentos terápicos e hoje, a exacerbação do eu como centro, em tudo que se faz, provoca a onda de técnicas e auto-ajuda na contemporaneidade 
NÚCLEO DE INTERESSE da psicologia humanista
O humanos tem a crença na integridade da natureza e da conduta humana. O objetivo é entender a vida humana em sua totalidade. Ao invés de fragmentar o homem em dimensões diferentes, o olhar do psicólogo humanista se volta sempre para a totalidade da experiência consciente, o entendendo como um ser que possui uma unidade
Há uma valorização do livre arbítrio, da espontaneidade e do poder criativo do homem. Valoriza a potencialidade humana, ou seja, os recursos que o indivíduo tem a serem desenvolvidos (principalmente na terapia) como um processo próprio a ser explorado por uma intervenção psicoterápica
Então o humanismo estuda tudo que tem relevância para o homem – suas preocupações pessoais
IDEIAS CHAVE
Ênfase sobre o ciclo da vida humana possui uma dinâmica na qual, em cada fase de vida, o ser humano deve alcançar a realização, a fim de que possa, ao longo da vida, se estruturar como uma pessoa plena, integrada, isto é, o homem é entendido como processo e evolução – só assim é possível entender sua estrutura. Esse processo de evolução é inerente à própria vida e que essa “evolução não ocorre ao acaso, mas segue uma direção, um fim em vista; não é um processo que ocorre somente por acertos e erros ou por tentativas desconexas”. A ideia é que o homem se dispõe de uma capacidade inata para se desenvolver e o ciclo da vida é uma aspiral ascendente de realizações e que cada fase da vida (desafios e aprendizado) o sujeito conquista novas habilidade, e conforme a maturidade chega ao longo do desenvolvimento também chega a plenitude do ser. É um homem que tem potência pra ressignificação.
Autodesenvolvimento: nos ajuda a entender a evolução do ciclo de vida do homem. Algumas interpretações estão baseadas no fato de que a vida é vivida como um todo por uma pessoa que atinge seu pleno desenvolvimento no instante em que percorre as fases, cada uma com uma conquista integrativa, retratada através de seus sucessos e fracassos. Dentro desta perspectiva, é que o homem ao se desenvolver acumule experiências e condições para desenvolver a plenitude do seu ser. Então, o homem é entendido como um ser dinâmico em processo de evolução progressiva. É o auto-desenvolvimento integrativo - porque a cada fase da historia o sujeito vai alcançando patamares superiores do desenvolvimento até chegar a integridade do seu ser 
Auto-realização: é a tendência inata do homem para atualizar suas capacidades e potencialidade do eu em suas dimensões biológicas, psicológicas, sociais e espirituais
“A essência precede a existência” – é a ideia de que o homem já dispõe uma essência pré definida (conjunto de condições, potencialidades, capacidades a serem atualizadas) que é justamente essa tendência inata do homem para se autodesenvolver podendo ser manifestada através da existência humana
EXISTENCIALISMO - é entendido como uma doutrina filosófica sobre o homem, porém não se analisa o comportamento humano; a intenção desses filósofos é fazer uma analise da estrutura constitutiva da existência humana (constituição ontológica). Ela surgiu como uma oposição a filosofia clássica a qual é entendida como o estudo das essências, cuja ideia principal é a compreensão das dimensões estáveis
A palavra existencialismo começou a ser usada no pós 1º guerra para designar o movimento de alguns pensadores e de alguns literatos sobre a investigação de “quem é o homem?” 
Expansão para além da Europa no pós-guerra foi o momento de maior divulgação do movimento existencialista
As teorias psicológicas estudaram o ser em manifestação, assim se tornando uma ciência ôntica e assim desenvolveu teorias. Então, a ciência clássica (de forma geral) fala do ente em seu ponto de vista ôntico, masao mesmo tempo tentam se referir ao ser do ente. Então, a ciência tomou o ente em manifestação para falar do seu eu - o que se torna um erro -, pois não se pode acessar o ser do ente apenas considerando suas manifestações e sim considerar a estrutura constitutiva desse ente homem e que permitem a ele se manifestar de maneiras distintas. 
Heidegger diz que o homem se essencialista enquanto existe, pois não há uma essência humana prévia. O homem só mostra sua essência existindo. Então não há uma essência pré-determinada. Há uma essência que se revela enquanto o homem existe. Sendo assim, o ser é um ser privilegiado, que dispõe de uma condição ontológica (constitutiva) que lhe permite se manifestar das mais variadas formas onticamente. 
E é a partir de sua consciência sobre sua condição ontológica que o sujeito se da conta da sua existência das mais variadas formas. É essa condição privilegiada que todos nos temos pois somos conscientes da nossa própria existência, mesmo quando não queremos. 
O ontológico diz respeito a condição constitutiva do ente. Mas a forma como ele se manifesta é ôntica
Sentenças existenciais - Existir é ter a postura voltada para fora de si, transcendendo o próprio limite. Então a existência humana não se limita aos limites corporais, ela transcende a matéria. Por isso que para Heidegger o sujeito se essencializa enquanto existência, pois somos inacabáveis; sempre nos reinventamos 
O homem é indeterminado, a existência do homem se caracteriza pelo seu caráter de indeterminação, pois o sujeito tem diante de si o nada da existência. Ser é tempo... a nossa existência esta atravessada na temporalidade. Existir é ir sendo, nunca acabando
No existencialismo não se trabalha a ideia de que o homem é uma aspiral ascendente de realizações, pois a vida tem paradoxos – o homem não é uma linha reta que tende a posição superior. Ele acolhe as oscilações da existência, de que ele está lançado as diversidades da vida e que nem sempre estará exposto a condições suficientes para se desenvolver. 
 
CONCEITO DE EXISTENCIA – A Existência designa o que eu sou fundamentalmente por mim e não deve ser entendida no sentido trivial de ser-no-mundo, como um ente no meio de outros entes. A existência difere do comportamento de todos os outros entes (ter sua postura fora). Nós somos o destino de nós mesmo. Em 1º lugar, existir é IR SENDO, o que fará através da escolha e da decisão. Segundo, a existência é estar em conflito consigo mesmo, e preocupação infinita de si próprio. Terceiro, a existência não é definível – não é objeto
SER DO ENTE - 
A filosofia clássica tomou o ente homem em suas manifestações, entendendo que ao olhar para as manifestações humanas era possível entender o ser do ente. Heidegger discorda e coloca diferenças entre “ente” e “ser do ente”
Diferenças: o ser do ente é a dimensão ontológica e o ente em manifestação é a dimensão ôntica. Então, o ente em manifestação (ôntico) é tudo aquilo que esta disponível para ao nosso campo de visão; é o ente se manifestando diante dos meus olhos. Sendo assim, para ser diferente da filosofia clássica, Heidegger diz que, uma coisa são manifestações ônticas (homem em manifestação) e outra é a condição ontológica (conjunto de condições que constituem de modo originário o ser do ente homem). É por isso que o homem é privilegiado, pois ele é o único ente capaz de interrogar o seu próprio ser. 
O ser interroga suas condições ontológicas, que constituem sua existência no mundo – o ser não é apenas para morte; ele sabe que é um ser para a morte e se manifesta (condição ôntica – é o homem na sua completude).
Dimensão ontológica: é o plano da estrutura constitutiva da existência do homem. Ou seja, é o conjunto de condições que o constitui originalmente. É a nossa tarefa de cuidar de existir. Desse modo, ela é um conjunto de dimensões que constituem originariamente o ser de um ente e que possibilitam as manifestações ônticas, mas não determinam. Então, se o sujeito é um ser para a morte, um ser com os outros e se da conta de que ele é tudo isso, onticamente, é possível fazer coisas (se manifestar)
SER-NO-MUNDO – é a relação indissociável que existe entre uma coisa e outra. 
O ser no mundo é lançado no mundo (mesmo não querendo) e se constitui, pois o mundo não se constitui sem o ser e o ser não se constitui sem o mundo – ambos se constituem antes de ser na relação ser-no-mundo. O homem se essencializa enquanto existe, pois não tem como existir o homem sem o mundo; ele só revela sua existência enquanto existe. Então, as manifestações ônticas só podem ser experimentadas tendo como plano de fundo a condição originaria constitutiva ontológica de ser com os outros
Para Heidegger não existe uma interação ser e mundo
Mas esse mundo tem dimensões. O sujeito é com os outros homens e outros entes diferentes do homem
E como consequência desse dar-se conta, nós também somos constitutivamente angustia, temporalidade, espacialidade. Além disso, o ser é abertura compreensiva, pois o ser esta aberto a compreender tudo que vem ao seu encontro, inclusive o seu próprio eu/condição. Ao tomar consciência de sua própria existência o ser se da conta de que é um poder ser. É pura possibilidade
Heidegger diz que há angustia ôntica, mas antes dela nós somos angústia porque não há homem sem angustia. Ser no mundo/ser homem é se angustiar. Ela também esta diretamente ligada a culpa ontológica porque escolhemos, cuidamos de existir; ela não é evitável, porque sempre ao escolher o sujeito sabe a escolha deixada de lado. Mas estamos o tempo todos nos remetendo ao não escolhido
TEMPORALIDADE - São manifestações ônticas possibilitadas pela condição ontológica de temporalizar. O homem temporaliza e não se prende ao tempo cronológico; esse tempo é uma reação humana, mas a temporalidade da nossa existência é restrita
O homem também espacializa porque não ocupa somente o espaço que o ente na sua materialidade ocupa. A nossa existência espacializa porque ela transcende o espaço físico, material concreto que o nosso ente ocupa
Solidão - Nós somos sós a tarefa de cuidar de ser, mas o que nos salva é poder ser. Poder ser é o nosso caráter de indeterminação. Nós somos diante do nada e é por isso que nos angustiamos porque é diante do nada que escolhemos e podemos ser. O ser esta o tempo todo lidando com a nadidade da existência. 
Então como falar de autoconhecimento se a minha existência não se encerra no que eu fui. Ou seja, falar de autoconhecimento é aceitar que o que eu já fui me define. O que eu já fui, o que eu estou sendo e o que pretendo ser é que me define
Estamos o tempo todo nos lançando ao caráter de indeterminação da existência, não há nada pré-definido ou que determine o meu modo de ser porque o que eu posso ser é pura possibilidade
Segundo a logica heideggeriana o homem esta o tempo todo entre aderir ao horizonte histórico e mergulhar no impessoal (agindo como todo mundo age), mas ele também tem a condição de se singularizar, se distanciando dos ditames do horizonte histórico e sendo ele mesmo, na autenticidade do seu ser. Então esse conjunto de condições são condições constitutivas, ontológicas, originais da nossa existência; o sujeito não escolhe ter, é dado
Condições ontológicas: são as condições constitutivas e estruturais do ente homem, que permite a ele se manifestar ônticamente das mais variadas formas. São condições universais da existência humana; são condições que foram dadas. É próprio do homem ser no mundo, ser para a morte, espacializar, temporalizar. 
Manifestações ônticas: é o plano das manifestações humanas; como o homem se manifesta. É o ente tal como ele pode ser tomado como objeto de observação 
Sartre coloca que a existência precede a essência. 
Para o Heidegger, o homem se essencializa enquanto existe. Ou seja, o homem não é nada antes de existir. Então se pode falar de uma existência previa, pois o homem precisa existir, se manifestar ônticamente para que seja possível perceber a sua essência
Para existir, o ponto de partidaé o nada da existência humana; é a nadidade originaria. Então, se o homem só existe a partir da sua nadidade, ele é, originariamente, indeterminação. Não há nada prévio que determina o que o homem será. É preciso existir para essencializar 
Heidegger diz que o homem é um homem lançado que se constitui historicamente. Então a existência humana esta o tempo todo atravessada pelo tempo que nos constitui, porem é próprio do homem ora aderir esse horizonte (comprando sentidos cristalizados) outra o sujeito se distancia desse horizonte e se singulariza. Ou seja, é próprio do homem ter a possibilidade de aderir o horizonte cristalizado que nos constitui historicamente, que nos faz reproduzir sentidos cristalizados/estabelecidos. É próprio do homem porque é extremamente angustiante tomar contato com a ausência de sentido da nossa existência. A nossa existência é injustificável – somo seres jogados em um mundo que não nos acolhe, mas oferece sentidos que foram estabelecidos por homens... e é esse mesmo homem que reconstrói sentidos. Então ele pode tanto reproduzir sentidos quanto fazer emergir novos sentidos 
Heidegger, de modo geral, resgata e compreende o sentido da existência humana em suas condições ontológicas. A preocupação de Heidegger é o ser do ente, que é um conjunto de condições ontológicas que são dadas ao homem para que ele se manifeste ônticamente
Heidegger se ocupou das condições ontológicas da existência humana, ou seja, as condições estruturais, constitutivas do ente homem, tais como: ser para morte, ser no mundo, ser com os outros, angustia, temporalidade, espacialidade, culpa, solidão e abertura compreensiva. São condições estruturais universais de todo e qualquer ente homem. Mas a maneira singular com que cada ente homem, a partir dessas condições ontológicas, se manifesta... são manifestações ônticas (campo da singularidade)
Quando se fala da condição ontológica, se fala de uma estrutura de realização que é do homem (próprio de si) – o homem existe. É universal. É uma estrutura de realização. É um conjunto de condições dada à todos os homens 
Existência, do ponto de vista Hideggeriano: é algo que emerge, se manifesta num continuo movimento de lançar-se para fora. Ou seja, o homem existe sendo. A nossa existência não esta fechada no que já fomos, mas ela se totaliza por aquilo que já fomos, que estamos sendo e por aquilo que desejamos ser. Então, a existência humana se manifesta enquanto projeto, ou seja, que se reinventa o tempo todo; é pura possibilidade, justamente porque o ser esta diante do nada de sua existência (causando angústia)
Deste modo o ser se torna um ser privilegiado, pois ele é o único ente capaz de interrogar o seu próprio ser. Ele existe sabendo que existe; é um ser para a morte sabendo que é um ser para a morte. Além dele existir e se manifestar, ele sabe que existe e se manifesta
Significado das condições ontológicas:
Ser no mundo: só existe e adquire significados na existência humana. O ser e o mundo são contemporâneos, não há existência humana sem mundo e não há mundo em seu sentido sem o homem. O sujeito se constitui no mundo e nunca fora dele. É com o mundo que o ser estabelece uma relação de pertence
Dimensão do mundo 4 esferas (didático): 
Mundo Físico: mundo natural. É a relação do ser com os objetos. É ambiente; 
Dimensão Social: são relações com outros entes (Seres ai), que são ontologicamente semelhantes a mim; 
Dimensão Psicológica: é o mundo pessoal. É o ser em relação consigo mesmo; 
Dimensão Espiritual: relação do homem com o desconhecido/impalpável. A religião é consequência da relação do homem com a sua dimensão espiritual do desconhecido que nomeiam a dimensão espiritual (dando conforto)
Nesse sentido entendemos que o homem esta o tempo todo com o vazio de sentido da sua existência, e que diante desse vazio, é tendência do homem dar sentido/nome às coisas
Ser com os outros: o homem existe no mundo com outros entes; o ser se constitui nessa relação. Até a experiência de solidão só é vivenciada pelo “ser com os outros”. Mas a solidão nos expõe a tarefa de existir (cuidar da existência)
Abertura compreensiva: é o estado da existência de estar sempre aberto ao mundo, constituindo-se nessa relação, percebendo e respondendo a tudo que está em nossa presença, inclusive a si mesmo. É originário da existência humana 
Poder ser: o homem é um poder ser porque é pura possibilidade; não sabemos a forma como vamos nos manifestar, pois somos devir, desejos, possibilidades. A existência está o tempo todo atravessado com o outro/objeto, não esta pré-definida. Ou seja, a existência é definida na relação ser com os outros.
Nós nossos seres de possibilidades, pois somos capazes de escolher. Nós participamos ativamente da construção da nossa história (sentidos cristalizados)
Ser para a morte: é a possibilidade existencial mais impar, pessoal e intransferível, ou seja, o ser não pode viver a morte do outro. O contato com a infinitude é intransferível 
Angustia: é constitucional, pois é um sentimento originário próprio da existência que emerge da nossa consciência de ser para a morte, de liberdade e de como a nossa existência é injustificável. É angustiante ter consciência de nossas condições mesmo diante no nada de sua existência 
O mundo inóspito: a existência do ser não tem justificativa por mais que haja uma explicação, mas, originariamente, a nossa existência não tem razão. Então, a inospitalidade é essa insegurança frente a nossa condição de estar lançado às facticidades do mundo que não escolhemos. E tantos outros riscos estão presentes no fato do ser tentar evitar o risco, pois ao tentar evitar um risco ele se expõe à outros
Viver é arriscado; viver angustia... pois o ser está o tempo todo sendo convocado a fazer escolhas. Escolhas sem saber onde ela levará

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